17 agosto, 2017

Incêndios para todos os "gostos"

Mais um verão de fogo e destruição no país. É assim, em Portugal, ano após ano, e cada qual o pior. Como noutras coisas, somos primeiros no que de mau se faz, e os últimos nas coisas mais relevantes. O pouco de positivo que conhecemos, é residual e muito particular. Não chega, para fazer de nós um país respeitável. Já nem há argumentos que sobrem para censurar esta forma de viver. Estou cada vez  mais enojado com a mediocridade dos governantes e da nossa classe política. Nada me retira a convicção de que, antes de mudarmos as leis, e os governos que as aprovam, temos de mudar de políticos e a política. A nossa exigência como povo tem obrigatoriamente de começar por aí, sob pena de tudo piorar, se é que ainda é possível piorar alguma coisa. 

No futebol, o problema é o mesmo. Mas agora não foi invertido, como os cartilheiros do regime fizeram crer. Agora, há mesmo matéria séria para investigar. Se houve mérito nas denúncias das trocas de e-mails entre a seita Benfica, o mais relevante foi ter apanhado de surpresa muita gente ligada à política e a diversos órgãos do poder, civil e desportivo. Sobre o da comunicação social nem é preciso falar, porque o silêncio a que se tem submetido é a prova acabada da assunção de culpas. E agora, qual é a iniciativa que se segue? Como é que o senhor Pinto da Costa e respectivo corpo directivo tencionam actuar? Continuar a apresentar denúncias, sem exigir do Estado a clarificação desta pouca vergonha? Ou vai dar tempo aos infractores para preparem a sua defesa? Sabendo como sabemos o tipo de personagens ligadas a este escândalo e o poder de que ainda gozam, será de uma intolerável estupidez não pressionar a investigação (se é que está a ser feita) e assim dar tempo aos envolvidos para continuarem a mover influências e tornar as provas mais fragéis.

Como sempre fui dizendo, pouco depois dos primeiros programas do U.Porto da Bancada, as denúncias isoladas, sem a abertura de um processo a quem de direito, podem ser esvaziadas pelo tempo e ganhar uma matriz negativa de credibilidade na opinião pública. Como tal, continuo a pensar que os sócios do FCPorto têm um papel muito importante, que é pedir explicações ao Presidente sobre o que tenciona fazer face a este caso que tantos dissabores trouxe ao FCPorto... Terão coragem para isso?