30 dezembro, 2011

Bom Ano 2012, para os leitores, amigos e comentadores do Renovar o Porto

Tempo para regionalizar?

Aqui há dias um Secretário de Estado ligado à administração do território veio declarar publicamente que os tempos que correm não são propícios à implantação da Regionalização.

Já estamos todos cansados de saber que, segundo os vários governos, há sempre um imponderável que impede a criação das Regiões. Se não é isto é aquilo, se não é aquilo é outra coisa qualquer. Até aqui nada de novo, são notícias requentadas. A realidade é muito simples. Os políticos não querem a regionalização porque isso corresponderia a abrir mão de parte do seu poder absoluto, com a correspondente perda de parte das benesses e regalias de que usufruem sem que, na maioria dos casos, as mereçam. Do outro lado, as populações que seriam beneficiadas com um regime de regionalização anti-centralista, mantêm-se mudas e quedas, numa apatia de lorpas.
Emquanto este panorama persistir, a regionalização será um mito, a cabeça do país continuará a engordar e o resto do território continuará a definhar.

Ao contrário do senhor secretário de estado, eu penso que é precisamente nas actuais circunstâncias que mais se impunha a criação das Regiões, em moldes que teriam de ser largamente discutidos. Regionalização é uma palavra de significado muito genérico sob a qual se podem conceber inúmeros conceitos objectivos. Acho que as várias alternativas nunca foram discutidas a sério. Já é mais do que tempo de o fazer.

Por que motivo penso que estamos em tempo adequado para uma Regionalização? Estou convencido que a actual política de merceeiro que o governo adoptou, nos leva ao desastre. É fundamental aumentar a actividade económica, potenciar recursos naturais, tornar o país atrativo ao investimento estrangeiro. Nós temos recursos potenciais abandonados pelo país fora que o Terreiro do Paço nem com binóculos enxerga. As Regiões, pela proximidade com os problemas e com as potencialidades locais, se tiverem capacidade de decisão estarão em muito melhores condições para tomar atempadamente as melhores soluções do que o poder centralizado embrenhado na sua pesada burocracia, afogado em problemas e pedidos que caem de todo o país, e tantas vezes decidindo baseado em informações que nada tem a ver com a realidade.
Resumindo, necessitamos de um sistema político e administrativo que permita o aproveitamento integral das potencialidades nacionais, em vez do actual sistema que deliberadamente abandona partes enormes do nosso território, transformando-o num encargo em vez de o transformar num contribuinte, por modesto que fosse, para o Produto Nacional.

Isto, em minha opinião, passa por uma descentralização séria que deixe ao Estado as funções de soberania nacional, chamem-lhe Regionalização ou outra coisa qualquer. O nome não é importante, o importante é a delegação de poderes e decisões.

Mas isto é o que o Estado se recusa a fazer. Como resolver esta equação?

29 dezembro, 2011

Movimento Partido do Norte - Convocatória


Press release
Convocatória para conferência de imprensa aberta do MPN - Movimento Partido do Norte, o Partido das Regiões
Sábado 31 de Dezembro, 15 horas, Rua de S.Brás
"Contributo para o desenvolvimento e a criação de emprego em Portugal"

1. De acordo com o Secretário de Estado Adjunto Carlos Moedas, "Fevereiro é o mês decisivo da avaliação da reforma da economia portuguesa" (Público, 29.12).

Do que tivemos conhecimento, os Governos continuam a demonstrar uma consequência de se terem formados tantos juristas no País, dado ser simplesmente um conjunto de articulados legais, que neste momento não serão o detonador do desenvolvimento, pese embora os bloqueios que se corrijam.

Consideramos que temos mais um Governo falho de acções concretas no tecido empresarial e na Economia, porque não os conhecem e não estão vocacionados.

Fica aqui um contributo do MPN, complementar a estas medidas.

2. No MPN entendemos que desde logo crucial uma mudança da perspectiva, considerando-se o mercado interno como prioritário para o nosso desenvolvimento.

Repetimos: o mercado interno!
Exportações, internacionalização e emigração é algo dos genes dos portugueses, nada têm a ver com políticas económicas ou sociais de promoção, que não são necessárias.

A necessidade e o exíguo mercado interno há muito que direccionam as empresas, sobretudo as do Norte e Centro, nesse sentido.

As televisões continuam a encher-nos da Geração Erasmus, mas não estamos aqui a falar de turismo universitário, pago pelos pais das classes alta e média/alta. Mas das situações em que a pobreza e o desespero empurraram muitos para a emigração.

Como criar valor e escala no mercado interno, como captar investimento para Portugal, como fazer crescer a população em Portugal, como contrariar o despovoamento?...

Esse é o tipo de questões que consideramos cruciais.

3.Devemos passar da fase de planos e protocolos para projectos concretos.
Exemplos, entre muitos:

(i) Neste momento, o Brasil envia 100 mil bolseiros para se formarem no estrangeiro (Programa Ciência sem Fronteiras).
Algumas Universidades Portuguesas estão a deslocar-se para este mercado quando a perspectiva deverá ser a de trazer esses estudantes para Portugal.

No Público de 28.12, são referidos casos de estudantes e professores estrangeiros, que na busca do nosso sol, gastronomia e segurança, se impressionam com a qualidade do nosso ensino, que sobe nos rankings internacionais. O objectivo deverá ser trazer esses estudantes para Portugal, para criarem por cá laços, e para gastarem dinheiro cá.

O mesmo em relação ao "rico" país de Timor, que tão mal tem sido tratado pelos responsáveis Portugueses. Há dois anos, tinham 2 mil milhões de euros para investir, ninguém quis! Agora têm mais.Angola e, em breve Moçambique e o pequeno S.Tomé e Príncipe e Cabo Verde, estarão também no Grupo de potenciais imigrantes universitários.

