12 dezembro, 2013

Rescaldo do post anterior

Não foi preciso ser adivinho para prever o que ia acontecer no jogo de ontem. Continuo a manter o que sempre aqui escrevi: a responsabilidade pela contratação do treinador é, em primeiro lugar, do Presidente e de toda a Direcção, e a responsabilidade pelo desempenho e produtividade da equipa de futebol é, naturalmente, do treinador. Se entendermos avaliar o mau momento do FCPorto de uma forma mais anárquica esquecendo a importância das escalas hierárquicas sem ter de apontar o dedo a ninguém, então podemos dizer que a culpa é de todos.

Pessoalmente, não alinho nestas mariquices de culpar todos. Se nunca aceitei, e até considerei um insulto à minha dignidade, que os Governos responsabilizassem todos os portugueses pela crise de que só eles e os seus "amiguinhos" de eleição [bancos, PPP's, etc.] , foram responsáveis, não é por se tratar de futebol que agora vou mudar os meus critérios de responsabilização. O que sei, é que algo vai mal no reino do Dragão, o que me leva a suspeitar que esta época a alegria vai continuar arredia das hostes portistas, o que para nós é quase uma heresia, porque fomos bem habituados, durante os últimos anos... 

Mas no FCPorto nada é inultrapassável. Ao contrário de alguns pensadores, não creio que Pinto da Costa esteja finito. O que receio é não haver tempo para recuperar a equipa ainda esta época. Com, ou sem chicotadas psicológicas.

11 dezembro, 2013

Triangulo invertido? Mas por quê?



Que me perdoem a redundância, aos que pensam como eu, mas há quem não veja diferenças entre a esperteza e a inteligência. Eu vejo. O esperto, não pensa os obstáculos, cavalga sobre eles. O esperto, é aquele indivíduo que está atento a todas as oportunidades que o possam beneficiar sem pruridos de ordem moral e social, e por isso, sem preocupações com os efeitos secundários que as suas acções possam causar a terceiros. O inteligente, abdica naturalmente da esperteza porque tem uma concepção civilizada e humanista das coisas, o que o leva a agir com mais prudência e respeito pela inteligência dos outros. Esta peculiaridade  leva-o muitas vezes a perder muitas vantagens materiais, mas reforça-lhe a índole. Mandela, por exemplo, era um Homem inteligente. Cavaco, pelo contrário, é esperto e saloio.

Entre o teimoso e o determinado também há algumas diferenças a separá-los. O teimoso é o tipo sem flexibilidade para admitir que pode errar [Cavaco dizia que nunca se enganava] . Já o determinado, pondera os prós e contras, estuda, e faz experiências até descobrir a fórmula que melhor encaixa no seu projecto e aplica-a.

Mas desta feita não foi a pensar na política e nos políticos  que cheguei a esta conclusão, foi a pensar no jogo que o FCPorto vai disputar dentro de sensivelmente 4 horas, mais propriamente no treinador Paulo Fonseca. É que, a menos que haja engano, ao olhar para o esquema da equipa plasmada no JN fiquei com a certeza que Paulo Fonseca pertence ao grupo dos teimosos. Vai voltar a repetir o triangulo invertido, isto é com Fernando acompanhado de Defour - que é onde rende menos -, com Lucho [recém-lesionado] mais à frente, e com Josué no papel de (falso) lateral direito com Varela do outro lado. Será possível? É! Paulo Fonseca ainda não está convencido que o seu modelo de jogo não funciona, que está a desorientar os jogadores e os adeptos, mas vai, ao que parece, insistir no erro. Se der para o torto, terá desculpa tamanha teimosia? Eu acho que não tem. Primeiro porque o sistema é feio, em termos futebolísticos e é extremamente vulnerável. Segundo, porque nem sequer é um sistema resultadista. Por último, porque impedirá o clube de amealhar alguns milhões que a continuidade na Champions poderia proporcionar. 

Já  sei que em futebol tudo é possível, mas também sei que não foi com teimosia que o FCPorto habituou os adeptos a vencer. Foi com a determinação própria de quem estuda bem o seu trabalho e as equipas adversárias. A determinação admite o erro e prepara-se bem para o evitar. A teimosia tem palas.