17 setembro, 2016

Que futuro para o FCPorto?

Quando o presidente do FCPorto afirma que não lê blogues, em sintonia com Júlio Magalhães (que já o disse a mim mesmo depois de lhe ter dirigido uma carta), pergunto-me, o que é que ambos costumam fazer para avaliar o feedback dos adeptos e das audiências televisivas? A resposta, não me parece difícil de intuir, embora gostasse de a conhecer pela voz dos protagonistas, para ter uma ideia cabal do que cada um pensa das respectivas responsabilidades, se é que pensam alguma coisa. Como nem um, nem outro, dão quaisquer explicações sobre a opção do silêncio, só nos resta especular, o que não creio ser a melhor solução.

Seja como fôr, fazer este tipo de declarações, é de per si, uma manifestação de enorme arrogância, e de alheamento com a realidade dos novos tempos, incompatível com o produto que ambos, cada um na sua área, deviam procurar vender. Hostilizar o mercado, que somos todos nós, é hostilizar o negócio. Assim sendo, no dia em que a altivez se virar contra eles, estarão esgotadas todas as desculpas e a tolerância também. 

O FCPorto,  particularmente os seus administradores, possuem hoje responsabilidades acrescidas em relação ao passado. Tendo optado pela compra do Porto Canal, e por uma política editorial mista (generalista e desportiva), o empenho pela sua rentabilidade devia ser explícito e rigoroso, até pelos altos custos de manutenção que um negócio de televisão sempre implica. Uma vez decidida a parceria FCPorto/Porto Canal, deviam caminhar juntos e sempre bem sintonizados num projecto comum. Ora, não é isso que acontece. Quando vemos os noticiários generalistas do Porto Canal passarem imagens (e pareceres) sobre os clubes rivais, muito semelhantes aos canais generalistas de Lisboa, enaltecendo jogadores e promovendo esses clubes, quando eles tudo fazem para nos ignorar, ou então para nos desvalorizar, é impossível acreditar na existência de uma estratégia séria ou de um projecto patilhado. É uma aberração, um flop anedótico.     

No Porto Canal não há liberdade de opinião. Por mais que me queiram convencer do contrário, os comentadores e jornalistas que habitualmente intervêm nos programas desportivos não se sentem completamente à vontade para dizer o que pensam. O próprio Bernardino Barros, que na minha opinião é o único que vai dando alguns sinais de inconformismo com o que se está a passar no FCPorto, só vai até onde acha que pode ir, porque seguramente não se sente apoiado por quem manda. Ali, todos têm medo de ir longe demais com as palavras, mesmo sentindo vontade de o fazer. Compreendo isto (tento pelo menos), mas no lugar deles faria o que a minha consciência me mandasse. Se insinuassem sequer que a lei da rolha era a filosofia da casa, despedia-me, mas punha a boca no trombone.

O problema do FCPorto de agora já foi  definido por mim há largos mêses: está no Presidente e naqueles que o rodeiam. É um facto, não vale a pena manter duvidas. O outro, consiste apenas - mas cada vez com menor intensidade - na "hibernação" dos associados com a gestão do clube, fruto de uma longa carreira de sucessos nas mãos de Pinto da Costa. Muitos (cada vez menos, note-se), ainda se acanham de o criticar, porque  lhes resta um pouco de respeito. Continuando expectantes a ver o clube ser humilhado por árbitros, pelos media de Lisboa e com a (quase) cumplicidade do Porto Canal e do próprio Presidente Pinto da Costa, vão acabar por expulsá-lo do clube, e essa seria a pior forma de resolver o problema.

Nota:
Por mais que tentem negá-lo, o Porto Canal não tem surpervisão, tudo é feito com o maior amadorismo. Há coisa de meia-hora amunciava o próximo jogo do FCPorto da seguinte forma:


          FC Porto  F.C.PORTO  TondelaTONDELA


16 setembro, 2016

Uma bomba sobre o Porto. Já!

(Recorte do JN de hoje)

A Bloomberg é uma agência americana de informação de mercados financeiros atenta ao que acontece no mundo. Não tem sede no Porto, nem é liderada por nenhum tripeiro. Não consta portanto que a notícia tenha sido inventada por portuenses, logo  não pode nem deve inspirar suspeitas, nem ciumeira...

Para os alfacinhas, imagino, uma nova destas é uma autêntica heresia. Ou então, anda aqui a mãozinha matreira de Pinto da Costa (do antigo)...