(ii) A "importação" de reformados europeus
Podemos constatar a existência de uma empresa asiática, com participada em Portugal, que poderá colocar, a titulo experimental, centenas de reformados da Escandinávia, Alemanha e Inglaterra em clínicas geriátricas do Norte de Portugal. Como primeiro teste e de imediato.

Adicionalmente, as suas altas reformas induzirão consumo nas zonas em que se instalem.
As outras vantagens estarão na promoção de investimento de valor acrescentado, por assente nas competências de profissionais de saúde e não em serviços de limpeza de imigrantes vindos dos PALOP's, que tem sido o modelo apoiado pelo AICEP para o Alentejo e Algarve.

Este é o modelo de turismo, geriátrico e de saúde, que deverá ser apoiado pelo Estado e seguido pelo sector privado.

(iii) A inevitável protecção do ambiente
Necessária para o turismo, imigrantes reformados europeus, sectores agro-industriais e como protecção de danos para a indústria do vinho do Porto e Douro.

Portugal tem mantido relativamente preservado o seu ambiente e é um factor diferenciador e de atracção, pese embora os atropelos no Algarve, os riscos dos projectos PIN para a Costa Alentejana e o assassino Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hídrico,

Aqui é fácil para advogados e legalistas. Cartão Vermelho!
Parar com o Plano no Tua, Sabor e Tâmega. Ir para Tribunal com quem aprovou licenciamentos ilegais, pagou adiantamento por obras não licenciadas como forma de pressão e criou dívida odiosa em Portugal.

(iv) A reabilitação das linhas ferroviárias
O despovoamento de Trás-os-Montes e Alto Douto está directamente relacionado com o encerramento das linhas do Sabor, Corgo, Tâmega e agora Tua e depois Douro.

Quando deveriam ser potenciadas, e ligadas a Bragança (no caso do Tua) e a Salamanca (no caso do Douro), fazendo-as tocar na Alta Velocidade Espanhola, que passa em Sanábria e Zamora. O mercado emissor de turistas de Madrid ficaria a 1h30 do Património do Douro e de Trás-os-Montes.

Do outro lado, por 23 milhões de euros, a linha do Minho deverá colocar Vigo-Porto a 1h30 de distância e voltar a tocar na Alta Velocidade Espanhola.

Esta "mão ferroviária", articulada com o terminal de Cruzeiros de Leixões e as dezenas de milhar de novos turistas que aí vão chegar, oferecerá os Patrimónios da Humanidade do Porto, Guimarães, Douro, Salamanca e Santiago de Compostela, de forma organizada e integrada, resolvendo o problema do pouco tempo de permanência no Douro e no Porto.A gestão ferroviária deverá ser regional, entregue para já ao Eixo-Atlântico, com mercado liberalizado, admitindo-se a entrada da FEVE e REFE no território português.

(v) A exploração de minério
A reabilitação da linha do Sabor e o licenciamento à Rio Tinto da exploração de ferro, entre outros casos e a título de exemplo.

(vi) A importação de empreendedores e o "intra-empreendedorismo" com spin-offs
Existe um déficit muito grande de capacidade empreendedora e de risco em Portugal, e falta o investimento em dois domínios cruciais e de resultados mais rápidos. Trazer empreendedores para Portugal (será feito a partir de um programa de TV, realizado por especialista nacionais, que procurará locais em Portugal, articulação com artesãos locais de grande qualidade, ambientes natuais de eleição como o Vale do Tua e os Rios Sabor e Tua, e divulgados no estrangeiro) e desafiar as nossas maiores empresas a criaram dentro de si núcleos de empreendedorismo que possam resultar em novas empresas (em preparação pela Sedes Porto).

(vii) A reabilitação low-cost das cidades, por arquitectos e engenheiros das Universidades do Porto, Minho e Aveiro
Desafio aos arquitectos e engenheiros de apresentar soluções e implementá-las, direccionadas para um poder de compra que permita o regresso de habitantes ao centro das grandes cidade, começando pela do coração do D. Pedro IV, o Porto.

4. Deste plano, apenas a reabilitação das linhas ferroviárias e a reabilitação urbana necessitarão de fundos.
Atendendo aos apoios comunitários a 85% e aos já previstos para a Alta Velocidade, seriam mais que suficientes para a "mão ferroviária" do Norte, necessária ao apoio a esta politica de desenvolvimento, que trará mais impostos para bem do país, em vez do desvio destas verbas para a terceira travessia do Tejo, sem benefícios visíveis para o País.

A reabilitação urbana será paga pelos Fundos do Programa Jessica.
Nada se pede que não exista já.

Fica aqui um contributo nosso, porque queremos um País melhor e uma Região mais forte.

José Ferraz Alves
Secretário Geral
Coodenador Empresas e Empreendedorismo

Totoloto - 30º. Sorteio sem 1ºs prémio! E 14º sem 2º.! - E dura, dura, dura...


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PrémioAcertosNúmero de vencedoresValor
1.º Prémio5 Números + Nº da Sorte0(1)
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3.º Prémio4 Números188€ 372,43 
4.º Prémio3 Números8.072€ 4,81 
5.º Prémio2 Números119.456€ 1,95 
Nº da SorteNº da Sorte70.618Reembolso do valor da aposta de Totoloto
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Nº de Bilhetes/Matrizes589.214
Nº de Apostas1.746.308
Receita ilíquida apostas€ 1.571.677,20
Montante para prémios€ 777.980,21
(1) Previsão 1º Prémio c / Jackpot€ 11.100.000,00


Joguem, que a Santa Casa agradece!

28 dezembro, 2011

Jorge Fiel e o centralismo do Terreiro do Paço

Pode parecer estranho aos leitores o que vou dizer, mas estou a atingir um tal ponto de saturação com certos regionalistas de circunstância, que já nem sei se os prefiro a eles, ou a qualquer centralista assumido.

