02 novembro, 2007

Confusão ou estratégia?

A ideia com que podemos ficar, quando ouvimos alguns de nós debater a Regionalização e as respectivas divisões administrativas é a de que procuram qualquer coisa que não sabem muito bem o que é. Até aqui, estaremos todos de acordo, porque nessa questão, praticamente todos partilhamos da mesma inexperiência, mas o que devíamos fazer acima de tudo, seria evitar discussões estéreis e - contrariamente ao que alguns defendem - encontrar consensos.



Portugal, já tem 5 regiões tipo. Podem não ser as ideais, mas já existem. Se juntarmos a isto o facto de sabermos que qualquer pretexto serve aos adeptos da centralização para empolarem as nossas divergências e as transformarem em divisonismos capazes de provocar o caos na coesão "nacional", perceberemos a importância que há em gerar consensos nas nossas prioridades. É politicamente irresponsável que os cidadãos que defendem a causa regional não saibam (ou não queiram) interiorizar a necessidade de criar consensos para encurtarmos caminhos e ultrapassar os bloqueios que entretanto nos forem movendo.

Como já referiu noutro local o António Alves, o Norte, tem cerca de 4 milhões de habitantes sendo 2 milhões apenas no distrito do Porto. Unidos num mesmo objectivo, Guimarães, Braga e todo o Nordeste Transmontano só teriam a ganhar com uma outra ordem e distribuição de valências assente numa região de grande densidade populacional. Os aforismos são aforismos, mas nunca como agora, o velhinho "dividir para reinar", usado pelos anti-regionalistas, pode servir-nos de aviso com tanta oportunidade.

Esse, será o grande 'argumento', a bandeira invisível dos contra-regionalistas. Por isso, será de toda a conveniência decidirmo-nos, traçando muito bem os nossos objectivos, seleccionando os aliados e percepcionando com clarividência os nossos verdadeiros adversários.

Todos os que, num momento como este, capricharem em vestir "fato de gala" como farda de trabalho nesta empreitada chamada Regionalização, arriscam-se a serem apupados no fim do espectáculo e a prejudicarem de novo toda a nossa Região.

"Realidade ou Ficção?" - Edição II

Pois é, meus senhores, agora é que vai ser ganhar dinheiro! Pensando melhor, acho que me vou converter ao centralismo! Afinal vale a pena, há mesmo vantagens nisso! Vou ter de rever rapidamente as minhas posições nesta matéria...

Inapelavelmente rendido aos ventos moralistas que sopram do Sul, decidi dedicar-me à indústria cinematográfica. Está muito em voga e 'promete' dar rios de dinheiro (descansem, que não é o tipo de rio que estão a pensar)! Por motivos económicos ainda pensei convidar o senhor La Féria para fazer uma revista, mas achei que era pouco ambicioso e optei mesmo pelo cinema.

Quero uma coisa em grande! Só não vou é armar-me em realizador para não mostrar o lado mais repugnante do meu carácter como alguns "botelhos" (não sei se o nome vem de bota ou de fedelho) que por aquelas bandas vão largando o visco. Prefiro ser produtor. Não tenho é 'cacau' que chegue, mas confio na solidariedade dos mecenas cá do burgo (por hábito muito generosos) para avançar com o projecto. Já escolhi o realizador, vai ser o Woody Allen. Nem menos! É mesmo realizador, é competente e tem um finíssimo sentido de humor. Porque sou bairrista e provinciano, ainda me lembrei do Manuel de Oliveira, mas, dada a sua origem tripeira, reconsiderei e não lhe fiz o convite com receio que mais tarde o viessem a acusar de tráfico de influências... É que o senhor tem quase 100 anos e eu respeito as pessoas idosas... e a transparência de processos.

A temática, complementa-se em duas partes que oscilarão entre o Mundo da pedofilia e a fiabilidade da justiça portuguesa. O cenário decorrerá na região da grande Lisboa para emprestar mais realismo ao filme. A maior dificuldade do projecto está no elenco, porque implica uma grande quantidade de actores, que pode inflaccionar o preço final da obra. O título ainda não foi decidido, mas estou a pensar neste: "Há ou não políticos pédófilos em Portugal?"

Mas cuidado, nada de confusões, será apenas um filme de ficção, uma adaptação... Percebem? Arte pura. Só! Toda e qualquer semelhança com factos da vida real será obviamente pura coincidência... O meu interesse é essencialmente de índole cultural, embora creia que não me levarão a mal por querer ganhar umas coroas. A vida está difícil, não é?


PS-Informação: o meu realizador é um homenzinho e costuma assinar os filmes
que faz...

