01 outubro, 2010

Benfica queixa-se ao MAI do FCPorto


Luís Nazaré foi mandatado pelo presidente do Benfica para transmitir ao [benfiquista] ministro da Administração Interna, as suas preocupações com a visita ao Estádio do Dragão em Novembro próximo. O cerne destas preocupações prende-se, alegadamente, com a violência com que habitualmente os adeptos do clube da Luz são recebidos sempre que se deslocam ao Porto...

Esta decisão é tanto mais inédita quanto é conhecida a forma hospitaleira e de grande elevação cívica como os adeptos e dirigentes do FCPorto são recebidos quando vão jogar a Lisboa. Apedrejamentos embrulhados em papel celofane, traumatismos craneanos inflingidos a atletas de hóquei do FCPorto com bastões de basebol de ouro fino, e autocarros portistas calcinados com gasolina de 98 octanas super XPTO, são apenas uma pequena amostra da prova de estima e fair play que os benfiquistas nos dedicam. Isto é factual.

Estamos portanto à vontade para poder deduzir o teor das conversações entre o dirigente benfiquista e o Ministro da Aleanação Interna. Terá sido mais ou menos assim:

Então senhor Ministro, está disposto a ajudar o seu Benfica além da sua fanática presença no Estádio da Luz? 

- Meu amigo, não fale assim que dá um tom promíscuo à nossa reunião. Vamos com calma. Afinal o que é que o glorioso pretende de mim?

- Bem senhor Ministro, para ir directo ao assunto, o que o Benfica quer é que quando formos ao Porto o Governo decrete o Estado de Sítio, para garantir a nossa segurança...

- Aqui não há microfones, podes tratar-me por Pereirinha. Olha pá, a ideia até nem é má, embora me pareça um bocadinho excessiva, mas, deixa ver...

- Ó Náná tu sabes que aqueles gajos do PQFLL [Porto Que Fica Lá Longe] andam desconfiados com a pontualidade da minha presença na Luz, por isso talvez seja mais sensato tomarmos medidas menos drásticas, não é... Que te parece?

- Sei lá Pereirinha, tu é que és o Ministro. E que tal proibir o acesso ao Estádio do Dragão aos portistas  e deixar exclusivamente a família benfiquista assistir ao jogo?

- Não era má ideia não, o Benfica precisa de todo o nosso apoio. Ainda por cima com o Cardozo lesionado, não sabemos se em Novembro já estará recuperado. Mas também proibir os gajos de jogarem no seu Estádio é capaz de ser demais...

- Ó pá, deixa-te de pruridos. Se os "túneis" e o Ricardo Coração de Aldrabão deram resultado, por que é que um jogo à porta fechada para os portistas não há-de dar? Assim, o árbitro pode roubar à vontade. Nós precisamos de pontos e...contos.

- Não Náná, isso está fora de questão! Não te esqueças que eu sou ministro, que tenho de mostrar algum sentido de Estado.

- Então, que propões?

- Decretar o Estado de Excepção ! O glorioso exige-o, e a manutenção do meu tacho também...

- Ó Pereirinha não era mais simples a minha proposta?

- Não, Náná! Num Estado de Direito, um homem de bem não pode reclamar justiça para uns e injustiça para outros...

- Afinal, és um benfiquista descarado, onde está o teu sentido de Estado?

- No Estado de Excepção, pateta!

Combate à crise



 
Fábio Coentrão  [depois de ter desistido de pensar com os pés] , foi à farmácia.


- Bom dia Sr. Antunes, queria uma caixa de supositórios. Distraído, Coentrão pega na caixa e sai
  da  farmácia sem entregar o dinheiro.


- Sr. Coentrão, é pra pôr na conta de sua mãe? - Pergunta o farmacêutico.

 - Não, não Sr. Antunes, é p'ra pôr no cu do meu pai!

