05 junho, 2009

Mayra Andrade-Felicidade

Bom fim de semana (longe dos políticos)!

Inacreditável? Não! Portugal, é isto.

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Preço de um bilhete CP para Madrid a partir de Lisboa, single (c/ cama, casa de banho e duche privativo): 151,60 €

Preço de um bilhete RENFE (operadora espanhola) para a mesma viagem: 60,20 € (s/alteração de data), e 90,00 € (c/alteração de datas e trocas)

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Já saiu à rua, a real demagogia! Ei-la, generosa e popular!

Este, é o momento mais «alto» do espectáculo circense em que está transformada a política. É, seguramente o único, em que os políticos se aproximam do povo, porque é também o único em que precisam do povo para definir as suas carreiras pessoais.
Pela parte que me toca, é também o único momento da democracia em que dispensaria de bom grado a «aproximação» destes senhores, caso os sentisse próximos e verdadeiramente empenhados na qualidade de vida dos eleitores, antes e depois destes folclores de pura demagogia, como são hoje as campanhas eleitorais.
A demagogia existe, e é isto. Não é, de certeza, o mesmo a que os senhores políticos se reportam quando a usam, tal bola de ping-pong, com os adversários políticos.

Quando crescerem, talvez me decida a levá-los a sério. Divirtam-se!

04 junho, 2009

Efeitos secundários do centralismo II

Outro testemunho importante de como o futebol pode servir como filtro para a autenticação da democracia, é o actual desinteresse de muitos portugueses pelos jogos da selecção nacional.
Bastou a Luís Filipe Scolari ter hostilizado o FCPorto, com a manifesta renitência em convocar jogadores-chave do campeão português [e europeu], durante o período inicial do Euro 2004, com declarações de despeito por clube e adeptos, do tipo, "o Porto, fica lá longe!" - dando a entender que não estava para se dar ao trabalho de se deslocar à nossa cidade -, para a Lisboa centralista e toda a comunicação social ali instalada, passar a andar com o treinador brasileiro ao colo.
A partir daí, foi visível a colagem e o apoio incondicional ao seleccionador. Tudo o que o homem dizia era sagrado, e o que ele ordenava, obedecido. Foram as bandeirinhas nas janelas, foram excursões de motas, foram cavalgadas de campinos ribatejanos, foram autocarros e carros a buzinar, enfim, todo um folclore de patetice e subserviência como nunca se tinha visto. A isto, os media chamaram-lhe alegria, festa, capacidade mobilizadora, entusiasmo, orgulho e tudo o que a bacoquice mental lisboeta já mostrou ser capaz de dizer e fazer. Aliás, é costume. Eles fazem sempre a festa antes mesmo de ela começar, depois acabam por se limitar a apanhar as canas, porque os foguetes são para os outros, para os pragmáticos, como foi, na circunstância, a Grécia...
Tivesse Luís F. Scolari mostrado [como devia] consideração pelo FCPorto, ou revelado um pouco de simpatia por nós, outro galo cantaria para ele. Scolari foi um sacana para os portuenses, é um facto, mas passou ao povo de Lisboa e seus acólitos, o maior atestado de burrice que um só homem jamais conseguiu passar. A televisão fez o resto. E o portuguesinho mais ingénuo lá foi colocar a bandeirinha para parecer "patriota" e não ficar atrás do vizinho da varanda ao lado.
Já passou, mas custou-nos um campeonato da Europa. Por quê? Porque Sua Exa. o treinador Scolari acabou por ser tão burro como aqueles que o bajularam, por se ter deixado influenciar, e por não ter percebido na hora certa que a selecção devia ser constituída pela espinha dorsal da equipa do FCPorto que tinha acabado de se tornar, «apenas»: campeã nacional, vencedora da Taça UEFA e da Liga dos Campeões Europeus!
Mas, futebol à parte, pensemos bem sobre quem é que foi o grande responsável por toda esta situação. Foram os portistas? O FCPorto? Pinto da Costa? É óbvio que só um atrasado mental é que acredita nisto. Se a selecção conseguiu chegar ao 2º. lugar do pódio foi principalmente à custa do FCPorto e dos seus jogadores, caso contrário o resultado teria sido muito pior. A grande responsável pela divisão dos portugueses com a Selecção Nacional, foi sem sombra de dúvidas a Comunicação Social centralista. Essa é que é a verdade, porque soube explorar o unanimismo benfiquista/sportinguista para criar uma corrente anti-porto que por sua vez deixou mazelas e ressentimentos nos simpatizantes do FCPorto que se sentiram absolutamente discriminados passando a não se verem representados pela equipa nacional. Os próximos capítulos da era Queiroz encarregar-se-ão de qualificar a telenovela de uma selecção cujo epílogo se adivinha triste. Veremos.
O que importa extrair do fenómeno do futebol, é que não é dentro dele que está a maior alienação, mas nos 4ºs. poderes que gravitam à sua volta, que são alguns dos cancros que dificultam uma mais ampla democratização do país.
E com isto, espero não ter que voltar tão cedo ao tema futebol, versus, centralismo. Para bom entendedor...

