31 dezembro, 2017

Senhor Pinto da Costa, decida-se e defenda o clube com dignidade!


Continuo a pensar que para agilizar a resolução do escândalo dos emails será preciso algo mais que denunciá-los. Não se trata de pressionar os investigadores, porque é importante que a investigação seja feita com o maior dos rigores, e para isso é preciso tempo. No entanto, tendo em conta a dimensão deste caso e as influências que com certeza estão a ser movidas para o abafar, é fundamental que o FCPorto assuma uma posição mais determinada para o evitar, ou no mínimo, para bloquear a sua profusão.

Não duvido que dentro do clube haja gente com experiência jurídica para escolher a melhor estratégia para casos desta natureza, mas também não podemos esquecer que a liderança do presidente não é mesma de outros tempos, e que a sua capacidade de antecipação de prevenir os problemas agora deixa muito a desejar. Se a liderança pessoal de Pinto da Costa não é a mesma (e não é, de facto), então que haja o bom senso entre os elementos da SAD para a partilharem, no sentido de ajudar o presidente a encontrar a solução mais indicada para o FCPorto. Repito, para o FCPorto, ou seja, para o universo portista. Todo!

É preciso não esquecer que este escândalo tem contornos mafiosos gigantescos, com gente mal formada e intelectualmente corrompida, disposta a tudo para manter o poder e respectivos privilégios. Por isso, continuam activos e confiantes na sua missão, e não vão parar enquanto não forem detidos pelas autoridades. Atenção que isto não é só no futebol que acontece, é em todas as modalidades praticamente, como pudemos ainda ontem confirmar no jogo de hóquei, onde os jogadores do Benfica só conseguiram ganhar com a ajuda preciosa de um árbitro descaradamente corrupto. Digam o que disserem, os pontos da victória do Benfica já ninguém os tira, pelo menos em tempo útil...Não são as denúncias dos emails isoladas que vão restituir ao FCPorto os pontos perdidos por influência dos árbitros, até porque como atrás referi, ninguém pode dar como garantido que a resolução deste escândalo seja concluída a tempo de travar os danos entretanto causados ao  FCPorto.

Até a RTP, e o exército de chulos (e chulas) que ali fingem fazer serviço público, não teve problemas para justificar a não transmissão do jogo com o Paços de Ferreira, lançando as culpas para a Liga de Clubes, o alvo a abater do Polvo dos cartilheiros...  Enfim, tudo isto é tão vergonhoso, que me faz corar, só de imaginar o que vão pensar deste país os cidadãos estrangeiros de países civilizados! Então, quando souberem que os media e o próprio governo corroboram num escândalo destas dimensões, não apenas por omissão, mas também com cumplicidade. Insisto nesta tecla: o FCPorto tem motivos fortíssimos para desafiar o Governo a explicar-se, mas com respeito e seriedade. Porque, o secretário de Estado do Desporto que o representa, está provado e comprovado, é absolutamente disfuncional, e desonesto! Se eu neste espaço público não me privo de o afirmar - e não é por má educação -, por que é que o FCPorto, com um afamado departamento  jurídico, não obriga o Governo a retratar-se? 

Resumindo e concluindo: se chegados ao fim da temporada desportiva tivermos sido outra vez ludibriados, com perdas e danos, porque nada fizemos para acelerar o processo das investigações, confiando demasiado na celeridade da Justiça, de nada irá adiantar a lamúria, e outros responsáveis terão de se retratar, coisa em que não acredito no FCPorto dos últimos anos...

PS-Não quero fazer de ave de mau agoiro, não senhor.  Quero apenas seguir o exemplo do seguro que morreu de velho...

BOAS SAÍDAS DE 2017, E MELHORES ENTRADAS PARA 2018!

29 dezembro, 2017

Não adoto este silêncio

Rosário Gamboa 

"Não adoto este silêncio" é o lema do movimento de denúncia de um sistema internacional de adoções ilegais, que emergiu com base em peças de jornalismo de investigação (Alexandra Borges; Judite França). Mas devia ser um lema geral. *Calar perante a injustiça ou o sofrimento é demissão, negação de si mesmo na negação do outro.
Há muitos silêncios nascidos da omissão da nossa voz, diluída na massa anónima da desresponsabilização coletiva - se o mal é do sistema, a minha palavra não fará a diferença!
Ignorância, falta de desenvolvimento moral e cívico, cansaço, desilusão?... Não há uma causa única, nem simples e as responsabilidades dividem-se, indubitavelmente, entre o sistema, onde as condições de produção do medo, do desconhecimento, da indiferença, da má vida são geradas, e a responsabilidade individual que cabe a cada um.
É certo que a turbulência dos dias agita-nos num precipitar de necessidades, num esgotar permanente de tarefas, onde o tempo escoa e a consciência é um pequeno crepúsculo fugaz antes do adormecer. Tudo parece concorrer para esse indolente entorpecer: consumimos, produzimos e consumimos mais, num ciclo frenético, onde inscrevemos a vida sem grandes interrupções, pois também o lazer se organiza e regula pelo consumo, e as mais ingénuas distrações estão por conta de uma indústria de entretenimento que nos entra em casa com ideias "criativas", jogos lúdicos, onde o prazer leve nos embala o cansaço. No alinhamento dos telejornais as notícias sucedem-se velozes e indiscriminadas, navegando entre os dramas mais intensos e os faits divers cor-de-rosa - um jogo cénico onde a sua relevância mutuamente se anula, até ao suave esquecimento.
As sociedades contemporâneas, abertas e globais, alicerçadas num modelo de desenvolvimento neocapitalista que democratizou o consumo como modo de estar, trazem, na sua imensa complexidade, o vírus da passividade, do individualismo hedonista, da indiferença moral.
É neste presente que temos que pensar e agir. Entre o poder do "sistema" e nós mesmos há um continuum onde, formalmente, se funda a natureza comunicativa das nossas sociedades democráticas. E é pela compreensão e comunicação que se abre o sentido capaz de romper o silêncio - formar posturas de reflexão contra a tirania do imediato, desconstruir falsas evidências e factos, demonstrar ideias que mobilizem a sociedade e permitam uma "viragem cognitiva", educativa, apoiando a formação do juízo cívico e moral.
PRESIDENTE DO POLITÉCNICO DO PORTO
(JN)
* Nota do RoP: O silêncio do medo e da cumplicidade intraquila. Sempre ele. O sublinhado é do RoP.

