26 fevereiro, 2016

É só a minha opinião, amigos

Se me perguntassem, por altura da saída de Varela do FCPorto, se preferia que ele ficasse, diria rotundamente que não. Para um clube como o FCPorto, que almeja(va) competir sempre ao mais alto nível, não creio que este hábito de repescar jogadores em fim de carreira possa significar uma boa gestão de recursos humanos. Falo de Varela, como podia falar do Quaresma, jogador talentoso mas demasiado caprichoso para assimilar o (já saudoso) espírito de jogador à Porto. Até podem dar jeito, em circunstâncias extremas de necessidade, mas se nunca chegaram a interiorizar esse espírito quando chegaram e ainda eram jovens, não é na idade do retiro que o vão fazer. Isto, nada tem a ver com patinhos feios, porque ambos tiveram bons momentos no FCPorto, contribuindo para a conquista de campeonatos e troféus, mas sim com as suas próprias características.

Só citei estes dois exemplos, para ilustrar, aquilo que me parece ser uma das falhas da gestão, contratação e formação dos plantéis, nas aberturas de mercado das últimas épocas. Claro que há circunstâncias específicas que podem justificar estas situações, mas não me parece que tenha sido o caso. O que me parece, é que a pesquisa prévia de jogadores para as várias posições não está a ser feita com o cuidado habitual, nem da parte do clube, nem da parte do(s) treinador(es) contratados. Duvido que actualmente haja, no departamento de scouting do FCPorto, um critério de selecção de jogadores que comporte, para além do aspecto técnico e físico, a componente do carácter. 

Quando Brahimi chegou ao FCPorto, e o vi jogar pela primeira vez, logo pensei que ali podia estar um grande craque, no entanto, recordo-me bem da sua expressão de espanto quando marcou golos nas primeiras jornadas na conversão de um par de livres soberbos. Hoje, já não tenho a mesma opinião sobre ele, e percebo porque é que ele próprio se espantou do que fez.  A Brahimi, falta-lhe a inteligência dos grandes jogadores, de saber quando devem jogar para o colectivo, ou optar pela finta objectiva. Brahimi é um auto-deslumbrado que se acha melhor do que é, talvez também porque não teve mestre que o ensinasse a ser melhor. Parece (digo eu), que ainda nenhum treinador lhe disse que não é a agarrar-se à bola, rodopiar sempre da mesma forma, uma e outra vez, para logo a perder, que crescerá como jogador, ou será aquilo que pensa que é, sem ainda o ser. O espírito colectivo dele não é dos melhores, para poder identificar-se como um jogador à Porto. Como ele, há mais. Tello (já cá não está) mas também foi sempre um jogador apagado, e foi para o Torino. Sérgio Oliveira, tem habilidade, mas muito pouca alma. José Angel é um barrete.

Depois, temos jogadores que podem ser reabilitados do agora confirmado síndrome de Lopetegui, se houver talento,tempo e determinação para isso, porque estão irreconhecíveis. É o caso de:  Ruben Neves, Aboubakar, Corona, Evandro (acho-o interessante, mas sub-aproveitado), Martins Indi, e Bueno (lesionado). Herrera é imprevisível, ora está bem, ora liga o "complicómetro". Finalmente, temos aqueles que dentro da anarquia geral do nosso clube (refiro apenas o futebol sénior), são na minha opinião os mais fiáveis e aguerridos. Refiro-me concretamente a: Danilo, Miguel Layún, Maxi Pereira, Marcano, André André, Suk, (Marega?!) e  os guarda-redes. Da equipa B, gostaria que fossem paulatina e oportunamente lançados jogadores como:  Ismael Diaz (possante e jogador de equipa), Omar Govea (médios), Chidozie, Verdasca, Victor Garcia (defesas), Gleison (pé esquerdo fantástico) e André Silva (avançados).

O lançamento de jogadores B para a equipa principal, obedece aos cuidados que qualquer treinador experiente tem de ter para escolher o melhor momento para o fazer, mas, entre optar por séniores cujo rendimento foi por demais testado sem grande sucesso e arriscar meter alguns da B com provas dadas, sou apologista da segunda hipótese.

De resto, só a SAD e o respectivo presidente sabem o que pretendem fazer. Se vão enveredar outra vez pelo caminho suícida do experientalismo (Lopeteguisadas)  e do silêncio, ou se tencionam defender como lhes compete o FCPorto, e fechar negócios de jogadores com o cuidado e rigôr que se impõe. Se não estiverem para aí virados, então façam o favor de se retirarem e promover eleições.