Links para consulta

Obras na Avenida da Boavista começam devagar e com pouca informação sobre desenrolar dos trabalhos

Ponte Luíz I: Cinco meses para mudar 2200 peças

Fim-de-semana animado no Porto

Inaugurações neste Sábado em Miguel Bombarda

Bolhão, mercado ou pombal?




ou, a espera impaciente por uma reabilitação que não há meio de começar?

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03 junho, 2009

Que escreveria Camões, hoje,se fosse vivo?

Os Portíadas

canto primeiro

A fama dos Dragões assinalados

Que desta Mui Nobre, Invicta e Leal,

em estádios nunca antes disputados

Jogaram para ganhar cada final,

E em torneios e jogos esforçados

Mais do que era sonhado em Portugal,

Entre gente remota conquistaram

Nova glória remota ,que tanto sublimaram;

canto segundo

E também as memórias gloriosas

De oitenta e sete,aí principiando Nova Era,e as terras viciosas

Que de espanha ao japão foram domando,

e aqueles que por obras valorosa

Se vão da lei da imprensa libertando,

Cantando espalharei por toda a parte,

se a tanto me ajudar o engenho e arte;

canto terçeiro

Cessem da pantera e mais felinos

As deambulações grandes que fizeram;

Cale-se dos tais cinco violinos

a fama das vitórias que tiveram

Que eu canto o peito ilustre dos meninos

a quem manchester e real obedeçeram!

Cesse tudo o que o record e bola cantam,

Que outros valores mais alto se Alevantam!

Só para recordar:

o F.C.PORTO tem mais títulos internaçionais ofiçiais que todos os outros clubes portugueses juntos

OBS: Esta divertida versão dos Lusíadas foi extraída da caixa de comentários do bloguista portodocrime

O António Alves e o TGV [que não é TGV]

Espero que, quem nos dá o gosto de visitar regularmente o Renovar o Porto não tenha perdido a excelente oportunidade de ouvir o podcast do António Alves em "O Porto em Conversa" [de Victor Silva].
Não me expresso assim por consideração pessoal a este colaborador pontual do RoP, que a tenho naturalmente, mas em rigor, pela qualidade da entrevista sobre matérias que ele domina como poucos [Caminhos de Ferro] e que são da maior importância para quem não está familiarizado com tema tão interessante, dando-nos assim uma preciosa ajuda para entendermos aquilo que outros com maiores responsabilidades não fazem e deviam fazer.
O António Alves fala-nos de bitolas, de TGV's e de assuntos relacionados com a ferrovia de uma forma clara, facilmente perceptível, como nenhum outro o fez até ao momento. Explica sem presunção, as asneirolas que os governantes com responsabilidade na matéria, se preparam para cometer.
Recomendo pois, uma escutadela atenta à entrevista. Está aqui, para quem não a ouviu. Vale a pena. Obrigado.