28 dezembro, 2017

Uma coisa chamada João Paulo, com nome de pessoa

É isto, um secretário de Estado?

Olho para esta imagem, e o que vejo? Um rapazinho com cara de sonso, insignificante, igual a tantos outros,  ou um chico esperto a quem alguém convenceu que a melhor forma para subir na vida era engajar-se num partido político do círculo da governação?

Resposta: vejo tudo isso, mas também um elemento da cartilha benfiquista com responsabilidades governativas, mandatado pelo Governo para proteger um clube liderado por um ex-presidiário. 

Para ele, e para todos os que o apoiam, os meus votos de um ano novo cheio de desgostos e de muito sol aos quadradinhos. Não merece menos! 

20 dezembro, 2017

PSP como o IPDJ: a moda de brincar às instituições públicas


O comunicado da PSP em resposta à menção do nome da instituição num e-mail enviado pelo diretor de segurança do Benfica a um administrador só pode ser lido assim: como é que nos safamos de perguntar, pela via oficial, ao Benfica por que diabo está o nosso nome metido numa suposta estratégia para retardar a entrada dos adeptos do FC Porto no Estádio da Luz? 

A conclusão atingida pela Polícia de Segurança pública foi, curiosamente, a mesma a que chegou o notável Instituto Superior do Desporto a respeito das claques do Benfica: falar de uma realidade alternativa, fingir com o mesmo descaramento do IPDJ que não há factos, nem indícios, à vista de toda a gente, e desconversar. 

A PSP é metida ao barulho no caso dos e-mails porque consta de um e-mail, não porque o FC Porto a acuse ou deixe de acusar. Está metida ao barulho, porque trabalha para nós, contribuintes (todos, de norte a sul), e porque não é suposto que participe em estratégias de clubes de natureza alguma. Portanto, se não participou, não tem de repudiar acusações: tem de perguntar ao Benfica por que razão a "estratégia incluía a participação da PSP". Gostava de escrever agora "chega de brincar às instituições públicas", mas não escrevo, porque sei que vamos continuar a brincar às instituições públicas. E aos secretários de Estado, e aos ministros, etc.


José Manuel Ribeiro 

O JOGO)

O Benfica vai enterrar o PS e o Governo. A menos que este assuma a ditadura instalada

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Como é? Agora, a promiscuidade vai morrer solteira?
Outra vez?

Não sou dos que se deixam levar facilmente pelo paleio dos políticos. Tenho da classe a pior das opiniões, o que não significa que não esteja atento ao que vão fazendo de positivo, e não venha um dia a mudar de opinião se fôr caso para isso. 

Numa primeira fase, comecei por apoiar a ideia da "Geringonça", e a admitir que as coisas viessem a mudar com António Costa, mais que não fosse para purgar o Partido Socialista da vergonha que José Sócrates lhe deixou como herança. Falsa, espera! António Costa, ao contrário do que cheguei a admitir, tem-se mostrado um desastre, uma decepção. Falhou, no modo como resolveu o drama dos incêndios, falhou no modo de reagir ao problema, e falhou no modo como apresentou a solução. Primeiro, e como tem sido habitual nestas situações, também com outros governos, veio logo com a conversa dos equipamentos de combate (helicópteros, carros e aviões), e só muito de empurrão com a prevenção. Ainda ontem, disse aquilo que devia ter dito logo após os incêndios, como seja: "A reforma da floresta tem de avançar já".  Neste momento já devia ter passado à accção, porque parece que ainda não percebeu que os portugueses estão cansados de processos de intenção, e já não acreditam nos discursos, querem ver accção. Obra controlada, com divulgação pública e regular do seu andamento! Coerência, traduzida em práticas seguras. Só assim se regenera a confiança. 

A. Costa falhou com a presidente da IPSS "Raríssimas". Mais uma vez, mesmo sabendo que o escândalo de Sócrates em nada credibilizou o Partido Socialista, reagiu de forma demasiado proteccionista para com a suspeita, como se  fosse um caso isolado de corrupção. Finalmente, A. Costa continua a falhar (para nossa desgraça, temos de incluir aqui todos os partidos), no mais escândaloso crime do futebol português, pré e pós 25 de Abril, que é o caso do Benfica/Emails, vulgo "Polvo Encarnado"!

Ninguém, de boa fé, acredita que António Costa não saiba o que se está a acontecer, e a dimensão da gravidade que este tipo de crimes comporta (são vários). Em vez de procurar acelerar as investigações, chamando o Secretário de Estado do Desporto, obrigando-o a dizer o que sabe e a tratar do assunto com a imparcialidade a que está obrigado, e  o momento requer, meteu a viola no saco, colando-se implicitamente à estratégia do suspeito. Isto é, nem nega, nem assume. Logo, optou pela irresponsabilidade!

Mas, aconteça o que acontecer, o PS vai pagar muito caro este acto abjecto de irresponsabilidade política, em que mais uma vez deixa a nu a verdadeira face do Estado de Direito português. 

Salazar, faria muito melhor, sem precisar de apelar à democracia.  


19 dezembro, 2017

Viva a equipa do FCPorto, e viva Marega!


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Xiu!!! Isto é só  cá entre nós, para portistas de bancada (e de sofá)... Vou-vos confessar uma coisa que sei não ser consensual, e que não convém que se saiba nos bastidores do plantel do FCPorto: aprecio mais as qualidades do Marega do que as do Brahimi! Tenham paciência se vos choquei, mas se pensarem bem, vão ver que não cometi nenhuma heresia.

