22 março, 2018

O que é verdade hoje, é aldrabice amanhã. O PR segue o refrão do futebol

Sigamos sempre no caminho certo, continuemos certinhos, meninos bonitos, cidadãos bem comportados, operários eleitorais, amiguinhos dos políticos. Mas tenhamos a coerência de nunca mais nos queixarmos. Seja no futebol, ou na política. Cada povo tem os governantes que merece. Parece que é verdade, mas pela minha parte sinto-me defraudado.

Quando o senhor Presidente optou por se aproximar do povo, apoiei a decisão.  Transmitia sinais de humanismo que Cavaco Silva nunca foi capaz de mostrar. Seguiram-se os beijinhos, o que, não me perturbando inicialmente, mais tarde pareceu-me arriscado  pelo excesso, podendo vir a prejudicá-lo quando tivesse de se confrontar com acontecimentos dramáticos, como foram os incêndios. É certo que o escândalo do Benfica é um caso diferente no género, mas igual na amplitude e na gravidade. O Benfica está sob  investigação policial, suspeito de corrupção. Não é brincadeira nenhuma. Mas desta feita, o senhor Presidente colou-se ao regime, vulgarizou-se. 

Agora, está a faltar-lhe a coragem para desempenhar o lado mais difícil de um verdadeiro Chefe de Estado, que é saber lidar com isenção com casos desta natureza. Não há beijos, porque não é oportuno, mas agora, também não há pedalada nem respeito para agarrar o touro pelos cornos e exercer a tal magistratura de influência...

Depois, assistimos a este espectáculo de contradições. Ontem, eramos o melhor país do Mundo, hoje já está preocupado com a pobreza!!! Muito elevado, não há dúvida. Que concidência! Será que Sua Exa.o Sr.Presidente da Repúplica lê o Renovar o Porto?
  

21 março, 2018

A porca da política não consegue livrar-se da fama


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Não vale a pena criar expectativas com as boas intenções dos governantes, sejam de que partido forem, nem mesmo com a oposição parlamentar, no que se refere à Regionalização, porque nenhum partido está verdadeiramente interessado nessa importante reforma. Nenhum partido quer respeitar o que foi lavrado na Constituição nem esclarecer a população sobre o tema.

Quando  o "melhor" que a cimeira dos autarcas nortenhos trouxe, foi arrastar a data do acordo (até Junho), não é preciso mais nada para ficarmos inteirados que se trata de mais uma encenação política para tolos entreter. Enfim, outro "acordo" que vai ser continuamente interrompido, e que pouca diferença fará da actualidade. 

O espírito do 25 de Abril foi-se degradando desde o 1º. dia, e o país piorou. O povo aburguesou-se. prefere comer e calar, a lutar. As palavras patéticas do Presidente da República impressionam-me tanto, como o folclore dos seus afectos. Nós não precisamos de falso carinho, precisamos de justiça e de respeito. Esse é o melhor dos afectos, o mais pragmático que ele nos pode dar, se conseguir ser genuíno. Aproveitar uma cerimónia desportiva para declamar que somos "o melhor país do mundo", para mim, é como uma bofetada, é pior que insultar a minha inteligência. Não senhor Marcelo, infelizmente, nós somos dos países mais atrasados e pobres da União Europeia! Sabia? Aproveite e aprenda, porque não é o senhor que está a ser realista, sou eu.

É também verdade, como atrás referi, que o espírito de Abril definhou. As condições, e as garantias de trabalhado pioraram, os salários base continuam a roçar o limiar da pobreza e o centralismo rebenta pelas costuras. Custos imputados anteriormente às empresas, foram direccionados para os cidadãos, beneficiando uns, sobrecarregando outros.  A comunicação social prostituiu-se praticamente toda, já poucos acreditam no que dizem. O desporto está minado por um clube de futebol, acusado de actos corruptos, e o Presidente da República mete a viola no saco, sem saber agora a quem distribuir os beijinhos que tanta popularidade lhe deram. Ninguém, do universo político se salienta, ninguém tem coragem para repudiar esta pouca vergonha em que se tornou o país. Todos estão de mãos dadas com a bandalhice, todos perderam a dignidade, se é que alguma vez souberam o que isso significa.

As novas gerações, não ousam combater este regime e olham para ele como os mais velhos olhavam para o regime de Salazar. Com medo. Não reagem, nem ousam manifestar-se contra esta nova ditadura, não por receio da PIDE, mas com medo de serem despedidos dos seus parcos empregos. Este é o país em que vivemos. Bom, excelente mesmo, para Marcelo Rebelo de Sousa, uma vergonha para quem tem os olhos bem abertos, e não tem jeito para o teatro.


20 março, 2018

Rio Fernandes

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Decepcionante

Às vezes, pergunto-me se não sou demasiado intolerante com os políticos, e a política. No post anterior apresentei uma explicação sucinta para as causas. Ontem, casualmente, a Revista de Imprensa, pós Último Jornal do Porto Canal, tratou de dissipar qualquer dúvida sobre as razões do meu cepticismo.

