30 novembro, 2013

A bola queima!

Contrariando aquilo a que me tinha proposto há uma semana, que era não voltar a assistir aos jogos do FCPorto enquanto não tivesse sinais de melhoras, acabei por ver  o jogo de hoje com a Académica que mais pareceu um  filme de terror.  Fiz muito mal, permitir que a curiosidade cedesse lugar à razão, porque o que é facto, é que não se vislumbra qualquer evolução na liderança de Paulo Fonseca, nem na qualidade de jogo da equipa. 

O que começa verdadeiramente a surpreender-me não se limita a isto, mas mais à capacidade e rapidez com que Paulo Fonseca está  a destruir uma equipa que apesar de não estar a jogar bem, ainda é constituída em parte por alguns dos jogadores que já foram campeões nacionais e que ganharam há bem poucos anos troféus internacionais. Esse é o meu maior espanto.

Nem o penalti falhado de Danilo, e a angustiante repetição de maus passes, da falta de fio de jogo, da perda de capacidade de drible, dos maus cruzamentos, da deficiente pressão e a atrapalhação geral, me faz colocar nas costas dos jogadores a responsabilidade por tanta incompetência. Neste contexto específico, a responsabilidade pertence exclusivamente ao treinador, agora no da contratação do treinador, a culpa vai toda para a SAD e para o Presidente Pinto da Costa. Foi um flop e dos grandes!

Com esta derrota, se o treinador não se demitir ou não for demitido em tempo útil, o FCPorto arrisca-se a fazer a pior época dos últimos anos e a deixar de receber as preciosas verbas da Champions com que costuma financiar-se. Mesmo porque quem vier a seguir [se vier] para ocupar o lugar do actual treinador, terá uma tarefa muito ingrata para resolver, que consiste na dupla responsabilidade de recuperar a equipa técnica, táctica. e principalmente, psicologicamente!

Agora é a valer, enquanto Paulo Fonseca for treinador do FCPorto não vejo mais futebol.



Porto Canal - Homepage

OUTRA DECEPÇÃO!

Bem podem os dirigentes portistas reclamar das reacções de desagrado dos adeptos que ninguém lhes dará razão, exceptuando talvez o pessoal assalariado que vive à custa do clube e não quer desagradar à entidade patronal que lhes paga. Aliás, creio que tirando uns quantos energúmenos que nunca estão bem com a vida que têm, os adeptos, incluídas as claques, são quem mais tem apoiado o clube em todas as modalidades, mesmo quando as coisas não correm bem.

Por falar em pessoal assalariado, confrange ouvir os comentários posteriores aos jogos no Porto Canal. Então, José Fernando Rio, o comentadorde serviço, usa e abusa na forma como branqueia as últimas exibições do FCPorto. Para ele o FCPorto nunca merece perder e tem sempre azar. É impressionante como este canal se está a parecer com os canais lisboetas! Ontem, por exemplo, no mesmo momento que a equipa exibia uma das piores exibições de sempre, o Porto Canal mostrava pela enésima vez o golo do Kelvin que deu a victória sobre os vermelhos e o campeonato sobre a linha ao sortudo do Victor Pereira, o que em vez de animar os adeptos, ainda os irrita mais.

Lamento ter de dizê-lo, porque respeito o trabalho de Pinto da Costa como poucos, mas considero que, a par do futebol, os erros de casting estendem-se à escolha de Júlio Magalhães para director geral do Porto Canal. Sugiro àqueles que já desistiram de sintonizar o canal que lá voltem para verem a seca que oferecem aos espectadores com gravações constantemente repetidas, sem apresentarem um simples pedido de desculpas. Mas o pior, é que, enquanto nos impingem gravações, falham redondamente na informação sobre a transmissão dos jogos das modalidades.

Se cada vez que sintonizo o canal me impingem imagens de programas repetidos à náusea, por outro lado quase omitem o que mais interessa aos espectadores, como por exemplo o horário dos jogos das modalidades, que esses sim, deviam ser mais divulgados. Por essa razão vi-me privado de assistir ao fantástico jogo de andebol e à consequente victória sobre os dinamarqueses do Kolding.