Já sei que as características entre um e outro, são diferentes, mas porque este argumento é habitual quando fazemos comparações deste tipo, antecipo-me já a rebatê-lo porque não se trata de reduzir um à insignificância e o outro à magnificiência. Nada disso.

O Brahimi é um jogador talentoso com a bola nos pés, com uma capacidade invulgar de drible cuja vantagem principal é arrastar consigo dois ou três defesas adversários, e assim abrir espaços para os colegas poderem penetrar, e fazer golo. O problema de Brahimi é não saber gerir equilibradamente os momentos, entre quando deve parar de fintar para daí tirar partido para si próprio, ou para os colegas, e quando está em posição vantajosa para prosseguir sozinho.   É desse equilibrio que Brahimi precisa para ser um jogador sensacional. Quando não decide bem, faz com que a equipa se desiquilibre e seja apanhada em contra pé gerando situações iminentes de perigo. Quando quer fazer tudo sozinho e tem colegas em melhor posição para concluir as jogadas, sinceramente, não o aplaudo... Quando usa o talento e olha para os jogadores melhor colocados e decide endossar-lhes a bola (como foi o caso de ontem com Marega), enche-me as medidas.

Já Marega tem outras características, não propriamente idênticas a Brahimi. Parecendo um tôsco, é voluntarioso. A maior virtude de Marega é a vontade que tem de se superar. Nota-se, que se esforça por fazer sempre melhor. Ajuda a equipa, no ataque, mas também na defesa. Corre como uma gazela, tem a força de um touro, e espanta pela evolução técnica que foi conquistanto (faz golos de craque). Não duvido que Sérgio Conceição tenha a sua cota parte de sucesso nessa evolução, como aliás teve também com a evolução de Brahimi, só que - sem querer ser injusto com este último -, acho que a progressão de Marega foi muito mais intensa e abrangente.

É um jogador de equipa, trabalha para ela, sem pensar apenas em si próprio, e brilha por ser assim.

PS-Se encontrarem aqui um comentário meu a criticar o Marega, façam o favor de comentar. Estejam à vontade.


  

18 dezembro, 2017

Cheira-me a esturro...


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Afirmo-o aqui, sem qualquer rebuço: quando Nuno Miguel Maia assina um artigo sobre casos de polícia, podemos ter a certeza que o nome de Pinto da Costa vem logo a seguir. Ele  próprio (NMM),é um caso de Polícia, mas ainda não percebeu...Ou também sofre de uma grave patologia mental, tal é a obsessão que tem pelo presidente do FCPorto.

Como não escreve uma linha sobre o traficante de emails (e não só), a razão é inquestionável: é mais um cartilheiro do Benfica, no JN.




Talvez haja aqui motivo para desconfiarmos destas alterações nas chefias da PJ...

Off Topic:

Relembro, a quem tiver esquecido, que avisei em vários posts, que a  entrega à PJ dos e-mails suspeitos do Benfica pode não chegar para bloquear as vigarices que conhecemos. Disse, e repito, que a matéria de prova é suficientemente poderosa para legitimar o FCPorto do direito a uma exposição ao Governo. Desde o início deste processo, os órgãos que tutelam o desporto nunca estiveram à altura do caso, revelando, mais que incompetência, cumplicidade com os transgressores. Resultado: o Benfica continua impune, a amealhar pontos não só à custa dos favores dos árbitros, como dos clubes "satélites".

Com tudo o que tem de ilegítimo, este caso pode custar ao FCPorto a perda de outro campeonato, e nesse caso, não podemos só atribuir aos vigaristas o nosso eventual insucesso, mas também à SAD portista, por cobardia, ou ingenuidade. Espero sinceramente estar enganado. Caso contrário, também perderei como portista. Indignamente. 

16 dezembro, 2017

Raios partam a porcaria do fado! Hoje, como ontem.

Nós Estamos num Estado Comparável à Grécia

Nós estamos num estado comparável, correlativo à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesmo abaixamento dos caracteres, mesma ladroagem pública, mesma agiotagem, mesma decadência de espírito, mesma administração grotesca de desleixo e de confusão. Nos livros estrangeiros, nas revistas, quando se quer falar de um país católico e que pela sua decadência progressiva poderá vir a ser riscado do mapa – citam-se ao par a Grécia e Portugal. Somente nós não temos como a Grécia uma história gloriosa, a honra de ter criado uma religião, uma literatura de modelo universal e o museu humano da beleza da arte.
Eça de Queirós, in 'Farpas (1872)' 

Nota do RoP:
Ainda bem que no tempo de Eça não existia o Benfica... 

15 dezembro, 2017

Ditadura antiga, e ditadura moderna. Qual é que prefere?

Descubra as diferenças!

Vamos supor que ainda há gente honesta em Portugal. Que entre os 10 milhões de portugueses espalhados pelo mundo,  há meia dúzia dispostos a inverter a desproporção entre os honestos e os desonestos, e que desse pequeno grupo exista alguém com capacidade e coragem para o fazer. Tudo isso, partindo do princípio que essa figura não era silenciada, ou  mesmo abatida, como fazem as ditaduras.

Que destino seria reservado ao magote incalculável de biltres que dominam o país? Deixá-los em liberdade, quando está provado que não merecem viver em liberdade? Deixá-los viver tranquilamente, depois de andarem, anos e anos a minar os valores fundamentais da sociedade, impedindo que uma minoria decente tenha o merecido prémio por saber viver em sociedade sem a conspurcar, nem optar  pela via fácil do crime? Devíamos continuar espectadores passivos desse filme de terror, deixando escancaradas as portas do paraíso a quem nos anda literalmente a chular? 

Que se saiba, ainda não foi constitucionalmente decretada a inversão dos princípios éticos, e dos bons costumes. Não se riam se vos parecer muito púdico, se vos convencer que me imagino no século XIX, porque não quero regressar a esse tempo. Só não me parece normal nem decente que sejam os maus cidadãos a decidir o destino dos melhores, dos mais civilizados. Foi baseado nessa premissa, tão natural como respirar, que questionei mais atrás o que podemos fazer com quem anda a dar cabo do país, e da nossa vida. Apenas isso.

