22 setembro, 2016

Para quem não viu



Memorandum para quem perdeu a memória...

"Hoje em dia, o Mundo mudou e Portugal evoluiu. As realidades desportivas são outras e as SAD passaram a ser quase uma imposição de um mercado muito competitivo, mas o FC Porto permanece dinâmico e vencedor. O clube continua a representar a sua região e a servir de baluarte para os seus legítimos interesses, mas tende a espalhar a sua filosofia de simplicidade responsável e ambiciosa a todos os portugueses espalhados pelos cinco continentes. Homens como Nicolau d'Almeida e Monteiro da Costa, onde quer que se encontrem, estarão, por certo, muito orgulhosos da força que o seu esboço de FC Porto alcançou."


Nota de RoP:

Este pequeno texto sobre a história do FCPorto consta no site do FCPorto. Com que sentimento o lerá agora o Presidente Pinto da Costa? Com confiança, constrangimento, saudade, ou desencanto?

A resposta só pode ser uma: indiferença.


21 setembro, 2016

Portistas, os adeptos mais tolerantes do mundo. Até quando?


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Acho curioso, e ao mesmo tempo dramático, ler os comentários de muitos portistas àcerca da situação actual do FCPorto. Curioso, porque finalmente começam a perceber que as coisas já não são como eram há três anos a esta parte e que o timoneiro-mor do clube desistiu activamente do seu cargo, embora continue a ser pago para tal. Dramático, porque nem essa evidência pontuada por um tremendo silêncio, para dentro, e sobretudo para fora do clube, e por um deplorável (para mim) desdém com os sentimentos dos adeptos, parece bastar para entenderem que só a ele, e apenas a ele, devem ser atribuídas responsabilidades por tudo o que se está a passar. Ele é o Presidente, está no topo da hierarquia, logo é a ele, prioritariamente a ele, que os sócios e portistas em geral devem pedir explicações.

Ora, quando leio comentários com propostas relacionadas com a qualidade do plantel, que o "Presidente" devia ir buscar o treinador A, e os jogadores B, C e D, posso compreender o desespero dos adeptos porque (como eu) se habituaram a ver em Pinto da Costa um líder pro-activo e competente, mas já é tempo de cair na realidade e olhar para os problemas conforme eles são agora, e não esperar que tudo volte a ser o que foi, com os mesmos protagonistas. Os problemas de agora, já não são de ontem, vão - por este andar - para os 4 anos...

Não é fácil, nada fácil mesmo, para os portistas, atalharem caminho para resolverem este grande problema que Pinto da Costa, em má hora, e ainda em vida, nos legou de herança e sem deixar testamento. Foram muitos os anos a confiar neste homem, e com toda a justiça, reconheça-se. Se os mandatos de Pinto da Costa foram tão brilhantemente geridos, desportiva e financeiramente, por que haveriam os portistas de desconfiar? Pois é, mas como diz o ditado, no melhor pano cai a nódoa. O tempo da desconfiança começou há 3 anos atrás, foi tempo demais para digerir. Está digerido, já chega. É chegado o tempo de procurar outro "pano". Procurar com muito cuidado.

Caberá aos sócios escolherem o próximo candidato ao lugar ainda ocupado por Pinto da Costa. Sem se deixarem influenciar por propostas mirabulantes do primeiro que se perfilar, porque como sabem o lugar é altamente sedutor. Para já, os hipotéticos candidatos estarão todos em modo de espera, a ver como acaba este estranho princípio de Peter do Presidente, mas eles vão aparecer concerteza.  Antes porém, será necessário  convocar reuniões pedindo esclarecimentos sobre a situação actual do clube e colocar na ordem do dia novas eleições.