PS
É impressionante! Se o que acabei de citar fosse a chave do Euromilhões, já estava rico! Afinal eles têm mesmo ciúmes do Porto. 

Não é que a nossa querida RTP veio logo confirmar as minhas suspeitas? Antes que a notícia sobre o Porto "aquecesse" tratou de fechar o Jornal da Tarde com uma grande reportagem de moda em Lisboa, sem esquecer de referir que a capital é que está na moda

Sobre o Porto, nem uma sílaba! São uns amores.



15 setembro, 2016

Acabem com esse vício de pôr as mãos na cabeça! Chutem mais, porra!


Detesto estes gestos, são sempre maus sinais
Não gosto de analisar os jogos do FCPorto sob o ponto de vista táctico. A táctica pode variar em função de cada jogo e da equipa adversária. É área do domínio exclusivo dos treinadores que a mim, enquanto espectador, não me entusiasma muito, embora seja naturalmente importante. Já a técnica individual e colectiva dos jogadores  e os seus movimentos, são uma área relativamente simples de avaliar por qualquer amador, dado aí residir a essência do espectáculo de futebol. 

Talvez seja por isso que prefiro o futebol prático e directo dos nórdicos, talvez tenha sido isso que me deixou pouco confortável com o tempo infinito que o FCPorto levou para marcar o 2º. golo que acabou por não acontecer e que daria à equipa outra tranquilidade na partida e uma margem de manobra maior para encarar o jogo com Leicester, em Inglaterra.

Depois, começa a ser fastidioso para mim (e talvez para muitos adeptos), dar sempre o benefício da dúvida aos treinadores novos em início de época, ora porque ainda não conhece bem os jogadores, ora porque estes não o conhecem a ele, nem o tipo de jogo que pretende implantar. É que foi com esta angustiante tolerância que acabamos o campeonato passado a jogar pior do que começamos, quando esperávamos exactamente o contrário. Se juntarmos a isso a total indiferença do Presidente pelo que andamos a passar há 3 anos para cá, e do que ele próprio precisava de fazer e não fez, que era defender com unhas e dentes o clube, a mistura é insuportável.

Uma coisa reconheço, para já, em Nuno Espírito Santo: ele mudou em pouco tempo (não totalmente é certo), aquela coisa chata e pastosa do passe para trás e para o lado que nem Peseiro teve talento para mudar. Mesmo assim, há coisas que não se percebem e que só os próprios treinadores saberão responder. Por exemplo, por que é que uma equipa a jogar em casa, a precisar de ganhar, teoricamente mais forte que o adversário, com o jogo empatado e com tempo suficiente para dar a volta, não consegue imprimir mais velocidade e objectividade ao jogo? Por que é que passam a bola devagar, devagarinho, sem intensidade, deixando avançar os ponteiros do relógio a um ritmo que só interessa ao adversário? Ok, foram os jogadores que decidiram assim. Então, qual é o papel do treinador nessas situações? Não terá meios de ordenar recados com o jogo a decorrer para fazer acelerar o jogo?  Não p e r c e b o!

Outra questão, ainda relacionada com a anterior, é execução das desmarcações, muito previsível, portanto, simples de contrariar pelos adversários. Ontem, os dinamarqueses tiveram todo o tempo do mundo para bloquear os movimentos de ataque portista porque foi sempre demasiado lento, com excepção dos últimos 10 minutos. A jogar assim em Inglaterra, não pontuamos sequer, e quando formos à Dinamarca não dou como certo um bom resultado. A parcimónia que os jogadores mostraram para chutar à baliza é de fazer irritar um morto! Por que é, por que terá de ser assim? Não haverá solução? O que é que se está a passar no nosso clube que agora só nos complica a vida? O que é que Sua Alteza Real, o senhor reverendíssimo Pinto da Costa pensará desta onda gigante e infinita de dificuldades que quando começam nunca mais acabam, ou quando acabam, rebentam?

Caro Nuno, foste jogador do Porto, não saberás o que é preciso fazer para dar fibra aos teus jogadores? Vá lá, prova-nos que és diferente dos outros, prova-nos que nem que seja por acaso, o Presidente ainda tem alguma serventia para o FCPorto.

Nota: A introduçãodo Brahimi pode resultar, mas pessoalmente penso que o homem não tem alma para jogar num clube com o FCPorto. É um jogador naturalmente triste, não acredito que passará a jogar para a equipa.