Donovan - Atlantis

30 setembro, 2010

Austeridade feita à pressão

Aleluia! Subitamente, fez-se "luz" no espírito dos nossos (des)Governantes! Aí estão elas, as incontornáveis medidas de austeridade! Austeridade que tardou, mas não faltou, embora acompanhada do rol de prejuízos que todas as decisões tardias infalivelmente comportam. Mas não há nada a fazer, os políticos que temos preferem recorrer à fantasia do embuste a agir por antecipação para a resolução dos problemas que eles próprios criaram. Já sabemos que debaixo da manga trazem sempre bem guardada uma crise global, ou paranormal, que utilisam quando a casa já está a arder. No entanto, nem tão utilitário trunfo basta para encobrir a dimensão da incompetência.

Folheando o jornal Público de hoje e passada a primeira página repleta de medidas "salomónicas, lemos logo na seguinte que o Governo vai [finalmente] propor um conjunto de medidas de combate à evasão fiscal, o que significa, tal como com o famoso PEC, que as que "foram" tomadas anteriormente não valeram grande coisa. Limitar a dedução de benefícios fiscais, rever a lei de dedução de prejuízos para facilitar a cobrança são iniciativas que agora serão levadas a sério por antes se terem encarado a brincar... O IVA, que sempre foi dos mais altos da U.E. vai subir 2 pontos percentuais e contribuir para o aumento do custo de vida. Enfim, mais do mesmo.

Mais adiante, no capítulo da Justiça, o Procurador Geral da República continua o combate quixotesco pela permanência do seu vice  alertando a nação para o dramas que o seu abandono constituirá para o Ministério Público.  Verdadeiramente dramático, é sim, o Governo  propor uma alteração ao estatuto dos magistrados do M.P. [ontem chumbada pela oposição] para viabilizar a permanência do referido vice-Procurador - que atingiu o limite de idade -, o que se pode explicar pela dificuldade em encontrar um substituto à altura... Mesmo a título excepcional, este doentio recurso à alteração das leis para ultrapassar dificuldades é a principal razão dos nossos problemas.

Veremos também se o anunciado reforço da prevenção e fiscalização de fraudes na Saúde terão qualquer efeito pratico no futuro. A Associação P. da Indústria Farmaceutica pode não ser a Instituição mais recomendável para se preocupar com as difuldades dos utentes, mas a verdade é que não será a redução de 6% do preço dos medicamentos que lhes facilitará a vida se o novo regime de comparticipações estatais for - como se anuncia -, drasticamente reduzido. Se a ideia é fechar as portas à fraude dos fármacos, louva-se, mas os meios parecem, no mínimo, estranhos... Veremos. 

29 setembro, 2010

“Desconfiamos mais no Norte”, afirma reitor da Universidade do Porto


O reitor da Universidade do Porto, José Carlos Marques dos Santos, teve nos resultados da primeira fase de acesso ao Ensino Superior uma das primeiras alegrias do seu segundo mandato, iniciado há dois meses. A UP foi a mais procurada do país, com todas as vagas preenchidas e algumas das médias mais elevadas. A academia está em alta numa região em baixa, mas recusa o papel principal que, segundo o seu reitor, deve ser político.

O que significa esta grande procura da UP pelos estudantes?

Mostra a atractividade que tem, resultado de uma investigação cada vez mais reconhecida internacionalmente e de um esforço de ligação à sociedade. Uma universidade deve afirmar-se também pelo contributo que dá ao desenvolvimento da região e do país.

Esse prestígio é um contra-ciclo à perda de poder e de influência do Norte?

Pelo contrário, desejamos que seja uma alavanca. Não teria prazer nenhum em liderar uma universidade de referência mundial numa região desfavorecida. Queremos que ela se desenvolva e, na nossa incubadora de empresas, a UPTEC, estamos a trabalhar para criar empresas que podem mudar o paradigma de mão-de-obra barata e criar mais valor acrescentado. Mas é preciso que outros actores também o façam e que haja liderança na região.

Defende a regionalização?

Sim, desde que não seja para criar novos poderes. Tem que ser um governo de pessoas competentes, mais interessadas na região do que nos seus partidos. Temos que evoluir para um governo regional que olhe pela região e que não se importe de perder o poder se estiver a contribuir para o progresso do país.