A direcção do canal anda alheada destes problemas e parece estar mais interessada em chamar ao canal políticos fracassados [quererá regenerá-los?], ou os betinhos da socialite lisbonense, do que informar os portuenses e os nortenhos em geral dos temas que lhes interessam. Sobre questões relacionadas com a regionalização, já não se fala mais...

Eu que tanta esperança tinha, e que até elogiei inicialmente este projecto, apesar de mal o conhecer, sinto-me completamente defraudado. À imagem da actual equipa de futebol, o Porto Canal é um canal de televisão sem vida [apesar da alegre Maria!], sem alma, nem conteúdo. Pobre, paupérrimo!

Afinal, quanto estará a ganhar Júlio Magalhães no Porto Canal para não se envergonhar de escrever para um pasquim que odeia o FCPorto, como é o Record?

28 novembro, 2013

Criticar o FCP construtivamente

Opostamente ao que se diz, o FCPorto da era Pinto da Costa não habitou mal os adeptos, habituou-os até muito bem, isto é, a ganhar. Sempre gostava de saber se haverá clube ou dirigente que não queira criar esse "vício" nos seus adeptos...

Quando digo ganhar, não estou só a falar de jogos, falo de ganhar troféus, campeonatos, dentro, e fora de portas. Ah, e contra vários adversários, além dos tradicionais que jogam futebol, também contra uma comunicação social sectária  e manipuladora, com epicentro em Lisboa e várias sedes no resto do país. Se lutar contra todos estes adversários com armas tão desiguais e mesmo assim vencê-los não é tarefa árdua, e por isso louvável, então o que será?

É deste lado complementar do problema que muitos adeptos portistas se esquecem quando as coisas começam a correr contra o que vem sendo habitual, que  é ganhar e jogar bem, e desatam a bater em tudo e a duvidar de todos, incluindo do melhor [e menos rico] presidente de clubes de futebol que há no mundo. Sem se darem conta, criticando destrutivamente o clube, não estão mais que fazer o jogo dos nossos adversários, para não dizer talvez de forma mais apropriada, inimigos.

Basta ler o que venho escrevendo ultimamente sobre o FCPorto para se ver que, como adepto portista também não estou a gostar do futebol actual do clube, que também faço as minhas críticas. Afinal, mais não é do que a expressão sincera do que penso da situação, que consiste, resumidamente, em responsabilizar as partes por ordem hierárquica. Agora, mesmo discordando de uma ou outra má decisão, a gratidão pelo que já fez Pinto da Costa pelo clube, manda que o bota-abaixismo fanático não faça parte do "cardápio"...

Mais do que no futebol, é na comunicação - agora, que o clube dispõe de um canal de televisão -, que a estrutura directiva está a falhar. É uma ferramenta preciosa que não está a ser devidamente aproveitada para fazer mais e melhor, mesmo no âmbito dos conteúdos desportivos. Diria mesmo que o Porto Canal de Júlio Magalhães está em certos aspectos, pior do que quando era dirigido por Bruno de Carvalho, que ainda por cima é benfiquista... Falta um contraditório saudável, faltam novos programas, criatividade em full-time.
                                                                                                                                    

26 novembro, 2013

Um FCPorto irreconhecível

Não é esta a imagem de marca do FCPorto
Uma vez mais ficou provado que o FCPorto de Paulo Fonseca está totalmente descaracterizado dos aspectos principais do seu ADN: não tem confiança, não joga, não controla, não marca, nem impõe respeito ao mais débil dos adversários. Os eternos "optimistas" dirão que não é bem assim, que estarei a exagerar, mas eu que sou realista digo as vezes que forem precisas, este Porto pertence ao passado, ao tempo  anterior a Pinto da Costa.

Não posso aceitar que um treinador diga publicamente que os jogadores pecaram na finalização sem perceber que é da sua responsabilidade a resolução desse problema como de todos os outros, sejam eles de ordem técnica, táctica como psicológica.

Mais uma vez, os jogadores entraram completamente nervosos, temerosos, o que significa que P. Fonseca também não sabe prepará-los psicologicamente, nem motivá-los mesmo para os jogos de menor importância. Agora, a Champions é quase uma miragem, só um milagre tornará a manutenção uma realidade.

