05 abril, 2012

Por falar em Orelhas


Duas coisas são   infinitas:

O universo e a estupidez humana.
Mas, no que respeita o universo, ainda não adquiri a certeza absoluta
Albert Einstein


E a anedota do ano é:

O Orelhas Calimero






Luís Filipe Vieira vai à FPF protestar arbitragem de Londres


e a paródia continua aqui

Europa e Regiões [Austria]



A  Áustria é  uma república parlamentarista subdividida em nove estados fedrais ou regiões autónomas. Cada um destes estados está dividido em distritos e cidades. Cada terra tem um executivo com poderes não expressamente atribuídos ao governo federal, e um parlamento que elege o executivo e está autorizado a legislar em todas as matérias que não são reservadas constitucionalmente ao Estado.

Os distritos estão divididos em municípios. As cidades partilham as competências dos estatutos de município e distrito. Os estados não constituem divisões meramente administrativas; dispõem de autoridade legislativa autónoma em relação ao governo federal.
  • Tem uma área de: 83.879 Km2
  • Uma população de: 8.393.600 habitantes
  • Um PIB de: US$ 330,496 mil milhões

04 abril, 2012

Porto Canal, a despertar da hibernação? Se sim, ainda bem!

Enfim, já não era sem tempo! O FCPorto lá se decidiu a reagir às últimas notícias venenosas dos mesmos patifes de sempre [eufemisticamente conhecidos por jornalistas] que, como vem sendo hábito, desde há muitos anos, mais não visam do que desestabilizar o clube e o seu grupo de trabalho. A inveja tem destas coisas.

Fez muito bem Pinto da Costa, tal como nós aqui reclamávamos, usar o Porto Canal para desmascarar este tipo de situações, porque é também para isso que a televisão serve, tanto mais, num país onde a democracia a nível da comunicação social [e não só], está praticamente dominada pela mediocridade. Só ainda não morreu porque os portugueses continuam de costas voltadas para as questões de cidadania, sempre à espera que um D.Sebastião qualquer lhes resolva os problemas. Assim - custa-me dizê-lo -, têm o que merecem. A este propósito, nunca será demais recordar a petição que eu próprio lancei na Net no sentido de responsabilizar a direcção da RTP pela forma sectária e discriminatória como trata o FCPorto, e que em 3 mêses só conseguiu angariar mil e poucos votos... 

Portanto, saúda-se o regresso de Pinto da Costa à combatividade que lhe é peculiar e que fez dele o melhor dirigente português de todos os tempos e, sem exagero, um dos mais argutos do mundo. Mas, atenção, é preciso continuar esta luta, porque os nossos adversários há muito que esqueceram essa condição para se transformarem em nossos inimigos, e impiedosos. Por isso, inventaram o Processo Apito Dourado, que apesar de ter redundado para os autores num vergonhoso fracasso em termos jurídicos, não deixou de causar alguns incómodos ao Presidente do FCPorto, com cansativas deslocações a tribunais e as consequentes mossas na sua imagem. Com o Porto Canal atento e reactivo a estas frequentes investidas, talvez consigamos finalmente embaraçar seriamente os nossos inimigos. Levará o seu tempo, mas pode conseguí-lo. 

Curiosamente, ontem, Pinto da Costa falou no Porto Canal, e muito bem, nas constantes aldrabices publicadas pel' A Bola, hoje também reproduzidas parcialmente no Jornal de Notícias, onde desmentiu a saída de Victor Pereira, mas abordou igualmente as falsas notícias sobre entradas e saídas de jogadores, citando, por exemplo, o nome de Michu Pérez, jogador do Rayo Vallecano do qual diz nunca ter ouvido falar. Pois, é verdade. Mas é também verdade que a mesma notícia foi transmitida, quer pelo próprio JN, quer pelo jornal O JOGO de Joaquim Oliveira. Como se constata, mais uma vez, em matéria de comunicação social ninguém se safa, imitam-se uns aos outros para vender.