01 novembro, 2007

PAISAGEM DESENHADA

Por não ter sido escrito por um português nem tão pouco por um tripeiro, transcrevo aqui o texto de um estudante de jornalismo brasileiro no Porto, sobre a nossa cidade inserido no JN de hoje:

"Estar no Porto é algo que ultrapassa uma simples estadia num país de Primeiro Mundo, mas, sobretudo, é deslumbrar-se com a perfeita sintonia da ligação entre a modernidade e os seus laços históricos.

Sua arquitectura arcaica, enriquecida de detalhes, faz reviver o passado no presente, proporcionando uma sensação de prazer inexplicável. Do alvorecer ao crepúsculo, respira-se cultura, pois o Porto exala conhecimento. O rio a dividir a cidade, unido à bela paisagem portuguesa, transforma o Porto num sítio de beleza inegualável. Não é para menos, já que se trata de um património histórico da Humanidade.

Certamente, o Porto teve um capricho divino. Um toque subtil de leveza e requinte. Cruzar a ponte D. Luís I é ter o privilégio de viver duas épocas históricas em concomitância, pois a contemporaneidade da sua estrutura, unida ao desenho de um Portugal genuíno, do bairro da Ribeira, emociona e faz tremer as pernas de qualquer um que venha a transitar por suas ruas sinuosas e estreitas.

Outro detalhe marcante como as casas de fachadas coloridas, contrastando com o ar nebuloso de suas vielas, caracteriza o Porto como uma cidade histórica única, rica nos contrastes e particularidades. Não há como falar da arquitectura portuense sem citar a utilização do azulejo como elemento de ornamentação.

Assim, as fachadas e os edifícios ganham vida e propiciam uma visão ainda mais agradável aos apreciadores. Igrejas, prédios, parques, fontes, estátuas, museus, a cidade transborda de cultura e lazer.

O Porto, é uma paisagem desenhada. Uma tela pintada com tanta perfeição que nenhuma palavra poderia resumir a magnitude da sua beleza."

Everson Belo



PS- Não há hipótese, este cidadão brasileiro já é um tripeiro de gema.

Sê bem vindo amigo, e faz do Porto a tua casa!

31 outubro, 2007

Cuidado com o Bragacentrismo!

Ando muito preocupado. Não sei como lidar com esta chatice da Regionalização de que tanto agora se fala. É que eu sou da Trofa e queria defender a causa regional, mas temo que Braga se transforme numa nova capital do Centralismo: o Bragacentrismo!

O Bragacentrismo, é uma derivante do Portocentrismo, que por sua vez resulta do Lisboacentrismo e por aí fora. Não sei exactamente o que significam as duas primeiras versões, só sei é que acabam em ismo e que o hipercentralizado Govêrno Nacional está em Lisboa (a rir-se) , mas ao que consta, os centrismos podem estar em qualquer lado, escondidos à espreita prontos a atacar. Por isso tenho de estar atento.

Já me disseram que também há o vilanovadefozcoacentralismo que com aquela coisa das pinturas rupestres, anda a retirar protagonismo a Mêda e isso não é justo, porque tenho lá um primo que vive do artesanato e das feiras da terra e assim não dá, porque lhe tira a clientela toda.

Pensando bem: não será melhor deixarmos tudo como está e mandar às urtigas a Regionalização?

Zé dos Anzóis


PS- Não se deve brincar muito com estas coisas, mas há quem tenha, de facto, esta ideia do que é a
Centralização governativa e considere que está a prestar um grande serviço à causa regional.


Paroquialismo bacoco: o maior aliado do centralismo

Ainda o Portocentrismo

JPM, comentando este post, escreveu o seguinte:

«Se a construção do hospital fosse da responsabilidade directa do Município de Braga já estaria aberto há muito ao público. Ou tem dúvidas?»

Concordo. É exactamente por isso que me custa ver avançar uma Regionalização em que o Porto vai acabar por fazer ao Norte o que Lisboa tem feito ao país...

O post acima, publicado no Avenida Central por Pedro Morgado, é o exemplo paradigmático do pior provincianismo que campeia por este norte fora. Sem qualquer fundamentação, porque a construção de um hospital em Braga não tem rigorosamente nada a ver com o Porto, nem esta cidade, município, ou área metropolitana tem qualquer poder para decidir sobre o assunto, Pedro Morgado, num exercício da mais completa desonestidade intelectual, fruto dum estranho ressabiamento ou complexo de inferioridade - porque nele estas atitudes são recorrentes -, conseguiu tirar a ilação de que caso a Regionalização avançasse o "Porto vai acabar por fazer ao Norte aquilo que Lisboa tem feito ao país". Não disse porquê nem como, mas isso, obviamente, são pormenores que em nada põem em causa a elevadíssima lógica do seu pensamento.

