07 setembro, 2017

Para memória futura e vergonha presente


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Manuel Luís Mendes

Lamentável e progressivamente, o caso da comunicação subterrânea entre elementos do Benfica e certos (pretensos) árbitros, através de e-mails, chegou, agora, a um nome importante da área da arbitragem, o inefável Bruno Paixão (BP).
Ao ler mais esta denúncia do FCPorto, veio-me, de imediato, à lembrança, o jogo mais vergonhoso e mais arbitrário a que assisti, protagonizado, precisamente, pelo dito BP.
Para memória futura, teremos de recuar até ao ano 2000 e ao mês de Fevereiro, embora pareça que foi ontem…
O FC Porto, então, deslocou-se a Campo Maior, a casa do extinto Campomaiorense. O treinador portista era Fernando Santos, o nosso selecionador.
O FC Porto precisava de ganhar, mas somaria o seu segundo desaire do campeonato,ao perder por 1-0 e, em consequência, perderia a liderança da prova.
Bem, a arbitragem de BP (então uma jovem promessa – diziam… – com 25 anos… ) foi daquelas que jamais se esquecerá e que só ficará ao nível do tristemente célebre Benfica- CUF, dos anos 50 tendo como ‘artista’ principal, o famigerado Inocêncio Calabote que seria, posteriormente, irradiado.
Falar desse encontro é falar de uma das maiores iniquidades no mundo da arbitragem.
O avançado Jardel foi, do primeiro ao último minuto, agarrado, agredido, torpedeado sem que alguma falta fosse assinalada!
Teria direito a três penalties e…nem um. Marcaria um golo limpo que seria anulado. Acabaria o jogo com a camisola rasgada. No final, desabafaria: ” Desde que estou em Portugal nunca vi o FC Porto ser tão prejudicado por uma arbitragem !!!”.
Hoje, volvidas quase duas décadas, o nome de BP volta a ser motivo de vergonha. Porque, não se doure a pílula ou se tente branquear o sujo, porém este tipo de atitudes escandalosas, nunca seriam protagonizadas por um árbitro digno e sério.
Neste tipo de situações de correspondências cúmplices com clubes, os juízes honestos, sem objetivos clandestinos – que serão a maioria – ficam de fora.
Todavia, ante tanta promiscuidade, os órgãos policiais e de justiça, continuam a assobiar para o lado como nada se passasse.
Nem um comunicado, nem uma posição oficial, nem um esclarecimento.
Do Benfica, não se pode esperar nada, o que é natural, pois ninguém gosta de chutar contra a própria baliza.
Agora, das entidades públicas este silêncio é aterrador. E, das duas, uma: ou o futebol é considerada coisa menor e irrelevante e, por isso, não merece uma linha de esclarecimento, ou, então, estranhas cumplicidades existem que toldam e boicotam toda a transparência que a opinião pública exige.
De qualquer modo, convirá relembrar que o maior Inimigo da especulação, da mentira ou do boato é sempre o esclarecimento.
Por isso, para o sossego mental e emocional de todos os adeptos, torna-se urgente clarificar, oficialmente, uma situação que ameaça tornar-se crescentemente, mais nebulosa…
[do Porto24]
Nota de RoP:
Nada contra, o conteúdo deste artigo. 
Apenas uma observação, para acabar com as dúvidas (se é que as tem) do autor:   o futebol não é, nem nunca foi, considerado coisa menor e irrelevante, sobretudo para os políticos! A existirem cumplicidades (para mim são óbvias), é ao poder político e judicial que elas se devem. A seguir, vem a Comunicação Social, área de actividade do articulista...


1 comentário:

  1. Talvez nem todos os árbitros estejam metidos neste cartel de vigarices de arbitragens ao FCP e outros clubes a bem do clube do regime, mas, segundo os e-mails dos padrecas, alguns sejam coagidos afazer para bem da sua pontuação, para isso lá está o tal bispo Gonçalves vermelho.

    Abílio Costa.

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