01 setembro, 2017

Ó sr. Presidente da República, e que tal um beijinho para estes meninos?


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ex-deputado condenado por ter roubado gravadores a jornalistas com pena confirmada pelo Tribunal da Relação em 2013, acaba de ser nomeado para o Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais.


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2-António Gameiro, deputado e advogado condenado em tribunal por ter ficado com 45.000 euros de um cliente​ ​com pena confirmada pelo Tribunal da Relação em 2016, acaba de ser nomeado para o Conselho de Fiscalização do Sistema Integrado de Informação Criminal.
Sendo obviamente impossível esperar que os senhores deputados fizessem o favor de aprovar uma lei que impeça políticos condenados de voltarem algum dia a exercer cargos públicos, pois Portugal não é a Suécia nem a Alemanha, seria pedir muito que aprovassem pelo menos um período de nojo mínimo de 10 anos ?

Nota de RoP:

De facto,  a integridade de carácter, hoje, não vale nada. Qualquer pilha-galinhas tem acesso aos partidos políticos, e a partir daí, ao Poder. 

Como ainda ontem referi, não é a competência, nem muito menos a honradez, que explica o "sucesso". É a pulhice. Quem ousar contrariar esta norma ( musa inspiradora de todas as cartilhas), sujeita-se a ir parar à prisão.  

30 agosto, 2017

Chegou a altura de falar de Fernando Gomes, presidente da FPF.

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Fernando Gomes, Presidente da FPF

A circunstância de o actual presidente da FPF, Dr. Fernando Gomes, ter sido atleta e administrador da área financeira da SAD do FCPorto, não pode impedir-nos de lhe dedicarmos alguns minutos. 

Não sei, nem interessa saber, se houve outras razões para a sua saída do FCPorto além da ambição pessoal. O importante, é tentar perceber como é que alguém cotado como bom profissional no FCPorto, não consegue corresponder na Federação a essa mesma reputação dentro do próprio organismo.  A opinião é minha, não é uma opinião generalizada, considerando os cargos que lhe têm sido atribuídos no estrangeiro (é presidente e membro do Comité Executivo de Competições de Clubes da UEFA). 

Nos tempos que correm, as avaliações dos altos dirigentes  feitas de fora para dentro, não traduzem forçosamente provas de reconhecimento por competência e integridade, mas antes uma garantia de obediência a determinados padrões de domínio hierárquico. Foi o caso de Victor Cônstâncio que transitou promovido de presidente do Banco de Portugal, para vice do Banco Central Europeu, e o caso ainda mais antagónico de Durão Barroso, de 1º Ministro, para Presidente da Comissão Europeia. Em ambos os casos, não foi, nem a competência, nem o rigor, que lhes valeu a promoção. Um, foi completamente inócuo com o buraco do BES, e o outro, com a governabilidade do país. Paradoxos dos tempos modernos...  

São registos deste tipo, que nos conferem uma certeza: o melhor juíz das capacidades de liderança públicas, é o público. É neste mesmo registo que avalio o trabalho de Fernando Gomes à frente da Federação Portuguesa de Futebol. O seu comportamento enquanto chefe máximo da estrutura do futebol português não tem correspondido ao prestígio que adquiriu. Tem sido omisso e passivo com o que está a acontecer, mesmo tendo a colaboração preciosa do FCPorto com a denúncia de uma rede de corrupção instalada no futebol português, que era algo que não devia acontecer, e está a acontecer. A sua intervenção e colaboração neste caso concreto tem sido nula, e demasiado permissiva. Se antes mesmo de ter conhecimento dos emails critiquei Pinto da Costa por não defender o FCPorto dos abusos das más arbitragens que foram crescendo de intensidade nos últimos anos, não posso deixar de fazer o mesmo com Fernando Gomes dentro da sua área. 

