11 setembro, 2009

Vicissitudes "democráticas"

O arquitecto Correia Fernandes, número dois da lista PS à Câmara do Porto acusa o partido de má gestão a candidatura de Elisa Ferreira, enquanto Elisa Ferreira, 1ª. candidata, defende-se, alegando que Rui Rio tem medo do debate.
Noutro contexto, Alberto Martins, também do PS, jura a pés juntos que a ANA não será privatizada, enquanto o Governo, igualmente do PS, decidiu por resolução do Conselho de Ministros em 2007, que tanto a ANA como o novo aeroporto de Lisboa serão privatizados simultâneamente.
No primeiro caso, o que Correia Fernandes afirma é uma não notícia, porque a má gestão da candidatura de Elisa Ferreira à presidência do município portuense começou pela própria com a asneira de não ousar meter a "carne toda no assador", renunciando desde logo, e em nome do Porto, ao lugar de deputada no Parlamento Europeu. Se o tivesse feito, hoje não haveria grandes dúvidas quanto à sua eleição. Por outro lado o PS, como vem sendo "normal", não teve a mínima competência nem empenho no apoio à sua candidata.
Sobre o caso da ANA e do aeroporto de Lisboa, a confusão continua. O deputado Alberto Martins, com a responsabilidade de líder parlamentar afirma uma coisa, e o Governo do seu partido, diz outra... Bons exemplos.
Se levarmos em linha de conta a mediocridade gémea da oposição, quem pode levar a sério estes políticos que nem dentro dos próprios partidos conseguem entender-se?
Para o comum cidadão, que é mais sábio do que muitos que imaginam andar a governá-los, a conclusão a retirar desta bagunça é simples e curta: eles andam doidos a ver quem "arranja" os melhores lugares! Eles querem olhar pela sua vidinha!

10 setembro, 2009

Os aselhas do remate


Clicar sobre a imagem para ler

Uma semana e pouco depois de um interregno sem postar, com o Prelúdio em E menor de Chopin a pautar o silêncio, aqui estou de novo pronto para a "guerra". Como informei, razões pessoais inadiáveis estiveram por trás do meu afastamento, ocupando-me praticamente o tempo todo, tornando impossível dar continuidade a esta tarefa.
Apesar disso, deu para me aperceber, lá mais para o fim da noite, com uma passagem rápida pela televisão, que os debates políticos se intensificaram com a mediocridade do costume.
Se pelas razões acima apontadas não tive tempo para assistir a estes espectáculos enfadonhos, também começo a não ter paciência nem interesse em vê-los. Já estou cansado da cara e da conversa repetitiva da maioria dos protagonistas e daquela arrogância patética de quem sabe que para convencer é preciso parecer sério, mas nem isso já conseguem fazer.
Com uma ou outra excepção, tenho dos políticos uma fraca imagem de seriedade e com uma baixíssima formação moral. Continuam sem dar sinais de mudar e isso é o pior, porque é mais complicado serem os cidadãos a apontar-lhes o caminho quando eles se recusam a segui-lo. A Regionalização podia ser um desses caminhos, mas eles não querem. Agora, como precisam de cativar eleitorado, lá voltam eles à baila com a Regionalização, mas creio que até o cidadão mais distraído percebe o oportunismo deste interesse "sazonal".
Vou, por isso falar da selecção de futebol. Ou, melhor, vou deixar um recorte de uma carta que escrevi para o jornal O Jogo [antes de se ter vendido a Lisboa], para recordar o tempo passado a tecer elogios às qualidades técnicas dos jogadores portugueses [refiro-me só aos de origem], em que a expressão génio era usada e abusada pelos "jornalistas" do regime sem notarem naquilo que estava - e está -, à vista de todos: técnicamente nós somos uns aselhas a chutar à baliza.
ps - desculpem a qualidade da imagem, mas como podem verificar, a notícia tal como o problema em questão, já é velhinha. Esta carta foi publicada no O Jogo, em Outubro de 1995 mas podia ter sido dez, vinte, ou 30 anos antes...