01 março, 2012

Dias de servidão


 
A tese do aluno bem comportado, o que papagueia a "sebenta" do professor e vai até mais longe do que ele exige, esteve em voga nos governos de Cavaco e deu no que hoje se sabe.
O Governo PSD/CDS adoptou idêntica estratégia de submissão acrítica. Foi humilhante ver os olhos luzentes de alegria com que Vítor Gaspar deu conta ao país que os capatazes dos mercados que, por intermédio da actual maioria, nos governam, lhe deram nota positiva (um 10 interrogado mas, de qualquer maneira, uma nota positiva). E, quando Olli Rehn, depois de umas carícias ("Lindos meninos..."), anunciou ainda mais "desafios" e "sacrifícios", Gaspar há-de decerto ter murmurado: "Venham eles!".

Diogo Feio, eurodeputado do CDS, é um bom intérprete dessa estratégia. Ao "Público" diz que "Portugal é bem visto por ter uma maioria de governo sólida" e uma situação social "pacificada". O único problema, parece, é haver (ainda) direito à greve: "Nós somos observados ao mais pequeno pormenor e cada greve que é feita mancha a imagem de Portugal".

Não mancham "a imagem de Portugal" o empobrecimento generalizado que em tempos o primeiro-ministro anunciou como objectivo político do Governo, o desastre social, os afrontosos números do desemprego, mas o facto de os trabalhadores serem mal comportados e lutarem pelos seus direitos. A sra Merkel deve ter gostado de ouvir, afinal sempre há portugueses "mais alemães do que os alemães".

[Extraído do JN]

E a Santa Casa casa a encher os cofres...

Relembro aos leitores que o último sorteio premiado com o 1º.prémio remonta ao dia 7 de Janeiro deste ano, após um longo "jejum"  de seis meses, de 33 concursos sucessivos com Jackpot. Tudo leva a crer, que outro ciclo extenso de Jackpots espera os apostadores. Até ao momento, já lá vão 15 concursos seguidos e primeiro prémio...nada! Como é fácil ganhar dinheiro à "Santa" Casa da Misericórdia de Lisboa!


 Totoloto
Sorteio: 017/2012 - Quarta-Feira Data do sorteio: 29/02/2012
Chave:311141638+2Ordem Saída:381416311+2

PrémioAcertosNúmero de vencedoresValor
1.º Prémio5 Números + Nº da Sorte0(1)
2.º Prémio5 Números2€ 13.200,33 
3.º Prémio4 Números209€ 157,89 
4.º Prémio3 Números8.436€ 3,91 
5.º Prémio2 Números113.266€ 1,74 
Nº da SorteNº da Sorte71.409Reembolso do valor da aposta de Totoloto
Estatísticas
Nº de Bilhetes/Matrizes534.652
Nº de Apostas1.481.519
Receita ilíquida apostas€ 1.333.367,10
Montante para prémios€ 660.016,71
(1) Previsão 1º Prémio c / Jackpot€ 5.700.000,00

29 fevereiro, 2012

A responsabilidade do Estado, é isto?

É chegado o tempo de nos habituarmos a ligar ao nome "Estado" [conjunto de instituições que têm o dever de controlar e administrar  o país], aos Governos e às pessoas que, durante determinados períodos o representaram, sob pena de contribuirmos para a sua desresponsabilização, que é o que tem vindo a acontecer. Nada nos diz, que se  tivéssemos sido mais conscientes da relação directa entre o Estado, e os governantes  nas respectivas épocas, os políticos se sentissem, tão à vontade como agora, a endossar aos contribuintes o pagamento das crises que eles não souberam ou quiseram evitar [quem não sabe, não quer, ou não pode, demite-se]. O que  está agora a acontecer em Portugal e em vários países da UE, obrigando  povos de países como a Grécia e Portugal a sacrifícios insuportáveis, é uma decisão ditatorial que só revela a falta de consciência cívica e política [mais a nossa que a dos gregos], desses mesmos povos.  

Os representantes do Estado, portanto, os governantes, só deviam ter direito ao exercício da autoridade e exigir o cumprimento dos deveres aos cidadãos, desde que se constituíssem  como exemplo. A autoridade do Estado perde-se sempre que o Governo que o deve gerir e controlar perde a legitimidade moral para exigir a terceiros o cumprimento de obrigações [pagamento de impostos e outras dívidas], e quando não cuida de cumprir com as próprias. Inacreditavelmente, com centenas de comentadores políticos no país a dissertar pareceres sobre "a crise", ainda não vi um que fosse categórico na reclamação das responsabilidades a quem de direito, ou seja, a quem nos (des)governou.