Sem querer pôr-me em bicos de pés, com loas aos meus parcos méritos, far-me-ão justiça se reconhecerem alguma razão naquilo que aqui venho escrevendo dos políticos, e da nossa democracia. Podia-vos parecer algo exagerado, radical até. Como podem agora confirmar, as coisas ainda estão piores do que pressentia. Muito piores, e mais graves! Não se tratava de pressentimentos intuitivos, eram convicções baseadas e consolidadas pelo comportamento leviano da classe política, com responsabilidades acrescidas dos que governaram o país e destruíram o motor da Democracia, que como aqui tenho reiterado, é a Liberdade regrada.

Infelizmente, houve quem andasse anos a fio a defender ideias antagónicas. Nunca me esquecerei dos que andaram durante anos a apregoar que a Liberdade não tem limites. Tudo tem limites! Só para dar um exemplo, recordo uma figura pública relevante como  foi o falecido Mário Soares. Figura que admirei nos primeiros anos de democracia, e que deixei de admirar quando desautorizou publicamente um agente da autoridade que procurava ordenar uma confusão numa estrada. Na altura, dei comigo a pensar  que se estivesse no lugar do agente, talvez o Dr. Mário Soares não saisse de cena sem lhe entregar a farda e lhe pedir para me substituir, mas isso é outra história...

Hão-de observar, se é que ainda não observaram, que é a classe política, e outras que vivem de os bajular, quem repete sempre o mesmo tipo de discurso, os mesmos chavões, de forma a torná-los verdades indiscutíveis e assim desmotivar concepções diferentes das que estão estabelecidas. A espaços, gostam de citar a célebre frase de Churchill sobre a Democracia, como se fosse comparável a época e o contexto em que foram ditas, com a nossa, e a experiência que temos da mesma. Isto, não é mais do que oportunismo político-intelectual. 

Outra dessas "verdades", que pelos vistos dispensam «manutenção», das quais discordo absolutamente, é a questão polémica sobre a Liberdade. Quem é que não gosta da Liberdade? Haverá alguém com carácter e ideias próprias  que se recuse a viver em Liberdade? Só um louco. Maior  loucura é acreditar que um regime realmente democrático sobreviva a uma liberdade despojada do respeito pela Lei. Estas duas vertentes, são almas gémeas que, ao contrário do que certos «democratas» apregoam, só robustecem a saúde de qualquer sociedade livre, não a adultera. O que mata, e corrompe moralmente uma democracia, é o desprezo pela ordem e pelo cumprimento da Lei.  Portugal, deixou-se de práticas legais benéficas, preferiu sempre a solução teórica que sustenta o mal. 

Nada é garantido. Se é prudente acautelar-mo-nos com apelos populistas à ordem e ao excesso de obrigações de certos oportunistas, não é menos importante desconfiarmos da Liberdade sem ética  que temos,  porque foi esta mesma que nos levou ao pântano gigante em que se tornou o país. Que diferença haverá entre a hipocrisia do Estado Novo, e a deste regime? Será preciso vivermos mais tempo para concluirmos, que ambos são ditaduras? Se o primeiro tinha a PIDE, este tem a Comunicação Social. Assim, nem precisam de nos mandar prender (ou assassinar). e sempre podem fingir que são bons democratas.  Talvez agora, aqueles que discordavam de mim por ter deixado de votar reconheçam que a razão estava do meu lado.  


14 dezembro, 2017

Francisco J. Marques, chama os bois pelo nome! Só se suspeita de quem se esconde.

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FJMarques


Compreendo que Francisco J. Marques se contenha na linguagem, quando levanta questões aparentemente ingénuas mas visivelmente incómodas para os destinatários, que continuam sem  lhe responder (F.P.F., C.A., LIGA,IPDJ). Compreendo o estilo, mas não concordo. 

Não concordando, também não ignoro os poderes limitados que tem dentro do clube, e que isso o obrigue a acatar recomendações superiores. 

Valorizo o que Francisco J. Marques está a fazer, porque, mesmo sendo pago pelo FCPorto, está a realizar um trabalho importantíssimo, não só para o clube como para a própria sociedade, pelo menos para aquela parte que convive mal com a canalhice. Outra condicionante, que convém não esquecer, consiste em evitar dizer algo que possa comprometer o andamento das investigações. Mesmo assim, depois de revelada documentação abundante com indícios comprometedores para os órgãos que tutelam a disciplina do futebol, sem que estes tenham mostrado a mínima disponibilidade para esclarecer a sua posição, ou colaborar com a investigação em curso, é inútil continuar a apelar ao bom senso, porque está visto que é coisa que não têm. 

Daí, que o FCPorto não tenha razões para se preocupar se, pela boca de Francisco J. Marques, levantar suspeitas sobre a idoneidade da Comissão de Disciplina e da APAF. Como cidadão, digo aqui e sem qualquer receio, que o comportamento destes organismos se assemelha mais ao de cúmplice (do escândalo dos emails), do que de uma autoridade reguladora, e ainda menos, de uma entidade disciplinadora. As responsabilidades são para assumir, não são para fugir. Pior: as responsabilidades não são para intimidar quem tem o direito de as exigir. E é só isso que, a tutela tem feito. Intimidar.

Gradualmente, o Francisco J. Marques vai chamando os bois pelo nome, é verdade. Estou atento, e também aceito a sensatez estratégica, só que às vezes, é preciso "picar a caça" para a forçar a sair da toca. Enquanto se espera que ela saia pelo seu  próprio pé, vamos dando tempo aos "coelhos" para procurarem outra lura, e daí quem sabe, para nunca mais serem vistos.  

Lá diz o refrão: há momentos em que a melhor defesa é o ataque.  Sobretudo quando sabemos que nada fizemos de condenável.      

