27 outubro, 2017

Provocação aos «Somos Porto»


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Suponho ser do conhecimento de uns poucos comentadores da blogosfera portista a relação de amizade que mantenho com o Manuel Vila Pouca. Foi através dos nossos blogues que nos conhecemos, juntamente com o saudoso Engº. Rui Farinas, homem vivido, culto e profundamente regionalista, que também aqui colaborou comigo algumas vezes. 

Quando o conhecemos, já se aproximava dos 80 anos, mas tinha um gosto pela vida, e uma fibra de fazer corar de vergonha muitos jovens. Amava genuinamente o Porto, e toda a região do Douro. Ainda hoje, sinto a sua falta. 

Foi o futebol (Clube do Porto) que nos uniu, mas sobretudo a rejeição comum que sentíamos por essa macabra doença chamada centralismo. Infelizmente, já não está entre nós, e faz falta, porque não abundam homens com a sua irreverência. Ainda me recordo, quando me encontrei com ele pela primeira vez no Clube Literário do Porto, e das reuniões que mais tarde tivemos por altura do precocemente abortado Movimento Pro Partido do Norte, criado pelo ex-deputado socialista, Dr. Pedro Baptista, e mais tarde o Dr. Anacoreta Correia, com quem cheguei a reunir, juntamente com Rui Farinas, na residência do primeiro. 

Faça-se justiça, outros (poucos) comentadores da blogosfera portista e portuense compareceram a essas reuniões. Estou-me a lembrar do Jorge Aragão, do Carlos Romão do blogue A Cidade Surpreendente, e algumas figuras públicas com aparentes simpatias regionalistas. Aparentes, porque também lá apareceram tipos como Narciso Miranda e Carlos Abreu Amorim, os quais, confesso, não me inspiram a mínima confiança.

Vem este regresso ao passado a propósito de uma conversa que tive com o Vila Pouca sobre a disponibilidade de alguns portistas para darem o seu contributo pessoal na luta contra a discriminação que continuamos a sofrer por parte da comunicação social, nomeadamente no que concerne ao futebol. Todos reconhecem que o terreno está minado, que vai ser difícil reverter esta tendência anti-democrática e anti-constitucional de proteger o Benfica das malhas da Justiça. Apesar disso, nem todos se mostram disponíveis para ajudar a combater este gigante maléfico. Queixam-se, reclamam em todas as direcções, criticam, sugerem sem explicar como, mas querem ficar sempre no seu cadeirão de espectadores passivos. 

Foi a este propósito que no nosso bate-papo semanal disse ao Vila Pouca em jeito de provocação sadia, que estava com vontade de lançar novamente um desafio a esses portistas exigentes, mas muito acomodados, que consistia em perguntar-lhes o que estavam dispostos a fazer para apoiar o FCPorto nesta luta de David e Golias, contra o centralismo corrupto. O Vila Pouca respondeu: não vale a pena Rui, você não se lembra da resposta que deram à petição que lançou para censurar o comportamento da RTP? Ripostei: eu sei Vila Pouca, mas não valeria a pena tentar de novo para testar a reacção?

Sei que o Vila Pouca não se vai importar por ter revelado esta inócua conversa, até porque a considero algo pedagógica, mas pergunto: será que nem com o Francisco J. Marques a denunciar o comportamento criminoso do clube do regime e o silêncio dos media, ainda há portistas sem coragem para o apoiarem?

Fica ao cuidado dos adeptos abstencionistas (isto não é votar em partidos, é mais importante), porque os poucos que aderiram à primeira petição não merecem censura. Cumpriram a sua parte.

PS: Peço desde já desculpa se porventura me esqueci de citar o nome de alguns
que colaboraram e compareceram nas referidas reuniões.

25 outubro, 2017

Fernando Gomes, o chico-esperto da FPF



O tempo passa, e continuo a manter a mesma resiliência contra a falta de pudor implantada em Portugal. Sinto-me um inadaptado nesse aspecto, mas também não tenciono adaptar-me, porque se isso alguma vez viesse a acontecer, algo de muito estranho teria acontecido comigo. Nesse caso, já não era eu, mas sim mais um homenzinho vulgar igual a tantos outros que conspurcam de maus hábitos a sociedade.