Efeitos secundários do centralismo

O Rui Farinas deixou aqui mais uma manifestação de repúdio pelas atitudes megalómanas de algumas figuras públicas da híbrida capital, com a qual me solidarizo sem qualquer reserva. Refiro-me a Vasco Pulido Valente.
Este senhor, com quem algumas vezes concordo e de quem até tenho reproduzido alguns artigos aqui no blogue, é um exemplo magnífico de como os complexos centralistas podem constituir sérios obstáculos à lucidez intelectual dos mais reputados analistas políticos [suponho que é nesta "classe profissional" que ele se enquadra].
Os tiques centralistas, está provado, são infinitamente mais castradores do que o mais bacoco provincianismo. Aliás, para falar com franqueza, nem sei bem qual é o lado depreciativo da expressão. Nos dicionários correntes consta apenas isto: Provinciano, adj. Da província; m. indivíduo da província. O que sei, é que os centralistas "democráticos" trataram de lhe dar um sentido pejorativo [de ignorante, tacanho, bronco, etc.], com o mero intuito de concentrarem na capital o monopólio da cultura e do cosmopolitismo. Acontece, que o efeito desta estratégia vai acabar um dia por se virar contra eles, como um boomerang, e espartilhá-los nas suas imensas contradições, quando se virem no beco sem saída do conhecimento que esse complexo de superioridade desbaratou.
O futebol [não pelo desporto em si, mas pelas atenções que desperta], é outro excelente paradigma dos complexos centralistas. Não faria muito sentido, no entendimento da mentalidade centralista, abrir mão do sector mais mediático das actividades espectaculares, depois de se ter açambarcado de todos os outros, incluindo o da comunicação social. É através desta, que o centralismo forja os seus projectos, manipulando a informação de acordo com os seus objectivos.
Em termos estratégicos, o processo Apito Dourado foi a maior farsa, a mais escandalosa, a que até hoje pudemos assistir. Foi o desespero da impotência, a frustração de não poderem fazer a um clube de futebol o mesmo que, paulatinamente, foi sendo feito com Bancos, Companhias de Seguros, jornais, grandes empresas, rádios, organismos públicos, fábricas, etc., etc.
O sectarismo é patente até na selecção de modelos para a publicidade. Apesar do FCPorto ser, actualmente, o clube português com maior prestígio a nível internacional [se falarem aos jovens estrangeiros do Benfica ou do Sporting, simplesmente ninguém os conhece], as televisões centralistas optam, invariavelmente, e em maioria, por contratar atletas dos clubes de Lisboa, quer para a realização de spots publicitários, quer na colaboração de programas desportivos. Com os jornalistas adeptos do FCPorto, é a mesma coisa. Só mesmo a incontornável condição de campeão nacional impede os centralistas de indeferir a participação de adeptos do FCPorto em programas desportivos, caso contrário, esses programas seriam compostos apenas pelos dois clubes da capital.
É isto que muitos não vêem, ou não querem ver. São estes estratagemas que alguns preferem [estranhamente], ignorar ou dissociar da vida política, quando o futebol é talvez o melhor catalisador do exercício democrático. Convencional e objectivamente falando, pode afirmar-se, com toda a seriedade, que há mais democracia na política, do que na comunicação social, mas como todos lhe deviam estar subordinados, é razoável concluir que a democracia, tal como está, é uma valentíssima fraude.

02 junho, 2009

Vasco Pulido Valente

Uma das coisas que mais me irrita nos lisboetas - sejam "autóctones" ou "naturalizados" - é serem uns peneirentos com a mania da superioridade em relação aos "provincianos".

Vasco Pulido Valente, cronista do Público, é um exemplo desse pretensiosismo. Quando L. Filipe Menezes era presidente do PSD, VPV nunca se referia a ele como o presidente do PSD, chamava-lhe depreciativamente o "presidente da câmara de V.N.Gaia".
Há poucos dias, falando de Dias Loureiro, e depois de recordar o seu percurso político e a sua entrada no mundo dos negócios, onde dizem que ganhou bom dinheiro, VPV afirma que Dias Loureiro "(...) não deixou de ser um advogado de província, agora mais rico(...)". Como afirmação de elitismo bacoco e ofensivo para com todos os portugueses que são da "província", é difícil fazer melhor.
Na crónica de anteontem sobre Vital Moreira, refere-se "à confusão daquela cabeça coimbrã", redacção que só pode mostrar desprezo por um ser humano inferior que não teve a sorte de viver e trabalhar em Lisboa, o que obviamente lhe concederia o privilégio de ser dono de uma "cabeça lisboeta".