O silêncio, num caso de tamanha gravidade como é este, só serve os infractores e compromete seriamente quem o defende. É no silêncio, face às suspeitas de que são objecto, que os cartilhistas vermelhos apostam. A táctica é essa, nada responder, e converter tanto quanto possível a defesa em ataque. Dar tempo a uma rede tão poderosa e maléfica como é a deste "Polvo", é ajudá-lo a manipular pessoas e organismos desportivos e  públicos de toda a ordem. Repito: o FCPorto tem toda a legitimidade para exigir explicações céleres ao Governo. Há que testá-lo, para vermos até que onde quer levar os crimes do clube do regime à lavandaria. O Governo tem de se retratar. Mas também a Assembleia da República.

Como disse Francisco J. Marques ontem, se calhar precisamos de fazer uma revolução para sermos atendidos. Já o admiti antes: a aparente passividade do FCPorto pode obedecer a uma estratégia sustentada em pareceres jurídicos experimentados de não querer interferir nas investigações em curso pela Unidade N. Contra a Corrupção. Mesmo assim, não me parece desaconselhável pressionar o Governo para também os investigadores perceberem que podem avançar com a investigação.

Se o Governo não reagir, resta-nos o recurso aos tribunais europeus, à revolta, ou em último caso desistir (morreria de desgosto). Assim, seríamos mais um clube a contribuir para que Portugal se afirme como a cloaca mais fétida da Europa.     

Para que serve...

Palácio de S. Bento


... a Constituição da República Portuguesa?


  • O Presidente da República?
  • A Assembleia da República?
  • O Governo?
  • O Tribunal?

Para quem representa estes órgãos de soberania é  demasiado simples responder: os subterfúgios do costume.

Para quem os analisa e não está agarrado a qualquer compromisso de favor, como é o meu caso, e o de muitos portugueses, a resposta só pode ser uma e curta: para nada! Ou, se preferirem (mas vai dar ao mesmo), para brincarem aos países! 

29 agosto, 2017

O artigo de Vitor Santos podia ser útil, só não é por lhe faltar profundidade

Não sei que tipo de pacto fala o autor da crónica do post anterior, o que sei, é que mais uma vez, quando se trata do Benfica, os jornalistas não conseguem ser pragmáticos, optam sempre pela abstracção das generalidades, ou então quando identificam, são os adversários... 

Resumidamente, o que parece preocupar Vitor Santos é a violência no futebol. Para isso, valeu-se de algumas ocorrências entre adeptos nos jogos entre o Rio Ave e o Benfica, o Braga-FCPorto, e também do vandalismo na casa dos dragões em Famalicão. Em princípio toda a violência é censurável, e eu só posso estar de acordo, só não percebo são as razões estafadas apresentadas. Expressar como argumento causa-efeito as Associações de Clubes através da Liga, e o cultivo do discurso violento na praça pública entre dirigentes sem especificar quem, é criticar todos, sem criticar ninguém. 

O momento actual, pode ser único para os jornalistas sérios decidirem se querem continuar alinhados num jornalismo cartilhista e cobarde, ou se optam pela coragem de chamar os bois pelo nome, como fizeram quando o clube do regime inventou o processo Apito Dourado com o fracasso vergonhoso que se sabe. Aí, até o JN pela mão do jornalista Nuno Miguel Maia foi incansável no acompanhamento do dito processo sem nunca se coibir de falar de Pinto da Costa e do FCPorto. Não se percebe portanto que, agora, com tantos, e tão evidentes indícios criminosos no seio do Benfica e do seu presidente, os jornalistas, como aparenta ser o caso de Vitor Santos, veja nos dirigente(s) a culpa da falta de fair -play e da violência. Assim como se estranha não acompanhar o comportamento da Federação Portuguesa de Futebol face aos escândalos em que muitos árbitros estão aparentemente envolvidos, e este "aparentemente", é delicadeza minha... 

Sinceramente, para um jornalista, é uma visão demasiado ingénua, desfocada da realidade e do alvo. Os jornalistas têm, como é natural, acesso privilegiado à informação, portanto só podemos atribuir ao medo que o autor do artigo não tenha encontrado melhor argumento que uma abstracção já muito gasta. 

