11 setembro, 2015

O colinho e a "estratégia" suicida do silêncio

Esta não é a imagem do Dragão actual, bonzinho e lorpa

Faço minhas, as preocupações de Pedro Marques Lopes, plasmadas no jornal A Bola, no qual denuncia, sem os rodriguinhos e os jogos de cintura habituais de certos "adeptos", a sem-vergonhice que impera no futebol nacional.

Como eu, e um grande número de portistas, tenho a certeza que P. Marques Lopes preferia que fosse o presidente do FCPorto, ou alguém por ele mandatado, a denunciar a quem de direito, as obscenidades que já começam a configurar-se com a nomeação dos árbitros para os jogos relativos ao Benfica e nos regulamentos que regem os locais (estádios) dos jogos  previamente calendarizados.

Como bem refere e recorda P.M.Lopes,  a célebre deslocação do  jogo do Benfica com o Estoril para o Algarve, e mais recentemente, com o Arouca, transferido para Aveiro, a situação está a tornar-se escabrosamente insustentável e repetida demais para a podermos considerar inocente. Eu afirmaria mesmo que se trata de uma provocação! Não fossem estas habilidades mexer com coisas sérias (pelo menos, eu quero acreditar que ainda sejam), podíamos continuar a assobiar para o ar, se o remédio fosse tão simples como ignorar. Sucede, é que a época anterior bastou para provar aos dirigentes do FCPorto, que esse método não só não colheu, como resultou na perda de mais um campeonato, excluídos os erros próprios.

O grosso deste perverso problema é que, mesmo que tivessem sido levadas a cabo as denúncias desta situação, a tal figura a que chamo "quem de direito" (FPF + Liga) é na realidade uma abstracção, porque ela mesma foi completamente corrompida, e anda apostada numa desesperada fuga para a frente. Na dúvida, entre escolher o caminho da seriedade e sofrer a pressão dos colaboradores do regime (media), preferem apostar no mais "forte", ou seja, no clube protegido (e temido) por esse mesmo regime. 

Ora, se o diagnóstico é este, e não outro, será inadmissível se o FCPorto perder outra vez o campeonato "fora do campo", por falta de comparência... Se as instâncias reguladoras nacionais não cumprem a sua missão como se impõe, recorra-se então às internacionais, denuncie-se à UEFA, à FIFA, vá-se ao fim do mundo, faça-se tudo o que for preciso, menos calar. Com o FCPorto nenhum clube (até ver) requereu a mudança do estádio. Será por mero acaso? Nem sempre o silêncio é ouro...

Se a Direcção do FCPorto repetir o erro do ano transacto, se ignorar a indignação dos portistas com mais uma época de silêncio, interpretarei pessoalmente tal comportamento, não apenas como uma falta de respeito para com os adeptos em geral, como uma vexante manifestação de cobardia e de capitulação ao centralismo.

PS-O fanatismo e a clubite aguda tem destas ironias, Andam os media regimentais escandalizados com o BPN , com os negócios obscuros de Sócrates, e com a inoperacionalidade da Justiça, mas continuam ceguinhos e calados com estas perversões. Dá para radiografar a integridade da classe...

08 setembro, 2015

Clubes europeus aceitam proposta portista

Karl Rummenigge

"Todos os clubes participantes na Liga dos Campeões e na Liga Europa vão doar um euro por cada bilhete vendido no seu primeiro jogo 'europeu' em casa", anunciou hoje o alemão Karl-Heinz Rummenigge, presidente da Associação Europeia de Clubes (ECA).

Karl-Heinz Rummenigge, que foi também hoje reeleito como presidente da ECA por mais dois anos, disse ainda que foi uma resposta unanime ao convite lançado pelo FC Porto.


"Foi uma decisão unanime face à iniciativa lançada pelo FC Porto e os clubes devem assumir a responsabilidade de ajudar os refugiados, um problema sério e muito grave", acrescentou o germânico, que também é presidente do Bayern Munique.

Cada um dos oitenta clubes participantes nas competições europeias em 2015/16 comprometeu-se desta forma a doar um euro por cada bilhete vendido, cujo montante global, estimado entre dois e três milhões de euros, será entregue a um fundo criado pela ECA.

O primeiro vice-presidente da ECA, o italiano Umberto Eca, representante do AC Milan, disse também que os restantes 140 membros da associação não estão excluídos deste projeto, podendo participar de várias maneiras.

Com amigos destes...

Mariana Mortágua
Ouvi com atenção a entrevista de Paulo Portas à TVI e confesso que, de todos os truques de malabarismo demagógicos a que o vice-primeiro-ministro já nos habituou, a insistência na ideia de um CDS "amigo das famílias" é a mais impressionante. Tempos houve, mais precisamente antes das eleições de 2011, em que o partido de Portas defendia a criação de um "visto familiar", e cito: "Qualquer iniciativa que seja aprovada em Conselho de Ministros requer (...) uma avaliação quanto ao impacto que tem sobre a vida familiar e o estímulo à natalidade".
Estamos em final de mandato e é tempo de perguntar: onde está o visto? Alguém sabe, alguém viu? Não existe, nunca existiu e foi levado na voragem de medidas que foram retirando rendimentos e direitos à esmagadora maioria das famílias.
Gasto o visto, Paulo Portas foi rápido a mudar a agulha. Agora, a quinta-essência da política de proteção da família é... o quociente familiar. Isto para além, é claro, da mil vezes prometida descida da sobretaxa em suaves prestações anuais.
Em Portugal, grande parte das famílias não ganha sequer o suficiente para pagar IRS. Mas todas sofreram, de uma forma ou de outra, os cortes no RSI (203 milhões), no abono de família (437 milhões), ou no do subsídio de desemprego, assim como o brutal aumento da conta da luz, que passou a pagar IVA a 23%.
Por sua vez, segundo um trabalho do "Jornal de Negócios", que usa dados da OCDE, quem paga imposto sobre o rendimento suportou, nestes quatro anos, um aumento de 40%, ou seja, 3900 milhões de euros. Brutal. E se acha que a devolução da sobretaxa resolve o problema, desengane-se. Mesmo que fosse eliminada por inteiro, os contribuintes apenas sentiriam um alívio de 800 milhões de euros. Os restantes 3100 milhões, que continuaríamos a pagar a mais, devem-se aos cortes nas deduções e benefícios fiscais (que em 2011 a Direita considerava um ataque inaceitável à classe média), e à diminuição dos escalões de IRS.
E querem saber que tipo de agregados foram afetados por esta medida? Todos. A começar por um casal, com dois filhos, que receba um rendimento médio, e que viu a sua despesa fiscal com o IRS aumentar 83% (muito mais em percentagem que uma família igual, mas com um rendimento acima de média).
Com tanta coisa, confesso que me ia esquecendo do quociente familiar. Quanto vale ao todo? 150 milhões de euros. Traduzindo por miúdos. Menos de 5 euros por cada 100 que PSD e CDS aumentaram o IRS. A demagogia tem destas coisas. Não precisa da realidade para nada.