Enfim, cada vez mais me convenço que o futuro dificilmente passará por este tipo de discussões. A minha única esperança é que um dia o povo chamado a decidir seja capaz de distinguir entre o que verdadeiramente interessa; saiba distinguir o trigo do joio e atire para o caixote do lixo da história este tipo de cassandras que não passam de instrumentos nas mãos do mais obscuros poderes interessados em perpetuar o actual estado de coisas.

Defendem estes "regionalistas" que a Norte deverão ser criadas duas regiões - Grande Porto separado do resto do Norte. Não haverá melhor forma de beneficiar o putativo centralismo do Porto que esta solução. A escassa inteligência destas mentes (ou inconfessáveis interesses) impede-as de dizer que o Grande Porto é responsável por 42% do PIB da região, congrega 34% da população e concentra no seu território as principais infra-estruturas vectores da internacionalização da economia. Se sem qualquer capacidade política e orçamental autónoma é capaz destes resultados, maiores e melhores alcançaria se dessas prerrogativas já usufruísse há muito. Porque se tal cenário um dia vier a materializar-se, a área metropolitana do Porto com certeza que se alargaria ainda mais, como aliás já é evidente com a adesão de muitos dos mais dinâmicos municípios do norte do distrito de Aveiro à chamada Grande Área Metropolitana do Porto da já morta reforma Relvas. Estou em crer que nesse caso ela se alargaria mesmo a outros concelhos a norte como, por exemplo, Vizela e Famalicão. Tal concentração demográfica e capacidade produtiva autonomizada do resto do Norte será a condenação ad eternum do restante território nortenho ao subdesenvolvimento.

Se é esta espécie de Singapura que pretendem que se crie a norte - tal como Lisboa se prepara para fazer a sul - força, para a frente com isso!! Conheço no Porto quem rejubilará perante tal cenário. E, nesse caso, o Porto fará mesmo ao Norte -porque a dinâmica assim criada o tornará inevitável - o que Lisboa faz ao resto do país.

Já alguém disse a esta gente que o milhão de minhotos terá um poder eleitoral imensamente superior numa Região Norte integrada do que tem actualmente perante o sistema centralista e poderá de facto condicionar os governos regionais fazendo valer os seus legítimos interesses como nunca foi capaz até hoje? Ou será que o que eles pretendem é impor-se desequilibradamente aos escassos 400 mil trasmontanos e durienses?

PS - A Grande Área Metropolitana do Porto agrupa 14 concelhos que no censo de 2001 totalizavam 1 759 958 habitantes em cerca de 1573 km^2 (densidade populacional próxima 1119 hab/km^2). Esses concelhos são:

Arouca

Espinho

Gondomar

Maia

Matosinhos

Porto

Póvoa de Varzim

Sta. Maria da Feira

Santo Tirso

S. João da Madeira

Trofa

Valongo

Vila do Conde

Vila Nova de Gaia.

Os concelhos de Oliveira de Azeméis e Vale de Cambra, actuais membros da Grande Área Metropolitana de Aveiro irão (ou iriam), a curto prazo, pedir a transferência para a Grande Área Metropolitana do Porto, por forma a que todo o Entre Douro e Vouga permaneça coeso. Deste modo, a Grande Área Metropolitana do Porto irá abranger mais dois concelhos e verá a sua população aumentada em cerca de 100.000 habitantes. A anexação destes dois municípios fará com que a densidade populacional da Grande Área Metropolitana do Porto se situe próximo dos 1.000 hab/km^2. (http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea_metropolitana_do_Porto)

90 anos a colorir a vida



Nunca é demais
homenagear Júlio Resende
Que viva mais 90 anos!

"A Outra Senhora" e "Esta Senhora"

Prezo a Liberdade, mas ela não é tudo na vida. O meu gosto pela Liberdade é quase inconsciente. De tal modo, que "no tempo da outra senhora" que alguém baptizou de Ditadura, nunca me privei de dizer o que pensava. Talvez por mera casualidade (ou sorte), nunca fui preso. Talvez, quem sabe, por naquela época acreditar na "Pátria", enquanto alguns mais espertos do que eu, fugiam da tropa e da guerra colonial, eu saí do estrangeiro para "cumprir o meu dever" e fui parar a Mozambique para zona considerada 100% operacional.

