07 outubro, 2016

A família benfiquista, não promíscua (Onde estás tu Rui Rio que não te oiço)


Para memória futura, eis os 5 sacrossantos valores benfiquistas (é proibido gargalhar):
  1. Valores de ganhar pelo mérito
  2. Valores do fair-play
  3. Valores de respeitar os outros e de não ser arrogantes
  4. Valores de não usar ironias para dizer mal dos outros
  5. Valores de não atacar os outros para nos valorizarmos a nós mesmos 

Mas, haverá alguém neste país e nos outros que ouse sequer duvidar da seriedade dos benfiquistas? Haverá alguém que duvide da integridade moral do político declamador? Haverá alguém capaz de negar que a promiscuidade entre clubes e políticos é exclusiva ao FCPorto? Não é Dr. Rui Rio? Onde estarás tu neste momento, que não ousas abrir o bico para bater no vermelho?

06 outubro, 2016

Não sejamos mais papistas que o Papa

Espero, e desejo, que as minhas previsões venham brevemente a revelar-se infundadas, porque será sinal que algo de muito positivo terá mudado no Porto Canal. Continuo convencido que não há, nem nunca houve, um projecto devidamente elaborado que visasse priveligiar os interesses dos portuenses e dos nortenhos, quer em termos regionais, como nacionais. 

Estou-me a repetir, mas a opção pelo modelo generalista/desportivo, pareceu-me em princípio a mais adequada, porque confiei na idoneidade das partes envolvidas, na objectividade, e na necessidade de fazer diferente do que se faz em Lisboa, em multiplos canais. Sendo o modelo escolhido algo complexo, pela sua natureza miscigenada, só vingará se alicerçado num projecto muito bem arquitectado que pondere os prós e os contras do negócio, mas sem nunca abdicar da raiz regional.  

Por isso alimentei a ideia de termos um canal assumidamente regional, com o mesmo à vontade com que os canais de Lisboa praticam (sem o assumir) o centralismo, e não vejo nisso nada que nos possa envergonhar, bem pelo contrário. Se há quem deva envergonhar-se - porque andam há 42 anos nisto - são todos aqueles (políticos e eleitores) que contribuiram para transformar o 25 de Abril no maior pesadelo anti-democrático da história nacional pós Estado Novo. 

O óbice deste dilema,  é que o  patrão do Porto Canal é o FCPorto cujo presidente parece ter-se esquecido do passado  e dos problemas pessoais que esse centralismo lhe trouxe, e por inerência, ao clube. Só isso, justificaria da sua parte uma atitude mais ousada, mais transparente e participativa com os portuenses. Ninguém compreende que um homem que andou tanto tempo a queixar-se, e com razão, do centralismo, seja incapaz de usar um canal de televisão, que é propriedade do clube, para lutar contra ele. Não pode ser Júlio Magalhães nem Manuel Tavares a decidirem a política editorial do Porto Canal, até porque ambos já deram provas de não terem perfil para lutar contra a longa maré centralista, tem de ser o líder do FCPorto. Não o fazendo, está a dar provas que teme alguma coisa e que afinal não é o homem resiliente que pensávamos.

Pela minha parte, nunca proporia nada que nos envergonhasse, que imitasse os modelos vulgares e seguidistas dos canais desportivos da capital. Proporia, isso sim, que se denunciasse a perfídia, a vigarice que tantos prejuízos continuam a custar ao FCPorto. Não queremos, nem precisamos, de imitar os medíocres, queremos e devemos, arrancar-lhes a máscara até que quem de direito perca a vergonha e intervenha para os colocar no devido lugar.  Não temos nada a perder, somos cidadãos do mesmo país, somos portugueses.  

De resto, com pessoal empreendedor, criativo, alérgico a Big Brothers e quejandos, é perfeitamente possível tornar o Porto Canal num canal diferente, desde que se inspire na seriedade, na qualidade e na originalidade dos temas e da progranmação, quer para informar, como para recrear. Há um mundo de coisas novas por fazer, haja vontade, haja quem pense seriamente nisso. Copiar, não é a melhor solução, é apenas a mais fácil. Mas, até para copiar é preciso saber. 

Os espectadores menos exigentes podem levar tempo para admirar o que lhes parece menos popular, mas uma vez compreendida a diferença, saberão muito bem separar o que é relevante, do lixo.

O caminho que o Porto Canal apontou como percurso é muito difuso, contradidório e perigoso. Se a componente "generalista" implica fazer igual ao que já há, e se não forem atempadamente criadas certas condicionantes informativas de forma a evitar a colisão com a "desportiva" do FCPorto, podemos correr o risco de subitamente vermos o Porto Canal a promover as equipas rivais de Lisboa... Esses conteúdos desportivos devem reduzir-se ao mínimo, a informações telegráficas. 

Se cometerem a ingenuidade de dar corda demais à informação desportiva, um dia destes damos com o Porto Canal a tornar-se mais um holofote para os clubes do centralismo. Ora, palcos têm eles de sobra, sobretudo os vermelhos. Enquanto dão palco a quem já o tem por excesso, outros (os nortenhos) perderão o lugar que lhes pertence. 

Nâo sejamos burros, não sejamos mais papistas que o Papa.    

    

05 outubro, 2016

Afinal o plano B era o plano J…


Houve que rejuvenescer o onze, dando oportunidade a um miúdo a titular, o Diogo Jota, e não a suplente, feito bombeiro, o tal que só entra para desembrulhar o que já está embrulhado.