No artigo que ontem aqui publiquei de Jorge Fiel, ele apontava como "nó do problema" da má governação a incapacidade dos nossos políticos de perceberem os efeitos devastadores de várias décadas de centralismo. Mas tal diagnóstico, peca por simpático. Seria importante começar a dar passos de diagnóstico bem mais ousados, como seja, passar a qualificar tais governantes como são tratados os bandidos de delito comum.

Se a história dos factos obriga a reconhecer que os nossos políticos não têm sido sérios, então é porque  eles não são, de facto, pessoas de bem, confiáveis e cumpridoras. Portanto, ao contrário do que fazem os media , não há motivos nenhuns para se manter a parcimónia, e sim para começar a apontar os nomes aos responsáveis, e dizer aquilo que eles efectivamente são. Já é altura de subirmos os degraus da indignação para níveis mais condizentes com a realidade, quanto mais não seja também para habituar os cidadãos a uma exigência de rigor mais cuidada. Os actos cometidos pelos governantes dos últimos anos ultrapassam os limites do razoável em qualquer regime, sendo duplamente grave quando esse regime é democrático, como dizem ser o nosso...

Não há pois, como sair deste círculo vicioso: o pior dos males de todas as crises em qualquer regime, é a crise de valores, da ética e da verticalidade de carácter, que leva os poderosos a consolidar a ideia [convicção], que o castigo não lhes vai bater à porta. A vigarice é um acto criminoso como outros, que sobe de gravidade na relação directa da importância política e social dos seus autores. Em Portugal, a linha de pensamento é exactamente oposta a esta.

Às televisões, rádios e jornais, são os cumplíces e até mesmo os próprios criminosos, que são chamados a comentar o estado do país. O senso democrático dos media não é tão refinado quanto se possa pensar, não admite como válida a opinião do cidadão comum, mesmo que seja sério e inteligente. Prefere ouvir quem não  deve nem provou merecer credibilidade. Nada disto faz sentido. Nada disto permite consolidar nos cidadãos a confiança no regime democrático. Não são os criminosos que devem ser ouvidos. A culpa, não é mesmo de todos, é dos governantes, da comunicação social, porque é cumplíce, e daqueles que continuam a eleger gente demasiado desqualificada e desonesta para comandar o país.

É líquido e sério afirmarmos que os nossos políticos, não têm sido responsáveis, nem competentes. Mas burros, é que eles não são. E é por sabermos que eles não são burros,  que é anedótico pensarmos que eles não percebem os malefícios que o centralismo causa ao resto do país. O que temos suportado, não são políticos meramente incompetentes, são essencialmente, vigaristas e aldrabões. Gente demasiado mal formada, de baixo nível, de moral inferior à própria plebe. Não podemos mais continuar a falar deles como se de pessoas respeitáveis se tratasse, mas como bandalhos que efectivamente são, e puní-los quanto antes. Não lhes é devido respeito, porque só o respeito partilhado é retribuível, e retribuir-nos o respeito é a última coisa em que eles pensam.

Mas pelo que vemos, não é essa a leitura que os media fazem dessa escumalha, caso contrário, poupavam-nos à recolha da opinião de alguns deles sobre o centralismo, como fez ontem o JN. Queremos lá nós saber o que pensam sobre o centralismo, ou sobre a regionalização, pessoas que durante todos estes anos, nunca lutaram abertamente contra, ou a favor, de uma ou de outra coisa? Precisamos lá nós de considerar a opinião de oportunistas da política como José Ribeiro e Castro e Francisco Assis? Ou de deputados, como o Virgílio Macedo do PSD, Honório Novo, do PCP,  João Semedo, do BE, que só abordam o tema do centralismo quando estão no Porto, ao fim de semana, para, mal regressam a Lisboa, logo selarem a boca. De que nos tem valido as suas opiniões em termos objectivos? As coisas têm mudado, porventura? Não! É claro que não mudaram, nem irão mudar nunca, se depender deles. Eles, não querem descentralizar, querem o poder simplesmente, e nessa impossibilidade, querem a manutenção do estatuto [e das regalias] de deputados.

Não nos iludamos  mais com o que esta gente diz, ou pensa, atentemos ao que eles fazem. Eles são essencialmente actores. A mudança não passa por eles, estão acomodados. Pensemos nós em mudar de políticos e de políticas. Estes não dão uma para a caixa. Mas cuidado, o D. Sebastião foi mesmo um mito... 


27 dezembro, 2011

Sobre as galinhas de Tchekov


Alexander Tchekov dedicou toda a vida à titânica e mal sucedida tentativa de ensinar as suas galinhas a entrarem sempre pela mesma porta e saírem por outra. Esta grotesca tentativa do irmão mais velho de Anton, o genial escritor russo, faz-me lembrar os não menos vãos esforços de tentarem fazer o país andar para a frente apostando todos os recursos em Lisboa.


A Grécia, o mais acabado dos exemplos da falência da macrocefalia, iniciou, a instâncias da troika, um processo de desconcentração do poder e descentralização dos recursos, deixando-nos sozinhos, como o único país não regionalizado da zona euro.

Estarmos orgulhosamente sós não preocupa os filhos das fábricas partidárias que nos desgovernam, pois infelizmente eles partilham o egocentrismo daqueles lisboetas que estão convencidos que não têm sotaque (pois tomam o deles como cânone) e a indigência de raciocínio do automobilista que segue na auto-estrada a tentar evitar os carros que lhe aparecem pela frente e que ao ouvir na rádio que há um carro a circular em contra-mão na A5 comenta para os seus botões: "Um?!? São às centenas!".