Se hoje me perguntarem se estou arrependido, digo que "nim". Não gosto lá muito do
"nim", porque pode transparecer muito a dúvida, mas se explicar porquê, talvez me faça entender melhor. A parte "im" do nim, é devida à tranquilidade de consciência que tal decisão ainda hoje me deixa, considerando alguma imaturidade política decorrente da própria época. A outra, a do n de "não", explica-se por duas simples razões.

Primeiro, porque a Pátria que eu pensava ter, estava mais na minha cabeça do que naquilo que ela me tinha oferecido. Depois, porque decorridos mais de 30 anos de democracia amputada, os governantes deste país (passados e presentes) tardaram a esclarecer-me que, afinal, eu não tinha um país, mas tão só uma capital de país. Uma capital de país preversa, porque se anda a substituir ao próprio país.

Daí que, entre a "velha senhora" e a "nova senhora" não consigo vislumbrar grandes diferenças, excepto aquela que distingue uma garrafa arrolhada à força, de uma outra, destapada pelo gaz do inconformismo. Apenas isso. Dantes, a maioria dos doentes (povo) padeciam em silêncio, agora, podem queixar-se, berrar até, mas permanecem doentes, porque os médicos (governantes) são todos surdos ou não lhes dão ouvidos.

Como eu, há hoje muitos portuenses e nortenhos, que já não alinham na cantilena que dizia: "de Espanha, nem bons ventos, nem bons casamentos". A desconfiança é muita e grave, porque brota de dentro do próprio país em relação a Lisboa, a tal capital que se quer confundir com o todo. Por contradição ao adágio, os nortenhos vêem cada vez com mais simpatia a sua ligação a Espanha, em particular à Galiza, região com a qual sentem afinidades históricas e afectivas.

Paradoxalmente, o curioso desta realidade, é que a aproximação das diuas regiões ibéricas tem sido potenciada com uma estupidez confrangedora pelo autismo centralista do poder lisboeta.

Chegado a este ponto, posso garantir, que caso a Pátria Lisboeta necessitasse dos meus bons serviços para a defender, caso se sentisse ameaçada, não cometeria outra vez a ingenuidade do passado, quanto à minha noção de pátria. Fazia-lhe o popular manguito e deixava-a a falar sozinha. Com a noção tranquila do dever cumprido...

30 outubro, 2007

Bairrismos de ricos, a sul...

BERARDO: "BPI pensa que faz o que quer porque é do NORTE"
Depois dizem que nós é que somos bairristas e provincianos! Continuem a bater nessa tecla...
Já não lhes chega terem-nos surripado tudo quanto era banco aqui do Porto!

29 outubro, 2007

Assembleia da República

Foi agora notícia a aprovação na Assembleia da República de uma nova versão do estatuto dos deputados em que foi introduzida a novidade de cada deputado passar a dispor de "assistente individual".

Importa recordar, para que não se pense que os senhores deputados andam por lá a tirar as fotocópias de que precisem ou a meter no correio as cartas que decidam enviar, que os deputados têm à sua disposição, para aquilo que precisarem, o secretariado dos seus grupos parlamentares, com os respectivos assessores e técnicos, e que podem também recorrer aos serviços de apoio técnico da assembleia, constituídos por funcionários do quadro da Assembleia da República. Muita gente, e bem paga.

A inovação do " assistente individual ", que acrescerá a tudo isso, representa portanto o abrir de uma porta para resolver os problemas de desemprego de uma multidão de jovens apaniguados e parentes que se acotovelam nas sedes partidárias e andam insistentemente a moer a cabeça aos venerandos parlamentares. É a questão do desemprego das segundas e terceiras filas da classe política, um dos dados mais relevantes para entender certos projectos que ciclicamente surgem na ribalta.

O que é assustador é antever as possíveis consequências da medida. Lembramos que para além de honorários e prebendas próprias do exercício docargo esses " assistentes individuais" entram logo para o quadro da função pública. O que vale por dizer que é previsível a cobiça que tal cargo vai despertar, e a alta rotatividade que o irá caracterizar (são 230 decadavez...).

Vai funcionar em bola de neve... em poucos anos entrarão mais uns milhares de funcionários públicos, para um quadro que se dizia congelado, e em época de contenção e austeridade.

O que é difícil é calcular os milhões que esse processo irá custar (para além do escândalo que será observar as identidades dos privilegiados com essa entrada, num tempo em que para os outros as portas estão todas fechadas).

Vai parecer um arrastão..

Brasilino Godinho

Exército de Salvação Nacional...



OS TRÊS DA VIDA AIRADA

CÓCÓ,

RANHETA

E

FACADA!




A árvore do nosso (des)contentamento




Este desleixo pela preservação de um edifício tão nobre, como é o da Estação de São Bento, não podia ser evitado ( e melhor aplicado ) com o dinheiro gasto nesta manifestação de novo-riquismo sulista, elitista e pouco liberal?