Se aqueles que representam o Estado [são pessoas, e creio que todas baptizadas], fossem responsabilizados pessoalmente pelas más contas e dívidas que deixam para o Governo seguinte,  talvez isto não acontecesse:

  • Estradas de Portugal (EP), acumulou em 2010 uma dívida de 3,446 mil milhões de euros. Mais 117,3% que em 2009!
  • Caminhos de Ferro Portugueses (CP), deve em 2010, 3,445 mil milhões de euros. Menos 0,6% de 2009. 
  • REFER (Rede Ferroviária Nacional), tem uma dívida de 2,6 mil milhões de euros. Mais 43% que 2009.
  • TAP (Transportes Aéreos Nacionais), acumulou 2,3 mil milhões de euros de dívida. Mais 13,6% do que em 2009.
  • Câmara de Lisboa, devia em 2010 mil milhões de euros. Menos 6,1% que em 2009, mas 13,2% do total das dívidas municipais.
                                                                                                                                            [dados do JN]

Esta realidade, deita completamente por terra a teoria dos idiotas que defendem melhores condições salariais para os políticos governarem melhor e ficarem menos permeáveis à corrupção, como se o exemplo que acabámos de ver não provasse exactamente o contrário. Esta lista de caloteiros estatais [há muitas outras], para além de provar que os ordenados pornográficos dos gestores públicos são excessivos, e um roubo claro aos contribuintes, provam também que os governantes não são responsabilizados pelas dívidas que deixaram acumular, tanto criminal como pecuniariamente. Nestes casos, a culpa morre solteira, e ninguém parece interessado em saber que destino o dinheiro destes desfalques levou ...

Ainda querem ser respeitados senhores políticos? Vão-se catar [para não dizer outra coisa]!

28 fevereiro, 2012

O que nos não distingue


Extraído do blogue A Baixa do Porto

De: José Ferraz Alves - "Exemplo de como a Espanha vai evitar Portugal e Grécia"

Submetido por taf em Domingo, 2012-02-26 22:04
Uma pequena grande diferença de política económica e social apareceu esta semana nos órgãos de informação nacionais:
"Espanha incentiva Bancos a aceitarem casas (Jornal de Negócios 23.02) (…) Os Bancos que aceitem a dação em pagamento serão recompensados com benefícios fiscais. Esta é uma das medidas contempladas no código de boas práticas que o Ministério da Economia espanhol pretende implementar para proteger do despejo as famílias de menores rendimento. (...) Está também a implementação de um limiar de rendimento que impede uma família de ser despejada. (...) O objectivo é que a dação em pagamento signifique o fim do processo."
Por cá, nos nossos burgos, no Diário Económico de 23.02, mais da nossa política: "Bancos alargam empréstimos por um ano a sete mil empresas". Sem grandes comentários, mas aceitando e aplaudindo esta medida…
No MPN – Movimento Partido do Norte, sempre dissemos que surgíamos para defesa do Norte e das pessoas, dado que ninguém atendia ao patamar onde está o problema subjacente à crise financeira e depois económica, que é o baixo rendimento disponível das famílias portuguesas, que depois originava o tal incumprimento à Banca e falta de clientes para as empresas no mercado interno. Os nossos “grandes” e teóricos, incluindo os medias, continuam ao nível da capitalização das Empresas e do Sistema Financeiro como soluções para os problemas, caindo-se no ridículo de se perderem casas para Bancos que se estão a ajudar via impostos.
Nós entendemos que, se não sabem qual o problema, também nunca o resolverão. A DECO e os outros Partidos Políticos deveriam olhar para exemplos como este defendido pela Associação Portuguesa dos Utilizadores e Consumidores de Serviços Financeiros (Sefin). Se acrescentássemos que o sistema de rendas que é praticado no pagamento das dívidas deveria ser de amortizações constantes, para que ao fim de 10 anos, num financiamento a 30 anos, se esteja de facto a dever 2/3 e não a totalidade do financiamento, o que evitaria que a dação em pagamento ficasse aquém da divida ao Banco? E que é para estas pequenas coisas que deveríamos olhar? Que nem a Espanha reparou?
Todo o sistema empresarial e financeiro precisa de aprender a partilhar ganhos e a defender a saúde financeira dos seus clientes. Isto é capitalismo social, economia social ou social-democracia nórdica. A Espanha está atenta e mostra que não vão cair nos erros da Grécia e Portugal.
José Ferraz Alves
Secretário Geral,

Que Porto Canal pretende o Júlio Magalhães?

Vamos por partes. Se vivessemos no melhor dos mundos - ou, baixando o nível da ambição -, num país coeso e bem governado, onde um tripeiro se sentisse confortável em Lisboa, sem sequer imaginar ser discriminado na sua condição de portuense e portista, acharia um disparate o que a seguir vou escrever. Como a realidade não corresponde, nem de longe nem de perto, a nenhum desses casos e a discriminação de que vos falo tem várias frentes, talvez importe encararmos o assunto como uma coisa séria.