O nó do problema reside na incapacidade demonstrada pelos nossos governantes - de Soares a Passos, passando por Cavaco, Guterres, Durão, Lopes e Sócrates - em sequer verem que o pecado original está na estratégia de concentrar todos os recursos na capital, na esperança que essa locomotiva reboque o resto do país, o que nunca acontecerá porque Lisboa já há muito que está desengatada das outras carruagens do comboio português.

Quando se está no Terreiro do Paço perde-se a perspectiva do resto do país, que passa ao estatuto secundário de paisagem (ou província). O resultado é o acentuar das desigualdades internas.

Quem olha para o país de fora de Lisboa já percebeu que a chave para o desenvolvimento consiste em repensar tudo e apostar numa cobertura equilibrada do território nacional.

Por que é que Espanha tem dez cidades com mais de meio milhão de habitantes e Portugal só tem dez cidades com mais de 40 mil almas? A diferença de população entre as duas nações não é a resposta, que encontramo-la se olharmos para 1992, o ano em que Madrid foi Capital Europeia da Cultura, Barcelona teve os Jogos Olímpicos e Sevilha recebeu a Expo Universal - e nos lembrarmos que o magnífico Guggenheim, riscado por Gehry, foi para Bilbau.

Chegamos a esta crise devido a uma administração desonesta da riqueza - o alerta não é meu, mas antes do padre Manuel Morujão, o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa.

A macrocefalia de Lisboa é um problema estrutural do país - o diagnóstico não é meu, mas sim de D. Manuel Clemente, que é bispo do Porto mas cresceu e fez-se homem em Lisboa.

O que nos vale a nós, portugueses da província e figurantes da paisagem, é que a questão política deixou de ser central , pois a incompetência dos políticos que só têm ideias com rugas gerou a vitória da economia - e o primado do económico e social.

Quando pioram, as coisas ficam mais claras.*

* Este Fin foi pedido emprestado a Godard

[Fonte: JN]

E dura, dura, dura, dura...



 Totoloto
Sorteio: 093/2011 - Sábado Data do sorteio: 24/12/2011
Chave:911153536+3Ordem Saída:353611159+3
PrémioAcertosNúmero de vencedoresValor
1.º Prémio5 Números + Nº da Sorte0(1)
2.º Prémio5 Números1€ 41.386,05 
3.º Prémio4 Números202€ 256,10 
4.º Prémio3 Números9.654€ 5,35 
5.º Prémio2 Números150.761€ 2,05 
Nº da SorteNº da Sorte168.558Reembolso do valor da aposta de Totoloto
Estatísticas
Nº de Bilhetes/Matrizes736.864
Nº de Apostas2.322.450
Receita ilíquida apostas€ 2.090.205,00
Montante para prémios€ 1.034.651,47
(1) Previsão 1º Prémio c / Jackpot€ 10.600.000,00


É Natal [foi!], ninguém leva a mal. Juro que não é nenhuma perseguição contra a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, mas o certo é que os Jackpots do Totoloto continuam a acumular-se a um ritmo, no mínimo, desencorajador para os apostadores. Se a isto juntarmos, no mesmo período, 13 Jackpots para o 2º. prémio [esta semana só 1 acertou!], é caso para perguntarmos se não estarão a fazer jogo sujo... 

Para mim, tudo isto é muito estranho, e mais estranho ainda me começa a parecer a indiferença [e/ou a distracção] da comunicação social [e também do próprio público].

22 dezembro, 2011

Boas festas e Feliz Natal!


Totoloto - 28 sorteios consecutivos sem 1ºs prémios, e 13 sem 2ºs.!


Apostadores, cuidem-se! O Euromilhões sempre é mais fiável ...


 

 Totoloto

Sorteio: 092/2011 - Quarta-Feira  Data do sorteio: 21/12/2011
Chave: 13 18 19 35 36 + 13
Ordem Saída: 35 19 18 36 13 + 13
Prémio Acertos Número de vencedores Valor
1.º Prémio 5 Números + Nº da Sorte 0 (1)
2.º Prémio 5 Números 0 (2)
3.º Prémio 4 Números 151 € 456,46 
4.º Prémio 3 Números 7.510 € 5,09 
5.º Prémio 2 Números 120.967 € 1,89 
Nº da Sorte Nº da Sorte 152.114 Reembolso do valor da aposta de Totoloto

Estatísticas
Nº de Bilhetes/Matrizes 587.225
Nº de Apostas 1.719.072
Receita ilíquida apostas € 1.547.164,80
Montante para prémios € 765.846,58
(1) Previsão 1º Prémio c / Jackpot € 10.300.000,00

21 dezembro, 2011

Que Porto Canal teremos em 2012?

Só a partir de Janeiro é que podemos ficar com uma ideia da nova linha editorial e programática do Porto Canal, que, como bem sabem, passou a ser gerido pelo FCPorto desde Agosto último. Entretanto, a avaliar pelo crescente número de figuras públicas simpatizantes da Regionalização que ali têm participado em debates e  telejornais, espera-se que a Direcção saiba corresponder às expectativas dos nortenhos e passe a dar mais atenção aos seus problemas e necessidades, que foi coisa que nenhum dos canais sediados em Lisboa [incluindo a estação estatal RTP], fez.

Lamentavelmente, habituados que estamos às piruetas dos governantes, com efeitos secundários em muitos cidadãos, entre os quais se destacam certos jornalistas, talvez seja o momento de recordar as palavras de Domigos de Andrade, actual Director de Programação e Informação do Porto Canal: 

A gestão do Porto Canal “vai estar assente em 2 pilares”, considera Domingos de Andrade: a informação e programação não desportiva por um lado e a desportiva por outro, com Rui Cerqueira a assegurar esse campo, estando prevista uma maior cobertura de diversas modalidades desportivas do FC Porto.