É que, além do mau gosto, não se pode entender os eventuais danos que toda aquela panóplia de pesados tubos poderá provocar no piso e na própria plataforma do Metro que por ali passa.

Esta "obra" de cariz provisório compensará tamanho risco?

POLÍTICOS OU EMPRESÁRIOS?

Na habitual rúbrica "Termómetro" no JN de hoje, José Miguel Júdice merece nota positiva (a seta ascendente) com este apontamento:

"O Grupo Lágrimas, da família Judíce, acaba de adquirir um dos mais embelemáticos hoteis do Porto, o Infante Sagres. É mais um passo na afirmação deste grupo que para além da Quinta das Lágrimas, procura avançar no Douro com um complexo Hoteleiro em Castelo de Paiva"

Confesso, que não entendo lá muito bem a profundidade racional que motivou tal encómio da parte do JN. Acontece que, não me parece correcto nem ético, que personalidades outrora ligadas à vida política, comecem a destacar-se (para o bem e para o mal) em actividades empresariais mais apropriadas a cidadãos descomprometidos com o poder político.

A moda não é de agora, mas se pega - como parece estar a acontecer - iremos de mal a pior no campo da moralização comportamental da classe política, que já em tão baixa estima anda na opinião da maioria dos portugueses. É uma espécie de bónus, dois em um, mais indicado a supermercados, que não se justifica ver aplicado a políticos no activo (ou não), tendo em conta o péssimo serviço que prestaram e continuam a prestar ao país.

Quem aplaude este tipo de iniciativas, provavelmente sustentadas no pouco fiável cliché da "abertura de postos de trabalho, do aumento do emprego, etc.", estará porventura igualmente a esquecer a sua cumplicidade neste cruzamento de funções distintas e incompatíveis que só podem ter como resultado o protelar da restauração e moralização da actividade política.

Pergunta-se: será para isto que se envereda pela carreira política? Se calhar é, mas então, senhores políticos, por uma questão de seriedade, informem-nos da eventualidade nas próximas campanhas eleitorais. É que não pretendemos desqualificar o nosso voto em tão ilustre momento, como devia ser o das eleições.

"CASA PIA-Memorandum III"

O Escândalo Casa Pia rebentou nos finais de 2002, quando um antigo aluno da Casa Pia em entrevista à jornalista Felícia Cabrita, alega ter sofrido de abusos sexuais, enquanto jovem. Os principais responsáveis desses abusos eram figuras públicas e um ex-funcionário da Casa Pia, Carlos Silvino, mais conhecido como Bibi.A 29 de dezembro de 2004, o Procurador-geral da República, José Souto Moura, acusa formalmente várias personalidade de abusos sexuais a menores (pedofilia):Herman José e Carlos Cruz, duas estrelas da televisão portuguesa.O arqueólogo Francisco Alves e o antigo médico da Casa Pia, Ferreira Diniz.O ex-Ministro da Segurança Social do governo de António Guterres e actual deputado do Partido Socialista, Paulo Pedroso.O embaixador Jorge Ritto.O julgamento iniciou em 25 de Novembro de 2004, com sete arguidos: Carlos Silvino, Carlos Cruz, Jorge Ritto, Ferreira Diniz, Manuel Abrantes, Hugo Marçal e Gertrudes Nunes. O caso arrastou-se durante anos, com audiências públicas e não públicas para auscultar as alegadas vítimas. Em Outubro de 2007 o caso ainda decorre.
O tema - valha-nos isso - não envolve o Porto, mas indigna todo o país. Os media tradicionais andam ao "ritmo" do regime e já se devem ter "cansado" de o pressionar. Nós não. Todas as semanas faremos questão de lembrar aqui esta vergonha nacional. Para que os respectivos responsáveis possam ter a noção exacta da valia da sua honorabilidade.

28 outubro, 2007

Parabens Mestre Júlio Resende!



Os anos que a "Democracia" centralista de Lisboa tem dedicado a fracturar o resto do país com um desprezo e um provincianismo que fariam corar de vergonha a ditadura de Salazar, não abalaram a serenidade e superior elevação deste Homem que conseguiu afirmar a sua Arte, sem as muletas tradicionais, habitualmente oferecidas aos "artistas" da capital.
Bem hajas Grande JR, és um Mestre Gigante, comparado com estes meninos mal educados e antipatriotas que andam a dividir os portugueses com a estupidez redutora de pensarem, que a coesão nacional se consolida com a engorda de um porco monstruso chamado "Lisboa"!