26 maio, 2017

E depois do adeus?

Imagem de marca de NES

Era mais que previsível: Nuno Espírito Santo deixou o FC Porto. Fomos daqueles que de há muito criticava seriamente a competência e perfil do treinador para dirigir uma equipa da grandeza do FC Porto.
Isto quando a sua estrutura e funcionalismo adjacente se mantinha muda e queda em relação à eficiência do técnico. Esta, optou por uma estratégia cega de apenas insistir nos desmandos da arbitragem, desfocando o núcleo da acusação que era uma incapacidade quase congénita de entender que um qualquer treinador não pode orientar uma equipa da grandeza do FC Porto como se o fizesse com uma que lute para não descer ou que combata pela Liga Europa.
Os resultados estão à vista: mais uma época sem ganhar nada! Isto embora o próprio técnico clamasse pela necessidade imperiosa de vencer algo.
Ou seja, como S.Tomé, os adeptos deviam olhar para o que ele dizia e não para o que fazia…
Mas foi só ele o culpado? A responsabilidade recai, em primeiro lugar, para quem o escolheu, pois devia saber que não tinha o perfil para vingar no FCP. Devia saber que em época e meia no Valência obteve 25 empates!
Ora, nos dragões, um empate equivale a uma derrota. E nunca o avisaram que sem esta ideia não pode liderar o clube!
Assim, sendo este o seu perfil, dificilmente servia para liderar os dragões. Noutros tempos, o líder portista não autorizaria esta contratação. Agora, não sabemos o que se passa na direção do clube…Por isso, nos abstemos de tecer comentários.
O próximo treinador terá de ser alguém com títulos ou que tenha dado provas de ser um ganhador. Exibições e resultados é o que se exige!
Não pode é, como aconteceu com o agora ex, jogar às arrecuas no último jogo quando nada havia a perder nem a ganhar.
Mais que Espírito Santo o FC Porto precisa de alma. Ao fim e ao cabo, a tal mística que só os títulos dão. E que se perdeu.
Será que vai voltar? Aguardemos…
(de: Manuel L. Mendes/Porto24)

25 maio, 2017

Palpita-me que a inveja da partirarite não vai compensar...

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Obs. de RoP:
Quero-me rir se o cerco cerrado que os dignos autarcas da CMPorto estão a montar a Rui Moreira não passar de um grão de areia a querer parir uma formiga... 

24 maio, 2017

Baluartes tardios é melhor que nada, mas não brilham

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Numa época em que a tecnologia  da comunicação atingiu padrões nunca antes imaginados, é lamentável e um tanto paradoxal que a vertente humana da proximidade esteja a perder o melhor que ela pode dar, que é a genuidade. 

Com todos os inconvenientes que o clubismo do futebol comporte, isso também também pode funcionar como factor congregador. É talvez o único fenómeno global capaz de dissipar, ainda que por momentos, as assimetrias sociais. Creio não me enganar se disser que todos nós, portistas, vemos espontaneamente um amigo em cada pessoa vestida com a camisola do FCPorto, sem nos ralarmos com o seu estatuto social.

O contrário também é verdade, olhar na rua para um tipo vestido de vermelho, faz-me logo mudar de passeio. Assim como ver alguém a ler A Bola, me leva a concluir tratar-se de alguém intelectualmente limitado e de formação duvidosa. Que querem, é o fruto dos anos que essa gente mesquinha consumiu a semear ódio. De uma coisa podemos estar certos, são eles que nos discriminam, são eles que injuriam, e é por causa deles que os incompetentes dos políticos nos desgovernam. Mas, há entre nós quem não seja muito diferente...

Como ontem foi dito no Porto Canal, no programa Universo Porto da Bancada, os portistas e os adeptos de outros clubes nacionais - à excepção do clube beneficiado -, andam a pagar as falcatruas do presidente do Benfica quando (digo eu) deviam unir-se para acabar com essa brincadeira. Brincadeira é como quem diz, com essa humilhação nacional.