12 dezembro, 2017

Símbolos do ""orgulho"" nacional, com uma curiosidade...

BPN (assalto laranja ao país)
fundado por ex-governantes do PSD serviu de plataforma para branquear capitais e distribuir dinheiro pelo círculo próximo do partido. Foi entregue ao capital angolano a preço de saldo. Quem paga? Os contribuintes (cerca de 7.000 milhões de euros).

BCP (OFFSHORES):
Banco falseou as contas e escondeu a atividade de dezenas de offshores controladas por testas-de-ferro e usadas para comprar ações próprias (buraco de 600 milhões de euros). 

PORTUCALE (Submarinos, e financiamento partidário)
A primeira passagem de Paulo Portas pelo Governo ficou marcada pelas suspeitas de pagamento de luvas em negócios onde o Grupo Espírito Santo marcava presença, quer como parte interessada, quer como intermediário. Os escândalos ficaram impunes e há um milhão de euros depositado na conta do CDS no BES cuja proveniência continua em segredo.

CTT (administração PSD acusada de fraude)
vendido duas vezes no mesmo dia, deu origem a uma investigação à gestão de Horta e Costa, nomeada pelo Governo Durão/Portas.O rasto da corrupção nos CTT também passou pelo BPN e abriu um buraco de 13,5 milhões nas contas da empresa pública.

CASO SÓCRATES (biografia que dispensa comentários)

BPP (lucros para accionistas, buraco para os contribuintes) 
arruinado pela incompetência dos administradores, que "transferiram" as perdas dos investimentos para as carteiras dos clientes. Antes de falir, o banco pagou milhões a accionistas como Balsemão, Saviotti e João Rendeiro.

Lamento confirmar um facto doloroso: Portugal, é um país altamente profícuo, em matéria de escândalos. É essa a razão porque não tenho tempo para falar de muitos outros casos igualmente vergonhosos.

Apesar disso, a democracia supera tudo. É implacável  e não perdôa trafulhices. Os media, zelosos do serviço público, não deixam passar nada. Nada? Nada? Não! Segundo fontes fidedignas parece que há uma adenda no código deontológico da classe,  que a obriga ao silêncio se as notícias a divulgar tiverem contornos criminosos num caso excepcional. A adenda tem o Nº. 18,e na capa tem uma Porta que  reza assim: é proíbido dizer mal do Benfica.

Como bons profissionais que são, os jornalistas obedecem.


11 dezembro, 2017

Nacionalismo em Portugal, só se fôr o bacôco lisboeta

Quero lá bem saber se os piores centralistas do país são os lisboetas de Lisboa, ou se são de outras origens. Considero estas observações perfeitamente inconsistentes. Já ouvi opiniões com esta bizarria algumas vezes, saídas da boca de nortenhos, e  portuenses, como se as pudessem fundamentar em dados fiáveis. Ser lisboeta, ou ser portuense, não se mede apenas pela origem da natalidade, mede-se também pelo tempo de vida que alguém passou  numa, ou noutra cidade. E mede-se principalmente, pelo modo afectivo como se absorveu essa vivência. Todos nós, portuenses ou lisboetas, temos alguém na família nascido noutras cidades, ou vilas.  

É verdade que não há, em parte nenhuma do planeta, povos exclusivamente virtuosos e povos exclusivamente maléficos. Isso não existe. Mas, já podemos dizer com alguma margem de segurança, que cada povo tem as suas características próprias. O cosmopolitismo de uma cidade tem um grande inconveniente, que é precisamente correr o perigo de se descaracterizar. Penso que foi isso que aconteceu com Lisboa. Talvez seja por essa razão que torço o nariz aos excessos das ondas cosmopolitas, como parece estar a suceder agora com o Porto. O turismo é algo positivo, dá-me muito gosto ver a cidade cheia de gente de todo o mundo, e de saber que alguns deles se instalaram por cá, mas receio que acabemos por perder o que nos distingue dos outros. Se calhar, é uma inevitabilidade, a que o camaleónico progresso obriga.

Esquecendo as características particulares de portuenses e lisboetas, há duas causas que distinguem as principais cidades do país que não devem ser  ignoradas, sob pena de compararmos o incomparável. A primeira, é sem dúvida o poder político estar concentrado em Lisboa. A outra, é o poder mediático, também concentrado na capital. Ambos os poderes são propriedade pública e privada de Lisboa. Só isto devia bastar para que os inimigos da regionalização percebessem as diferentes forças, entre uma e outra cidade,  de forma a acabarem de vez com terminologias manhosas como por exemplo o velho argumento do "porto-centrismo"  e patetices do género que nada os dignifica.

Aliás, fosse o poder político mais descentrado da capital, talvez esta guerrinha tivesse impacto menor e pudéssemos estar hoje a dizer que o poder económico estava maioritariamente no Norte, mas nem isso é verdade, porque até as grandes empresas nortenhas se viram forçadas a passar as suas sedes para Lisboa.  O mesmo aconteceu com a rapinagem levada a cabo pelo centralismo com as estações de rádio e com as sedes de jornais do Porto para a capital. Discutir em Portugal a bondade da regionalização com os centralistas, é portanto um acto inglório, uma espécie de luta entre David e Golias. Concluindo, para os defensores da Regionalização, há um dado adquirido que se pode interpretar de uma forma simples: em Portugal, será impossível obter democraticamente a realização tranquila da Regionalização. 

Voltando à capital, ao impacto extremamente negativo que decorre da sua política centralista, e muito estranhamente com o Porto, é impossível evitar sentimentos profundos de hostilidade que incitam ao separatismo. Sim, têm sido os Governos anteriores e o actual quem, com as suas políticas hiper-centralizadoras, mais contribuíram para a crispação instalada entre Lisboa e Porto. E, é impossível dissociar toda esta profusão de asneiras com o que está a acontecer com o futebol, com o tratamento de excepção dado ao Benfica pela comunicação social, que em vez de informar com isenção todos os portugueses, se presta ao desprezível papel de cúmplice e protector de uma escandaleira monstruosa.