O presidente foi reeleito faz pouco tempo, tem um novo mandato para cumprir, só que a avaliar pelas aparencias ainda não percebeu que esta foi talvez a derradeira oportunidade facultada pelos sócios para se redimir dos erros cometidos nos últimos anos. Se Pinto da Costa continuar a optar por espremer até à última gota a boa fé e a paciência dos sócios mais tolerantes, sem dar nada em troca, vai comprovar a muitos que afinal não era (ou já não é) o homem astuto que todos imaginávamos. E, a gracinha pode virar-se contra ele da forma mais inesperada.

Excerto do manifesto Anti-Dantas

PORTUGAL QUE COM TODOS ESTES SENHORES, CONSEGUIU A CLASSIFICAÇÃO DO PAIZ MAIS ATRAZADO DA EUROPA E DE TODO O MUNDO! O PAIZ MAIS SELVAGEM DE TODAS AS ÁFRICAS! O EXILIO DOS DEGRADADOS E DOS INDIFERENTES! A AFRICA RECLUSA DOS EUROPEUS! O ENTULHO DAS DESVANTAGENS E DOS SOBEJOS! 

PORTUGAL INTEIRO HA-DE ABRIR OS OLHOS UM DIA - SE É QUE A SUA CEGUEIRA NÃO É INCURÁVEL E ENTÃO GRITARÁ COMMIGO, A MEU LADO, A NECESSIDADE QUE PORTUGAL TEM DE SER QUALQUER COISA DE ASSEIADO!

Almada Negreiros

Nota de RoP:

Numa primeira leitura, o texto parece excessivo e desajustado no tempo. Mas, olhemos bem para a Europa, unitária e não unitária, e vejamos na classificação geral, contada de trás para a frente, se não estaremos muito perto de um lugar no podium.

No pensamento de Almada Negreiros, há até uma réstea de optimismo , quando diz que "Portugal há-de um dia abrir os olhos". Eu já cheguei à conclusão que a cegueira de Portugal não tem mesmo cura. Serei mesmo um pessimista? Como poderei sabê-lo se nem eu nem o Mundo são eternos?

19 setembro, 2016

Rui Sá quer a Câmara do Porto, ou estará apaixonado?

Há uns dias atrás referi aqui  observação pouco simpática acerca do ex-vereador da Câmara do Porto, Rui Sá. O motivo da observação resultou do modo quase obcessivo como Rui Sá vem seleccionando o alvo dos seus artigos semanais do Jornal de Notícias:

o actual Presidente da Câmara, Rui Moreira. 

Nalguns desses artigos Rui Sá até poderá ter tido alguma razão, mas é tanta a insistência em atacar o autarca portuense que acabou por esvaziar-lhes o sentido, e a credibildade. Hoje, volta à carga, como se não tivesse outros temas para falar, senão em Rui Moreira. Da regionalização, por exemplo. É curioso como a questão da Regionalização parece incomodar tanto os políticos de todos os partidos, incluindo os de esquerda. Rui Sá, parece dar-se bem com o centralismo, já que tão raras vezes escreve sobre o assunto.  

É lamentável que Rui Sá para malhar no Presidente da Câmara, para não lhe reconhecer as coisas positivas (que as tem) tanto se empenhe em isolá-las do cravo de Rui Moreira e tão grosseiramente.

Afinal, o malogrado vereador da cultura Paulo Cunha e Silva foi também escolhido por vontade de Rui Moreira, não será assim? Por que raio é que ele tem de vir agora falar do Sporting? Será para ver se provoca anti-corpos aos portuenses contra Moreira? E ele? Será portista? Que eu saiba, é benfiquista, e isso não é propriamente um orgulho para os verdadeiros portuenses.


Rui Moreira agora é do Sporting?

Poderão alguns leitores ficar chocados com a pergunta. É que, de clube, não se muda! Mas, de facto, a atuação de Rui Moreira à frente da Câmara Municipal do Porto faz-me recordar o Sporting - que não o seu presidente, evidentemente... Então, porquê? Porque os adeptos deste clube são conhecidos pela expressão "para o ano é que é!". E Rui Moreira, na Câmara Municipal do Porto, também passou a ser conhecido por "para o próximo mandato é que é!"...

