09 dezembro, 2016

Um aviso à navegação

Domingo, o FCPorto desloca-se ao campo do Feirense para cumprir a 13ª. jornada da Primeira Liga. O jogo terá início pelas 16H00, duas horas antes do jogo entre vermelhos e verdes, o que significa que, caso saibamos corresponder às expectativas, podemos terminar o encontro reduzindo a distância pontual entre ambas as equipas, ou pelo menos, de uma delas.

Resultado de imagem para árbitro Luis Ferreira
Árbitro Luís Ferreira, nomeado para o Feirense-FCPorto
Não pedimos que o magnífico jogo do FCPorto com Leicester, enfeitado por 5 golos de categoria, se repita, porque cada jogo é um jogo, e porque, independentemente do valor do Feirense ser muito inferior aos reservas do Leicester, temos a obrigação de ganhar. Para isso, convirá não esquecer que estamos em Portugal (lamento muito escrevê-lo, mas é verdade), num país onde as malhas do centralismo ocuparam totalmente o futebol, transformando as arbitragens em autênticos golpes mafiosos a pleno céu aberto para benefício do Benfica. Nem em Itália, terra de origem de Al Capone, consta que o futebol esteja tão minado por arbitragens manhosas, como neste país cinicamente considerado de brandos costumes...

Concluindo: o FCPorto tem de se precaver, não esperando que o árbitro,  seja ele qual fôr, venha instruído para marcar todas as faltas a nosso favor, como aconteceu com o árbitro alemão  no jogo com o Leicaster, ou como o que apitou o do Roma. O que vai acontecer, será mais do mesmo, ou seja, o árbitro apitará as faltas demasiado óbvias, esquecerá outras, e deixará passar a maioria. Não sou eu quem profetiza, são eles próprios que tratam de nos dar essas certezas, jornada após jornada. Como não são estúpidos de todo, ainda que desavergonhados, o mais certo, é que o árbitro nomeado alterne a acumulação de faltas perdoadas ao adversário, com a mostragem de uns inócuos cartõezinhos amarelos, lá mais para o final do tempo complementar... 

Todas as equipas rivais do FCPorto sabem disso. Não o transmitem, porque isso seria honestidade a mais para o nosso futebol (país), mas todos sabem que os árbitros na dúvida, a nós só nos prejudicam, por isso, os adversários não hesitam em dar-nos porrada da grossa nas suas barbas, tornando as accções ofensivas da nossa equipa numa tarefa muito mais árdua do que seria com árbitros bem nascidos. Não será essa a principal causa do longo jejum de golos dos nossos jogadores, mas é sem dúvida uma das causas, quiçá a mais grave.

Espero que Nuno Espírito Santo e os próprios jogadores tenham percebido a diferença entre jogar cá e jogar lá fora, e que todos estejam devidamente acautelados para o que nos espera. Temos de jogar intensamente, metendo o pé, mas lealmente, evitando que a mão pesada dos árbitros e dos cartões se vire contra nós. Pressionar alto, nunca desistir de ganhar a bola e chutar para a baliza como se ela fosse do tamanho do mundo.

Só assim, ela entrará na baliza. Enfim, com muita confiança.  

07 dezembro, 2016

FCPorto 5 - Leicester - 0



São dispensáveis os comentários. Só tenho a dizer, confesso que com grande desgosto, que se este mesmo jogo fosse arbitrado pelo melhor dos árbitros portuguêses, o resultado seria impossível. Não porque o árbitro alemão tivesse beneficiado o FCPorto, porque não é assim que gostamos de vencer, mas pela soberana razão de nos ter calhado um árbitro HONESTO  e competente (nem se deu por ele). Assim mesmo, HONESTO, com maiúsculas!

Estão a ver a frequência com que o André Silva é atropelado pelos adversários no nosso transparente campeonato, dentro e fora da área? Estão? Agora, contem as faltas que têm sido poupadas aos nossos adversários e tirem as vossas conclusões.

Que esta exibição seja para repetir e que os fantasmas tenham sido definitivamente afastados.

PS-Grande jogo colectivo e  individual. O golo do Corona é o meu eleito. À inglesa, sem preparação.

O Porto Canal já arrancou a mordaça? Espero bem que sim

Digam o que disserem, os blogues, sendo simples dispositivos de comunicação, vão fazendo o seu papel, conquistando o seu espaço, e tentando influenciar positivamente a opinião pública e as elites locais nas várias áreas da vida da nossa cidade. Por mais que tentem desvalorizar a blogosfera, está provado que actualmente são os blogues os únicos "media" verdadeiramente autónomos com liberdade e coragem para lutar contra o despotismo centralista.

O Renovar o Porto tem procurado, como sabe e pode, dar o seu pequeno contributo para atingir esse objectivo, criticando quando tem de criticar, mas também louvando e dando sugestões. Na área do desporto, não nos cansamos de sugerir, um melhor aproveitamento do Porto Canal para defender o FCPorto da discriminação e das arbitrariedades com que nos têm "mimado". Escrevemos inúmeros posts sobre o assunto, propondo debates, denunciando, expondo imagens, tirando partido das novas tecnologias para desmentir as opiniões manipuladas dos jornais e televisões do regime. Finalmente, parece que fomos ouvidos. Este trabalho teve o mérito de ser partilhado por muitos outros blogues, o que abona da importância do colectivo (tal como no futebol...), só é pena que não nos tenham dado ouvidos mais cedo. Mesmo assim, ainda há muito caminho a percorrer.