Não podendo adivinhar o número, e a identidade, dos lisboetas cultos,  e bem formados - nem mesmo através dos seus incontáveis canais de televisão -, porque nunca tive o prazer de ver um único, a apoiar publica e frontalmente as nossas causas, como cidadãos de um verdadeiro Estado Unitário, tanto politicamente, como desportivamente, só é possível pensar que dessa gente não podemos esperar nada de sublime.



10 dezembro, 2017

Muita garra, discernimento e... sorte! O homem do apito chama-se Tiago Martins, não se esqueçam!

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Tiago Martins???

Espero que o Sérgio Conceição tenha preparada a equipa para o desafio desta noite, em Setúbal.

Não é o aspecto técnico, táctico ou físico que me preocupa, é outro, muito mais difícil de controlar: o anímico. No caso concreto, o ânimo nada tem a ver com o opositor propriamente dito, porque para esses, a equipa do FCPorto vai chegando para as encomendas. Nas competições europeias o FCPorto só tem de se preocupar consigo próprio, mesmo que casualmente lhe possa calhar na rifa um árbitro desastrado. Já nas competições nacionais, o problema tem outra dimensão e gravidade, e a garra não chega. Um grande número de árbitros está comprometido, ou coagido (não sei), com a rede de influências do Benfica e, neste caso, por mais esforçados que sejam os jogadores, por mais golos que marquem, de pouco adianta se os árbitros não quiserem validá-los.

Vale isto por dizer que o árbitro nomeado pela C.A. da Federação para o jogo desta noite, é Tiago Martins, um árbitro conhecido por prejudicar frequentemente o FCPorto que, "só por acaso" também  é um dos que Luís FilipeVieira, pediu publicamente ainda há poucos dias para arbitrar o Benfica. Como se tal não bastasse, isto é, o descaramento, os mandantes do apito fizeram-lhe a vontade.

Portanto, caros amigos, não estranhem que mais uma vez este mercenário se sinta confortável para fazer a cama ao FCPorto. Se não acontecer, tanto melhor, se acontecer, não estranhem.

Mas, vamos ver. Depois, cá estaremos para voltar ao assunto.

Felicidades, e muita sorte para o Sérgio Conceição e sua equipa.

PS-Falta pouco mais de hora e meia para o teste desta noite...

Nota Pós-match: 

Vá lá, vá lá, desta vez Tiago Martins portou-se como um homenzinho, apesar de alguma passividade com o jogo demasiado agressivo do Victória de Setúbal. De qualquer modo, foi curioso finalmente que o VAR tenha sido consultado após a marcação do pénalti do árbitro... 


Grande Aboubakar e belo golo de craque de Marega, esse, a quem muitos chamaram côxo.


  

08 dezembro, 2017

É péssimo, habituarmo-nos a conviver pacificamente com a marginalidade

Pinto da Costa fala por arrastamento

O problema deve ser meu, se é que o que vou dizer, é mesmo um problema pessoal. Talvez os leitores que tiveram a efémera alegria de assistir ao derrube da ditadura de Salazar entendam onde quero chegar, quando digo estranhar a indolência das novas gerações na vida cívica. 

Na época do Estado Novo , vivia-se mal, e os trabalhadores não tinham quem os defendesse. Os sindicados eram praticamente inoperantes, nem existiam comissões de trabalhadores, e o patrão era soberano.  Quem ousasse desafiar o regime podia ser perseguido e provavelmente preso, acusado de comunista, ou de atentar contra o Estado. A PIDE-DGS (Polícia Internacional de Defesa do Estado, mais tarde chamada Direcção Geral de Segurança) estava instalada nos locais mais aleatórios, tanto numa repartição pública, como num estabelecimento comercial. As pessoas não se atreviam a participar na política, a não ser que fosse para colaborar com ela. No entanto, houve quem soubesse contornar essa barreira no núcleo de amigos mais íntimos, sem ter sentido demasiado o pêso dessa repressão. A PIDE preferia espiar aqueles que julgassem estar envolvidos em organizações políticas, e por isso não controlava tanto como se apregoa. Além disso, não eram propriamente muito inteligentes... Agora, não há a PIDE, mas há os media e internet. São eles a nova PIDE! Observe-se o que os media do centralismo andam a fazer com  o caso das cartilhas, que não branquear o Benfica e reprimir o FCPorto... 

Mas, se o 25 de Abril de 1974 teve alguma importância, politicamente falando, foi a de nos dar o direito à liberdade de opinião e  reunião. Ou seja, a parte mais simples e menos onerosa da democracia. Pouco mais... De resto, está tudo praticamente na mesma. Fizeram-se umas auto-estradas, e mais umas mariquices, maquilhou-se um pouco o património histórico através de fundos europeus, mas a mentalidade política continua tacanha, assim como a do empresariado (atente-se às posições hiper-egoístas constantes dos representantes dos patrões).  Liberdade, vai havendo, mas já não se pode dizer o  mesmo da democracia. 

O "problema", que referi no início deste artigo, prende-se com a facilidade com que hoje nos habituamos  a aceitar as coisas mais intoleráveis, numa sociedade que se quer sadia, participativa e digna. Isto, a que só os principais beneficiários (políticos) chamam democracia, e que mais não é que um regime de voto livre, onde os partidos vencedores alternam entre si o poder e respectivas benesses, foi a fórmula airosa de governar sem o fantasma da PIDE por perto a desmascará-los. Mas teve esse grande dôlo colateral, que foi abastardar a liberdade, sem olhar para o lado social dos princípios e do respeito. Resultado: passamos a considerar normal que um ex-ministro deste país participe em debates de futebol na televisão, destilando ódio aos adversários do seu clube, insinuando, acusando, e difamando como se fosse um simples varredor. Já quase não nos importamos que um ex-político, se apodere da fortuna de uma pessoa, que a assassine e fuja para o Brasil, e depois de o determos, se mantenha irrisoriamente em prisão domiciliária, gozando a Justiça com sucessivos recursos e com isso ir desfrutando o dinheiro que roubou.  Da mesma maneira que falamos de um Polvo mafioso, de um Estado Lampionico, como se fosse uma anedota, simples motivo de gozo, quando devíamos EXIGIR do GOVERNO uma intervenção imediata junto da Secretaria de Estado, quanto mais não fosse, para obrigar os respectivos responsáveis a tomar uma decisão respeitável, independentemente de o caso estar em investigação. 