Peço desculpa por trazer estes fait-divers ao Renovar o Porto, mas é uma terapêutica para me ajudar a atenuar a irritação que esses pretensiosos me causam.

O jardim do Passeio Alegre



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Os «prós e os contras»

Uma frase é apenas uma frase, mas há algumas felizes, que sintetizam muito bem o imenso disparate em que hoje a Europa se está a transformar, com relevo para os países do sul, com Portugal [como é habitual] a comandar o pelotão.
Na coluna "frases de ontem" do Público, seleccionei esta de João Rodrigues, no "i"por me parecer factual: "A fraqueza da resposta política à crise, e a força da desregulamentação do mercado de trabalho que as instituições europeias não se cansam de promover, garantem o desastre."
Se o Porto precisa de ser renovado urbanística e politicamente, a Europa, e os velhos paradigmas de governação, também. Insisto em pensar que, à boleia das liberdades e garantias, o conceito de democracia foi de tal forma esticado, que a Europa, e por arrastamento, os países mais atrasados, perderam um outro conceito que lhe devia estar sempre colado: a ética. Isto, interessa sobretudo, a quem mais abusa da Liberdade e retira dela dividendos [e esse, não é o grosso da população]. Falam frequentemente de ética, usando-a como argumento persuasivo para emprestar credibilidade ao utilizador, mas renunciam compulsivamente de a pôr em prática.

No debate Prós e Contras de ontem à noite da RTP, que, na minha opinião, continua a servir para branquear muito malfeitor disfarçado de homem de Estado, podemos, apesar disso constatar, a hipocrisia reinante no mundo da advocacia e da justiça . Estou certo que muitos, a grande maioria dos cidadãos, perceberam e sentiram esse clima de hostilidade, naquele jogo de esconde esconde, de interesses. Deu para perceber por que é que os adversários de Marinho Pinto preferem optar pelo discurso da sofisma e da ambiguidade, do que falar claro. Refugiando-se na complexidade das leis e do direito, preferem colocar o cidadão a uma distância razoável de "segurança" porque isso lhes permite esconder vulnerabilidades às quais muitos não conseguem resistir. A principal é esta: money. Money, muito e de acesso rápido. Ninguém está à espera que os infractores o confessem, mas toda a gente sabe que eles existem.

Não se vislumbra [apesar da refrescante imagem de Obama], no panorama político nacional e internacional ninguém de prestígio, com dimensão política e humana, capaz de influenciar o Mundo a seguir novos rumos e aceitar novos desafios. E isso é grave, porque quem neste momento está no Poder vai continuar a servir-se dele exclusivamente em benefício próprio. A complexidade dos vários poderes, que em princípio funcionariam como mecanismos reguladores da própria democracia, coarta qualquer devaneio interventivo para a restaurar. Cavaco Silva, é o que vê, não dá mais, é apenas mais um. Vai tentar copiar os seus pares [antigos Presidentes da República] sem levantar muitas ondas, como é suposto proceder no imaginário estigmatizado dos homens do regime. O corporativismo conservador não vive só de advogados...
Marinho Pinto, está a ser cercado por homens sem escrúpulos, cínicos, falsos como Judas. Vão esperar que caia, por força do lobby conservador da classe, para depois continuarem a "trabalhar" como dantes, a seu bel prazer. Se não o conseguirem, tudo farão para o conotar como um doente mental ao melhor estilo da Inquisição.

Resta-lhe a esperança que a nova geração de advogados o apoie, provando aos mais cépticos da sociedade que é possível conciliar a juventude do B.I. com a das mentalidades, caso contrário, terminarão para sempre com o mito da mais valia que lhe está associada.