Os directores das Faculdades de Medicina do Norte, entre elas as da UP, apelaram à construção do Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN), temendo que, sem ele, a formação de médicos fique em risco. Está solidário?

Estou de acordo que o CMIN é necessário. Há qualquer coisa estranha por detrás desse assunto, já se arrasta há tantos anos. Isto é típico da região Norte, passarmos a vida a lutar porque alguém tem uma ideia e outros não querem que ela vá para a frente. Deixemos os interesses particulares e lutemos pelo interesse geral.

Não o conseguir é o pior defeito do Norte?

Nao sei se é o pior, mas há muito disso. Todos desconfiamos uns dos outros e isso no Norte parece mais arreigado. Temos que saber a cada momento abdicar de algo que não é tão essencial e que pode conduzir-nos a uma situação melhor. O CMIN é uma necessidade. Costumo dizer que uma mudança que não tem contra si 15 a 20 por cento das pessoas, não é uma grande mudança. É tão consensual que o avanço é pequenino.

Falando em mudanças, como está a universidade a responder ao apelo do Governo para aumentar o número de portugueses que regressam ao Ensino Superior?

Estamos a responder desenvolvendo a formação contínua, criando cursos de formação para os antigos estudantes. Tem crescido essa procura, mas em Portugal ainda se pratica pouco a formação ao longo da vida. Num encontro, uma universidade francesa contava que tinha 30 mil estudantes de grau e 11 mil de formação contínua, estamos muito longe de atingir esses números, na UP temos quatro mil estudantes em formação contínua.

A quebra nos rendimentos poderá limitar o acesso das famílias com menor poder económico à universidade ?

Aí, é a parte social que tem que intervir. Estamos num país que não produz riqueza, embora o Ensino Superior e a Ciência estejam ao nível dos países mais desenvolvidos. Não podemos reduzir o custo do Ensino Superior porque nos vamos enterrar. O que falta é mudar o nosso paradigma económico para que toda a gente possa ganhar mais.

Fala muito da ligação ao mundo empresarial. A UP já criou cursos a pedido das empresas?

A nossa Escola de Negócios tem tido cursos específicos para empresas e estamos disponíveis para formar quadros para elas. Também estamos abertos a projectos de investigação em conjunto.

Um empresário pode ir à UP e dizer “queria falar com alguém”?

Pode, é simples. Temos uma entidade, a UPIN, que faz a ligação às empresas. Mas têm que saber o que querem, não podem ser problemas para daqui a dois meses, tem que ser investigação estratégica, de médio e longo prazo, como criar um novo produto, podendo até candidatar-se a um programa de financiamento. Fazemos isso muitas vezes e queremos que venham mais vezes.

[Fonte: JN]

28 setembro, 2010

Será que é desta, que o metem na cadeia?

João Vale e Aldrabão
João Vale e Azevedo é acusado no julgamento com início marcado para 12 de Outubro de alegadamente se ter apropriado de quatro milhões de euros do Benfica, resultantes de transferências de quatro futebolistas para clubes estrangeiros.

O despacho de acusação, a que a agência Lusa teve acesso, refere que Vale e Azevedo ocultou um total de 1,4 milhões de libras pelas transferências dos futebolistas Gary Charles para o West Ham e de Tahar el Khalej para o Southampton.

Gary Charles foi transferido para o West Ham por 1,2 milhões de libras, montante transferido a 06 de Outubro de 1999 para conta no Barclays Bank da sociedade Vale e Azevedo & Associados, como comprovou a investigação.

Esta conta era uma das duas que o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa comprovou terem sido utilizadas para os movimentos do clube devido à penhora decretada a algumas contas do Benfica, de 24 de Abril a 13 de Junho de 1998.

A acusação sustenta que Vale e Azevedo "não entregou o acordo celebrado" com o West Ham e "ocultou o recebimento e apropriação de 1,2 milhões de libras, que não figuram assim como crédito" do clube.