É verdade que o jornal A Bola é um nojo, e a mim incomoda-me sobremaneira saber que portistas como Rui Moreira e Miguel Sousa Tavares continuem a escrever nesses pasquins com o argumento de ser o jornal desportivo mais lido do país e como tal, poderem defender o FCPorto do lixo tóxico que lá se produz contra o clube. A mim, surpreende-me que, portistas com a credibilidade e o portismo que lhes reconhecemos continuem a cooperar com um jornal cuja linha editorial é manifestamente hostil ao FCP, e que nunca tenham pensado em se aliarem, numa acção de veemente repúdio contra esse estado de coisas, desistindo em bloco de colaborar com esse pasquim [é assim que ele é conhecido entre os portistas], enquanto o alinhamento não fosse alterado para padrões de outro nível. Sinceramente, não consigo compreender tal estratégia.

E, se os adeptos têm absoluta razão em chamar pasquim à A Bola, talvez ajude avivar a memória de alguns, ou esclarecer o grande público do que é afinal um pasquim:


1. Publicação difamatória.

2. [Depreciativo]  Jornal de baixa qualidade, sem importância. = JORNALECO




03 abril, 2012

Os rostos parlamentares da «anti-corrupção»...

Este é o Pedro Pinto [PSD]

Este é o Frasquilho [PSD]

Este é o Mesquita Nunes (CDS/PP]

Chamem-lhe populista chamem!

Nós e o país das túlipas

Países Baixos
Regressando  ao  tema da  Regionalização, aos poucos,  tentaremos  desmontar o  estigma dos "tachos" germinado pelos centralistas com o  objectivo de  afastar  "a paisagem"  [leia-se, o resto  do país], da causa...   
Há países que, pela sua  natureza  específica e  dimensão, não estão divididos  em regiões,  por  tal  não ser possível,  nem  desejável, apesar de não  negligenciarem a sua  diversidade. Contudo, importa não haver confusão entre as suas várias facetas, geográfica, política, jurídica,  identitária e  administrativa.  Estão  nesse  grupo  pequenos Estados como:   
Andorra, Liechtenstein,  Malta,  Mónaco, San Marino, etc.
Simultaneamente, a política de distribuição dos fundos estruturais da UE para projectos, obrigou alguns estados à criação de novas regiões, que às vezes são simplesmente inventadas, a fim de adaptar a sua organização administrativa às normas da UE . Muitas dessas "regiões" não servem a nenhum outro objectivo e, consequentemente, não são regiões autónomas, como os discutidos no relatório, aqui referenciado neste post.

A Albânia, Andorra, Arménia, Azerbaijão, Bulgária, Croácia, Estónia, Grécia, Islândia, Irlanda, Letónia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Mónaco, Montenegro, Noruega, Roménia, San Marino, Eslováquia, Eslovénia, Suécia, a Antiga República da Macedónia e a Turquia, não têm regiões politicamente autónomas , embora alguns deles tenham sub-divisões administrativas do Estado ou subdivisões que existem para estatísticas, planeamento ou, em estados membros da UE, para  atribuição de fundos estruturais. Contudo, é interessante notar que nalguns destes países, está em andamento um processo de regionalização [a Grécia já o concretizou].


Por outro lado, é um facto indesmentível que as regiões autónomas estão muito difundidas nos países maiores da Europa. Mais de vinte estados tiveram que adoptar algum tipo de autonomia regional, fosse ele específico para uma determinada área geográfica, ou de carácter geral, como em estados federais.
As regiões destes países são extremamente variadas, com graus muito diversos de autonomia e muito diferentes em características jurídicas e políticas. Embora não se possa generalizar, esses estados podem ter usado diferentes tipos de estatuto de autonomia para resolver históricas reivindicações territoriais ao poder, ou problemas culturais de identidade e  política.
Há quem argumente com a dimensão geográfica do país para justificar o desinteresse pela  Regionalização, ainda que sem fundamentar de forma séria esses argumentos. Só para dar um exemplo:

Portugal Continental tem:
  • uma área de 89.015 Km2 
  • uma população de 10.047.083  habitantes
  • um PIB de US$ 247.037 mil milhões 
e os Países Baixos [a Holanda como indevidamente é conhecida] : 
  • uma área de 41.528 Km2
  • uma população de 16.570.613 habitantes
  • um PIB de US$ 676.895 mil milhões
Ou seja, os Países Baixos que são constituídos por 12 províncias, cuja organização corresponde a uma forma aligeirada de regionalização sem poderes legislativos, mas com algumas competências próprias, não só têm uma área territorial que é metade da nossa, como têm 6 milhões de habitantes a mais que nós, e um PIB incomparavelmente superior a Portugal, que, insiste em manter-se enfeudado ao centralismo. 
Concluindo: política e economicamente, não temos uma única vantagem em relação aos holandeses, excepto talvez o clima, que felizmente [digo eu] ainda não depende de nenhum ministério... 

