24 janeiro, 2018

Espero que o futuro próximo não venha a dar-me razão


Universo Porto - da Bancada

Cada vez que termina o programa Universo Porto da Bancada, dois sentimentos me invadem, sem que nada se altere em relação aos programas anteriores. O primeiro sentimento, é de admiração, uma admiração crescente pelo trabalho executado por Francisco J. Marques, e também - porque é de elementar justiça reconhecê-lo -, do Pedro Bragança e de José Cruz.   Pouco me importa se estão a ser pagos para o fazer, porque se estão, merecem-no. Como também não me perturba o facto de eu próprio, e outros bloguistas portistas andarmos há uns bons anos a defender o FCPorto de borla, sem que ninguém do clube (a não ser alguns adeptos), o reconheça.

Foi o próprio presidente Pinto da Costa quem afirmou publicamente que não lia blogues, e se não lê, não pode ter opinião. É a ele sim, que atribuo a responsabilidade pela fragilidade que o nosso clube tem mostrado perante a opinião pública e sobretudo os adeptos, porque é ele o Presidente. Ponto. E se compreendo que a sua resiliência não é a mesma por questões de saúde ou da própria idade, deixo de compreender quando ele afirma sentir-se bem, quando vemos que isso não corresponde à realidade. Cala-se, não comunica com os adeptos, e quando fala, diz banalidades.

O outro sentimento, é de cepticismo. O tempo vai passando, confirmando as suspeitas sobre a objectividade prática do que é denunciado no Universo Porto da Bancada. Claro que, se nos colocarmos no lugar de FJMarques, temos de compreender a postura prudente com as investigações. Duvidar da Polícia Judiciária e da própria Procuradora-Geral (que curiosamente, andam a tentar calar), seria contraproducente, mas já não podemos dizer o mesmo do Governo, e ainda menos dos órgãos desportivos (Liga e FPF). Na melhor das hipóteses, caso aconteça o improvável, que seria uma intervenção rápida da Justiça (em Tribunal), é possível admitirmos um abrandamento da máquina mafiosa do Benfica de modo a travar eventualmente os impulsos protectores das arbitragens a seu favor e contra o FCPorto.

Mas, estamos em Portugal, num Portugal onde muitos dos protagonistas ligados à corrupção e a este polvo gigante, de criminadidade diversa, são gente da banca, da política, da comunicação social e da advocacia... Nós até temos a razão, eles tem o Poder. Um poder indigno, é verdade, mas o único que tem passeado à vontade  negócios obscuros sobre as malhas da Justiça.

É isso que explica o meu ceticismo. Parece-me ingénuo que as cúpulas do FCPorto acreditem numa Justiça célere, - o que não é costume em Portugal - quando a investigação se afigura lenta e o Benfica continua a ser escandalosamente protegido e beneficiado por tudo e por todos (excepto nós, portistas). Será uma grande injustiça para mim, e para aqueles que pensam como eu, sermos nós a ter razão, e por uma boa causa, com tão tristes resultados, face à possibilidade de sermos outra vez ludibriados, sem paralelamente termos blindado o nosso clube dessa ameaça através de uma exposição a órgãos de Justiça  da UE ou do TAS pelo corpo administrativo do FCPorto.

Um programa como o Universo Porto da Bancada é extremamente útil, e louvável, mas não infunde o respeito suficiente para travar gente habituada a lidar (e cooperar) com o crime. Para grandes bandidos, só uma Justiça poderosa. 
  
PS:-Na Revista Dragões Pinto da Costa disse isto:
"Espero que esta seja uma semana de afirmação do portismo",  a propósito da presença do FCPorto na Final Four da Taça da Liga e do convívio com os deputados adeptos do FCPorto. Contrariando o que sempre pensou  da Taça da Liga (mal), agora já fala em portismo e cita os deputados portistas como se até hoje tivessem mexido uma palha para defender o clube. 

Já sei, para nós tudo tem de ser feito dentro das normas, para os vermelhos que até têm políticos como comentadores arruaceiros, a coragem e o sentido crítico não existem. Com amigos políticos desses bem podemos com os inimigos.

Ministério Público concentra caso dos "vouchers" e dos "emails" num só processo 


Ministério Público concentra casos dos
Decisão de juntar os dois casos foi tomada pelo Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa. Judiciária já concluiu investigação às ofertas do Benfica a árbitros, observadores e delegados.                                                                                                                                         (Sábado)


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