21 fevereiro, 2009

Votar, ou revolucionar?

O comentário que, por moto próprio, decidi publicar em post, da autoria de B.) (é assim que costuma identificar-se), é demasiado pertinente e objectivo para ficar "acorrentado" à caixa de comentários. Estou certo que o seu autor não levará a mal, pois apesar de já não comentar há algum tempo, é um visitante regular, já "conhecido" do Renovar o Porto.
Por outras palavras, foi o mesmo receio, as mesmas dúvidas, a mesmas certezas, a mesma indignação, que procurei transmitir neste meu post. Se fosse eu a assinar o comentário de B.), não se notaria grande coisa, o que significa que estou inteiramente de acordo com ele. Eu também sou apartidário, o que, nos tempos que correm não é nenhum sinal de comodismo, bem pelo contrário. É um sinal de independência intelectual e de grande sensatez.
Gosto de Elisa Ferreira, porque tem uma personalidade cativante e já tem dado provas de competência, mas, de facto, reconheço que ainda não chega, tendo em conta o «meio-ambiente» ultra-poluído, do partido que a rodeia. Poucos se aproveitam. O problema, é que o PSD é igual, e a fatalidade dos eleitores é não terem, politicamente, para onde se virarem, a não ser para si próprios, o que não resolve o problema. Se votar, votarei nela. Bastante contrariado, mas prefiro tê-la lá, mesmo acorrentada pelo oportunismo dos seus confrades, do que continuar a ver o marasmático e conflituoso Rui Rio à frente da Câmara. Rui Rio é um factor acrescido de depressão para o Porto.
Como Elisa Ferreira, Fernando Gomes, também pertenceu ao PS, mas sempre mexeu com a cidade, sempre se envolveu com ela de uma forma mais participativa e afectiva (isso também conta), e tem obra feita, ninguém pode negá-lo. Depois, fez asneira, é certo, comeu a cenoura que lhe deram a cheirar (Ministro da Administração Interna), e tramou-se, tramando-nos.
Mas, de facto, desta vez, vai-me custar muito ir a votos, porque estas eleições fazem-me sentir como uma criança a quem dão um rebuçado para se calar. Já há muito que decidi não participar em eleições, nem mesmo para votar em branco, porque estes políticos não merecem essa consideração. E não me pesa a consciência porque não é a Democracia que desdenho, são os homens que a abastardam.
É em situações ambíguas como esta, que o povo devia dispor de mecanismos reguladores. Um deles, podia ser um compromisso rigoroso entre ele e os candidatos ao poder, que os obrigasse a demitirem-se, mal se desviassem do programa eleitoral apresentado. Sabemos que a reputação dos políticos é caótica e a dos partidos também.
O que nos resta? Talvez uma revolução, a sério. Não vejo outra saída. Não há extremismo nestas palavras. O extremismo, é sabermos que há um monte de gente com elevadíssimas responsabilidades, com lugar nos orgãos do Poder, quando, na realidade, o seu lugar adequado, seria noutro género de instituições, como, por exemplo na Cadeia, e continuam a mandar no País. E este, é o nosso drama. Deve ser também por isso que sempre detestei o fado.