14 setembro, 2016

Barroso o cherne pôdre

Pedro Ivo de Carvalho
Furão Barroso

Há múltiplas razões para assistirmos de boca aberta ao degradante espetáculo público que se seguiu à contratação de Durão Barroso para o banco de investimento Goldman Sachs, mas há uma em particular que pinta o caso de tons ainda mais surrealistas: a desfaçatez com que o ex-presidente da Comissão Europeia (CE) e ex-primeiro-ministro de Portugal se queixa de estar a ser vítima de discriminação por parte de Bruxelas. Estava à espera de quê? Da generalizada compreensão da opinião pública europeia? De palmadinhas nas costas dos principais dirigentes políticos? "Fez bem, senhor Barroso, isto não passa de uma ardilosa maquinação para o prejudicar a si e à Goldman Sachs".

Bruxelas não quer perseguir Barroso nem a gigante multinacional para onde foi destacado. Bruxelas quer, Bruxelas precisa, é de dar-se ao respeito. O mais lustroso tapete vermelho de que Barroso poderia beneficiar não foi Jean-Claude Juncker quem lho tirou, quando equiparou o antecessor no cargo a um mero lobista que terá de ser revistado tal e qual uma empregada de limpeza sempre que entrar no edifício-sede da CE. Foi o próprio Durão que dele abdicou, ao tropeçar nos pés e numa desmedida ambição pessoal. Esse tapete vermelho chama-se prestígio, credibilidade, honra, seriedade.

Porque o "sim" de Durão à Goldman Sachs não o vincula só a ele. Arrasta a União Europeia para a lama, arrasta, até, o nome de Portugal para esse terreno pantanoso onde germinam, alegremente, interesses políticos e económicos. Barroso não é inocente. E muito menos burro. Está, por isso, consciente de que, daqui a 20 ou 30 anos, não será apenas lembrado como o primeiro português a presidir à CE, mas também e sobretudo como o presidente da Comissão que saltou diretamente para uma empresa que se alimentou da especulação financeira durante um período que coincidiu com uma violenta crise económica no Velho Continente; e que essa mesma empresa ajudou a maquilhar, durante anos, as contas públicas da Grécia, com os resultados conhecidos.

Durão escolheu o caminho. Aliás, não podemos retirar da equação o papel que lhe foi destinado pelo novo patrão: usar a experiência acumulada para mitigar os efeitos da saída do Reino Unido da União Europeia (já agora: o desplante é tanto que o negociador do lado de Bruxelas é nada mais nada menos do que Michel Barnier, ex-comissário na equipa de... esse mesmo, Durão Barroso).

O agora assalariado da Goldman Sachs não pode esperar ser tratado como um estadista quando preferiu ser um lobista. Não pode querer passear-se altivo pela Europa com o nome "limpo" depois de ter optado por "sujar" a imagem com um emprego que o desqualifica enquanto decisor político. É como querer estar de bem com Deus e com o Diabo. Ora, isso é incompatível.

EDITOR-EXECUTIVO-ADJUNTO



Links de interesse

Governo falha acordo e Câmara pede 20 milhões à Banca
Rui Gomes da Silva alvo de processo disciplinar



Sobre a primeira notícia ocorre-me apenas dizer que não queria ser Presidente de Câmara em Portugal, por nada deste mundo. 

Quem ainda não percebeu que o centralismo é a causa principal pelas situações discriminatórias com o resto do país, não perceberá nunca. Não se deve contudo falar de centralismo de uma forma abstracta, porque ele tem gente a orientá-lo, facilmente identificável. Teve no passado, e tem no presente: foram todos os 1ºs Ministros deste país colonialista.  

Como criticar Rui Moreira por projectar um pedido de financiamento quando o(s) governo(s), este e o anterior, não assumem os seus compromissos com as autarquias? Como podem os autarcas avançar com as obras?

Razão tinha o falecido presidente da Câmara da Maia, Vieira de Carvalho, quando dizia que se estivesse à espera dos governantes para avançar com as obras, a Maia ainda estava na idade média. E se a Maia progrediu deve-se a ele, não aos governantes. Portanto, não são as autarquias as principais responsáveis pelo atraso do país, e sim os governos centralistas.