Mesmo que nos neguem essa influência, pela minha parte não me apoquento, desde que o Porto Canal, a partir de agora, dedique mais tempo a olhar mais para a cidade do Porto e para o FCPorto e que responda sem rebuço aos atropelos dos juízos que nos fazem, não com a mesma moeda, porque essa é falsa, mas com a moeda da verdade.

Ontem, no programa Universo Porto onde participaram o ex-jornalista da RTP José Cruz, Francisco Marques do Dragões Diário e Bruno Magalhães, moderado por Paulo Miguel Castro, foram abordados temas muito importantes. Discutiram-se as polémicas arbitragens mais recentes com requintada ironia, mas com a seriedade devida. Cronometrou-se o tempo de jogos desperdiçados pelos adversários do FCPorto (no caso, o guarda-redes Marafona do Braga) com o consentimento dos árbitros. Abordou-se a contratação dos ex-árbitros António Rola e Cosme Machado pelos rivais de Lisboa, enfim, uma série de casos que têm afectado frequentemente o nosso clube. 

José Cruz afirmou algo que não sendo propriamente uma novidade, é elucidativo do estado de resignação a que os portuenses chegaram. Disse ser muito diícil resistir a esta discriminação devido à comunicação social estar nas mãos de 3 ou 4 grupos económicos. Faltou dizer que grupos são esses. É que, mesmo que não possamos travar esta prepotência pelo poder que detém, denunciá-la é já um bom passo que se dá para os pôr em respeito. Os grupos económicos têm os seus representantes e de certeza que não vivem só das fontes que sustentam, os seus interesses são mais abrangentes. Sabendo-se controlados, é possível que comecem a sentir algum desconforto e a ter mais cuidado. 

A pior coisa que se pode fazer é ceder à opressão do dinheiro. Pode estar apenas nas mãos de uns poucos, mas antes de aí chegar, passa pelas mãos de todos nós, e eles sabem-no. De qualquer modo, o Porto Canal deu-nos razão, admita-o, ou não.

05 dezembro, 2016

CENTRO HISTÓRICO DO PORTO É PATRIMÓNIO MUNDIAL HÁ 20 ANOS


Tenho um hábito comigo, que não sei explicar muito bem, que é desconfiar do lançamento de foguetes, antes de saber onde é a festa. Só sei, é que, ao contrário do que acontece com a sorte, pressinto os inconvenientes das euforias mediáticas quando não as vejo sustentadas em fundamentos sólidos, e nestes casos, acerto quase sempre.

Ninguém, mais do que eu, portuense, portista, bairrista (e cosmopolita), se empolga quando lê e ouve, coisas elogiosas sobre o Porto e a região. Agora, esta história de se andar a dizer que "o Porto está na moda", pode, ao primeiro impacto, parecer  uma coisa boa, mas não deixa de me soar estranho comentar a nossa cidade como se tratasse de uma casa de alta costura. As modas são isso mesmo, modas apenas. Renovam-se continuamente para promover o consumo, nada mais. 

Uma cidade, não pode traduzir-se nestes termos, porque o Porto é sobretudo a sua gente. E porque não quero que o Porto seja apenas um capricho de momentos, sujeito a ocasionais ditaduras inspiradas em modas, preferia um slogan mais apropriado e intemporal. O Porto é eterno, não anda ao gosto de quem quer. Em vez de se dizer que o Porto está na moda, devía optar-se por clamar que "o mundo despertou para o Porto", porque a cidade está no mesmo sítio onde sempre esteve. Se esteve fechada tanto tempo foi porque não nos deixaram ir mais além (o centralismo dos governantes).

Pragmaticamente, o Porto modernizou-se (há que reconhecê-lo), sobretudo nestes três anos de mandato de Rui Moreira. A reabilitação urbana avança, o centro histórico regenerou-se a olhos vistos, a actividade cultural saiu da mediocridade inspirada no La Féria (de Rui Rio) para patamares de excelência, e a baixa nunca esteve tão pujante de povo de todo o mundo. Para além de isto, houve dois factores fundamentais responsáveis pela ideia parva de relacionar a moda com o Porto, como seja a modernização do Aeroporto Sá Carneiro (com os vôos low cost), complementada com a implantação do Metro. Estas duas obras, foram as principais dinamizadoras responsáveis pela "descoberta" da cidade para o Mundo. Tudo o resto já cá estava, não fossem as políticas mesquinhas centralistas e o Porto hoje estaria ainda melhor. 

De resto, as minhas únicas inquietações nesta matéria, prendem-se com o fundamental: a população. Urge incentivar o regresso dos portuenses ao centro da cidade, criando fórmulas acessíveis à habitação. O Porto tem de ser uma cidade multi-classista, com gente de diferente matiz. Esta onda algo obssessiva de impulsionar o turismo está a inflaccionar o valor das rendas e a obstar o repovoamento da cidade. É um problema que deve merecer a atenção de Rui Moreira, de modo a evitar que o desenvolvimento do Porto aconteça da pior maneira engendrando uma cidade comercial sem gente para a consumir. Os turistas, vão e nem sempre regressam. Os habitantes são potenciais clientes, não vitalícios, mas para a vida.

PS-Não liguem a este meu estilo de falar frequentemente na primeira pessoa, porque tenho sempre de admitir que nem todos concordem comigo, apesar de sermos todos portuenses.