Um B....om comentário

B. disse...
Esta inédita paixão tripeira e o encorajamento nunca antes visto do "renascer" do Porto e do Norte de Portugal tem sido surpreendente nos últimos dias: lia hoje no Causa Nossa que a alfacinha Ana Gomes (que tem agora uma paixão pela Inbicta chiquérrima) e o alfacinha disfarçado de coimbrão Vital Moreira apoiam frontalmente Elisa Ferreira para "dar" ao Porto o seu justo valor! Mesmo entre os meus colegas lisboetas da empresa a Elisa Ferreira goza de uma popularidade a que nunca assisti em relação às gentes do Norte, tidas como boçais, violentas e futeboleiras.
De repente o Porto passou a ser fabuloso, com honras do Sr. Primeiro Ministro e o ministro Jamé terem vindo apoiar a candidata ao Porto; aliás a mesma até promete prescindir do riquíssimo tacho no Parlamento Europeu de tão grande é o seu amor à cidade!Todo este entusiasmo ergue-me sérias suspeitas. De uma maneira geral sempre me ensinaram que ninguém dava nada a ninguém e Lisboa nunca deu nada ao resto do país. Sempre foi assim desde o início da História de Portugal: a única fase em que as regiões ainda tiveram alguma relevância foi no tempo do feudalismo em que o poder central tinha pouca influência nos poderes locais, como bem notaram Marcelo Caetano e Alexandre Herculano.
O governo PS não foi diferente. Este mesmo governo que descobriu agora uma paixão inédita pelo Porto e pelo Norte foi o mesmo que (1) nos roubou o dinheiro europeu para a recuperação da frente ribeirinha alegando os "efeitos de dispersão" que as obras em Alcantara terão no resto do país. (2) Já para não falar do TGV que foi reorientado para Lisboa-Madrid (deram-nos Vigo como consolo), a linha TGV Lisboa-Porto que nunca será construída, (3) do aeroporto de Alcochete que vai drenar o Porto, (4) o boicote feito pela ANA à instalação da base da Ryanair no Porto, (5) a privatização da ANA que nos vai obrigar a separar o aeroporto e a colocá-lo em gestão privada, (6) as obras do metro que, no prazo de uma semana, passaram de "inviáveis" (alegando que o memorando não era vinculativo) para uma obra que custa o triplo (e que nunca será feita, não tenho ilusões)....os exemplos multiplicam-se da paixão do PS pelo Norte e da sua inegável vontade de colocar o Norte no plano político nacional.
Elisa Ferreira tem mérito, reconheço. Sei que passou pela CCDRN (desconheço se fez alguma coisa), atribuem-lhe as obras de saneamento e os IPAR do Porto, afirma que conhece largamente o panorama empresarial do Norte (resta saber se não foi mais um tacho político).
Parece conhecer o terreno e a realidade. O que me preocupa é o facto de esta personagem se encontrar alicerçada na elite lisboeta que já deu provas de não desejar nada de bom ao Norte. Os exemplos que dei acima são gotas de água num oceano de desinvestimento. Apenas um inocente pode crer que os ventos tenham mudado ou que Elisa Ferreira os tenha convencido a mudarem de opinião. Não creio. Os políticos regionais que mais fizeram pelo Norte - Luis Filipe Menezes, Valentim Loureiro, Fernando Gomes, Avelino Ferreira Torres, Mario Almeida, Narciso Miranda, Fátima Felgueiras - todos eles sempre tiveram um mau relacionamento com o poder central a ponto de a maior parte deles neste momento presidir aos municípios respectivos na forma de independentes.
A comunicação social e o poder central sempre procuraram fazer deles desonestos, corruptos, boçais.....como se a impoluta Lisboa fosse um exemplo de gestão pública! O orçamento da CML ou o caso Isaltino Morais revelam perfeitamente o que se passa lá por baixo. Lisboa e o sul nunca foram amigos do Norte e nunca deram nada ao Norte. E todos os políticos do Norte sempre foram escarnecidos por Lisboa. Esta candidata, apesar de todo o aparato em torno dela, é uma mera marioneta do poder central. Vem continuar a política de drenagem que Lisboa tem empreendido em relação ao Norte, alicerçando-se no poder autárquico. O facto de o núcleo duro do PS a desejar ver a todo o custo na autarquia não augura nada de bom!Um outro cenário se afigura: de acordo com a novas regras do Comité de Regiões e com o fim dos financiamentos comunitários, Portugal terá que se regionalizar no futuro.
Caso as áreas mais deprimidas da Europa não constituam as Euro-regiões (e o Norte de Portugal e Galiza têm a potencialidade de ser a maior da Europa e consequentemente receber mais dinheiro), acabará o financiamento e o financiamento para atingir os objectivos de convergência terá que provir do orçamento de Estado - coisa que Lisboa pretende evitar. Podemos hipotizar que Sócrates, previdente, irá investir no futuro no Norte (usando a Elisa Ferreira como catapulta) por forma a organizar a Euro-região e depois lançar-se às eleições regionais, captando os financiamentos comunitários (que passarão a ser atribuídos às regiões). Isso seria um golpe de génio político que Sócrates tem revelado ser.
Em todo o caso.....meramente wishful thinking for the time being!Já Rui Rio, ninguém sabe qual será o seu futuro: Manuela Ferreira Leite tem mostrado grande enfado em gerir o partido e está ansiosa de passar a batata quente! Rui Rio tem sido muito falado para suceder ao PSD e tentar lucrar com a guerra anti-Pinto da Costa. Ainda ninguém sabe quem será o candidato pelo PSD à autarquia.
A procissão ainda vai no adro mas sinceramente não sei qual será o melhor candidato para o futuro do Porto e do Norte. Até Outubro muita água vai correr debaixo da ponte!Nota: sou rigorosamente apartidário. A minha paixão e preocupação são unicamente o Porto e o Norte, independentemente de cores partidárias.
20 de Fevereiro de 2009 21:47 (extraído de um comentário aqui plasmado)