Finalmente, uma goleada! Ao fim de semanas, meses e anos, até, a viver à míngua de golos e exibições, eis que, na Madeira (onde a vida futebolística até costuma ser complicada),  os adeptos portistas voltam a desfrutar de um jogo do seu clube com prazer e, inclusive, com algum encantamento.
Ganhar por quatro, ante o Nacional, não é tarefa fácil. É a goleada do campeonato e, em jogos fora, é uma marca que só “in illo tempere” era possível.  Ou seja, 4-0,  como visitante é uma proeza viável e pensável apenas na época do apogeu clubístico dos dragões.
Pergunta-se, então: terá o dragão, tal como a mitológica fénix, renascido das cinzas? Será que este sensacional resultado é o arranque de um novo FC Porto, mais identificado com o seu paradigma ganhador? Será que tal foi obra de um acaso ou de um momento de inspiração súbito? Ou será, ainda,  que terminou o Outono da equipa para dar lugar, em antecipação, a tempos primaveris, contrariando o calendário e a natureza das coisas?
São muitas perguntas para respostas que só o futuro poderá dar.
Isto embora, desde já, muito “comentadeiro” atribua às fraquezas do adversário a responsabilidade do sucesso portista.
Porém, em boa verdade, isto é normal, claro. A filosofia vigente, entre os “sulistas” (onde se situa o cérebro dos media) é a seguinte: quando os grandes da capital goleiam é só exaltação e grandeza quando é o rival, foi o demérito do seu adversário. Nunca, mas nunca, se atribui eficácia, competência, inteligência ou talento e esforço aos outros, no caso ao FCP ou, até, ao Guimarães.
Das duas, uma: ou houve facilitação do adversário ou foi tudo obra do jogo da sorte e azar, como se um estádio fosse um casino…
Mas não aconteceu isso. O que se passou na Madeira foi o exemplo claro de que o FCP pode – e deve – voltar aos seus tempos áureos se os seus jogadores honrarem a camisola que envergam e o emblema que a suporta. A exibição do mexicano Layún foi a prova de que a garra, o pundonor ou o brio profissional são os primeiros responsáveis pelo êxito.
É evidente que, desta vez, o treinador Nuno Espírito Santo (NES)  acertou na mudança. Adrián faz figura de corpo presente?  Sai. André André está fora de forma e em nítido défice físico? Sai. Brahimi está psicologicamente debilitado? Senta-se no banco.
Por isso, houve que “rejuvenescer” o onze, dando oportunidade a um miúdo, a titular, o Diogo Jota, e não a suplente, feito bombeiro, o tal que só entra para desembrulhar o que já está embrulhado…
Portanto,  se não há plano B, há plano J…
Uma palavra para a humildade de NES. Sabe que esta vitória vale apenas três pontos pois os golos não contam ( e deveriam contar, em nome do futebol de ataque…)  e, por isso, não embandeira em arco, como muitos portistas que já julgam que venceram o campeonato.
Bem diferente de NES é a atitude do técnico do Sporting, Jorge Jesus. Ele não perde uma oportunidade para se vangloriar e aos seus pupilos. Gelson é uma obra-prima sua; Adrien fabuloso campeão europeu; Bost é um avançado de excelência; Coates, um central de eleição, etc, etc
Ele tem de aprender que, em futebol , o elogio só vale quando se ganha, caso contrário é bazófia e arrogância puras. Só provoca o riso e o descrédito… Ou não será assim?
(Porto24)

04 outubro, 2016

Ainda o jogo Nacional da Madeira - FCPorto



Subitamente, eis um FCPorto dinâmico, capaz de desenvolver um futebol cativante, com toda uma equipa apostada em jogar para a frente, procurando os golos com que se constroem as victórias. Bastou a presença de um jogador como Diogo Jota, psicologicamente "limpo" de tácticas medrosas para nos fazer recuperar a confiança num futuro que se previa cinzento.

Calma, muita calma mesmo*, porque esta é apenas a descrição sintética de um jogo de futebol que seguramente agradou a todos os portistas mas que pode mudar o rumo sinuoso deste campeonato. Nada mais do que isso.

Lopetegui já cá não está, mas é importante falar dele para se perceber quão difícil é para um novo treinador desabituar jogadores a trabalharem de uma maneira, quando andaram duas épocas inteiras a ser treinados para jogar de outra. Numa primeira fase, aceitei naturalmente a opção de rodar posicionalmente jogadores para se certificar das respectivas competências. A partir de determinado momento, deixei de compreender que continuasse a fazê-lo, porque a equipa não estabilizava e a posse de bola que privilegiava se tornara inócua e um autêntico foco de inibição criativa. 

Ora, Lopetegui teve mais tempo e condições para definir a equipa-padrão do que teve o actual técnico do FCPorto. Nuno Espírito Santo também já estava a ser  criticado por mexer demais na equipa . Dizia-se que que não estabilizava, mas a verdade é que ele não recebeu os jogadores do plantel ao mesmo tempo, de forma a poder avaliá-los e treiná-los em conjunto. Curiosamente, foi Diogo Jota um dos que chegaram mais tarde, emprestado pelo Atlético de Madrid, que, a avaliar pela  exibição de sábado, pode ter sido a chave que faltava a Nuno para construir a equipa-modelo juntamente com os jogadores que o acompanharam.

Seria crucial que agora não voltássemos a emperrar a "máquina" e que, pelo contrário, a reafinássemos em todos os sentidos. A auto-confiança já ganhou um primeiro  impulso. Agora, há que consolidar a resiliência, o poder de choque, e uma vontade imensa de ganhar.

PS-O problema é saber quem defenderá o clube das habilidades de certos árbitros. Quem dará o corpo às balas quando fôr necessário? E não estou a referir-me a comentadores, refiro-me a quem tem a OBRIGAÇÂO de o fazer...

*- só para  leitores de interpretação acelerada ;))