É neste ponto preciso que encontro algumas divergências com o que Francisco J. Marques tem vindo a fazer ultimamente. A época terminou, e não me parece que faça sentido continuar com aquele modelo de programa. O campeão, está encontrado, com as tropelias que sabemos. Por isso, só fará nexo manter o programa se fôr para lhe acrescentar qualquer coisa, por exemplo, para comunicar aos adeptos o que pensa o FCPorto fazer para se defender dos danos causados.

Estou-me a repetir, mas a culpa não é minha, é do FCPorto, mais precisamente de quem o dirige. Salvo melhor interpretação, os factos que sustentam as queixas portistas não são para esquecer, nem muito menos para conceder aos transgressores mais uma época de tolerância, porque aqui não existe o benefício da dúvida, como aliás provam, e bem, as imagens do Porto Canal.  E, das duas uma, ou estamos a falar a sério de coisas sérias, ou o programa UPB não vai passar disso mesmo, apenas um programa.

Os jovens do site portista Baluarte, tão veemente elogiados por Francisco J. Marques, são benvindos à comunidade, mas não descobriram a pólvora, porque na blogosfera não faltam blogues que se anteciparam na denúncia destas poucas vergonhas. E não creio que fique bem a alguém com a responsabilidade de FJMarques tecer loas à formação académica dos autores do Baluarte, quando o que está em causa é a defesa do FCPorto, e não um concurso de bloggers portistas. Pela mesma ordem de ideias, também os bloggers teriam legitimidade para escolher outro juri. Agindo desta maneira, um tanto incauta, FJMarques está a discriminar todos os bloggers portistas que gratuitamente, repito, gratuitamente, passaram anos a defender o clube e... o seu PRESIDENTE!

São atitudes desta natureza que nos devem fazer reflectir sobre o que descrevi no início deste artigo, quando expus a ideia, algo ingénua, é certo, de pensar que o clubismo é um fenómeno que efemeramente atenua certos tiques elitistas... Diga o que disser, Francisco J. Marques não foi correcto com muitos portistas, entre os quais me incluo. Por mais voltas que dê, duvido que algum dia o programa UPBancada permita uma crítica frontal e construtiva ao presidente do FCPorto, porque pelo que me é dado perceber, não há liberdade para tanto. 

23 maio, 2017

Vamos falar claro sobre o centralismo?



É verdade. Quando este monstrozinho estende as garras, quando começa a arranhar bem fundo o povo do futebol, aí sim, o centralismo existe mesmo, adquire importância, e desperta a atenção que afinal sempre devia merecer. Não será por acaso, embora não deixe de ser um sinal de inépcia, que lisboetas e benfiquistas são maioritariamente contra a regionalização. Uns, porque beneficiam directamente com isso, e outros, porque ignorando o mal que provocam às  suas regiões de origem (alguns são do Norte), optam por estar com o clube. Num país de gente civilizada isto é impossível.

Mas, afinal, o que é o centralismo? Por que só agora é que começamos a ler comentários sobre o assunto, quase em exclusivo nos blogues portistas? É simples: porque sofreram na pele o efeito da sua acelerada implementação. Centralizar, é antes de tudo fazer batota no modo de governar um país, é tornar a desonestidade uma coisa natural. É discriminar, é exercer a injustiça em todas as suas vertentes: na ética, na moral e no exemplo. No futebol, o centralismo tem mais dificuldade em se esconder (que o diga, António Costa), e só por isso é que já começa a levantar suspeitas e... apreensão.

Chamemos os bois pelo nome, e não tenhamos medo de ser politicamente incorrectos. Os leitores acham que são os adeptos comuns, os que seguem o FCPorto no futebol, nas modalidades, em casa ou nos estádios, quem têm o dever e as ferramentas para lutar contra o centralismo? Seguramente que não. Nós, aqui na blogosfera, só podemos dar um pequeno contributo, porque os meios são escassos e de irradiação restrita. Mas, o FCPorto, que é propritário do Porto Canal e tem recursos financeiros, podia, ou não fazer muito mais pela descentralização?