A propósito, mas tardiamente, o presidente Jorge Nuno Pinto da Costa, deu hoje uma entrevista ao jornal O JOGO (que pertence ao mesmo grupo Global Media Group do JN centralista), onde finalmente disse aquilo que o Renovar o Porto anda a dizer há mêses. Só não percebo é porque não o fez antes. Talvez assim tivesse travado um pouco os ímpetos vigaristas dos últimos árbitros e com isso evitado perdermos quatro pontos... A diferença entre o falar no momento certo e falar por persuasão externa está nisso. Por aquilo que li, confirma-se mais uma vez a tal habituação às ilegalidades que venho a referir. O senhor presidente não deve dizer que já não espera nada do Governo, porque mesmo que o tenha dito para o "picar", pode deixar no ar a ideia que está a pedir um favor, quando, repito, devia exigir responsabilidades. Até ele, usa um discurso demasiado conformista com o que está a suceder, como se pedir Justiça implicasse comportamentos piedosos.

Caros amigos, podem ter a certeza que se alguma vez fôr chamado a tribunal para responder por algo que tenha desagradado ao Governo ou a qualquer figura pública, não retiro um vírgula do que aqui está escrito porque tenho argumentos suficientemente fortes para defender as minhas teses. Quem não deve, não teme. Devia ser este também o padrão de Pinto da Costa. Lá diz o ditado: quando mais te baixas, mas se te vê o cu.   
   

06 dezembro, 2017

O Governo, não tem dimensão, nem fibra, para suster os sinais da violência. Limita-se a esperar que aconteça.


Como portista que sou, desejo fervorosamente que o FCPorto ganhe o jogo de logo à noite, que faça uma exibição convincente, e se apure para os oitavos de final da Champions League. De resto, deixo para os blogues de futebol a análise da respectiva temática, antes e depois do jogo. De momento, a minha preocupação vai inteirinha para os problemas gravíssimos instalados no futebol português, e que urge resolver com todas as consequências que possam acarretar para os responsáveis.

Como é do conhecimento dos leitores habituais, há muito que ando a lutar contra este estado de coisas. Não era preciso estar a par do esquema das cartilhas montado pelo Benfica, para se perceber a dualidade de critérios dos árbitros nos jogos do FCPorto. Arbitrariedade essa que contribuiu de forma ignóbil, para parte do sucesso  dos últimos campeonatos do Benfica (e estou a ser razoável).

Com o mesmo critério com que critiquei a postura permissiva de Pinto da Costa face a este assalto, seria no mínimo estranho, que não o fizesse com o Governo. Talvez isto ajude os leitores mais conservadores a compreender as razões de fundo  que sustentam a opinião negativa que mantenho dos políticos.

Não vou alongar-me outra vez com o tema dos incêndios, mas é incontornável incluí-lo na lista das incompetências do Governo, porque delas não resultou apenas a morte de árvores e animais, morreram também pessoas. Demasiadas pessoas! Após o primeiro incêndio, onde mais de 60 criaturas perderam a vida, seguiu-se um segundo, onde outras tantas se foram.

Simplificando: mesmo assim, o Governo não percebeu a razão principal para estas tragédias terem atingido tamanhas proporções, porque a avaliar pelas informações vindas a público, o ordenamento do território florestal ficou mais uma vez secundarizado, em contraste com outras soluções:  equipamento (Carros de bombeiro, aviões, helicópteros). 

Mais recentemente assistimos a outra comédia. A decisão estapafúrdia de transferir a INFARMED para o Porto. Não contentes com a asneira de escolher o Porto para a instalação da Agência Europeia do Medicamento, só depois de o Presidente da Câmara ter batido o pé, o Governo tomou uma decisão em cima do joelho, sem ponderar nas consequências. Era previsível a reacção dos funcionários da capital que teriam de ser deslocados para o Porto. Para os portuenses, é uma espécie de presente envenenado, porque o Porto não pode servir apenas de repositório para empregados de Lisboa. Isto, não faz qualquer sentido! O Porto precisa de investimento para os portuenses, privilegiando os portuenses. Mais uma asneira que ainda vai dar muito que falar.

Por último, volto ao mote do Benficagate. Dominado por esta nojenta pouca vergonha, tenho-me interrogado o que pensará António Costa e seus colaboradores deste assunto. Que sugestões, que conselhos predominam entre eles que os leva a remeterem-se ao silêncio perante este espectáculo? Não haverá uma voz sensata que recomende uma atitude prudente, antes que aconteça outra desgraça? Ainda não perceberam que a FPF, a Liga, e a própria Secretaria de Estado do Desporto, não dão conta do recado, caso queiram passar a responsabilidade para terceiros? Consideram a política da rolha, a indicada? A mais profiláctica? Ou, como sucedeu com os incêndios, acham mais respeitável dar outra oportunidade à tragédia para depois, então sim, virem a público  verter as lágrimas de crocodilo do costume? Pelo andar da carruagem, sinto-me inclinado a acreditar que foi essa a opção!

Não acredito que não saibam o que se está a passar. É impossível admitir tal hipótese! O que esperam? Acham correcto, que um clube se dê à liberdade de corromper, espiar, ameaçar, e dominar, o mundo do desporto, prejudicando os adversários? Mesmo, porque quem assim procede, não nos pode impedir de suspeitar que tais esquemas não estejam instalados noutras modalidades, sobretudo quando as arbitragens se assemelhem às do futebol...   