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Quanto à notícia dessa peçonha nominada Rui Gomes da Silva, símbolo do que de pior tem a classe política, quero ver para crer, que é como quem diz, vou esperar sentadíssimo até ao silêncio habitual, vulgo, prescrição. Como tal, cheira-me a esturro... Há aqui gato escondido, e só lhe veremos o rabinho daqui a uns tempos. Aguardemos.

  

13 setembro, 2016

Porto, num sábado à tarde




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Pouco passava das duas da tarde de sábado, já a Rua Cândido dos Reis se apinhava de gente. Do outro lado da Rua das Carmelitas formavam-se filas para adquirir bilhetes para visitar a Livraria Lello. Quem diria que isto viesse a ser possível só para entrar numa livraria...

Foi um grande prazer constatar que, ao contrário do que aconteceu nos dois mandatos de Rui Rio, e que justificou a criação do blogue As Casas do Porto, agora já começam a surgir com alguma normalidade várias casas restauradas. Ainda faltam muitas outras,  é certo, mas ninguém de boa fé pode negar a diferença.

É por isto, mas também pela particular atenção de Rui Moreira com a cultura, que não consigo perceber certos políticos que já passaram pela Câmara do Porto, como Rui Sá, que só sabe ver defeitos na gestão de Rui Moreira, mas não é capaz de lhe vislumbrar as virtudes. 

Com Rui Rio e enquanto se manteve na Câmara, nunca lhe vi semelhante obsessão.  Só no JN, os artigos contra Rui Moreira são uns atrás dos outros.

Nota: As fotos foram tiradas com o telemóvel, não têm a nitidez desejada mas servem para o efeito pretendido.

11 setembro, 2016

Leiam este livro e retirem as vossas próprias conclusões

Capa
Contra-capa

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Posso garantir que não recebo qualquer comissão pela propaganda a este livro, e que nem sequer conheço o seu autor. 

A curiosidade maior - talvez a mais esclarecedora - advem do facto de todos os políticos constantes da lista de convidados para reuniões claramente secretas, as desvalorizarem... 

A equipa e o treinador, cumpriram. O presidente, ainda não...

Layún foi, mais uma vez, muito influente no bom jogo colectivo

Insisto no tema. Insistirei sempre, enquanto não notar uma reacção clara de rejeição contra arbitragens venenosas da parte da cúpula directiva do FCPorto. 

O FCPorto de Nuno Espírito Santo inspira-me confiança.

A equipa é combativa,  já não tem medo de atacar, nem lateraliza tanto o jogo como acontecia no passado recente. Quem não é mesmo nada combativo, é o corpo directivo do FCPorto, onde se destaca a figura do presidente, omissa e permissiva com a hostilidade das arbitragens, claramente empenhadas em prejudicar o nosso clube e beneficiar os clubes da capital. Tal é a mudança, que às vezes até parece cumplíce dos árbitros. Há coisas que, por mais controlados que possamos ser não se podem tolerar. 

O critério que sustentou os dois golos do Sporting e lhe facultou a victória na jornada anterior já não foi seguido ontem no Dragão. Como a bola entrou na balisa adversária do FCPorto, então muda-se de chip e invalida-se o golo. É óbvio que, de tão traiçoeira que é, a tese da "mão na bola/bola na mão" encaixa na perfeição nos planos dos clubes da capital para pressionarem os árbitros cobardes. Porra! De que estão à espera os "lideres" portistas para falarem de coisas sérias! Andam a inaugurar casas do clube como se tudo corresse dentro da normalidade, a falar do orgulho nortenho e contra o centralismo, e são incapazes de abrir a boca para o combater frontalmente. Que valentia é essa?

Pronto, ganhámos, está tudo bem quando acaba bem. E se não tívessemos marcado mais nenhum golo além do que foi mal anulado, como seria? Como é que nos deixamos embalar por critérios tão demagógicos? Será que Pinto da Costa está a fazer tudo para perder o respeito e para arrastar com ele o FCPorto? Achará ele que é assim, com esta postura de homem vencido, subserviente, calado, que está a ajudar o clube? Não lhe bastaram três anos de deserto, desportivo e até financeiro na última época, para perceber que assim não vai a lado nenhum?

Repito: que os jogadores se apliquem, deixem a pele em campo para vencer, tudo bem, é essa a primeira condição para jogar no  FCPorto. Agora, que pensem que os jogadores têm de extrapolar essas obrigações para competências que não são as suas, é um abuso, uma demissão cobarde de quem está no topo da pirâmide com falta de memória...