Poderão considerar que estou a ser injusto, dada a imagem positiva que Rui Moreira tem. Mas, analisando com pormenor, constatamos que essa imagem resulta, principalmente, das suas caraterísticas pessoais (ainda por cima em comparação com as do seu antecessor, sempre zangado com tudo e com todos). A que se alia uma imagem em alta do Porto, situação que deriva do crescimento turístico e das iniciativas de animação que devem muito ao talento do tragicamente desaparecido vereador Paulo Cunha e Silva. Mas, infelizmente, essa imagem não se corporiza em investimentos na cidade, sendo que estes não se fazem ou vão sendo repetidamente anunciados, mas... para o próximo mandato!

Para que não me acusem, mais uma vez, de estar a ser injusto, analisarei, apenas, aquelas que Rui Moreira apresentou, pomposamente, como 22 "Ideias para Ganhar e para Cumprir". E aqui a porca torce o rabo porque podem ser ideias que serviram para ganhar as eleições, mas que, objetivamente, não foram cumpridas.... Vejamos, face à limitação do espaço, algumas. "Construir um Centro de Congressos no Palácio de Cristal": nada feito, com processos em tribunais. "Criação de um Polo Logístico em Campanhã, no edifício do antigo matadouro": projeto apresentado, mas nenhuma obra efetuada. "Reabilitar o Mercado do Bolhão no prazo de um ano": Já passaram três anos e, agora, aponta-se para 2019. "Reabilitar e expandir a Biblioteca Municipal do Porto em S. Lázaro": nada feito. "Recuperar e construir novas instalações desportivas espalhadas pela cidade": não se veem. "Devolver os guardas-noturnos à cidade": nem um. "Criar um interface rodoviário em Campanhã": obras nem vê-las.

É que apresentar projetos e anunciar obras não significa realizar obras... Naturalmente que há coisas que foram feitas e algumas bem feitas. Mas, se há traço que carateriza este mandato autárquico, é o da incapacidade da Câmara em conseguir concretizar investimentos, sendo que o problema não é falta de dinheiro, dado que os cofres municipais estão recheados!

(Rui Sá/JN)




18 setembro, 2016

Bem, empatar com o último classificado não é caso maior...



...presumo que é assim que o senhor Pinto da Costa da Era do Silêncio, estará a reagir à perda de mais dois pontos, agora com o Tondela, esse potento de fair-play e futebol do nosso imaculado campeonato. 

O problema é que o FCPorto não jogou melhor. Dois remates na 1ª parte, se tanto, à baliza do adversário, explicam a ausência de golos. Na segunda parte, mais uma vez, foi nos últimos minutos que o ritmo de jogo acelerou um bocadinho, mas com um André Silva perdulário, que sem força nas pernas nem capacidade para aguentar o choque não vai a lado nenhum.

Nuno E. Santo resolveu improvisar novamente. Colocou Ruben Neves retirando o Danilo que tem dado garantias nos últimos jogos. Lançou Brahimi, um jogador que esteve até há poucos dias na iminência de sair do clube, portanto, sem qualquer entrosamento com os colegas e que, quanto a mim retira profundidade ao ataque portista. O resultado foi o que se viu.

A equipa continua lenta, sem saber pressionar alto, deixando todo o espaço aos adversários. Não aprendeu nada com o jogo anterior, pelos vistos. Não contempla o contra-ataque rápido quando tem oportunidade para isso, o que reduz as possibilidades de ultrapassar defesas muitos fechadas.

Enfim, tudo parece voltar aos tristes tempos da tremideira e da banalidade técnico-táctica. 

A cereja no tôpo de bôlo, mais uma vez, não faltou: a arbitragem. Permissiva e cumplíce com as entradas violentas, sem qualquer repreensão aos jogadores do Tondela, que sabendo do que a casa gasta (leia-se, país), usou e abusou da vigarice para ganhar tempo. Mas essa, é uma cereja que tem um responsável por falta de comparência: chama-se Pinto da Costa.