19 junho, 2017

A prevenção dos incêndios é o exponente máximo da falência governativa

A foto espelha na perfeição a falsidade política

Cansa-me, mesmo que não me espante, o crédito que os jornalistas concedem a esta forma de viver a que, por ingenuidade ou conveniência, continuam a chamar democracia. Já nem sei se deva atribuir as causas a estes dois qualificativos juntos, ou se é tão só o resultado de uma adaptação empírica à hipocrisia dessa suposta democracia.

Os incêndios, a par da qualidade de vida dos portugueses, são aquilo que mais me incomoda neste país. Ambos sofrem pelas mesmas causas: sucessivos maus governos. Maus, e irresponsáveis governos!E não me venham com desculpas assassinas, porque são eles os maiores responsáveis pelas desgraças humanas e ambientais deste país. Como disse, este é um tema que muito me preocupa e que pelas piores razões venho acompanhando e escrevendo há muito tempo.

Todos os anos é isto, esta falta de respeito pela segurança das populações e da floresta. Esta garotada, esta gentinha sem elevação nem sensibilidade, em quem os seguidores desta democracia acreditam e dão carta branca  para prosseguirem na senda do crime, é a principal responsável pela dimensão destas tragédias. De tão óbvias provas e repetidos factos,  já me afadiga estar sempre a repetir o mesmo, mas para que não restem  dúvidas vou ainda assim reiterá-los: a prevenção é a forma mais eficaz de combater estes fenómenos climáticos.

Está mais do que esgotada esta certeza. Contudo, Portugal continua a "investir" prioritariamente nos meios, quando até os próprios serviços da Autoridade N. de Protecção Civil insistem e reclamam na aposta da prevenção. Gastamos cerca 90% nos meios de combate aos fogos, e reservamos uns míseros 10% na prevenção. Acho que isto explica, quase tudo...  

Não bastou o ainda recente drama dos incêndios em Arouca e Sever do Vouga, com danos patrimoniais irreversíveis e áreas imensas de floresta ardida. Ainda não decorreu uma ano desde este desastre (foi em Agosto do ano passado), e já temos de lidar com o mesmo problema em Pedrogão Grande, com as mesmas indecisões dos governantes. Tem sido isto, sempre! Promessas, mais promessas ao longo dos anos, e as sucessivas desculpas. Chega! 

Pergunto: será preciso morrer alguém com laços familiares a qualquer governante para terem a noção dos crimes que indirectamente têm praticado? Que desculpa, que tolerância podemos ter com estes políticos sem nos acharmos cumplíces pela morte de 62 pessoas? Nem vale a pena perder tempo a justificar o injustificável, quando o principal está por fazer há dezenas de anos. Estes fenómenos são previsíveis, a natureza é mesmo assim, e agora com as alterações ambientais a previsão teria de ser intensificada.  Mas, não. Os governantes, estes e outros de diferentes partidos continuam a optar pela falsa promessa, e as críticas que os jornalistas lhes fazem, continuam a ser de uma tolerância cumplíce, o que não é menos repugnante. 

Não quero com isto dizer que nós cidadãos, sobretudo quem possui terras próximo das florestas, não tenhamos de ter também esses cuidados preventivos, mas se o Estado (como sempre) não dá o primeiro passo, o que podemos esperar? 

Mas, francamente, já não suporto a lata, o desplante, as caras de pau e as lágrimas de crocodilo de quem devia fazer, executar, realizar e concluir o que que promete, insistindo pela rota do dulce fare niente...

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