“É um canal generalista, sendo que tem uma missão específica a nível desportivo. O FC Porto quer aproveitar uma estrutura existente para dar à região Porto e Norte do país uma voz, que [hoje] é diminuta. E é uma oportunidade para a região”, declarou Domingos de Andrade. Podem ler o texto restante aqui


Como é legível, Domingos de Andrade, embora sem usar a palavra "regional, ou regionalista", falou simultaneamente em "canal  generalista", e em "dar à região Porto e Norte uma voz, que (hoje) é diminuta". Não me interpretem mal, até porque, como acima disse, só depois de Janeiro  poderemos ficar com uma ideia precisa sobre o rumo que o canal pretende seguir, mas no contexto da realidade nortenha actual, a expressão "generalista" assusta-me um bocadinho. Se por generalista entendermos uma televisão de conteúdos diversificados, com informação de carácter regional e nacional, com programação diferente mas de qualidade, avessa ao lixo do que se produz em Lisboa , de desporto, claro, mas com um cunho acentuado de rigor e [por que não] com alguma originalidade, então, não haverá razões para alarmes. Agora, se "generalista" significar mais do mesmo, e com a mesma gente, aquela que o país profundo conhece de gingeira, mesmo sem querer, então sim, teremos entornado o caldo e a decepção estará instalada. 

Será justo reconhecer, que a anterior direcção, apesar de ter pertencido a um espanhol [Juan Figueiroa], e de não dispor de grandes recursos técnicos e financeiros, conseguiu fazer um trabalho notável, quer em termos de descentralização, quer de programação, coisa que a nado-morta NTV, com portuguesinhos, nunca logrou fazer... Há programas que vêm da anterior Direcção que devem ser mantidos, e vamos acreditar que será  isso que irá ser feito. Mas, outros há, como o "À conversa com Ricardo Couto" [e isto não tem nada a ver com o apresentador], que não podem continuar, pelo menos nos moldes do actual figurino, onde os entrevistados nada trazem de novo, porque são figuras por demais conhecidas do grande público, que nada acrescentam de verdadeiramente relevante à programação e ao público nortenho. 

É claro que o que atrás escrevi presta-se a muitas as especulações. Maldosas... O meu discurso perturba alguns, eu sei. Na óptica subserviente de alguma gentinha de cá, e de lá [de Lisboa], co-responsável pelos progressivos  abusos dos governos centralistas, e pela infame discriminação  lançada à própria região, o que eu quero propor para o Porto Canal, é coisa de "provinciano", ou de quem quer criar uma guerra norte/sul, e coisas do género. Eles sabem bem que o "filme" é ao contrário, mas como cínicos que são, fazem de conta que não percebem que nos estão a maltratar e a chular, como proxenetas.

Muita dessa gente, são políticos e figuras do Norte, certos empresários e jornalistas, que em vez de se unirem, de reclamarem tratamento igual para o Norte, de se submeteram, sem resistência, ao centralismo, adoptaram para si os "valores" e os preconceitos da capital, e censuram quem não lhes segue o passo.

Isto não se trata de ficção, é assim mesmo. Direcções de jornais do norte em Lisboa [Público], edições Norte/Sul no Jornal de Notícias, estações de rádio locais desactivadas, sedes de bancos levadas para a capital , companhias de seguros, instituições públicas, verbas do QREN desviadas para Lisboa, enfim,  nada disto tira o sono àqueles que a esta hora estão a chamar-me radical, ou coisa parecida, apenas porque reclamo o tempo, o espaço e a liberdade que nos são devidos.

Regressando ao tema Porto Canal, o que ambiciono para a região, é uma televisão gerida por Homens determinados, que se saibam soltar das amarras do centralismo e se dediquem ao Norte [não só ao Porto] e às suas gentes, a tempo inteiro. Que sobre política, procurem colher impressões de novos protagonistas, e que esqueçam aqueles que andam há anos a cirandar nos canais da capital, incapazes de promover a ruptura com a escloresada política centralista e de apresentarem novos caminhos para governar a sério o país. Se é para imitar o que se faz em Lisboa, não vale a pena, nós não precisamos.

O Norte será tanto mais forte quanto mais cedo se livrar da influência nefasta centralista, e não é chamando ao Porto Canal pessoas que corroboraram e foram cumplíces do regime que o conseguiremos. Lá mais para diante, daqui a uns anos, quando a região e o país estabilizarem, então abram devagar, e com cautela, as portas do canal à capital, e ao Sul, porque até hoje, de lá para cá, as portas sempre estiveram fechadas. Além disso, o masoquismo pode até ser uma expressão de prazer, mas não deixa de ser um prazer humilhante...

PS-Este post foi enviado, hoje mesmo, para o FCPorto e Porto Canal

Outro, contaminado pela demência

Rangel sugere agência para ajudar portugueses que queiram emigrar

Bem. Por este andar, um dia destes, o governo ainda nos vai arranjar uma agência para nos ajudar a dar um tiro na cabeça.

Temos é de os fazer regressar à escola primária, ou ao infantário...

20 dezembro, 2011

Norte, pobre e desnorteado

Apesar da [global] crise económica e financeira, do lastro destruidor que está a deixar na vida de pessoas e empresas, é possível extrair-lhe alguns pontos positivos. O primeiro, que me parece indiscutível, foi ter servido para, definitivamente [espero bem], revelar à humanidade, que o capitalismo selvagem não é, não foi, nem nunca será o caminho para acabar com a fome e a injustiça social. Outro, foi ter deixado cair a máscara da hipocrisia que os partidos de direita vestiram durante décadas, tentando provrar ao Mundo que eram melhores que os comunistas. Não são. E não são, porque a liberdade que defendem, é uma liberdade mitigada e condicionada pelos seus próprios interesses, sem valia prática para os povos. 