20 fevereiro, 2009

OFF TOPIC

Não faço ideia se os comentadores desportivos da RTP (e similares) fazem a mínima ideia do que é manter uma postura de seriedade durante um jogo de futebol. A mim, dá-me a impressão de se tratar mesmo de pessoas com padrões de integridade abaixo do rasteiro. Ainda me faz mais confusão, admitindo que se trata de pais de família, que tipo de educação é que estes indivíduos podem dar aos filhos. Pela amostra, deve ser do piorio. Quando crescerem, decerto, vão ser outros vigaristas como os pais. Só pode.
Tudo o que durante um jogo com o FCPorto possa acontecer para criar polémica, já sabemos, ela será feita e empolada até à exaustão. Um penálti em favor do FCPorto, por mais claro e óbvio que seja, para estes robots mal engendrados, é sempre duvidoso e polémico. Hoje, com o Paços de Ferrreira, voltaram ao mesmo.
Um penálti, claro, em que qualquer cego vê que o jogador Hulk do Porto é claramente rasteirado dentro da área, mereceu-lhes dúvidas. Uma mão clara, de um jogador adversário que resultou em golo, atreveram-se a dizer que, se fossem eles o árbitro, validavam-no! Francamente, para além de revelarem uma péssima formação, um baixíssimo grau de seriedade profissional, esta forma de fazer televisão é um verdadeiro nojo.
A RTP, pouparia ao erário público uns milhões de euros se dispenssasse os serviços desta canalhada, porque não está lá a fazer nada, excepto a roubar-nos a todos. Se vão para lá só para denegrir o FCPorto, então que os dispensem, porque antes de abrirem a boca nós já sabemos o que vão dizer.
Há, contudo, uma virtude neste pântano de rufias mal falantes, é que, sempre que falam, estão a dar-nos a certeza absoluta que não passam de uns escroques.

Fantomas ataca outra vez

O ministro Mario Jamé Lino faz-me lembrar o antigo ministro da Informação de Saddam Hussein. Parece viver num mundo virtual, só dele, e por isso mesmo tem uma aversão especial pelas gentes do Norte, porque se lembram de lhe apresentar reinvidicações que o fazem acordar e cair no mundo real, o que ele parece detestar.

Numa ida recente ao Parlamento, a propósito da não concessão de contrapartidas à indústria nacional referentes à compra de aviões Airbus pela TAP, e respondendo a um deputado que queria saber se as contrapartidas tinham sido transferidas para o Brasil, para a VEM(Varig Engenharia e Manutenção) o ministro apenas respondeu que " a Varig já não existe". De seguida deve ter mergulhado novamente no seu mundo onírico. Fiquei preocupado com a minha saúde mental. Estive no Brasil há um ano, passei por meia dúzia de aeroportos e fartei-me de ver aviões da Varig. Se esta companhia já não existe, então só podem ter sido visões. Mais ainda, pensava (falsamente...) ter lido num jornal, esta semana, que um diplomata espanhol expulso da Venezuela, tinha sido colocado num vôo Caracas-São Paulo num avião... da Varig!

Ninguém sabe o que vai acontecer nas próximas eleições legislativas, mas mesmo no caso de nova vitória do PS espero fervorosamente que o ministro Jamé seja o primeiro a levar uma vassourada que o coloque em posição de não poder continuar a prejudicar o país em geral, e o Norte (que ele detesta) em particular.

A candidatura de Elisa Ferreira

Os dados foram lançados, Elisa Ferreira é candidata à Câmara Municipal do Porto. Pela lógica seria a vencedora, em combate com um presidente que em oito anos de mandato nada fez. Parece que quem, por duas vezes, pôs Rui Rio na presidência, invoca a sua "honestidade". Penso que ele teme que este proclamado atributo já não seja suficiente para vencer a sua terceira eleição. Ele sabe que seria sorte demasiada voltar a ter um opositor como o da eleição de 2005, que era um não candidato. Por isso mudou de estratégia e passou a encarnar o anti-centralista, o regionalista, o porta-voz fervoroso das reclamações contra o Terreiro do Paço. Rui Rio, o mesmo que anos atrás, quando o governo era PSD, recusava reclamar em público, dizendo que os problemas da cidade e da região se resolviam não na praça pública, mas sim em conversações recatadas nos centros do poder, pretende agora encarnar e liderar, pública e ruidosamente, a contestação. Quanto a honestidade, pelo menos política, estamos então conversados.

Não tive acesso ao discurso completo de Elisa Ferreira na cerimónia de apresentação da sua candidatura. Pelos pequenos extractos que foram publicados, EF disse que quer o Porto e a região tratados de modo a "reganhar centralidade e protagonismo", e também que " o Porto não quer ser uma cidade esquecida ou subsidiada". Declarou também que o Porto exige " a quota-parte que lhe cabe das políticas e das prioridades nacionais". Tudo bem, mas enunciar desejos e afirmar pretenções, é fácil. A complicação começa quando se pergunta como. Qual é o plano de acção para atingir esse desiderato? Compreende-se que aquele não era nem o local nem o tempo adequados para expor uma estratégia detalhada. Mas é imperioso, para ser credível, que o faça de agora até ao dia da eleição. Não é tarefa para uma só pessoa, tem de ser um trabalho de equipa. A qualidade das pessoas de quem se rodear vai ser um primeiro teste à sua capacidade efectiva de vir a ser o agente da imprescindível reviravolta que a gestão do Porto terá de sofrer. Infelizmente esta reviravolta, para ser profunda e estrutural, estará muito dependente da boa vontade do governo central, e aí eu, pessoalmente, sinto-me fortemente incrédulo. Mas Elisa Ferreira, que já foi governo, sabe o que a casa gasta e isso talvez a ajude a estabelecer uma estratégia vitoriosa.

Elisa Ferreira tem com ela um grande capital de esperança. Desejemos-lhe boa sorte e também audácia, porque já diziam os romanos que audaces fortuna juvat.