PS-Não falo do jogo de ontem, porque agora é tarde demais para esperar milagres. Se ganharmos um trofeuzinho este ano, já fico contente. Ao que chegamos, Porto!



LANÇADO CONCURSO PARA OBRAS NO MERCADO DO BOLHÃO


A Câmara do Porto anunciou esta sexta-feira o lançamento do concurso público para “o desvio de uma linha de água que atravessa o mercado do Bolhão no subsolo”.
O concurso, a cargo da empresa municipal Águas do Porto, marca o arranque das obras de reabilitação do emblemático mercado, as quais irão arrancar no próximo verão.
Segundo a autarquia, através do seu portal oficial na internet, Porto.pt, os trabalhos implicam a “intervenção de uma tuneladora para desviar a linha de água que será encaminhada pela rua Sá da Bandeira, o que vai permitir uma intervenção no mercado mais segura e possibilitar a construção de uma cave logística no subsolo para cargas/descargas e áreas técnicas”.
O projeto de requalificação do Mercado do Bolhão em si, da autoria do arquiteto Nuno Valentim, terá concurso internacional lançado “nos próximos meses”. O valor total previsto é de 27 milhões de euros, 23 milhões dos quais comparticipados por fundos europeus.
(Porto24)
Image de Lançado concurso para obras no Mercado do Bolhão

24 fevereiro, 2016

5 Pontos para quem de direito reflectir

Ponto 1 - Sou dos que acreditam que a violência não se combate com violência, apenas, e só, nos países civilizados (nórdicos e pouco mais). Em países terceiro-mundistas, ou de fachada democrática só há uma naneira: responder à letra. A fachada nos regimes, é como a teoria das coisas, não serve para nada, excepto para isso mesmo: mascarar, ludibriar, enganar, iludir.

Ponto 2 - Na Europa dita comunitária, Portugal é um dos países em que a democracia se aproxima mais da fachada. Só serve praticamente para eleger assalariados do Estado, para depois fingirem que governam.

Ponto 3 - Há vários tipos, e fases de violência: a violência precursora, a que germina o mal, que provoca, que suscita raiva, e a violência consequente, a que atinge vias de facto. Uma, é o rastilho da outra.

Ponto 4 - Nem sempre é a violência de faca e alguidar, a mais infame. O pior dos crápulas, é aquele que - vestindo pele de cordeiro - incita o ódio, falando de paz e de bons costumes. A comunicação social é o meio onde pulula o maior número de difusores da violência precursora.

Ponto 5 - Não havendo confiança num regime de Justiça eficiente, sem capacidade para intervir rapidamente como elemento dissuasor da violência, e como garante da paz social, sou a favor da justiça pelas próprias mãos. A pior das chagas, é o sentimento de injustiça, é alguém sentir-se só como na selva, numa situação dessas. 

Começo pelo ponto 4. Ninguém duvidará que neste momento, sem ainda terem decorrido  24 horas da visita dos super-dragões à tasca do pai do árbitro Jorge Ferreira, já Portugal inteiro está a par da ocorrência e a comentá-la consoante a forma tendenciosa como foi difundida. Da televisão aos jornais, as vozes do regime, com maior o menor subtileza, logo trataram de enfatizar o caso, colocando o árbitro no papel de vítima, e os dragões, no de carrascos. 

Os portistas andam há tempos a queixar-se da falta de atitude de Pinto da Costa face às arbitrariedades de que o FCPorto tem sido alvo, ao ponto de - como é o meu caso -, acharem que é tempo de eleger outro Presidente precisamente por isso, e ao fim de meia temporada a sermos desrespeitados e lesados por más arbitragens, eis senão quando um árbitro decide finalmente marcar um penalti a favor do nosso clube, e passamos num ápice a ser o emblema eleito pelos media como o batoteiro-mor do futebol nacional. Até aqui, estiveram todos calados. Viam o que todos víamos (mesmo os que não querem ver): o Benfica a ser levado ao colo pelas instâncias dirigentes da arbitragem (Federação), e o Porto, a ser roubado (sim roubado) de todas as formas e feitios e não se lembraram da abrir os telejornais a denunciá-lo, nem os jornais de dar honras de 1ª página aos pobres coitados dos árbitros (esses inocentes incompreendidos).  Foi preciso um longo jejum sem beneficiarmos de uma grande penalidade, para subitamente se virarem todos contra o FCPorto. Mas, haverá dúvidas sobre a honerabilidade desta gente? Julgam que nós somos como eles? Além de vígaros, estúpidos?