Há determinadas figuras públicas do Norte, com simpatias políticas neo-liberais, pelas quais até nutro alguma estima, e a quem  reconheço algum valor intelectual, que perante a confusão instalada, começam a perder argumentos para continuar a defender o indefensável, que é, ao fim e ao cabo, o capitalismo puro e duro. Mesmo assim, recusam-se a admitir que o regime capitalista é, pela sua própria natureza, anti-social, e que a riqueza que gera raramente se traduz na justiça e no bem estar das populações. Sempre foi assim, e vai continuar a ser, por mais retoques que leve. O grosso da riqueza dos regimes capitalistas tem um único destinatário: a banca internacional. Perdida a vergonha, já se permite mandar na soberania de países como Portugal e a Grécia, sem que os seus defensores locais esbocem qualquer resistência. Passos Coelho, talvez ainda governe a sua casa, mas o país é que nunca governará. De momento,  é um simples subordinado da Troika, que é efectivamente quem dita o que deve e não deve ser feito. Coitado do rapaz... 

Mas, para o Norte do país, o drama é mais denso. A juntar à ditadura da Troika, originada também pela irresponsabilidade de muitos e maus governos, o povo do Norte tem de lidar com a voracidade centralista do Terreiro do Paço e com a vergonhosa degradação genética do que resta das suas elites. Os nortenhos sofrem um duplo desgosto. Não só, não têm um líder nacional, como penam para encontrar um líder regional. É demais, de facto.

Contudo, também lhes cabe parte das culpas. Surgiu o ano passado um Movimento [Pró Partido do Norte], que, independentemete de todas as dúvidas, se propôs constituir uma alternativa para sairmos deste estado generalizado de apatia e de domínio neo-cololianista interno, mas os nortenhos continuaram a confiar em partidos falidos, que já deram provas sobejas de incompetência político-governativa.

Quando assim acontece, que lhes resta mais, senão continuarem a pagar a factura das suas próprias más decisões?  Isto, de "não querer sair de casa, porque pode chover", sai sempre muito caro. É que quando decidimos sair tarde, normalmente, chove mesmo.

19 dezembro, 2011

Informação à DECO sobre o Totoloto

 
 
Este e-mail é uma cópia da mensagem enviada a 12/18/2011 para os nossos serviços, com o seguinte conteúdo:
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Sou administrador do Blogue Renovar o Porto, no qual tenho vindo a manifestar suspeitas sobre a acumulação excessiva de sorteios do Totoloto com Jackpots para o 1º. prémio [26 seguidos], e alguns [12] até para o 2º. Suponho que a questão da casulidade/sorte/azar foi ultrapassada pelos próprios acontecimentos. O que está agora aqui em causa é a seriedade dos processos. Deixo este assunto à vossa consideração. Podem consultar o blogue em: http://renovaroporto.blogspot.com/ Com os melhores cumprimentos

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Data e hora: 18-12-2011 14:34:10
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Nota de RoP:
Depois de ter dado conhecimento ao Jornal de Notícias [sem gerar reacção] do que está acontecer com os Jackpots do Totoloto, enviei também para a DECO informação idêntica. O JN parece não se incomodar com o que se está a passar ...

Palhaçada

No artigo abaixo publicado, Manuel António Pina relativizou, com alguma razão, a polémica gerada à volta das declarações do deputado do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, por ter dito recentemente que "se estava a marimbar para o pagamento da dívida". E fez bem. Os fundamentos, estão suficientemente plasmados no próprio artigo de M.A.Pina, e oportunamente corroborados também nesta crónica, pelo bastonário Marinho e Pinto [a propósito: ainda não enxerguei por que andam eles "picados"].

Mesmo assim, há coisas que um político categorizado nunca deve fazer, que é falar sem ponderar devidamente as palavras, sobretudo quando se trata de declarações públicas. Ora, não sei se por mau contágio, ou falta de sensatez generalizada [estes políticos parecem crianças influenciáveis], o que menos tem faltado ultimamente, são afirmações estúpidas e imprudentes. Mas também já não se justifica grande surpresa com a proliferação de tiros nos pés, porque ainda nos devemos lembrar das palavras dirigidas a uma comunidade de emigrantes portugueses pelo actual Presidente da República que dizia "sentir por eles um grande orgulho"... Mesmo que a ideia fosse dar-lhes outro significado, um Presidente da República nunca devia orgulhar-se de ocorrências que, em síntese, estão na génese da má governação e da incompetência de políticos que, como ele, desde de Abril de 1974, não tiveram arte nem engenho de acabar, ou pelo menos de atenuar, como foi a emigração...

Pedro Passos Coelho, uma criança na política, não fez mais do que imitar o seu mestre Cavaco, e vai daí, toca a soltar nova atoarda, e na falta de melhor, resolveu, também ele, fazer figura de parvo, sugerindo aos portugueses "qualificados" a emigração, que é um modo "simpático" de lhes dizer que com ele, Governo, não podem contar. Agora, imagine-se o que estará reservado* aos portugueses "(des) qualificados"...  Fantásticas e animadoras palavras, sem dúvida... 

Sejamos realistas. Actualmente, é este o nível de qualificação pessoal e intelectual dos nossos políticos, e enquanto aquilo a que só eles chamam Democracia não mudar, enquanto não permitir aos eleitores banir em tempo útil estas nulidades, a Democracia vai continuar a ser, o que sempre foi em Portugal: uma palhaçada. Pior, em muitos aspectos, do que a própria ditadura.

* Vejamos se descubro: talvez uns assaltozinhos a multibancos, ou a supermercados, não? Deduzo portanto, que  a criminalidade irá descer. Desculpem-me, mas só estou a tentar seguir a lógica deste Governo.

Finalmente alguém sensato

                    [Extraído do JN]

O que disse o vice-presidente da bancada do PS e tanta celeuma levantou é o óbvio: um Governo que se preocupasse exclusivamente com os interesses dos portugueses e não fosse um mero núncio local dos interesses dos "mercados" deveria ter como absoluta prioridade a renegociação da dívida.