Quem tudo quer...

Controlinveste em situação financeira perigosa

A empresa proprietária dos jornais 'Diário de Notícias', 'Jornal de Notícias', '24 Horas', TSF Rádio e outras publicações encontra-se com graves problemas de solvência. Segundo as nossas fontes, o DN e o 24 Horas têm dado prejuízos na ordem de milhões de euros e o patrão da empresa Joaquim Oliveira já solicitou à banca o adiamento de alguns pagamentos a que estava obrigado. O único jornal que está a sustentar financeiramente a Controlinveste é o 'Jornal de Notícias'.

http://pauparatodaaobra.blogspot.com/2009/02/controlinveste-em-situacao-financeira.html

Porto Sentido/Rui Veloso



Rui Veloso cantou-a ontem, na Alfândega do Porto, e Elisa ajudou...

Apresentação da candidatura de Elisa Ferreira à CMP

Elisa Ferreira, formalizou ontem a sua candidatura à presidência da Câmara Municipal do Porto, num ambiente caloroso, quase emocionante. Sem ter apresentado ainda qualquer programa de acção, a cerimónia valeu pelo discurso, sereno e empolgante. O Porto Canal, esteve à altura do acontecimento, cobrindo praticamente toda a apresentação. Por este pequeno exemplo, é simples imaginar o quanto a região norte perdeu, por não ter implantado há mais tempo uma estação de televisão local. Como sempre, os canais centralistas limitaram-se a noticiar o evento com o distanciamento habitual.
Não fora a estrutura do partido que a apoia estar minada por toda a espécie de escândalos e fragilidades (incluindo o seu líder), atrevia-me a apostar, singelo contra dobrado, que a vitória de Elisa Ferreira estava no papo. Não sendo assim, Rui Rio, apesar do cinzentismo dos seus mandatos, terá ainda alguma margem de manobra para se bater taco a taco com a candidata socialista. Será uma luta enganadoramente equilibrada, e injusta, para Elisa Ferreira, dada a diferente personalidade que leva do seu adversário.
É impressionante, a vocação do Partido Socialista para submeter a cíclicos rituais suicidas, os seus melhores quadros. Fê-lo, com Fernando Gomes, ao oferecer-lhe o Ministério da Administração Interna, que acabou por lhe servir de carrasco e levá-lo à demissão. Agora, num momento em que o seu líder está envolto num mar de suspeitas, é que decide lançar para a arena a melhor candidata que tem para CMPorto. Pergunta-se: por quê só agora, por quê o Francisco Assis, antes? Falhas destas, não podem augurar boas governações.
Se, aliarmos à inoportunidade da decisão, a demagogia do próprio Partido Socialista, que (convém lembrar), é actualmente governo, quem fica como barata tonta, no meio desta confusão politiqueira, são os eleitores conscientes. Ontem, reviraram-se-me as tripas quando ouvi Sócrates a tecer loas ao Porto, ao carácter do seu povo, à importância histórica da cidade, e outros mimos. Seria politicamente incorrecto, a cerimónia não o recomendava, mas sempre gostaria de ver de que cor ficaria Sócrates se alguém da assistência aproveitasse a embalagem de elogios, para lhe perguntar se já decidiu alguma coisa sobre a gestão do Aeroporto Sá Carneiro, para a qual desafiou a sociedade portuense a mobilizar-se e a apresentar propostas...
O que vale a Elisa Ferreira é que na oposição o ambiente não anda melhor, e a crise de liderança não é problema exclusivo ao PS. O PSD, é o que se vê, é alternativa pouco recomendável, ou nem sequer é uma alternativa.
Como quer que seja, não estou disposto a crucificar Elisa Ferreira por culpa do PS, e estou a pensar dar-lhe o meu voto. Só resta saber, se ela será capaz de reclamar ao líder do partido aquilo que o Porto precisa, e precisa de muito.

«Colonização 2.0»

Sugestão para publicação, do José Silva, do blogue Norteamos:

(http://o-antonio-maria.blogspot.com/)