Confesso, que não me é totalmente indiferente saber que o Dr. Fernando Gomes, actual presidente da FPFutebol, foi atleta e dirigente do FCPorto. Pelas piores razões. Deixa-me desgostoso saber que alguém tantos anos ligado ao meu clube de estimação o tenha deixado para presidir à Federação, esteja a revelar-se afinal um fraquíssimo líder. 

Ao contrário do que algumas mentes mesquinhas possam pensar, não estaria à espera que pelo facto de ser portista, fosse para a Federação com o intuito de beneficiar o FCPorto. Isso, seria trair os meus próprios conceitos éticos. Seria querer para o meu clube, o aproveitamento ilícito do poder que censuro a outros. Mas também não queria, nem tão pouco imaginaria, que para Fernando Gomes se sentir confortável no lugar, se juntasse -sem a menor subtileza -, ao Benfica, clube que pautou os últimos anos, por uma postura anti-desportiva de métodos altamente censuráveis, marcados por uma concorrência manifestamente desleal. 

Esse, foi talvez o pior erro da sua recente carreira. Deixou crescer o monstro, alicerçado no poder e na influência do Benfica, a todos os níveis, sem se preocupar com os danos e as injustiças que daí pudessem resultar para todos os outros clubes. Essa, foi a razão, a génese de todas as culpas que agora tenta atribuir a terceiros, sempre, abstractamente. Sempre, com o apito da irresponsabilidade na boca. Sempre a assobiar para o lado, como convém a um bom oportunista.

Fernando Gomes sabe bem onde estão os responsáveis pela violência no futebol, quais são as claques ilegais, mas não tem coragem para os enfrentar. Como típico Judas assumido que é, prefere trair quem lhe abriu as portas ao desporto, e a cargos de alta responsabilidade (foi administrador da SAD do FCP), do que cumprir a parte mais importante das suas obrigações. Passou para o patamar dos despudorados: vendeu-se.

É um vendido, aos vendidos profissionais. Um farrapo de homem. Mais um, que soube imitar muito bem o caminho exemplar dos políticos.

Chico-esperto? Sim, concerteza! Homem? Não! Seguramente.

PS (26-10-17):
Por indisponibilidade momentânea, não vou acrescentar nada ao que atrás está escrito, embora me apetecesse. De qualquer forma, acho que nem vale a pena, porque o indivíduo em questão, tratou de se antecipar quando, para justificar o ódio de que abstractamente se queixou no Parlamento, não encontrou melhor do que divulgar mensagens ameaçadoras a um árbitro, com um objectivo bem definido: deixar a palavra MOURO entre linhas para indentificar o autor como portista. 
Já agora, pode queixar-se de mim à vontade, porque não sou anónimo e disponho-me com gosto a reiterar o que penso sobre ele em qualquer tribunal. Gosto muito de ser intimidado.

23 outubro, 2017

E se os cartilheiros vermelhos forem passados a lexívia?


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Os últimos 4-5 anos da gestão do FCPorto, foram, sem margem para dúvidas, muito negligentes e desanimadores para todos os portistas. Habituados que estavam a uma liderança forte e competente de Pinto da Costa, nunca chegaram a saber exactamente as causas para uma mudança tão radical. Durante estes anos, nunca se ouviu do presidente uma palavra para os esclarecer, de forma a evitar especulações desagradáveis. Limitou-se a dar uma entrevista no Porto Canal, onde apenas reconheceu que o FCPorto tinha batido no fundo, sem contudo apresentar argumentos convincentes que explicassem os planos que tinha para o fazer voltar à superfície.

Alguns portistas mais complacentes, atribuíam os maus resultados desportivos e financeiros, ora à idade avançada do Presidente, ora aos seus problemas de saúde misturados com outros incidentes que o obrigaram a hospitalizar-se. Outros, apontavam como causas da viragem à retaguarda, a intervenção nem sempre subtil do filho em negócios do futebol, como a compra de jogadores de qualidade duvidosa. Esta última hipótese está ainda por confirmar, apesar de a data da aproximação do Alexandre ao pai, coincidir curiosamente com os anos de insucesso do FCPorto... 

Seja como fôr, o FCPorto de Pinto da Costa perdeu a capacidade de luta que durante muitos anos o notabilizou. Essa, foi talvez a pior, a mais inesperada das surpresas. É um facto! E não creio que seja só para mim.