02 abril, 2012

Em 213 anos, a qualidade de vida melhorou assim tanto?*

Almeida Garrett
E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infância, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico?

Almeida Garrett, 1799-1854





* Mas, é claro que sim! Teriam respondido os Mexias e os Catrogas, se nos estivessem a ler... 

01 abril, 2012

A directoria do Porto Canal será masoquista? Ou andará a dormir?

Esqueçamos, ou melhor, descontemos para o caso aqueles nortenhos desintegrados, sem espinha dorsal nem raízes, que não sentem mas tudo consentem aos centralistas, porque são tão bons ou piores do que eles. Não os ignoremos no entanto, e registemos na nossa memória, para justiça futura, os seus rostos e os seus nomes. 

Já agora, aproveito para recomendar à actual direcção do Porto Canal uma reflexão profunda sobre aquilo que pretende fazer do projecto de televisão para o Norte, porque ao que vejo, anda de portas escancaradas para esse tipo de criaturas, enquanto as mantém fechadas para pessoas que nunca renegaram as suas origens nem se venderam ao centralismo. Só para citar um caso [negativo], sugiro que não repita a gracinha de convidar o socialista Renato Sampaio e outros como ele, para falar sobre a regionalização, visto não ter deixado dúvidas a ninguém sobre a aversão que tem à causa, conhecidas que são as suas posições de apoio ao anterior governo PS, tão centralista como o governo actual do PSD.

A citação ao Porto Canal, parecendo a despropósito não é. De facto, continuamos a não usar o canal para denunciar determinado tipo de condutas anti-democráticas que a RTP - canal pago com o contributo dos contribuintes -, continua a praticar com o FCPorto. Estas condutas vergonhosas continuam a ser uma constante na RTP, e contudo, parecem passar despercebidas à direcção do Porto Canal. 

Hoje, no telejornal da noite, o jornalista começou a informação desportiva informando o resultado do jogo do Sporting com o União de Leiria acompanhada de algumas imagens. Logo a seguir, quando anunciava a victória do FCPorto sobre o Olhanense, e olhava para o monitor esperando pelas respectivas imagens, as que apareceram nos écrans foram as do jogo entre o Benfica e o Braga e os comentários da praxe do bajulado treinador dos vermelhos de Lisboa. A seguir, passou ao automobilismo e do FCPorto, nada! Nem um pedido de desculpas.

Ontem, durante a transmissão do "programa desportivo" onde participam João Gobern e Bruno Prata, aconteceu algo hilariante: o resultado entre o Braga e o Benfica mantinha-se ainda empatado 1-1, quando inadvertidamente, as imagens mostraram o anafado comentador benfiquista a levantar com inusitada exuberância [via-se que se sentia em casa] o braço pelo golo que acabaria por dar a victória ao seu clube, provando a quem tinha dúvidas, o facciosismo reinante naquela casa, paga também com o dinheiro dos contribuintes de outros clubes...

Se comportamentos deste nível não são suficientes para se ter uma ideia do sectarismo instalado impunemente na RTP, não imagino quais podem ser. Mas, o Porto Canal, mais uma vez, deixou passar...Não há dúvida, somos Porto. Mas que Porto?

Dia das mentiras? E os outros 364?

Manuel António Pina
Hoje, oficialmente o dia das mentiras, proponho um desafio ao leitor, adivinhar quem repetidamente afirmou aos portugueses, olhos nos olhos e sem corar: «Nós não dizemos hoje uma coisa e amanhã outra.»

