23 novembro, 2017

Os estranhos gostos de Júlio Magalhães

Lamento ter de o dizer, mas não gosto mesmo nada do director geral do Porto Canal. E não gosto, por variadas razões. Em primeiro lugar, porque como director-geral revela pouca imaginação para preencher o espaço vazio da programação fora do âmbito desportivo. Em segundo, porque sinceramente não lhe reconheço perfil para o cargo. É a minha opinião.

Creio mesmo, que só os conteúdos desportivos do FCPorto disfarçam a pobreza programática e informativa do Porto Canal. As repetições, são a norma da casa. Aos fins de semana ninguém trabalha, a avaliar pelo que vemos (excepto o desporto). Quem consultar na televisão o guia da programação extra futebol, cedo se aperceberá do desnorte que por lá vai. Raramente diz a cara com a careta. Em estúdio, observam-se erros de imagem que podiam já ter sido corrigidos há muito, como o excesso de luz ou de sombra no rosto das pessoas, assim como as distracções do camara-men nos movimentos da câmara, sendo frequente surpreender os convidados a olhar para zonas fora do enquadramento do que está a ser transmitido.

Pode dizer-se que  são detalhes, mas é nos detalhes que se revela o rigor e a competência do gerente-mor de uma empresa, particularmente se estivermos a falar de televisão. Como já disse noutras ocasiões, os melhores programas do Porto Canal e de quem os realiza acabam por ser prejudicados com a bipolaridade contrastante entre a área desportiva e a generalista. A programação continua a ser pobre demais para que tal passe despercebido. Juca Magalhães bem pode agradecer aos conteúdos desportivos as "excelentes" audiências" que muito o envaidecem.

Mas, a pior faceta do director do Porto Canal é ter ficado refém do complexo lisboeta, de por estranhas razões que só ele poderá explicar, teimar em chamar ao estúdios personalidades da capital pouco relevantes para os portuenses,  que nem sequer alguma vez mostraram especial interesse pela nossa cidade. O Porto, infelizmente, não tem motivos nenhuns para estar grato às gentes da capital, em nenhum aspecto. Não é só no futebol, é em tudo. Ainda agora tivemos oportunidade de ver como em Lisboa reagiram à eventual deslocação da INFARMED para o Porto, isto, independentemente de se concordar ou não, com o timing da decisão do Governo.

Pois acabei de conhecer agora a cereja que  Júlio Magalhães entendeu colocar no cimo do bolo dos seus amores alfacinhas. O convidado eleito para o próximo programa "Júlio Magalhães, é, imaginem, Freitas do Amaral, o mesmo que há uns anos atrás deu um parecer favorável ao inquérito da reunião do CJ da FPF que confirmou os castigos ao Boavista e a Pinto da Costa. Ou sou eu que estou a ficar tolinho, ou é Júlio Magalhães que não conhece o histórico Apito Dourado e seus macabros episódios. Freitas do Amaral? Para quê? Que prestígio vê JM neste homem? O que é que ele fez de relevante pelo Porto e pelo país?

Estou curioso de saber se o Juca o vai receber "com muita honra", como costuma dizer a todos os convidados (excepto ao Tino de Rãs)... Como a recepção honrosa é logo no início, não vou precisar de ver o programa. Era o que me faltava. Vá de retro Satanás!

PS-Sugestão: e por que não convidar o filho?



22 novembro, 2017

"Acho sinceramente que o país se está a suicidar"



Numa iniciativa promovida pelo CDS, o presidente da câmara do Porto lançou o repto à regionalização, porque "o país se está a suicidar".

Rui Moreira considera que Portugal vive um tempo de "descoesão territorial" e lança um repto: "É preciso ter coragem. É preciso perceber que não vale a pena continuar a falar na reforma da administração se não fizermos a reforma do sistema político que permita de facto que o reduto rio seja ocupado duma forma razoável".

O autarca do Porto usa uma imagem. "Se pensarmos na nossa casa, aquilo que estamos a fazer é concentrar a cozinha, a casa de banho, a sala de estar e os quartos apenas numa pequena divisão. E quando fazemos isso, se prensarmos sob o ponto de vista social, da qualidade de vida e da sustentabilidade do país, acho sinceramente que o país se está a suicidar".

Rui Moreira falava numa iniciativa organizada pelo CDS chamada "Ouvir Portugal", na qual Assunção Cristas ouviu várias personalidades da sociedade civil para recolher ideias programáticas para o partido.
Assunção Cristas, que esteve em Serralves para ouvir opiniões, deixou uma pergunta: saber como se encontram "formas de levar as pessoas para o interior".
Na resposta, Moreira lembrou que o problema é que o país empurra as pessoas do interior para o litoral, à procura de empregos.
Nota de RoP:
A resposta de Rui Moreira à pergunta de Cristas teve uma grande virtude: esclareceu,  quem ainda tivesse dúvidas, que Assunção Cristas é mais uma lisboeta que não conhece o país, para além da capital.