A pandilha de Macau está a dirigir-se ao país como o Ali Babá e os 40 ladrões. O vale do Tua tem 30 km de Zona Demarcada do Douro que ficará debaixo de água se a barragem for consumada.Estive a conversar com um engenheiro construtor de barragens e especialista em energia, que por razões da óbvia necessidade de protecção da fonte, num país dirigido por piratas que usam e abusam do ministério público, dos serviços de informação da república e das polícias para prosseguirem os seus fins corruptos, não divulgo.
A conversa girou em volta deste artigo. Passo a resumir os argumentos mais importantes:
1) Há um verdadeiro assalto aos rios portugueses (sobretudo aos afluentes ainda intactos dos grandes rios Douro, Tejo e Guadiana) programado pela EDP e pela Iberdrola —a irmã espanhola da EDP dirigida no nosso país por um traidor chamado Pina Moura—, com os préstimos do Pepe rápido de Freeport, colocado onde está pela tríade de Macau.
2) Os ventos, imprescindíveis à energia eólica, são variáveis e oscilantes, e essa variabilidade não está coordenada com o consumo da energia eléctrica. À noite há vento, mas não há consumo eléctrico ou são comparativamente baixos e pouco rentáveis na perspectiva das empresas que nos vendem a energia, pelo que Portugal importa energia vendida pelas centrais nucleares francesas ao preço da uva mijona. E de dia, quando se dão os picos de consumo (que a EDP vende a preços exorbitantes), o vento sopra onde quer e quando quer, pelo que centenas ou mesmo milhares de ventoinhas eólicas estão frequentemente paradas, como qualquer um de nós já teve oportunidade constatar.
Ora é precisamente nos picos de consumo que a EDP e a Iberdrola mais precisam de energia gerada no nosso país. É durante estes picos que estas empresas puxam ao máximo pelos preços, contribuindo, também por esta via, para a reconhecida falta de produtividade da economia portuguesa! Ao coalharem o país de ventoinhas (em vez de terem planeado a coisa de modo progressivo e sustentável), para suprirem a capacidade de geração da centrais hidroeléctricas, precisamente durante o dia e sobretudo nas horas de ponta, esqueceram-se de avaliar correctamente a variabilidade e oscilação dos ventos, pelo que, depois de terem investido milhares de milhões de euros nas ditas ventoinhas (oriundos nomeadamente dos mercados financeiros especulativos), descobriram que o débito das mesmas é criticamente imprevisível e não chega para as encomendas!
Ou seja, a peneira desenhada para colher as pepitas douradas dos picos de consumo energético, não consegue cumprir os objectivos anunciados — nomeadamente aos accionistas e especuladores que investiram nos cartéis energéticos de todo o mundo, nomeadamente em Portugal. Daqui a necessidade de um plano urgente de novas barragens, com grupos reversíveis — que permitem forçar a água que move as turbinas regressar de novo às albufeiras —, situadas nos afluentes dos grandes rios portugueses, e cujo principal objectivo é suprir a grande e escandalosa falha do programa eólico nacional. As novas barragens têm como principal objectivo produzir a energia prometida pelas ventoinhas que infestam o país, por vezes em zonas onde nunca deveriam ter sido colocadas.
Ou seja, em vez de se correr com o incompetente e arrogante Mexia da EDP, temos que ouvir este capataz do Bloco Central dizer que quer corrigir os erros crassos de que é responsável à custa de toda a espécie de ilegalidades e sobretudo da destruição de patrimónios e recursos insubstituíveis! Em nome de quê devemos aturar esta criatura indecente e medíocre?Para construir a barragem do Tua privam-se as populações do direito constitucional de conservar uma ligação ferroviária à rede nacional (a Linha do Tua) - sem restabelecimento possível, no caso de a inundação do vale do rio Tua se consumar. Para construir as barragens do Tua, Sabor, Fridão, etc..., ameaçam-se populações (se for construída a barragen do Fridão, e um dia houver um azar, e o paredão da barragem ruir, a cidade de Amarante ficará submersa!), destroem-se habitats insubstituíveis, eliminam-se paisagens únicas, e depois, o emprego temporariamente criado evapora-se, e ficam apenas barreiras físicas e corporativas ao desenvolvimento local.
Ninguém pesca, perde-se o direito à água que sempre fora público, ninguém navega — em suma, deixa-se que empresas privadas sem controlo e prepotentes realizem uma autêntica conquista económica e física de uma parte crucial do território nacional. Douro e Trás-os-Montes, ao contrário do que se julga, não são pobres. Pobre é a maioria da gente que lá vive! Mas daquele vale do ouro (daquele rio Douro) vem boa parte da riqueza nacional. Sob a forma do vinho e azeite que todos conhecemos e apreciamos, mas ainda mais como boa parte da água e da energia eléctrica que alimentam as grandes cidades-região de Lisboa e Porto!
Ou seja, rios que correm em Portugal, sobretudo o rio Douro e seus afluentes, são hoje muito mais valiosos que o ouro que já não temos! Como foi possível deixarmos avançar as abutres da globalização neo-liberal por tamanha riqueza dentro?É preciso renacionalizar a EDP quanto antes!E é preciso restringir claramente os direitos das empresas privadas envolvidas na exploração dos recursos hídricos e energéticos nacionais. EDP, Iberdrola, Endesa, etc. não podem continuar a comportar-se como assassinos ecológicos e salteadores impunes da água e das energias renováveis dos países por onde andam.
Há que reverter o processo pulha que conduziu à privatização destas outrora empresas públicas dos dois países ibéricos. -- OAM