Sendo eu um grande admirador de Pinto da Costa por tudo o que de bom trouxe ao clube, tenho de admitir que a aposta neste treinador, de recurso ou não, está comprometida. Talvez tenha chegado a hora de mudar o paradigma dos treinadores baratinhos do tipo aposta de totoloto, porque os tempos são outros e não se compadecem com riscos desta natureza.

Estamos ainda na frente no Campeonato Nacional, é verdade, mas já tivemos os adversários principais mais distanciados e as últimas exibições são tudo menos promissoras para o futuro. Temos a Taça de Portugal e a "Lata" da Liga, portanto, ainda não está tudo perdido. Agora, resta-nos aguardar pela metamorfose milagreira de acabar com o futebol feio e medroso da actualidade, para passarmos a jogar com inteligência e sangue na guelra. Não sei é se o conseguiremos com este treinador.


PS-[longo...]

Há uma onda de comentadores da blogosfera portista que sustentam a opinião de que esta época o plantel do FCPorto é inferior em qualidade ao da época transacta. Pessoalmente não tenho essa opinião. Salvo um ou outro caso, o problema não está no valor do plantel, está nas competências do treinador.

Penso que o "fenómeno" Mourinho gerou uma onda exacerbada de fanfarronice sobre a qualidade dos técnicos nacionais que contagiou a maioria dos clubes, inclusivé, o FCPorto, sobretudo desde que venceu a Taça UEFA, e a Champions, ao serviço do nosso clube. A partir daí, a comunicação social tratou de endeusar aquele que antes odiava, acrescentando ao conto demasiados pontos à qualidade dos técnicos portugueses. Tipicamente portuga...

Se me disserem que o recurso à "prata da casa" na contratação de treinadores nacionais se deve exclusivamente a factores de ordem económica, compreendo, agora se não fôr esse o caso, não penso que os treinadores portugueses sejam melhores que os demais. 

Claro que o Mourinho é um excelente treinador, que o Vilas Boas também o é, e que o Fernando Santos chegou a seleccionador da Grécia. Mas outros há tão bons ou melhores que eles. Aliás, na minha opinião, o melhor que os treinadores portugueses têm [não todos, como é óbvio], está na vertente táctica e estratégica. Tecnicamente, não acredito que tenham grande capacidade para "trabalhar" os jogadores. 

Além dos passes errados, das desmarcações imperfeitas,no FCPorto actual, há uma pecha antiga nos jogadores portugueses que nenhum técnico nacional foi capaz de resolver até hoje, que é ensiná-los e mentalizá-los a chutar sem preparação, como se vê em Espanha, na Alemanha e na Inglaterra. Este aspecto técnico é muito importante porque em certos jogos em que as equipas se fecham sem conceder tempo e espaço para preparar o remate, como se viu no jogo de ontem, saber rematar de primeira pode resolver jogos.

Não gosto de contrariar por contrariar, mas sou avesso a unanimismos e a verdades imutáveis. Quase tudo pode ser melhorado e reinventado. O futebol não é uma ciência exacta, por isso só vencem os mais criativos, os mais ousados. Ora, não me parece que 5 mêses seja tempo insuficiente para testar as qualidades como treinador de Paulo Fonseca. 

Já alguém referiu, plagiando Camões, um mau treinador pode fazer má uma boa equipa. Parece-me ser o caso. É impossível dissociar o trabalho dos jogadores das (in)competências do técnico, quando sabemos que os mesmos jogadores que ainda há poucos meses eram muito elogiados, agora passaram a ser contestados por alguns adeptos. Se as chicotadas psicológicas não são solução, também não o é deixar um cadáver espernear até à morte, para depois o tentar salvar.  
 

Ramalho Eanes, o Presidente respeitável

Gen. Ramalho Eanes
Li, no JN de hoje uma declaração de Pinto da Costa em que dizia que o antigo Presidente da República, General Ramalho Eanes: "é o português vivo que mais admiro. Será sempre o meu presidente".

Nem sempre entendo os padrões de Pinto da Costa para alguém poder merecer a sua consideração, mas desta vez percebo e concordo inteiramente com ele. Realmente, Ramalho Eanes é o que resta da dignidade exigível a cargos de tão alta responsabilidade como a de Chefe de Estado. Perto dele, só o Marechal Costa Gomes. 