Alguma vez estes gajos se preocuparam com o que nos andam a fazer? Alguma vez estes gajos esperam que me associe a eles qualquer que seja a causa? Nunca! Semeiam ódio, levam de volta o desprezo, a repugnância! E, digo mais. Se, perante a incompetência e os critérios discriminatórios dos órgãos que tutelam o futebol as cúpulas do Governo lavam as mãos como Pilatos, então, usemos o chavão da terra do árbitro-vítima e passemos à prática: façamos justiça à moda de Fafe.

Se não gostam de ler estas coisas, actuem, provem-nos que servem para alguma coisa! Não estejam à espera de uma desgraça para depois virem para as câmaras de televisão armados em pacifistas, quando deviam era demitir-se por serem corresponsáveis pelo lixo que se instalou no futebol e na comunicação social lisbonária. 


PS-Como é que estes gajos da APAF têm o desplante de fazer este tipo de declarações, senão personalizando o que há de mais repugnante no ser humano, que é, a HIPOCRISIA? 

23 fevereiro, 2016

Anónimos com os neurónios no anus

Passam por aqui certos "melros", muito cheios de verdades (as suas) que não conseguem esconder a mixórdia de que são feitos:  fanatismo, baixo nível intelectual e raiva. 

São tão estúpidos, que nem sequer se dão ao cuidado de começar a comentar com um pouquinho de moderação, o que faz com que nem sequer me dê ao trabalho de ler o resto. Para quê, se já sei ao que vêm? Só tenho pena é de não poder ver a cara deles (sempre protegida pelo anonimato),  no momento em que clico para eliminar os dejectos daquilo que julgam sair de um cérebro, e sai de uma outra coisa qualquer... Pode até dar-se o caso de serem produtos de uma aberração da natureza, e terem dois anus, em lugares distintos.

Estas "coisas" anónimas pertencem ao grupo de portugueses que nos envergonham onde quer que estejam, e nos fazem passar pelas piores humilhações aos olhos dos povos civilizados que nos visitam. São daqueles que pegam de estaca a puxar da bandeira nacional, a cavalo ou de mota, desde que à frente da selecção esteja um treinador do (tipo Scolari), que não convoque jogadores do FCPorto, mesmo que tenham acabado de brilhar a nível nacional (e internacional), ou que dê entrevistas a dizer que o Porto fica lá longe, para cair em graça nas hostes centralistas plantadas no regime.  

São os mesmos que saem a terreiro para tratar de Jhiadista o Presidente da Câmara do Porto, só por denunciar a intenção da TAP cancelar vôos de interesse económico e estratégico para uma parte considerável do país (Porto, Norte e Centro). Os mesmos que, a nível desportivo, acham que só eles têm o direito a reinvindicar tudo, árbitros, justiça, privilégios, proibindo os outros portugueses do direito a zelarem pelos seus interesses quando têm razões para isso. Contestam tudo que não entre directamente no seu minúsculo mundo de conveniências. Depois, ainda se acham no direito de nos dar lições de cidadania como se fossem exemplos imaculados, quando não passam de miseráveis.  

Mas, não há imbecilidade que não traga vantagens, que é: dar-me garantias de que o que escrevo, os incomoda, e se incomoda, é porque sabem que estou a falar verdade.

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Já agora, talvez seja pedir muito aos imbecilóides com o anus na mona, que leiam o que aqui escreve este "mafioso" senhor, que é apenas o Reitor da Universidade do Porto, a mais prestigiada do país (é mentira, já sei!), de onde estão sempre a sair os melhores cérebros, para ver se também ele está a dizer patetices. Mas, é inútil, quando os neurónios estão no sítio errado, o melhor mesmo é continuar a ignorá-los. 

22 fevereiro, 2016

Assobiem a quem merece assobios, não aos jogadores

Como atrás referi, não acredito que para ganhar campeonatos, a garra e a mística, bastem. São aspectos muito importantes, mas que não resolvem tudo. Foi o caso do jogo de ontem. A equipa transcendeu-se, virou um resultado adverso, mas os problemas ainda lá estão. 