19 fevereiro, 2009

Um país de Pinóquios

Clique sobre a imagem para ler
Recortei do jornal Público de hoje, algumas frases eloquentes de diferentes pessoas que reforçam tudo o que temos escrito sobre o estado da "Nação". Acrescentei-lhes outros textos de humor (do suplemento Inimigo Público), para ver se ainda nos conseguimos rir do circo a céu aberto em que se transformou o país.
Quanto ao boneco do Piloureiróquio, à semelhança de Pinosocrastóquio, convirá lembrar que existem outras pessoas com as quais cometeremos uma enorme injustiça se não as inserirmos na grande família dos narizes compridos:
  • Pinto Monteiro
  • Maria José Morgado
  • Ricardo Costa (sim, esse que anda a gozar com os Tribunais civis)
  • Carolina Salgado
  • RTP (Directores e respectivos paus mandados)
  • SIC (Idem, idem, aspas, aspas)
  • TVI( " " " " )
  • Imprensa e rádios nacionais (Idem)

PS-Não me agrada nada, mesmo nada, generalizar o mundo da "pinocada" e dos oportunistas, até porque leio os jornais e os considero fundamentais para a sociedade desde que respeitam as regras elementares da ética e do rigor. Como essa não é a regra, mas apenas a excepção, e, como os bons jornalistas se deixaram dominar pela voz do dono e dos seus colegas lambe-botas, não temos como não generalizar. Compete-lhes a eles mudar as coisas e dar, se preciso for, um valente pontapé naqueles seus colegas que lhes andam a sujar o nome e o ofício.

18 fevereiro, 2009

Pouco originais, mas sempre expressivas imagens

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Uma mulher credível, para a PGR

Nos tempos que correm esta foto é inofensiva, não serve de suporte à honra de uma mulher que a preze. Só que, as actividades "liberais" de Carolina Salgado não se ficam por discretos streap teases, como o da foto sugere. Ela vai muito mais longe.

É só pesquisar na Net e ficamos todos a saber o que uma mulher precisa de "fazer" e tornar público, para merecer toda a credibilidade da PGR e da Maria José Morgado.

"Vocês sabem do que eu estou a falar", diria o ressabiado do Octávio Machado...

"Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és". Será? Desde que vi um esquilo a fazer ski aquático, já nada me surpreende. Só mesmo o baixo nível de exigência da actual PGR.

Links(JN)

Linha do TGV até Vigo vai sair enterrada da estação de Campanhã

Liga rejeita reclamações do F.C. Porto e Boavista sobre o processo Apito Final
Esgotados todos os recursos do FCP contra as decisões destes arruaceiros da Liga, incluindo os dos tribunais europeus, quem devia pagar por toda esta bagunça da "justiça" desportiva, era quem a corporiza (o Ricardo Costa), não a instituição Liga. Se houver lugar a indemnização que ela seja paga do bolso desse aprendiz de feiticeiro.

17 fevereiro, 2009

Capela de Fradelos, em Sá da Bandeira

Posted by Picasa

Nós, e os políticos

Clicar sobre a imagem para ler

É espantoso como a classe política corporiza na perfeição o velho lema que diz: "arranja fama, e deita-te na cama!".
Modéstia à parte, nada do que António Vitorino disse na conferência do I.D.N., é original. Eu mesmo, com grande antecipação, já me cansei de falar sobre o assunto. Mas, eu, não sou o Sr. António Vitorino, nem sou político. Por isso, mesmo que substantivamente o que ele pensa e diz, não traga vantagens visíveis em relação ao que eu penso e digo, a verdade, é que as coisas reveladas por personalidades ligadas à política ganham uma "credibilidade" que o cidadão comum dificilmente consegue. Se juntarmos ao fenómeno o facto de estes pareceres de figuras públicas serem muitas vezes remunerados (e bem), o cidadão anónimo, fica outra vez a perder, porque diz as mesmas "verdades", de borla! É, mais uma vez, a p..... da vida. Coitada da vida, que tão maltratada é pelos homens!
Pode-se sempre argumentar (ou, manipular, que é o que está na moda), alegando que não foi bem a mesma coisa, o que ele e eu escrevemos. É muito simples. Bastará observar que A. Vitorino, usou a frase "é necessário proceder à revisitação da democracia representativa" , enquanto eu tenho dito, "é preciso rever a democracia" . A única diferença estará na sofisticação do estilo e (talvez), na sinceridade da vontade de mudança...
Vitorino, disse que, é evidente a "incapacidade actual do sistema de partidos". Eu, tenho escrito e reescrito que, "os eleitores deviam dispor de mecanismos com mais e maior controlo sobre a actividade dos partidos, e dos políticos", que é bem mais importante e objectivo.
Que havemos de fazer, quando se cria fama na política, mesmo sem a merecer (nenhum político a merece), estas «descobertas», apesar de muito tardias, merecem artigos de jornal, quando somos nós a fazê-lo, é: populismo. Critérios.
PS-Quando digo que nenhum político merece a fama que lhes é dada, refiro-me ao contexto governativo do país. A nível autárquico não tenho a mesma opinião. Há, apesar de tudo, alguns homens de valor. Lembrei-me agora de um que não gosta de holofotes e tem feito um trabalho notável de continuidade à imagem do seu antecessor. Chama-se Bragança Fernandes, Presidente da Câmara Municipal da Maia.