Mas pronto, eu vou fazer de conta que não li, que se trata de um jornalista muito distraído, e presto-lhe uma ajuda: o Benfica é suspeito de ter construído uma rede gigantesca de esquemas ilícitos no futebol português. 

Que tal começar por aí? Pelo menos, seria original. 


Um pacto à grande

Victor Santos
(JN)

O fim de semana deixou-nos sinais preocupantes no que concerne à violência no futebol. E desvalorizar o que se passa é meio caminho andado para, um dia destes, voltarmos a ter mais um problema sério, até porque o campeonato principal ainda está a começar e já abundam episódios que apenas servem para afastar as pessoas dos estádios. Convém, portanto, não enfiar a cabeça na areia, antes enfrentar a situação de frente.
A Liga Portuguesa de Futebol Profissional tem realizado ações importantes no sentido de promover o fair-play na competição, mas nada parece chegar para arrefecer o ambiente, o que nem espanta. Afinal, a Liga é uma associação de clubes que "apertam a mão" nas reuniões de Direção, mas continuam a cultivar um discurso violento na praça pública, por vezes, através de responsáveis, noutras situações de forma encapotada, socorrendo-se de blogues e páginas no Facebook para dizer aquilo que pensam, ou querem que os outros pensem, sem sofrerem qualquer admoestação ou castigo.
A violência esteve bem patente sábado, no Estádio do Rio Ave, quando, após o final do encontro com o Benfica, adeptos da águia carregaram sobre vila-condenses, depois de o contrário também ter acontecido, mas dentro do recinto. Horas depois, em Famalicão, a Casa do F. C. Porto foi apedrejada e atingida com engenhos pirotécnicos; no domingo, registaram-se incidentes entre adeptos portistas e do Sporting de Braga, na Cidade dos Arcebispos.
Uma ocorrência já era de lamentar, mas o facto de se multiplicarem numa fase tão precoce da época dá que pensar. Se é assim agora, como será quando o campeonato aquecer verdadeiramente? Não faltam questões por resolver, como a das claques - as que existem e as que teimam em dizer que não existem -, mas entendo que o problema é mais vasto, e passará, sobretudo, por um pacto, ou um acordo, entre os três grandes clubes portugueses, no sentido de não deitarem gasolina na fogueira, seja de forma oficial ou oficiosa.
Por mais medidas de segurança que sejam adotadas - e algumas poderão ajudar a evitar problemas - não vejo outra forma de impedir uma escalada de violência a não ser com o exemplo a partir de cima. Todos sabemos a quem os adeptos dão ouvidos. A bola está nas mãos dos responsáveis dos clubes, convém que não a larguem e que a tratem bem, não vá um dia destes quererem agarrá-la e ela ter fugido irremediavelmente ao seu controlo, com consequências imprevisíveis.
EDITOR-EXECUTIVO-ADJUNTO
Nota de RoP: Tenho algo a dizer sobre este artigo. Será explicado dentro de alguns minutos. 

28 agosto, 2017

Do futebol na relva aos bastidores

Corona festeja o seu golo à Maradona

Não é por falta de apoio dos portistas que o FCPorto tem razão para se queixar. Apoio desse tem tido de sobra, graças a uma massa de adeptos generosa que nunca se cansa de puxar pela(s) equipa(s) - não é só no futebol - mesmo que o senhor presidente tenha decidido nos últimos anos actuar como uma espécie de raínha de Inglaterra. Ele, e os outros, que o rodeiam... 