Eu, não só o afirmo, como tenho a certeza que podia fazer mais. Promovendo debates temáticos com protagonistas livres, sem amarras a jornais, a negociatas obscuras, a compromissos não declarados, a conveniências. A verdade, é que o Porto Canal limita-se a ser simpático com outras regiões, deslocando para lá repórteres, abrindo agências, mas não promove o tema, não o desenvolve, denunciando a perversidade do centralismo. Não informa.

Algumas vezes até, roça a contradição, chama a si protagonistas indesejáveis, alguns dos quais anti-portistas e anti-regionalistas que nenhuma relevância têm para o país. Não é selectivo, não inova, nem agita. Não desafia os políticos, não os persuade a aderir em favor da causa, limita-se a ouvir calmamente a sua linguagem trapaceira e defensiva.

O Porto Canal precisa de temas? Mas, é coisa que não falta. Que pergunte aos políticos, sem lhes dar ensejo a respostas manhosas, como explicar que a segunda cidade do país tenha perdido protagonismo e até autonomia, com o 25 de Abril,  com a "democracia", comparando com o passado salazarista? Perguntem-lhes se isso é evoluir, ou regredir, se é uma vantagem, uma conquista da Democracia? Mas não aceitem nunca a negação dos factos.

Bancos, como o BBI (Banco Borges & Irmão) e o BPM (Banco Pinto Magalhães) puderam abrir as suas sedes no Porto, agora, em liberdade, nada têm. Rádios, jornais, tudo se esfumou, até o JN agora está nas mãos de lisboetas. Querem audiências no Porto Canal? Pressionem-nos, obriguem-nos a largar a máscara, vão ver que aos poucos as coisas mudam. Saber quem é responsável por esta regressão, é fundamental, e embaraçá-los também. Políticos ou empresários do norte, forcem-nos a tomar decisões, em vez de possibilitar desculpas. Incomodem-nos!

Têm medo? Por quê, se em Lisboa há carta branca para produzir o que de mais ordinário e divisionista existe na programação televisiva do país? Se fôr preciso, apresentem provas, como fazem agora no futebol com o Universo Porto da Bancada, é tão simples. 

É que, se o senhor Pinto da Costa voltar a queixar-se do centralismo e a permitir ao mesmo tempo a entrada em estúdio (ou no Dragãozinho) a gente que não merece o mínimo de respeito, a centralistas doentes, então teremos a prova acabada que nunca mais restauramos o Porto da dignidade que o simbolizou.

Não me esqueço. O presidente Pinto da Costa disse que não lê blogues, mas talvez aprendesse alguma coisa se soubesse que aquilo que o Universo Porto da Bancada está agora a fazer, já nós aqui e noutros blogues denunciamos. E de borla... Se quiserem podem pegar nas ideias acima expostas e avançar. 

Prometo que não cobro royalties. Mas, mexam-se! Com o tempo, vão chegar à conclusão que o silêncio às vezes pode ser veneno. 

22 maio, 2017

O Porto, precisa de um FCPorto mais político

Já me tenho interrogado várias vezes da razão que me leva a envolver-me de forma tão intensa com o FCPorto. A primeira resposta que encontro tem a ver com o gosto pelo futebol e a relação feliz que o nome deste clube tem com a cidade onde nasci. 

Começou muito cedo esse amor, ainda na infância. E não estava só, partilhava-o com os amigos daquele tempo maravilhoso. Eramos enraizadamente Porto, sem ainda sabermos a dimensão genética do termo, mas tínhamos todos bem dentro de nós o mais importante: o sentimento. Outros clubes existiam, mas para mim só o Porto interessava. Nem o efémero sucesso europeu do Benfica beliscou o meu gosto, continuei sempre fiel ao clube da minha querida e única cidade. Curiosamente, numa época em que era proibido falar de democracia, nunca senti a repulsa que tenho hoje por esse clube, e até gostei que tivesse ganho os dois únicos troféus europeus que tem no palmarés.