As frentes dessa discriminação começaram na política, percorreram a economia, cresceram no futebol, e terminaram em toda a sociedade. Os nortenhos, em particular aqueles cujas raízes à região são fortes, sabem muito bem que não há ponta de exagero neste diagnóstico, porque a história não o pode desmentir [a não ser que também a adulterem]. Há registos em vídeo, na rádio e na imprensa do mal que nos tem sido feito. A memória dos factos, evoca-nos imensas declarações de desprezo, de ironia sectária e de conspirações ao Porto/FCPorto de algumas figuras públicas de Lisboa [e outras do Porto], simpatizantes do Benfica, em programas de televisão, para já não falar das infindáveis entrevistas mediáticas para tentar explorar e influenciar o resultado do processo Apito Dourado e a eliminação do Presidente do FCPorto, e por tabela, do próprio clube. E então? A memória já não tem valia?

Tudo o que acima descrevi remeteu-me para uma ocorrência da qual já aqui vos falei e que me começa a preocupar, que é a obsessão de Ricardo Couto em convidar para o programa do Porto Canal, "À Conversa com Ricardo", figuras públicas como as que atrás referi. Se a memória não me falha, Ricardo Couto num curtíssimo espaço de tempo já convidou: a astróloga/tia, Maia, o Fernando Alvim, o António Sala, e muitas outras pessoas de Lisboa, relacionadas com o Benfica, e que ainda por cima não acrescentam qualquer mais valia para o canal. Por este andar, qualquer dia Ricardo Couto vai-nos brindar com a presença de Luís Filipe Vieira,  para fazer umas palhaçadas...

A questão que se coloca é a seguinte: o que é que Ricardo Couto, ou alguém por ele, pensa que pessoas com este "perfil"  podem trazer de verdadeiramente inédito à programação do canal? O que é que estas pessoas têm de especial que o justifique? E no Norte, já se esgotaram as figuras programáveis? Será este o caminho para que aponta o Porto Canal no sentido de dar mais norte ao Norte? Será porventura Pinto da Costa quem selecciona os convidados? E ele, terá conhecimento, por acaso, sobre que tipo de pessoas é que estão a recair as preferências da régie para o programa? Quem as escolherá, afinal? E qual é o papel de Júlio Magalhães no meio destas aberrações/provocações programáticas?

Talvez tenha chegado a altura de alguém de direito transmitir o que se está a passar no Porto Canal a Pinto da Costa, caso contrário, um dia destes até ele, se lá quiser entrar, ainda vai bater com o nariz na águia Glória ou nalgum steward do Benfica.


PS: 
Enviarei para o Porto Canal este post.    

27 fevereiro, 2012

Manuel António Pina [no JN]


E nós a vê-los contratar

Publicado em 2012-02-27

De vez em quando vem a público, e logo é esquecida, a notícia de mais uma dessas inúmeras heterotopias jurídicas que é de uso designar de parcerias público-privadas, através das quais, sempre da mesma maneira, dinheiros públicos acabam em bolsos privados.

Desta vez é a Fagar, empresa de águas e resíduos sólidos de Faro criada há sete anos pela Câmara com capitais maioritariamente municipais e em parceria com a AGS (grupo Somague, detido pela espanhola Sacyr).

Uma auditoria do Tribunal de Contas descobriu que a Fagar representou, de 2006 a 2010, uma hemorragia de dinheiros públicos da ordem dos 3,6 milhões de euros, sendo que, a manter-se a "tendência crescente" de derrapagem, serão precisos 25,6 milhões para reequilibrar as contas até ao termo da parceria entre a Câmara e a Sacyr. O curioso do negócio é o mesmo curioso (chamemos-lhe assim, embora haja palavra mais adequada) de outros negócios do género: os riscos correm todos por conta do sector público; o capital privado, mesmo que a coisa dê prejuízo, tem contratualmente assegurada uma rentabilidade de 8,41% (paga adivinhe o leitor por quem).

Como se vê, não são só os chineses que fazem em Portugal negócios da China. Quando se trata de capital privado a render à sombra da árvore das patacas pública, os nossos eleitos não descriminam ninguém, dos espanhóis da Sacyr aos angolanos do BPN. Até porque o dinheiro não é seu e a impunidade está garantida.

O aplauso não faz sentido sem a contestação

A dificuldade da chamada opinion maker em conviver com os factos tais como eles são, sem lhes acrescentar determinados chavões que depois de muitas vezes repetidos se apresentam quase como verdades irrefutáveis, pode estar na origem da incapacidade de avaliarmos certas coisas com mais naturalidade e menos preconceito.