Sobre o jogo de ontem, foi um bom jogo com os jogadores aplicados, mas muito nervosos na hora de rematar. Valeu o resultado, ou melhor, os 3 pontos do resultado, e o empenho da equipa. Um golo soberbo de Corona, pleno de técnica e beleza. Pena é ainda vermos alguns passes mal dirigidos a permitir aos adversários intercepções perigosas perto da baliza que podem deitar a perder a vantagem no marcador. Esse, é um aspecto que ainda falta melhorar a par do lado psicológico na hora de rematar. Nota-se ainda alguma ansiedade, alguma pressa de ampliar o marcador, o que é compreensível numa equipa cujos jogadores têm sido submetidos a permanentes arbitragens discriminatórias que desmoralizam o mais duro valentão. Tenho isto como um dado adquirido, as arbitragens tendenciosas (que agora sabemos fazem parte da cartilha) podem destruir qualquer equipa.

É neste capítulo, e no distanciamento algo arrogante da SAD, que os adeptos não podem dizer que se sentem apoiados. Nada mesmo. A soberba, tal como o poder absoluto, corrompe o carácter e a noção do dever. Pinto da Costa foi um grande Presidente, um dos melhores do futebol internacional, mas perdeu a noção dos seus deveres para com a massa associativa. Esquece-se que o prestígio que conquistou não lhe dá o direito de proceder como se o FCPorto fosse propriedade sua, que não é de todo, apesar da legitimidade do seu cargo. E uma das suas muitas obrigações para com os adeptos é explicar os insucessos desportivos, mas também os financeiros. As más contratações, o desperdício de capital, não podem ser  justificados em Assembleias tímidas nem tão pouco com silêncio.

Mas, o pior que tem feito Pinto da Costa nestes últimos anos, é não querer dar a cara para defender o clube. Estou sempre a dizer o mesmo, a gestão invisível do Presidente continuando a delegar nas denúncias de Francisco J. Marques responsabilidades que deviam ser suas, não chega para defender o FCPorto.

A SAD portista tem um departamento jurídico experiente, e já devia ter uma estratégia de defesa estudada. Se tem, não parece. A sensação que  a SAD deixa é opaca, parece sentir-se confortável  na expectativa que seja a boa vontade dos dirigentes desportivos e disciplinares da Federação a resolver os problemas, e isso, como tem sido evidente, é o que eles querem para continuarem a fazer nada. Aliás, nem faz sentido que façam, porque alguns deles são parte interessada no status quo. Outros, estão ligados à cartilha por razões clubistas e pecuniárias. José M. Meirim é só um deles. Ele é suspeito, não lhe adianta ser juiz em causa própria para puxar dos galões da seriedade. É preciso parecer, e ser sério. 

Vou dizer uma redundância, mas às vezes elas são precisas, tal é a minha incapacidade para compreender a apatia dos dirigentes do FCPorto. Se alguém me assaltar a casa, eu recorro à Polícia, se a Polícia não actuar terei de recorrer ao Ministério Público e deste para a Procuradoria-Geral. Se nenhum actuar, como obriga um Estado de Direito, então resta-me fazer justiça pelas próprias mãos... Não sei se o FCPorto, passe a ligeireza do raciocínio, pode argumentar desta maneira, mas a situação acaba por ser essa. O FCPorto não é um clube amador, tem toda a legitimidade e o dever de processar a Justiça Desportiva, porque o problema está aí. O Benfica, ou melhor, quem o representa e com ele colabora (Imprensa, Televisão e Rádio), é o autor do crime, mas quem o permite é a Justiça Desportiva! Ou não será assim?

Já estou cansado deste folclore. Pessoalmente, e como portista, não me vejo ressarcido dos longos anos de discriminação praticados contra o FCPorto com denúncias. É preciso dizer às autoridades: vocês têm aqui a "papinha", agora façam o vosso trabalho. Não precisam de nos agradecer, mas avancem e digam-nos a que conclusão chegaram.    

A pergunta que deixo no ar e para quem de direito, é esta: afinal, o FCPorto está ou não está a ser lesado no seu património desportivo? Se está (e para nós portistas não restam dúvidas), por que não leva o caso às instâncias judiciais mais altas da Europa? Se as nacionais não funcionam porque não recorrer à UEFA? Sim, porque a avaliar pelo comportamento da Direcção portista, existe ainda muita disponibilidade para perder.

E não é só dinheiro, são títulos!