BITOLAS

Para ajudar a esclarecer alguns leitores e colaboradores (Rui Farinas) do RoP, caso não tenham ouvido a entrevista de António Alves a Vitor Silva à volta do sistema ferroviário do Norte, aqui, podem fazer o favor de

01 junho, 2009

A Justiça

A Justiça portuguesa tem um "cadastro" impressionante, com casos atrás de casos, uns mais mediáticos que outros, mas todos contribuindo para o seu actual descrédito. É consenso geral que a Justiça é o principal pilar da Democracia com letra maiúscula. A nossa democracia escreve-se com letra minúscula, e o seu presente estado comatoso é certamente o principal responsável pelo desânimo e descrença que varrem transversalmente a sociedade portuguesa e que, mais do que a crise económica, serão responsáveis por uma tardia futura recuperação.

Reformar a Justiça não será fácil. Os seus intérpretes têm um forte espirito corporativo, mas sobretudo fica-se com a impressão que os políticos não estão nada interessados em tal reforma, o que é compreensível porque são os poderosos, políticos ou não políticos, que mais ganham com uma situação que lhes dá praticamente imunidade.

A justiça desportiva, sendo como é uma emanação da Justiça comum, não poderia deixar de sofrer do mesmo mal. Os casos abundam, com os "Apitos" a constituirem-se como exemplo a mostrar que a Justiça não pretende ser justa, antes serve para atingir alvos pré-determinados. Por muito que se tenha consciência da morosidade da Justiça - comum ou desportiva - não podemos deixar de considerar espantoso que processos instaurados ao Gondomar e ao Vizela por factos ocorridos na época 2003/2004(!) ainda estejam aguardando decisão que está nas mãos do Conselho de Disciplina da Liga. Qualquer que seja a decisão deste órgão, e dado o modo como se descredibilizou nos processos dos Apitos, ela será sempre olhada com justificada suspeição. Que arranjos, combinações, trocas de favores, estarão por trás de tão demorada decisão? Quem se pretende tramar e quem se pretende beneficiar? Relembro outra vez a frase de um Infante de Portugal, lá pelos séculos XIV ou XV: "Justiça atempada é justiça, justiça que tarda é injustiça". Parece que o problema é como a fama do Constantino, já vem de longe!

p.s. Não gostaria que ficasse a ideia que considero que os juízes são geralmente corruptos ou desonestos. Por opiniões que vou ouvindo, parece que o principal problema é o quadro legal em que eles se movem. Por outro lado, como em todas as profissões, há os bons e os maus profissionais. Há quem pense contudo que estes últimos são em maior número do que aquilo que conviria para uma correcta administração da justiça.

A Linha do Douro, a bitola europeia e ideias de borla para políticos

Os políticos que concorrem às europeias, em vez de andarem por aí aos pinchos a propor coisas ridículas e muito jotistas como erasmus para desempregados , ou à caça de “fantasmas” na marginal de Matosinhos, podiam, por exemplo, ler notícias como a que o Vítor Silva nos trouxe aqui e pensar um bocadinho nas consequências que elas acarretam para este país e, principalmente, para esta região: o completo isolamento ferroviário com a excepção óbvia de Lisboa que terá a sua linha de bitola europeia, estrategicamente e nada por acaso para tráfego misto, que a ligará a Madrid e à rede europeia. Toda a Região Norte ficará eternamente dependente dos cada vez mais insustentáveis camiões ou, em alternativa, terá que andar a passear as suas mercadorias pelo Alentejo (terão que ir de camião até lá porque a linha de alta velocidade que dizem que vão construir entre Porto e Lisboa é exclusivamente para passageiros) ou pela Galiza fazendo centenas de quilómetros absolutamente desnecessários e encarecedores do produto final.

A via mais curta que nos liga a Salamanca, ao nó estratégico de Valadolid e a Madrid é a Linha do Douro. Já existe, não é preciso construí-la. Precisa de ver restabelecida a ligação a Espanha, de ser modernizada e ter um plano URGENTE para a migração para a bitola europeia. A grande questão ferroviária é mesmo a mudança de bitola e o transporte de mercadorias. Os TGV’s são “pão para entreter malucos”.

Eu, e muitos outros, há anos que falamos nisto e manifestamos a nossa preocupação com a total ausência de estratégia para este importantíssimo assunto. Como é muito pouco provável que chegue a presidente da RAVE ou da REFER, e muito menos a ministro ( :-) ), é URGENTE que alguém faça algo.

31 maio, 2009