A uma equipa descomandada (equipa/clube), técnica e tacticamente perdida, é uma crueldade lançar para cima dos jogadores o fel do nosso descontentamento. A seguir ao Presidente, e aos elementos da SAD, são os "calhaus" dos pipoqueiros e assobiadores, que mais me incomodam neste Porto miserável. Burros, são incapazes de compreender a génese de uma hierarquia. Ofuscados pelos êxitos do passado, onde só episodicamente perdíamos - sem com isso deixarem de ver bom futebol -, não têm coragem para dirigir os apupos a quem os anda a pedir nos últimos anos, e os merece: o Presidente/SAD.  Em vez disso, de procurarem apoiar a equipa e tentarem compreender os porquês do seu desnorte, preferem baralhá-la mais, num sádico e apressado coro de assobios, enquanto os verdadeiros responsáveis sorriem nas bancadas como se nada daquilo lhes dissesse respeito.

Se é esse o melhor padrão de exigência destes "portistas", então talvez seja melhor irem assobiar lá mais para o sul, para a cidade dos eucaliptos, e levarem consigo toda a estrutura mandante. Sim, porque hoje, parece que, à excepção dos super-dragões*, os amigos do presidente encontram-se nas redações dos pasquins de Lisboa, ou na Madeira, e os mal amados, são todos os portistas como eu que não gostam do que está acontecer.

Posso enganar-me, e não me importava nada que isso acontecesse, mas não acredito que Pinto da Costa regresse aos bons velhos tempos. E não acredito, porque se esta estranha mutação fosse apenas um momento infeliz, um descuido pontual, Pinto da Costa já tinha voltado à normalidade, e o seu distanciamento face a factos de maior relevância teria acabado. Tudo continua na mesma. O silêncio permissivo de PC com a protecção que continua a ser dada ao Benfica mantem-se, e os prejuízos ao FCPorto também. Esses prejuízos ao nosso clube em contraponto com os benefícios ao Benfica, são causados, ora descaradamente, ora co.m subtileza. Eles não são burros, mas mesmo assim, a arbitrariedade é por demais descarada. Pinto da Costa continua a deixar que o FCPorto seja lesado, dentro e fora do campo. Mas não deve. Assim sendo, só quero que deixe o clube e promova eleições, pois agora está a prejudicá-lo. Nesta altura, a sua anunciada recandidatura à Presidência é uma má notícia. Por quê? Porque a passividade de hoje, é certo, vai manter-se no futuro, e os problemas do FCPorto também.

Para o ano, teremos de começar tudo de novo, recolocar jogadores e contratar outros. Isto, já para não falar do treinador. Se o rigor fôr o que tem sido até aqui, os resultados serão iguais. Só que, há um problema:
teremos candidatos credíveis para ocuparem o seu lugar? Se os há, estarão dispostos a hipotecar o prestígio do FCPorto, com mais temporadas como esta, para se candidatarem?

*
O JN, o mesmo jornal que "honra" Pinto da Costa com o seu nome no Conselho Editorial, não hesita em noticiar os desacatos violentos no jogo entre Vila Caíz e o Canelas 2010 da Divisão de Honra da A.F.do Porto. Cito: "pela frente, o conjunto da casa tinha a equipa dos distritais do Porto que mais tinta faz correr. A liderança da prova ajuda, os 8 elementos dos Super Dragões que a integram (com Fernando Madureira ou Macaco, à cabeça) também, mas o que mais os tem posto na ordem do dia são as faltas de comparência dos adversários -no fundo, um voto de protesto contra as ameaças e agressões de que se queixam".

Não é difícil intuir que os jogadores do Canelas foram provocados, aliás consta também da notícia, mas, mais uma vez, o odioso da ocorrência vai nitidamente para os superdragões. Não advogo a violência, mas às vezes não há outra alternativa. Só que, até esse recurso,  devia ser dirigido a outros protagonistas, e não a pequenos adversários . Talvez ele se justificasse mais noutros palcos... 


21 fevereiro, 2016

Como é que chegamos aqui?

Como é que, algures pelo caminho dos últimos anos, perdemos a independência?
Como é que permitimos, todos, povo e governantes, o que se está a passar?
E não me venham com a dívida. A dívida ajuda e muito, mas não é a questão central. A questão central é que ao abdicarmos de soberania, abdicamos também de democracia.
E estamos agora governados por uma burocracia anónima, sem legitimidade eleitoral, que responde aos seus donos e nós não somos donos de nada. Nem sequer de nós próprios. 

(Fonte: JPP/Abrupto)