É hoje claro para quem observa, sem palas ideológicas, a situação portuguesa que nunca conseguiremos pagar a dívida nas condições usurárias que nos foram impostas, as quais, gerando recessão e bloqueando o crescimento da economia, constituem o principal obstáculo a esse pagamento, forçando sempre a novas e sucessivas "ajudas", numa espiral de endividamento cujos resultados estão à vista na Grécia.

Assim, a reestruturação da dívida será, mais tarde ou mais cedo, uma inevitabilidade. Aos credores interessa que seja o mais tarde possível, quando o país estiver já completamente exaurido e sem património que vender ao desbarato. Nessa altura, tudo o que puderem ainda sacar será bem vindo. Aos portugueses interessa que seja já, enquanto ainda dispomos de uns restos de soberania.

A desassombrada afirmação de Pedro Nuno Santos, de que devemos "marimbar-nos para os credores" e usar todas as armas para obter condições que nos permitam pagar o que devemos e sobreviver como país independente, seria o desiderato patriótico de qualquer Governo que não agisse apenas como submissa correia de transmissão dos interesses da Sra. Merkel.

18 dezembro, 2011

E o jackpot do Totoloto dura, dura, dura...

Novo concurso, novo jackpot! E novo 2º. prémio... sem prémio. Não será mais rentável e seguro para os apostadores deixarem de jogar no Totoloto? Já vai no 27º. concurso sem direito a [ 1º.] prémio?!

Totoloto

Sorteio: 091/2011 - Sábado Data do sorteio: 17/12/2011
Chave: 8 11 37 43 48 + 10 Ordem Saída: 43 37 11 48 8 + 10

Prémio Acertos Número de vencedores Valor (Previsão)

1.º Prémio 5 Números + Nº da Sorte 0 (1)

2.º Prémio 5 Números 0 (2)

3.º Prémio 4 Números 122 ...........................................€ 708,60

4.º Prémio 3 Números 7.015 ........................................€ 6,84

5.º Prémio 2 Números 122.241 ....................................€ 2,35

Nota de RoP:
se juntarmos ao acima exposto, o valor irrisório dos 3ºs, 4ºs. e 5ºs. prémios, o caso ganha contornos escandalosos. Hoje mesmo enviei uma mensagem para o site da DECO a denunciar esta situação.


Nº da Sorte Nº da Sorte 138.031 Reembolso do valor da aposta de Totoloto

Estatísticas

Nº de Bilhetes/Matrizes 705.015

Nº de Apostas 2.156.122

Receita ilíquida apostas € 1.940.509,80

Montante para prémios € 960.552,35

(1) Previsão 1º Prémio c / Jackpot € 10.000.000,00



16 dezembro, 2011

John Denver

E o jackpot continua...

Nos tempos que correm parece-me demasiado ingénuo [e perigoso], confiarmos  no estatuto de pessoas e instituições. As razões, todos as conhecemos. Figuras e organismos públicos da mais alta relevância, envolvidas em negócios obscuros de corrupção, são quase o pão nosso de cada dia. Como tal, temos razões acrescidas para exigirmos absoluta transparência, para o modo como são controlados os jogos sociais, como é o Totoloto.

Como tive oportunidade de vos informar em post recente, foram realizados 25 sorteios consecutivos sem aparecer um único totalista com o 1º. prémio, 11 dos quais, inclusivé, sem contemplar 2ºs prémios.

O sorteio da última quarta-feira acumulou novo Jackpot, subindo para 26*o número de sorteios sem totalistas. Será isto normal? Valerá mesmo a pena apostar com tamanhas limitações? Nem o Euromilhões acumula tantos Jackpots seguidos, apesar de jogado por muita mais gente [em 9 países da Europa] e do grau de dificuldade  ser consideravelmente maior  [é preciso "adivinhar" um total de 7 números (5 + 2 estrelas)].

Desculpem-me voltar a este tema, mas uma vez que a comunicação-social parece andar muito distraída com isto [já alertei o JN 3 vezes!], não me importo nada de ser eu a prestar este serviço público [e não precisam de me agradecer :-)].

*Estes 26 sorteios sem totalistas correspondem rigorosamente a um período de 3 mêses de sorteios bi-semanais [de 14/09/2011 a 14/12/2011].

Obs.- A recorrência destes factos parece-me justificar um acompanhamento mais cuidado da parte dos apostadores, porque, o mínimo que se pode concluir, é não valer a pena apostar no Totoloto, dada a estranhíssima raridade dos prémios. Pela minha parte, vou continuar a seguir este quase caso-de-polícia que, a avaliar pelas reacções, ainda não está a levantar qualquer inquietação, ou suspeita...  

Eis a chave do concurso de 4ª. feira última:




 Totoloto

Sorteio: 090/2011 - Quarta-Feira  Data do sorteio: 14/12/2011
Chave:1323374042+9
Ordem Saída:4213374023+9
PrémioAcertosNúmero de vencedoresValor
1.º Prémio5 Números + Nº da Sorte0(1)
2.º Prémio5 Números1€ 29.181,42 
3.º Prémio4 Números279€ 130,74 
4.º Prémio3 Números9.154€ 3,98 
5.º Prémio2 Números119.633€ 1,82 
Nº da SorteNº da Sorte140.155Reembolso do valor da aposta de Totoloto

Estatísticas
Nº de Bilhetes/Matrizes 570.275
Nº de Apostas 1.637.566
Receita ilíquida apostas € 1.473.809,40
Montante para prémios € 729.535,65
(1) Previsão 1º Prémio c / Jackpot € 9.600.000,00

15 dezembro, 2011

BARRAGEM? NO PASARÁ!