Ocorreu-me este pensamento após ter assistido ao jogo do FCPorto com o Feirense, onde voltamos a assistir a duas partes distintas do jogo. Uma [a primeira], em que o FCPorto voltou a revelar deficiências técnico-tácticas antigas, onde alguns jogadores se perderam em excessos de individualismo, com a bola a circular lentamente, com passes e desmarcações  previsíveis, contribuindo dessa forma para aumentar a confiança da equipa adversária [foi a jogar assim que o Gil Vicente nos conquistou 3 pontos]...Depois, veio a segunda parte, mais veloz, mais discernida, cujo resultado acabou numa victória preciosa e os respectivos 3 pontos, que nos guindaram para o topo da classificação. E o que é que isto tem a ver com o escrito no primeiro parágrafo? É simples. Na primeira parte, os jogadores jogaram de forma tão displicente que alguns adeptos mais nervosos chegaram a certa altura, não resistiram e assobiaram a equipa  [como sabem, existe uma corrente de opinião que é contra os assobios nos estádios]... 

Vamos lá ver: os jogadores não mereceram aqueles assobios? Os adeptos não tiveram paciência*, e não aguardaram quase toda a primeira parte que o jogo melhorasse? Será que os adeptos para serem bons só devem apoiar a equipa  como seres acéfalos e sem sentido crítico, mesmo quando ela joga mal? Perdoem-me, mas discordo dessa teoria. Um aplauso para fazer sentido tem de ser merecido, o assobio também. O assobio não é mais do que um sinal dos adeptos à equipa e ao treinador, que não estão a gostar do que vêm. 

Não é o meu caso, mas há muita gente que gasta o que tem e o que não tem para ir ao Estádio. Aos jogadores pede-se-lhes, no mínimo, empenho, e ao treinador, capacidade de liderança para o exigir. E não me venham com a conversa do comportamento dos espectadores ingleses, porque estamos a falar de um futebol muito diferente do nosso, onde o grau de exigência do público não tolera o jogo empastado, as paragens sucessivas, o passar exagerado das bolas para trás, e as manhas dos jogadores latinos. A razão do entusiasmo dos ingleses prende-se mais com a dinâmica dos jogos a que assistem do que exclusivamente com as victórias dos seus clubes. O futebol em Inglaterra é suado, tem movimento do princípio ao fim do jogo, e há um espírito de competitividade incomparavelmente superior ao nosso! Eles apoiam as equipas do 1º. ao último minuto porque as suas equipas lutam, quase sempre, com garra e velocidade, não lhes dando tempo e pretextos para bocejarem de tédio, ou para se zangarem com elas. Por isso, lá mal se ouvem os assobios.

O nosso grau de exigência no futebol é proporcional ao grau de exigência política e social. Apesar da União Europeia, continuamos a ser um país atrasado, eles não. Talvez isso explique também a facilidade com que absorvemos determinado tipo de ideias comportamentais que não se esgotam nos campos de futebol. Não estamos habituados a exigir, porque fomos historicamente "formatados" para a permissividade. Somos discriminados pelo centralismo, e deixámos. Agora, também querem amordaçar os adeptos de se manifestarem no futebol. Não! Há o mérito e a incompetência, só um merece ser aplaudido, o outro é para afugentar, e não é com uma postura inexpressiva de atavismo que as pessoas reagem perante o bem, e o mal...

Mas, para que não restem dúvidas, entre uma e outra coisa, enquanto adepto e cidadão, prefiro sempre ter motivos para aplaudir. E ontem, mais uma vez, só a última parte do jogo do FCPorto mereceu o nosso aplauso.

* Como adeptos pacientes não considero, naturalmente, aqueles que mesmo na 2ª parte, depois da equipa ter corrigido alguns erros da 1ª  e de passar a jogar francamente melhor, continuaram a assobiar. Esses são os mesmos que assobiam antes dos jogos começarem, e esses, não devem ser incluídos na classe de adeptos, e sim de fanáticos.

26 fevereiro, 2012

Santa Casa, santa, santa, santa...


 Consultar Sorteios
 
 Totoloto
Sorteio: 016/2012 - Sábado Data do sorteio: 25/02/2012
Chave:1819263039+5Ordem Saída:1930391826+5
PrémioAcertosNúmero de vencedoresValor
1.º Prémio5 Números + Nº da Sorte0(1)
2.º Prémio5 Números2€ 17.251,46 
3.º Prémio4 Números272€ 158,56 
4.º Prémio3 Números11.431€ 3,77 
5.º Prémio2 Números152.356€ 1,69 
Nº da SorteNº da Sorte183.235Reembolso do valor da aposta de Totoloto
Estatísticas
Nº de Bilhetes/Matrizes658.220
Nº de Apostas1.936.191
Receita ilíquida apostas€ 1.742.571,90
Montante para prémios€ 862.573,09
(1) Previsão 1º Prémio c / Jackpot€ 5.400.000,00