20 novembro, 2017

Ou acabámos com o centralismo, ou o centralismo acaba connôsco!

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É um facto, que os portugueses de um modo geral ainda não perceberam a importância sócio-política dos seus direitos de cidadania.

Somos mais sensíveis à solidariedade, quando acontecem catástrofes, do que com as causas de cariz político. E não estou bem certo se essa aparente solidariedade é mesmo uma expressão sincera, ou se não passa de manifestações vaidosas com carências de protagonismo na expectativa que as televisões os tornem famosos. É mais comum que as pessoas generosas sejam discretas, e não gostem muito de palco. 

No que respeita a hábitos de cidadania os portugueses só quase se  mobilizam com greves e por motivos salariais. Mesmo assim, fazem-no a reboque dos sindicatos, alguns deles sem terem as respectivas cotas em dia... Até nos assuntos que mais os apaixonam, como é o caso do futebol, preferem empurrar os outros para resolver problemas que são de todos, e mesmo assim não deixam de criticar quem tenta fazer alguma coisa. Tudo isto frequentemente, no anonimato. Somos assim. Muito exigentes, mas pouco cooperantes.

Inevitavelmente, o futebol também sofre dess praga. A história do FCPorto é um paradigma de luta desigual, contra a descriminação centralista da capital, mas também de alguns portuenses e nortenhos, que estúpida e traiçoeiramente, fazem côro com ela. Independentemente de serem portistas, ou não, traem a cidade onde vivem e nasceram, permitindo o desvio permanente de recursos e verbas para a capital, empobrecendo a região, esvaziando com isso o acesso a empregos e negócios aos seus próprios filhos e familiares. 

Mas, o problema dos portuenses não se limita a isso, deve-se também à inércia das chamadas elites, que conquanto tenham razões para gozar desse estatuto, não têm sabido usá-lo para ajudar a cidade e a região tanto quanto podiam. Temos reputados reitores universitários, desportistas, bons colégios, cientistas, empresários, artistas, arquitectos, médicos especialistas, gestores hospitalares, e no entanto não temos massa crítica. Ouvimo-los, e lemo-los de modo avulso, a tecer comentários tímidos sobre o centralismo, mas nem o Porto Canal foi capaz de promover debates alargados sobre a matéria agregando essas pessoas no mesmo objectivo para consolidar massa crítica. O Porto Canal, e o seu infantil director-geral, parece contentar-se com visitantes lisboetas que nunca ninguém ouviu, ou viu defender o Porto, a juntar todos esses portuenses na mesma causa.

Assim, vai ser complicado acabar com o centralismo. Quanto mais frágeis nos mostrarmos, mais Terreiro do Paço vamos ter de suportar nas nossas vidas, com os efeitos altamente perversos que isso implica. A timidez revelada pela administração do FCPorto com as vigarices inomináveis do Benfica, é um sintoma de fragilidade angustiante incompreensível. Tão óbvio, que os próprios criminosos (a tribo benfiquista) dela procuram tirar partido, ensaiando todo o tipo de ataques e ofensas ao FCPorto como se fosse este o autor das suas próprias ilegalidades.

Sentem-se assim à vontade, porque, até ao momento, os dirigentes portistas não souberam estar à altura para defender o clube como ele merece. E veremos se não vamos pagar caro tanta passividade (que é o adjectivo mais brando que se pode aplicar)...
  

19 novembro, 2017

Vergonha lisbonária!

Isto, é o espelho do país! Louvar
a corrupção com o país todo a ver
Acredite quem quiser. 

Não acrescenta nada de dignificante à minha liberdade pessoal, a faculdade de escrever aqui o que convictamente penso  deste país e dos que o representam (sem nível) ao nível mais alto, o que é de per si uma contradição sem fundamento possível. 

Este blogue está aberto aos olhos do mundo. 

Neste espaço, posso e devo afirmar, que somos um país governado por corruptos. E os destinatários tanto podem ser os leitores comuns, como o presidente da República, ou o 1º. ministro. A diferença, é que a responsabilidade do leitor comum é incomparavelmente menor à destas últimas figuras públicas, que gozam de privilégios que os primeiros não têm, ou seja, da legitimidade para prevenir e combater a corrupção a que me refiro. 

Não o fazendo, estão a desrespeitar-se a si próprios, e - o que é mais grave -, a trair o povo, assumindo-se implicitamente como cúmplices. 

Marcelo Rebêlo de Sousa, parece que também não sabe o que se está a passar...

PS-Ontem, o padre Capela virou as costas nitidamente às suas responsabilidades. Foi não só cartilheiro,como gangster, ao sonegar um penálti cristalino ao Victória de Setúbal. Comigo, já estava na cadeia há alguns anos, a marinar...