1 – A UNESCO no seu relatório ( citado pelo jornal "Público" ). "A barragem de Foz Tua tem um impacto irreversível e ameaça os valores que estão na base da classificação do Alto Douro Vinhateiro como património mundial". Fim de citação.Este relatório resultou de uma visita da UNESCO em Abril. Foi concluido no fim de junho e remetido ao comité ICOMOS que acompanha a UNESCO nesta questão em Portugal, que o remeteu para o as autoridades portuguesas em Agosto, neste governo não-Sócrates...passa Agosto, passa Setembro – o governo entretido a cortar direitos sociais – passa Outubro – o governo entretido a cortar direitos sociais – passa Novembro e entra Dezembro e finalmente este relatório é tornado público...( O governo estaria á espera que passasse despercebida esta bomba nuclear? )

2 – Para facilitar o trabalho ao governo ( mais entretido em cortar direitos sociais que em governar o território ), aqui vai o que é preciso fazer, facilito o trabalho deste atarefado governo:

O mais fácil:

a) Agora é preciso parar as obras da barragem.

( Segundo Joanaz de Mello - grupo ambientalista GEOTA - a concessão da barragem custou 50 milhões de Euros. )

b) Depois é preciso indemnizar as empresas em causa, EDP e MotaEngil

( Segundo Joanaz de Mello, há-de ser cerca de 60 milhões de Euros em indemnizações ás empresas. )

Este ambientalista defende que os custos futuros da barragem a pagar pelos Portugueses na factura da electricidade seriam de cerca de 2 biliões de euros. Ou seja, a longo prazo estamos a poupar 1.940 milhões de euros ( 2 biliões de euros menos os 60 milhões de Euros em indemnizações ).

c) Limpar toda a obra já começada. Remover todos os corpos estranhos entretanto construidos no território.

O mais difícil:

d) Conceber um plano nacional de poupança energética que substitua a energia que se iria gastar e produzir com esta barragem, mudendo assim o paradigma "produzir para consumir" para o paradigma "pensar primeiro para poupar depois".

e) Com as forças publicas e privadas da região do Douro elaborar um Plano Económico.

f) Com a C.P. Elaborar um plano para a reabilitação da Linha do Tua.

g) Concertar com a UNESCO, a "inclusão" no plano Económico, o plano para a Linha do Tua, os planos públicos e privados para o Turismo do Douro e do Tua, as entidades ligadas ao Vinho do Porto, ao turismo, o Museu da Régua, etc...De modo a que uns justifiquem os outros, e se apoiem mutuamente numa planificação económica, cultural, ambiental e "logística" ( transportes) que faça sentido : Tua / Douro /Ferrovia / vinho do Porto / turismo

"Ser realista e Exigir o mpossível":

h) O "impossível" (nada é impossível) é enfrentar os lobbies, claro: Falemos da privatização da EDP em curso, então. Esta barragem e todas as barragens do Plano nacional de barragens "valorizam" a EDP, acrescentando margem de lucro futuro aos abutres - perdão, aos investidores - que se seguirão!! Sem a barragem do Tua no pacote a vender a Alemães, Chineses ou Franceses, a privatização vai sair a um preço mais barato. Pior para todos nós... tanto melhor para o vale do Tua que já existe há milhares de anos e se ri de coisas efémeras que as suas escarpas não são obrigadas a compreender... Coragem, portanto, governo.

Para indemnizar a EDP e a Mota Engil não é preciso coragem. É fácil, é o costume.Estamos habituados.

A barragem já não é um problema do malvado Sócrates, é antes um problema do bondoso Passos Coelho...Continuarão a assobiar para o lado, fingindo não haver problema algum? Barragem ou património!

A UNESCO foi claríssima....

( Parece-me que já oiço alguns Autarcas da região, com a grande visão que os tem caracterizado a dizer "Oh, mais valeu mesmo a pena a classificação? O que ganhámos nós com a classificação até agora?

...A classificação não resolveu todos os nossos problemas ! Somos uns meros caciques e irresponsáveis"

i) Se o governo fechar os olhos á polémica, o Douro é desclassificado. Se o Douro fôr desclassificado vai haver revolta, dor e ranger de dentes. Haverá muito menos turistas ( muitos conhecem e vêm porque a zona é classificada, é um chamariz típico do turismo internacional). Com menos turistas há muito menos economia numa economia já em declínio – não esquecer a situação dramática do corte do benefício aos vitivinicultores que está a estrangular os pequenos produtores ( para gaudio de quem defende a lei da selva do Liberalismo no Douro)...Assunção Cristas, Álvaro e José Viegas: Vocês ponham-se a pau com a questão da barragem do Tua: É uma bomba que vos explodirá nas mãos se o Douro fôr desclassificado. É um dossier que é transversal, é simultãneamente "Transportes", "Economia", "Turismo", "Energia" e tudo junto ao mesmo tempo.

i) Que parte da frase "Ou a barragem ou a classificação" é que a EDP não percebeu? A EDP não percebeu definitivamente a frase, pois, logo de seguida disfarça com "areia para os olhos", chamando um Arquitecto – Souto de Moura ao caso – para embelezar a barragem, fazendo crer que com isso está a dar um passo para cumprir os requesitos da UNESCO...Sem comentários. Somos um bocado burros, sim, mas não tão burros como a EDP nos pinta...

j) Exigir Democracia e responsabilidade aos representantes locais é outra causa dentro da causa:  Como explicar os resultados no Douro de quem luta pelos interesses dos Durienses? Um mistério. Bloco de Esquerda e PCP - PEV têm lutado incansávelmente pelos interesses do Douro em multiplos foruns e os seus resultados eleitorais são fracos.E o que fez o deputado por Bragança (PS) Mota Andrade? Nada pela região. Tudo pelos lobbies. Votou sempre pelo Plano nacional de barragens contra os interesses da região.

E o que fará pelo Douro o deputado da nação Pedro Passos Coelho (PSD) eleito por Vila Real?
 
Pedro Figueiredo]