Links (JN)

CDU acusa Câmara de incompetência a gerir património

Urologistas faltosos cumpriram Urgência

Manoel de Oliveira recebeu dragão de honra na noite dos "óscares" portistas

Os Dragões de Ouro premeiam atletas e dirigentes que se distinguem na causa do F. C. Porto, mas a ovação mais sentida da noite dos óscares portistas foi para o cineasta Manoel de Oliveira, laureado com o Dragão de Honra.

Lisandro, Atleta do Ano, Fucile, Futebolista do Ano, e todos os galardoados com o Dragão de Ouro foram aplaudidos pelas cerca de quatro centenas de convidados do F. C. Porto para o jantar de gala e cerimónia de entrega dos "óscares" portistas de 2007/2008, decorrida, ontem, na Alfândega.
Mas a maior ovação da noite, a aclamação mais sentida, até foi para um... leão, um Leão de Ouro! Esse mesmo, Manoel de Oliveira. O decano cineasta portuense juntou aos dois galardões conquistados no Festival de Veneza a mais alta distinção do F. C. Porto. Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do clube, entregou-lhe o Dragão de Honra, prémio que, muito para além de qualquer filição ao clube, distingue os valiosos serviços de Oliveira pela sétima arte e pela cultura na cidade. Ou como se juntaram dois dos maiores símbolos da universalidade do Porto, num protocolo tripeiro de assinalável alcance.
O autor de "Douro, Faina Fluvial" e de "Aniki-Bobó" é o mesmo Manoel de Oliveira que, em Dezembro, na celebração do seu centésimo aniversário, recusou as chaves da cidade que lhe foram atribuídas pela Câmara Municipal do Porto, alegando "aproveitamento político indecente" por parte da edilidade presidida por Rui Rio, autarca que nunca foi à bola com o F. C. Porto nem com Pinto da Costa.
Embora não se lhe conheça militância no futebol - na juventude, preferiu as corridas de automóveis -, Manoel de Oliveira é portista na directa condição de portuense e recebeu o Dragão de Honra "com muito orgulho". "Este momento não é especial, é especialíssimo, até para o meu neto, que é portista ferrenho e não perde um jogo no Dragão", disse o cineasta.
Outro Dragão de Honra foi entregue a Ilídio Pinto, vice-presidente do clube. Uma recompensa por uma vida de dedicação do "senhor hóquei em patins", que leva mais de 30 anos de entrega e devoção ao hóquei em patins e ao clube.
A cerimónia contou com a presença de todos os futebolistas profissionais e de todos os técnicos da equipa principal do F. C. Porto. Entre os convidados, além de reconhecidas figuras do universo portista, como o ex-goleador Fernando Gomes, estiveram, também, conhecidas personalidades do mundo do desporto e da política, entre elas Valentim Loureiro, presidente da Assembleia Geral da Liga Portuguesa de Futebol e presidente da Câmara Municipal de Gondomar, e José Luís Arnaut, deputado do PSD e também ele premiado com um Dragão de Honra, referente à época 2004/05.
Entre os clubes convidados, estiveram o Sporting de Braga, o Rio Ave, o Marítimo, o Estrela da Amadora e o Paços de Ferreira, todos representados pelos respectivos presidentes.


NUNO A. AMARAL (JN)
Nota do RoP:
Quando, a espinha dorsal de certos fulanos, se parece com uma frágil linha, em forma de espiral, nada de extraordinário podemos esperar deles. A última vez que assisti a uma manifestação destes espécimes, foi, quando um determinado Presidente da Câmara, num acto de puro oportunismo, quis oferecer as "Chaves da Cidade" ao cineasta Manoel de Oliveira e este, com toda a categoria e peso dos seus (bem vividos) 100 anos, as recusou. Hoje, o FCPorto, ofereceu-lhe um Dragão de Ouro, e o maior cineasta português de todos os tempos, agradeceu dizendo: sinto-me muito honrado com esta homenagem. Sou do Porto, nasci no Porto e amo a minha cidade. Mais palavras, para quê?

15 fevereiro, 2009

Um Conselheiro de Estado desmemoriado

BPN: Dias Loureiro mentiu à comissão de inquérito, revela "Expresso"
14.02.2009 - PÚBLICO
O ex-ministro Dias Loureiro disse no passado dia 27 de Janeiro à comissão de inquérito ao caso BPN, não saber da existência da Excellence Assets Fund, que permitiu uma compra ruinosa de duas empresas tecnológicas em Porto Rico, da qual resultou um prejuízo de 38 milhões de dólares. O semanário “Expresso”, garante, porém, na sua edição de hoje, que o Dias Loureiro assinou dois contratos onde esse fundo é parte.“Ou seja, além de ter participado em todo o negócio”, como semanário já tinha divulgado na semana passada, Dias Loureiro “não disse a verdade ao Parlamento, o que é considerado grave, uma vez que as Comissões de Inquérito funcionam com a mesma dignidade que os inquéritos da Justiça”, avança a edição de hoje do
“Expresso”.