Sendo portanto um facto a contenção interventiva de Pinto da Costa para as grandes "batalhas", importa agora questionar se terá preparado alguma estratégia para a eventualidade de a investigação da PJ aos emails do Benfica ficar em águas de bacalhau. Se, tenciona manter o programa Universo Porto da Bancada a divulgar outras maroscas entre cartilheiros, ou se pura e simplesmente abandona o barco desta luta, obedecendo passivamente a uma justiça própria de uma República das Bananas. 

Nem quero sequer imaginar nesta última hipótese! Que diabo, eu que sou um simples cidadão, nem por isso me inibo de escrever publicamente a indignação que me vai na alma por viver num país com governantes tão rascas, e o FCPorto que não é propriamente um clube de bairro, não tem meios, nem gente lá dentro capaz de levar este caso às instâncias mais fiáveis da Justiça europeia? Afinal, não vivemos numa aldeia global? Então, testemos-lhe a veracidade!

Se o baixar de braços acontecer (coisa em que não quero acreditar), o FCPorto e todo o staff dirigente estará implicitamente a abdicar da luta, manchando de modo quiçá irreversível a honra do clube e dos seus adeptos. Estará também a contribuir para a degradação, ou mesmo a morte, da própria democracia.

Não acredito que tenha pegado neste caso tão vergonhoso, em que a ética e o respeito são permanentemente desprezados, apenas para alimentar as audiências de um programa de televisão. Se desistir de lutar pela integridade da dupla instituição FCPorto/Porto (isto, não é assunto exclusivo do futebol), estará a anular-se enquanto clube, mas também enquanto cidade e símbolo de multidões de cidadãos! Será também a maior derrota da história do FCPorto fora do campo. Será uma facada na Justiça.

Não vou querer acreditar nesta hipótese. Seria mau demais. Talvez fosse o princípio do fim dos meus posts, sobre a realidade portista. Acho que não escrevia mais.

22 outubro, 2017

Sol na eira, e chuva no nabal...



... é o que todos gostaríamos de ter nas nossas vidas. Seria perfeito, mas lamento dizer, isso não é possível. Se fosse, não existiam os sábios aforismos populares que tantas vezes nos ensinam a pensar melhor.

Pois o futebol não foge à regra, e as pessoas também não. Acho bizarro que se aplauda o carácter de um treinador, um homem frontal e com ideias próprias, e que depois se entre na onda de certos lugares comuns em que o futebol é fértil, para logo se pôr em causa as qualidades desse mesmo treinador.  

Falo naturalmente de Sérgio Conceição, como já devem ter percebido. Que os jornalistas do regime procedam assim, não é novidade. Em Portugal, particularmente, vivem da intriga e por isso a cultivam. Agora, que os adeptos do FCPorto mordam o isco, sabendo quão corrompidos eles são,  e quanto odeiam o nosso clube, isso já não se compreende.

Esta polémica do Casillas nem sequer devia ser comentada por nós. Porque, se admiramos a rotatividade assertiva que Sérgio Conceição implantou no FCPorto,
que tanto sucesso tem conseguido, não encaixa na minha compreensão que já não o possa fazer com os guarda-redes. É verdade que o prestígio de Casillas é meio argumento para ser o principal titular, mas não é menos verdade que Casillas não é o futuro, e José Sá talvez possa ser... Se tem lançado jogadores como o Galeno e Diogo Jalot, o que é uma ousadia louvável, porque raio não o devia fazer com Casillas? Quem nos diz que Casillas jamais sofreria o frango de José Sá na Champions? Serão capazes de negar que Casillas já não os sofreu até em jogos internos,e com equipas muito menos poderosas que o Leipzig?  Haja bom senso, e abertura intelectual à audácia, porque é coisa que não tem abundado no FCPorto nos últimos anos.

A mim, perturba-me menos a frontalidade de Sérgio do que a hibridez desalmada de Nuno Espírito Santo. Já sei, nunca me esqueço,que é imprudente mexer demasiado numa equipa, mas Sérgio é inteligente, sabe reconhecer as suas experiências erradas e corrigí-las, o que já é uma virtude. E digo mais. Se Sérgio Conceição conseguir imprimir um pouco mais de velocidade, concentração (o golo do Paços nasceu de uma asneira de Herrera), e qualidade de execução aos jogadores, tenho a certeza que ganha ao Leipzig! E eles, podem crer, são muito melhores do que alguns jogadores de reputados  clubes europeus.

Para consumo interno, acho que o FCPorto tem muitas hipóteses de ganhar o campeonato! Ontem, provou-o!