Tenham muita paciência, mas algo de muito grave se instalou na comunicação social para ser o Renovar o Porto a denunciar publicamente estas coisas, sem paninhos quentes, sem proteccionismos, quando os profissionais remunerados assobiam para o lado em côro e se armam em inocentes. Custa-me dizer isto, porque pode cheirar a altivez, mas perante tanta cobardia quase me fazem sentir um herói. 

Haja decência, meus rapazinhos! Cresçam no carácter!

PS:
Que o PSD e o CDS não se iludam pelo facto de este governo ser do PS, porque 
aprendi com o passado das suas políticas , que são tão maus, ou piores que o PS.  O meu drama é esse.

05 dezembro, 2017

Tudo devia uní-los, agora mais do que nunca!


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Estádio do Dragão


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Câmara do Porto












Nunca fui muito à missa  das redes sociais. Cheguei a abrir conta no Facebook assim que apareceu na Internet, mas cedo me apercebi que não era um modelo de convívio da minha preferência. Depressa percebi  que tinha mais visibilidade do que o blogue isolado, mas era uma visibilidade leviana, muito condizente com o conceito de "amigo" dessas mesmas redes. Além de que teria de perder muito tempo a livrar-me dos comentadores imbecis.

Esta opção tem os seus inconvenientes, que é ficar com os contactos um pouco condicionados, impossibilitando-me uma aproximação directa com quem prefere comunicar nessas redes. Por outro lado, um blogue é algo mais privado, mais intimo, mais dirigível. Por mim, prefiro ter mais visitas, que comentários, embora estes últimos sejam sempre bem-vindos, desde que venham por bem, ou para criticar com seriedade e respeito. Nas redes sociais há muita gente, mas também muita anarquia e muita vaidade à mistura. Em suma, para mim: pouco recomendável.

Mesmo assim, nada me impede de continuar a dizer o que penso de um país anão, em tamanho e dignidade, como o nosso. Neste momento penoso para os portistas em particular, precisamos de respostas vindas de quem devia e podia fazer mais, e não as temos. 

Na presidência do FCPorto continua a política da rolha. A Câmara do Porto prossegue numa gestão cautelosa de eventuais acusações promiscuas com o clube, resultante do "síndrome" Rui Rio, com Lisboa sempre à espreita de um deslize para, como é costume, debitar moralidades pífias. 

As relações das duas instituições mais populares da cidade, são aparentemente boas, mas tardam a unirem-se nas causas comuns. As chamadas elites da cidade e da região, continuam afastadas, limitando-se a alguns tímidos comentários de circunstância muito passageiros, ou a um oportuno artigo anti-centralista envergonhado. E contudo, o centralismo continua a crescer, com mais e mais ferocidade e prepotência (Portugal democrático)...   

Numa relação de estranha ambivalência, com portistas próximos, mas ao mesmo tempo tão afastados, não resisto à tentação de deixar no ar algumas questões a figuras públicas da cidade, assumidas como portistas, sobre a coerência entre o que são, e o que fazem.

Começando pelo Porto Canal, e pelo FCPorto, seu principal proprietário, gostaria de saber o que os responsáveis pensam do actual Jornal de Notícias. Se já perceberam a viragem pró-centralista do respectivo alinhamento editorial (que é assustadora), ou se não. E caso tenham  percebido, saber se tencionam continuar a considerá-lo uma excepção à regra - como já ouvi - em comparação com os jornais e televisões de Lisboa! Não suporto ouvir elogiar o JN, quando é mais um jornal fundado no Porto, em vias de extinção. Pior, é uma administração de um jornal que foi do Porto a querer enganar os portuenses, impingindo-lhes mais Lisboa! Queria saber se têm opinião, ou se há alguém com a rolha a abafar-lhes a voz. Curiosidade...

Depois, individualizando um pouco, perguntar a Miguel Guedes (é só um exemplo) se é a avença que recebe do JN que o inibe de se afastar de um jornal apostado em ser mais contra, do que a favor dos interesses da cidade, e dos seus leitores. Quem diz Miguel Guedes, diz todos os portuenses e portistas (porque conheço poucos portuenses benfiquistas que não sejam centralistas) que lá continuam a escrever, desde políticos, jornalistas, reitores universitários, ex-vereadores, etc., e tal.

Questiono estas pessoas, porque acho que para escrever artigos anti-centralistas, não é preciso receber dinheiro em troca. Também eu aqui escrevo há alguns anos, não é de agora, e ninguém me paga para o fazer. Mas a verdade, é que também ninguém restringe o que redijo. Sou livre, porque sou dono da minha própria liberdade, não a hipoteco a nenhum Joaquim Oliveira, ou Proença de Carvalho, e muito menos a peço a ninguém. 

Num jornal como o JN de agora, não é por isso grande façanha escrever contra o centralismo, com um Conselho Directivo empenhado em reforçar esse centralismo com todas as letras do alfabeto. Há portanto aqui  alguma incoerência nos desideratos dos colunistas do Porto, admitamos... Sim, porque se um intruso penetrar na "minha" casa, sem o meu consentimento, não me parece boa política resolver o problema deixando o intruso nela permanecer, dizendo-lhe por escrito (ou pessoalmente) que se deve afastar. Até porque não acredito que os leitores do JN, e sobretudo quem nele escreve, não se tenham apercebido do rumo que o jornal está a levar, e se sintam confortáveis a cooperar nele nestas condições. O JN actual aparenta matriz pidesca. É assim, com o rebuçado da avença, que os centralistas calam as chamadas elites, e outra figuras do burgo.

Mas, tenham paciência, o caminho não é esse. Segui-lo é entrar no jogo centralista, não é combatê-lo. Opiniões condicionadas e contrapostas por alinhamentos de raiz centralista, são opiniões mancas. Só assim se explica a passividade dos portuenses. Falam da história da cidade, evocam os seus heróis, validam as suas gentes, mas são incapazes de os imitar, não por mimetismo serôdio, mas porque é preciso, não só repudiar, como banir de vez, o que, e quem, nos quer mal.