Nem mesmo Spínola, com as manobras conspirativas da direita mais reaccionária e o seu MDLP [Movimento Democrático de Libertação de Portugal], se lhe compara. Eanes foi sem dúvida o mais respeitável, o mais valente e o mais democrata de todos os Presidentes da República, do pós 25 de Abril. Os outros, foram o que sabemos, simples mas vaidosos funcionários... Pouco mais do que isso.

Mas, nem o vazio de competência e de dignidade que se instalou nos mais altos cargos da nação fez mudar as coisas ou ressurgirem candidaturas promissoras. Basta darmos uma vista de olhos aos potenciais concorrentes a Presidentes da República para perdermos a esperança. Ei-los, ansiosos por imitarem o Cavaco:

Marcelo Rebelo de Sousa,  António Costa, Durão Barroso, António Guterres, Luis Marques Mendes. 

Já agora, por que não Sócrates?  Ou, Relvas? E por que não, Duarte Lima?  O povo é sereno, o povo é porreiro, o povo esquece...


24 novembro, 2013

Mais do mesmo, 5º. episódio

Fiquei com a premonição que o FCPorto ia iniciar mal a 10ª. jornada da Liga, a partir do momento em que ouvi Paulo Fonseca a sobrevalorizar mais o adversário que a moralizar a sua própria equipa. Foi no mínimo infeliz, para não dizer, um tremendo sinal de imaturidade, considerar o modesto Nacional da Madeira "a besta negra do FCPorto", como se fosse habitual o FCPorto perder ou empatar mais frequentemente com esta equipa do que vencê-la. Mas felizmente, ainda não é. Que raio, nem oito, nem oitenta! Se é contraproducente e deselegante desprezar o valor dos adversários, antecipando grandes victórias apenas por os considerar teoricamente inferiores, fazer deles uns bicho-papões, como fez Paulo Fonseca, é aumentar a insegurança da própria equipa.  Não terá sido por acaso que Otamendi que até estava a jogar bem, borrou a escrita por causa do medo que Paulo Fonseca tem instalado na equipa.

Estes episódios de mau futebol e insegurança estão a ser de tal modo repetitivos que, agora, quando o FCPorto marca o 1º. golo começa o sofrimento dos portistas, porque é sempre quando consegue a vantagem mínima que o FCPorto começa a jogar a favor do adversário até sofrer o golo do empate. E, claro, quando os adversários estão ao nível da equipa, o risco é maior, sujeitando-se mesmo a sofrer o segundo golo e a perder, como aconteceu com o Atlético de Madrid, também no Dragão.

Curiosamente, ou talvez não, a equipa B do FCPorto padece do mesmo mal, parecendo assimilar os maus desempenhos [e resultados] da equipa principal. Aliás, isto não é de agora, acontecia também no tempo de Victor Pereira quase não se notando qualquer diferença nos métodos de jogo de um e outro escalão . Convém lembrar que Victor Pereira teve a sorte de salvar o Campeonato quase em cima do seu terminus, no célebre golo  de Kelvin aos 92', no jogo com o Benfica e posteriormente com a victória em Paços de Ferreira, vencendo a Liga, mais por incompetência do adversário directo do que por indiscutível mérito.  Estaremos nós dispostos a arriscar e a cometer os mesmos erros ainda antes da primeira metade do campeonato?

Outra coisa me irrita no discurso do treinador e de muita outra gente, que é a conversa traiçoeira do chamado controle do jogo. Mas, do que é que estaremos a falar, afinal? Que controlar um jogo é ter mais tempo a bola nos pés sem tirar disso benefício, como está a acontecer ao FCPorto, ou será ter mais tempo de bola consequente, que mais não é do que a fazer entrar na baliza adversária? E esse suposto controle do jogo, é para acabar depois do 1º. golo, passando a defendê-lo miseravelmente, sem ambicionar marcar o 2º., e até o 3º.? Francamente, não entendo a pobreza deste discurso num clube como o FCPorto da era Pinto da Costa. O que se passa? Estaremos a copiar os maus hábitos da concorrência?

Resumindo: gosto muito do FCPorto, mas gosto mais da minha saúde, e como não sou masoquista, tenciono não ver os próximos jogos até ter sinais de que algo começa a mudar para melhor, e que estamos a recuperar a ambição do passado recente e o gosto de jogar bom futebol. Tudo o que o FCPorto de agora não nos está a dar.