A este montante adiciona-se 200 000 libras que Vale e Azevedo deu instruções para que o Southampton transferisse para uma conta na Madeira da Sojifa, empresa titulada pelo presidente do Benfica de 03 de Novembro de 1997 a 31 de Outubro de 2000.

Vale e Azevedo também é indiciado de ter falsificado o contrato de transacção de Scott Minto para o West Ham, possibilitando, de acordo com a acusação, a que fossem pagas despesas "de foro privado", entre as quais "despesas correntes da tripulação e manutenção do iate 'Lucky Me'".

A acusação refere também que a segunda prestação a pagar pelo West Ham, no valor de 500 000 libras, foi paga após a falsificação do contrato de venda de direitos desportivos de Scott Minto.

Na transferência do brasileiro Amaral para a Fiorentina, o montante de dois milhões de dólares "não deu entrada nos cofres da Benfica, SAD, até ao final do mandato" de Vale e Azevedo, que "fez constar junto dos directores" que o clube "não receberia qualquer verba pela venda do passe do jogador".

O antigo presidente do Benfica foi condenado a pena única de seis anos de prisão efectiva no processo de transferência do guarda-redes russo Ovchinnikov e Euroárea, relacionado com a venda simulada dos terrenos sul do Benfica, na Luz, por cinco milhões de euros.
[Fonte: DN]

Nota do RoP-Lembram-se como a "família" benfiquista adulou este vigarista só porque decidiu atacar o Pinto da Costa?
Pelos vistos, os tótós ainda não aprenderam... Agora, estão a fazer o mesmo com LFV, e a "peça" é do mesmo tipo, ou pior...


Scut: empresários do norte e da Galiza ameaçam recurso aos tribunais

Dirigentes de associações que representam cerca de 40 mil empresas do norte de Portugal e da Galiza admitiram hoje, em Viana do Castelo, avançar para os tribunais para impedir a introdução de portagens na auto-estrada sem custos para o utilizador (Scut) do Litoral Norte.

Segundo José Manuel Alvariño, presidente da Confederação Empresarial de Pontevedra (CEP), em causa está o facto de não ser possível pagar as portagens com dinheiro, o que, em seu entender, poderá violar as regras comunitárias.

"Com o euro, pode-se pagar seja o que for em todos os países que aderiram à moeda única. Agora, querem impedir-me de usar o euro para pagar portagens em Portugal. Para circular, tenho de comprar não sei o quê", criticou o empresário.

José Manuel Alvariño falava em Viana do Castelo, no final de uma reunião que sentou à mesa representantes de oito associações empresariais do Norte de Portugal e da Galiza, expressamente por causa da introdução de portagens na Scut do Litoral Norte.

O líder da CEP garantiu que já pediu explicações a Bruxelas sobre a impossibilidade de pagar as portagens com dinheiro, dependendo da resposta o avanço ou não para os tribunais.

"Pode haver uma providência cautelar", admitiu Luís Ceia, presidente da Associação Empresarial de Viana do Castelo, anfitriã da reunião.

As associações presentes manifestaram-se "frontalmente contra" a introdução de portagens na A27 e na A28, por considerarem que não estão cumpridos os requisitos definidos pelo Governo, designadamente o critério índice de 80 por cento do Produto Interno Bruto.

Alegam ainda que aquelas auto-estradas não têm alternativas.

No entanto, e considerando a "hipótese da irreversibilidade" da introdução de portagens, os empresários exigem que a cobrança arranque em simultâneo em todas as SCUT e que o preço por quilómetro seja igual em todas.

Exigem ainda que as isenções anunciadas pelo Governo abranjam todos os veículos empresariais que tenham uma utilização frequente daquelas auto-estradas e que seja possível o pagamento em moeda física ou por cartão de crédito.

Além destas exigências, as associações reclamam ainda a conclusão da A28 até Valença e a extensão da A27 até à fronteira do Lindoso, a ligação por via rápida do concelho de Paredes de Coura à rede de auto-estradas nacionais e a requalificação da Linha do Minho.

"Uma vez que toda a região do Alto Minho não possui alternativas de transportes às auto-estradas", frisam