Mas hoje, o meu interesse pelo FCPorto é mais amplo, mais circunspecto, mais político, se assim se pode dizer. E é essa vertente da paixão, mais racional e pragmática, que gostava de ver consolidada em todos os meus amigos portistas, porque isso ajudá-los-ia a distinguir o sentimento da razão, quando é preciso separá-los, sem nunca os danificar. Respeitando os sentimentos de cada um, talvez tenha chegado o momento de não confundir o FCPorto com Pinto da Costa. 

Ninguém que acompanha este blogue me pode acusar de não ter elogiado o trabalho notável do ainda presidente do nosso clube. Quando nos tentaram matar com o processo Apito Dourado, defendi-o com unhas e dentes porque sabia que aquilo de que o acusavam outros faziam pior, e que não era mais do que uma conspiração nojenta do regime. Promovi uma petição para afastar Carlos Daniel e Cª. da RTP,  pelo trabalho imundo e cobarde que fez ao nosso clube, sendo ele funcionário do Estado. Enfim, não fiz mais porque não pude. 

Portanto, nada que eu possa dizer de negativo de Pinto da Costa reporta à pessoa em si mesmo, mas ao papel dele enquanto presidente nos últimos anos. Importa desde logo questionar, que justiça analítica pode haver quando se concentra num só homem o sucesso de um clube, assente no  mérito e na liderança, a ponto de ser quase endeusado, e se desprezam essas prerrogativas para não termos de aceitar que esse homem atingiu o princípio de Peter? Porque já não revela as mesmas faculdades. Se é evidente que o clube que ele tanto ajudou a progredir se descaracteriza a olhos vistos? Que deixou de ser respeitado? Em futebol, num clube com o histórico do FCPorto, quatro anos de insucessos podem mesmo conduzí-lo à falência. E neste capítulo, não vou alongar-me mais.

Se bem entendo, os adeptos vivem o temor de vazio. Receiam que a saída de Pinto da Costa possa provocar o caos, mas esse é um risco que temos de correr, e quanto mais tarde o fizermos pior. Já lá vão 4 anos a perder, e não foram só troféus. Foi prestígio, e internamente, respeito! Esta é para mim, a falha mais grave e intolerável de Pinto da Costa para com o próprio clube. 

Dizem alguns, com meia razão, que ninguém aparece a candidatar-se ao lugar de presidente. Pergunto: mas não será exactamente por respeito ao actual que isso acontece? Aliás, devia ser Pinto da Costa a assumir a responsabilidade pelo que se está a passar e promover eleições, reconhecendo que já não tem condições físicas e anímicas para liderar. Neste contexto, era assim que ele devia agir, evitando que os pontenciais candidatos viessem a ser acusados de querer desestabilizar o clube. Não o fazendo, é muito provável que isso possa mesmo acontecer. Não é impossível.

Agora, há sem dúvida um aspecto fundamental que não podemos negligenciar e que exige critérios escrupulosos, que é saber quem lá vamos meter. Candidatos, descansem, não vão faltar, e os oportunistas vão estar em maioria. Portanto, nada de votar como se vota na política, sem sabermos de que planeta virá o candidato. Este país está cheio de corruptos e oportunistas (mesmo no Porto), e se não tivermos muito cuidado na escolha até podemos lá meter, sem sabermos, um vermelho... Estes gajos qualquer dia dizem que o Porto é deles. Têm lata para tudo. 

Surriparam-nos rádios, bancos, jornais, e negaram-nos televisões. Só lhes falta mesmo é roubarem-nos a alma. Esqueçam as lendas da história. Esqueçam o síndrome da hispanofobia. Os maus ventos e maus casamentos, sopram todos de Lisboa, a cidade mais torpe e divisionista do mundo. Será por isso que eles nos querem invadir? 

Queira Deus que nunca mais lá tenha de pôr os pés. Nunca lhe sentirei a falta, até morrer.