Talvez o leitor (e eleitor) precise de algumas pistas. Foi a mesma pessoa que igualmente afirmou: «Dizer que o PSD quer acabar com o 13º mês é um disparate»; e ainda: «Do nosso lado não contem com mais impostos»; e ainda: «O IVA, já o referi, não é para subir»; e ainda: «Se vier a ser primeiro-ministro, a minha garantia é que a [carga fiscal] será canalizada para os impostos sobre o consumo e não sobre o rendimento das pessoas»; e ainda: «Eu não quero ser primeiro ministro para proteger os mais ricos»; e ainda: «Que quando for preciso apertar o cinto, não fiquem aqueles que têm a barriga maior a desapertá-lo e a folgá-lo»; e ainda: «Tributaremos mais o capital financeiro, com certeza que sim»; e ainda: «Ninguém nos verá impor sacrifícios aos que mais precisam»; e ainda: «Não quero ser eleito para dar emprego aos amigos»; e por aí fora, que um ano é muito, muito tempo e a memória é curta, muito curta. 

Por algum motivo, o Dia das Mentiras é, nos países anglo-saxónicos, o April Fool's Day. Isto é, o Dia dos Tolos. «Tolos» são aqueles que acreditam nas mentiras inofensivas que, parece que desde a introdução do calendário gregoriano em França, no século XVI, mudando de 1 de Abril para 1 de Janeiro as festividades do Ano Novo, é tradição os media e os brincalhões dizerem hoje e logo desmentirem. E os que, num país onde já se realizaram, desde 1974, milhares de eleições, continuam a acreditar piamente em mentiras ditas em campanhas eleitorais e a levar a sério os mentirosos? (Outra pista: na pessoa que disse em campanha eleitoral todas as mentiras antes enunciadas  votaram em 5 de Junho do ano passado nada mais nada menos do que 2 159 742 portugueses...)

Fará sentido, num país onde profissionais da mentira mentem todos os dias do ano (e não falo só de políticos, falo igualmente de certos media), existir um Dia das Mentiras? Não seria mais apropriado existir antes um, um só que fosse, Dia das Verdades?

Nesse dia, ao contrário do resto do ano, só se diziam mentiras irónicas e improváveis que ninguém levaria a sério. Por exemplo: que a Dra. Manuela Ferreira Leite descobriu que é insuficiente renal crónica e agora defende que a hemodiálise para doentes com mais de 70 anos deve ser gratuita; ou que o Dr. Eduardo Catroga irá doar aos pobres e desempregados o seu salário de 639 mil euros na EDP porque a modesta pensão de 135 mil euros já lhe chega; ou que o trabalhador Américo Amorim vai finalmente sindicalizar-se; ou até que o árbitro Bruno Paixão decidiu ir a pé-coxinho a Fátima como penitência pelos pecados por pensamentos, palavras e, sobretudo, por obras cometidos no Gil Vicente-Sporting.

Nesse dia das Verdades, ou Dia das Mentiras Inacreditáveis, políticos, jornalistas e cidadãos comuns, só mentiriam a brincar ou, para variar (porque mentir sempre também cansa), apenas falariam verdade; os comerciantes cobrariam apenas o preço justo e revelariam aos clientes os defeitos dos produtos vendidos; os farmacêuticos diriam aos doentes acerca de certos medicamentos: «Beba um copo de água que faz o mesmo efeito»; os economistas com lugar cativo nas TV confessariam quando questionados sobre soluções para a crise: «Não faço a mínima ideia»; e Vitor Gaspar repetiria que Portugal voltará aos mercados em 2013 mas acrescentando: «Se Deus e a Sra. Merkel quiserem, claro...»

Talvez, quem sabe?, alguns acabassem por lhe tomar o gosto. À verdade, digo eu.

Nota de RoP:

Se o que esta brilhante crónica retrata, não correspondesse à mais profunda [mas lastimável] realidade, se não fosse uma súmula de factos, apenas requintados com umas pitadas de ironia, não me teria dado ao trabalho de a transcrever, letra a letra, sílaba a sílaba, uma vez que foi publicada na revista Notícias Magazine, incluída no JN de Abril, não me permitindo por isso a comodidade da colagem. 

Acrescentaria apenas que, a constatação e denúncia destes factos já não nos devia contentar o ego da nossa liberdade. Afirmá-lo, e escrevê-lo publicamente, já não devia bastar-nos. Numa Democracia adulta e séria  [cá está ela outra vez, a seriedade), há outra etapa a percorrer:  exigir que o crime passe a ter o respectivo castigo. Porque, mentiras desta gravidade, são pura traição à Pátria.