Confrontado pelo semanário, o ex-ministro da Administração Interna negou ter mentido quando disse desconhecer o Excellence Assets Fund. "Disse aquilo de que me lembro", disse. "Toda a operação definitiva não fui eu que tratei. Estive envolvido na fase inicial. Quem terá depois
tratado da compra foi Jorge Vieira Jordão, o mesmo que já havia dito à comissão", indicou ainda ao jornal. Dias Loureiro sublinhou ainda, confrontado com as perguntas do "Expresso": "Não me lembro dos contratos, posso ter assinado, se vocês o dizem, mas não tenho memória. Foram dois actos isolados.

Não tenho arquivo nenhum. Sei que assinei o memorando de entendimento no início do contrato e mais nada".Quando questionado acerca do Excellence Assets Fund, na tarde do dia 27 de

Janeiro, Dias Loureiro disse taxativamente: "Nunca ouvi falar nesse fundo". "E tem ideia de o BPN ou a Sociedade Lusa de Negócios (SLN) alguma vez terem adquirido este fundo?" - perguntaram ainda os deputados. "Não, não tenho", voltou a responder o ex-administrador da
SLN, avança o "Expresso".

O semanário teve, porém, acesso a dois documentos com a assinatura do actual Conselheiro de Estado e nos quais fica provado que foi usado esse fundo para fazer a compra de duas empresas tecnológicas de Porto Rico, a Biometrics e a Nova Tech, que vieram a revelar-se duas "tecnológicas-fantasma" . "No início do negócio foi neste fundo que ficou estacionada a participação do BPN em Porto Rico e o fundo voltou a ser parte no contrato que encerrou o negócio em 2002", escreve o jornal."O contrato de promessa de compra de 2626 acções do Excellence (com sede nas Ilhas Caimão) por parte da SLN, foi assinado por Dias Loureiro e Oliveira Costa em 30 de Novembro de 2001. O encerramento foi assinado em 22 de Julho de 2002, deixando um prejuízo de 38 milhões de dólares no grupo BPN", pode ainda ler-se no semanário."Não cometi nenhuma ilegalidade. Esse é o meu sentimento profundo. Acreditava em quem me dizia que as coisas eram feitas daquela maneira", disse ainda.

Questionado pelo semanário se, face à documentação, sente alguma necessidade de ir prestar novos esclarecimentos ao Parlamento diz que não. "Não lhes menti em nada. Falei da estrutura do negócio e expliquei tudo. Nunca menti na comissão, disse aquilo de que me lembro".


Nota de RoP:
Em Portugal, as normas são viciadas à nascença. A norma mental do português-tipo, é: gerar dificuldades, para vender facilidades. Foi assim que muitos funcionários do Estado enriqueceram, extorquindo dinheiro e regalias aos cidadãos, por serviços para os quais já eram pagos. O Poder, ensandece todos por igual, desde o porteiro aos quadros mais altos. É a vida, dizem.

Na hierarquia política e civil, esta mentalidade espanha-se pela população, de cima para baixo, daqui resultando a tal fuga generalizada aos impostos, o desrespeito pelas regras de transito, etc. Só à força, é que lá vão. Vimos, o tempo que levou, até as pessoas se habituarem a colocar o cinto de segurança e a pararem nas passadeiras. Consciência cívica é uma chatice, porque, para o português mediano, é uma desonra respeitar os outros, porque interioriza que o respeito existe num único sentido, isto é: dos outros, para si.

Neste ambiente de «brandos costumes», onde os julgamentos são feitos na praça pública, antes dos tribunais, é inevitável que a tendência do povo se incline para fazer precipitados juízos de valor. Mas, convenhamos, que há pessoas que se põem a jeito, e pessoas que, pelo seu estatuto deviam esforçar-se por fugir destas armadinhas com alguma dignidade. Acontece que, nem o estatuto dessas pessoas é merecido nem a ideia que elas fazem da dignidade se aproxima dos padrões mínimos. A chico-espertice, é quase sempre a opção eleita que subalterniza e enegrece a dignidade.

Dias Loureiro, em todo este imbróglio dos bancos, e das "legalíssimas" offshores, decidiu - para se defender das suspeitas - optar pela técnica do, "resistir ou morrer", convencido que, reiterando a sua inocência e não se demitindo do cargo de Conselheiro de Estado, se enobrece a ele, e ao Estado. Mas, engana-se infantilmente e dá mais um péssimo golpe de morte na já tão depauperada reputação da classe política.

Quem sou eu, para me comparar com personalidades do gabarito destes políticos, mas, modestamente, no lugar do "respeitável" Conselheiro de Estado, Dias Loureiro, se me sentisse inocente, demitia-me calmamente do cargo e deixava que a justiça se fizesse, mesmo correndo o risco de ser mal julgado, ou seja, tardiamente. Assim, persistindo nesta birra quixotesca, do antes quebrar que torcer, DL, não só acentua as suspeitas da sua culpabilidade como as transfere para a dignidade do Estado e do próprio Presidente da República.

Mas isso, sou eu a pensar em voz alta, porque, ao contrário destes iluminados, ainda não fui capaz (como eles «têm» sido), de mostrar valor para governar o país. E muito bem, como se confirma.