A personalidade escolhida para comentar, foi o geólogo socialista Rio Fernandes, uma daquelas figuras que incluí no grupo restrito de políticos fiáveis. A jornalista Carla Ascenção, como é habitual, pediu-lhe que escolhesse um tema para comentar. Após ter comentado casos de outros jornais deu para perceber que a tendência do convidado estava focada na justiça. O Jornal de Notícias, estralhamente (porque está sediado do Porto), foi o último jornal apresentado. Rio Fernandes, um dos poucos benfiquistas que considerava, não perdeu tempo. Se já antes tinha abordado com fraca subtileza os "emails", não perdeu mais tempo e atirou-se com uma azia incontrolável à notícia do JN que dizia isto: "JUIZ ABSOLVE PINTO DA COSTA E APONTA O DEDO AO MP". Procurei, sem sucesso, linkar aqui um excerto da peça para ouvirem exactamente o que foi dito. De qualquer modo podem sempre usar a box e procurar. Virou-se contra o juiz, alegando, entre outras coisas, que ninguém os controlava e que o Ministério Pública devia ser respeitado, etc. Durante o longo e forjado processo do Apito Dourado não se ouviu uma única palavra de contestação, ou repúdio, pelo comportamento do MP de Pinto Monteiro, ou do folclore criado com o caso pelos órgãos de comunicação social. Nem da boca dele, nem da boca de qualquer benfiquista.

Sinceramente, nunca imaginei que a hipocrisia fosse tão prolífera em Portugal. Enfim, é mais um que sai da minha já muito curta lista de excepções.

PS-Sei que a locutora está ali para ouvir os convidados, mas em casos como estes, em que o Porto Canal abre as portas a alguém para falar, e o convidado só se lembra de lançar umas indirectas contra quem o convida, o que ele merecia é que lhe pedissem explicações. Mas isso, é demasiado arriscado para o Director do Porto Canal. Convém estar de bem com Deus...          

Dia D, de descentralização

Eduardo Victor Rodrigues
A descentralização do país conhece hoje um impulso decisivo, com a realização da cimeira das áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa, onde se apresentarão as propostas conjuntas ao primeiro-ministro. Depois de dois encontros de trabalho realizados em Vila Nova de Gaia, a Área Metropolitana de Lisboa acolhe uma cimeira de todos os presidentes de Câmara metropolitanos, que marca o culminar de um diálogo profícuo e do mais ambicioso e estruturado contributo para o processo de descentralização.
É uma oportunidade histórica de reforma das áreas metropolitanas e dos municípios, uma reforma efetiva e não apenas uma lista de tarefas mínimas.Esta é a oportunidade histórica de revolucionar a mobilidade urbana e metropolitana, racionalizando a oferta, integrando novos investimentos e garantindo uma rede eficiente de transportes públicos, com um passe metropolitano de custo único para os cidadãos.
Também no domínio da habitação, sobretudo para os jovens e classes médias, importa assumir novas competências que contrariem a escalada de preços, com novas políticas (públicas) de habitação para classes médias, evitando o êxodo dos cidadãos, empurrados pelo alojamento turístico.
Ao nível local/regional definem-se melhor as prioridades de investimento e de serviço público de equipamentos como escolas ou centros de saúde. Os municípios sabem fazer isso bem, com rapidez e racionalidade financeira. Mas os cidadãos querem mais e importa ouvi-los. As pessoas querem que as suas câmaras municipais possam igualmente intervir na qualidade dos serviços públicos, adequando horários ou especialidades médicas no caso dos centros de saúde e desenvolvendo modelos locais de ação social escolar ou ocupação de tempos livres.
Estamos perante um novo tempo da gestão autárquica, uma nova geração do Poder Local, com novos desafios e ambições para Portugal, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do país, para a coesão entre os municípios e para o incremento da participação dos cidadãos nas políticas públicas.
Para os municípios só faz sentido receberem novas competências se as mesmas se traduzirem em melhorias da vida das pessoas. E é da relação de proximidade entre os cidadãos e o Poder Local que resulta o aumento do nível de exigência das comunidades necessário ao aperfeiçoamento da Democracia e do reforço da credibilidade do Estado, tornando mais visível e transparente a aplicação dos recursos públicos e a boa gestão dos impostos dos contribuintes.
Será necessário que o Governo associe a esta reforma, para além da enorme vontade política do primeiro-ministro, os recursos financeiros e materiais indispensáveis (para isso apresentamos uma proposta de nova Lei das Finanças Locais) e que a descentralização mereça um forte incentivo na reprogramação do Portugal 2020 e na negociação do próximo quadro comunitário.
As áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto assumem a iniciativa, capacidade de mobilização e de diálogo construtivo. Com seriedade e com responsabilidade, pensando não apenas na nossa dimensão territorial, no nosso peso demográfico ou no contributo gerado para a economia nacional, mas também promovendo critérios de compensação para os municípios de baixa densidade e apoiando metodologias que reforcem a coesão através da discriminação positiva de base regional.
A descentralização não é alternativa à regionalização. Mas uma regionalização sem reforço das competências das áreas metropolitanas correria o risco de criar novos centralismos que devemos evitar. Uma descentralização forte é uma reforma decisiva no sentido de uma regionalização inteligente.
Os portugueses sentem que já perdemos demasiado tempo a discutir ideias e a reiterar rivalidades territoriais. Os portugueses exigem-nos - Governo e autarquias - uma nova maneira de fazer política: unidos pelo desenvolvimento sustentável, pela gestão inteligente de recursos, focados na qualidade de vida presente e futura. É o momento para esta reforma! A palavra passa para a Assembleia da República.
Nota de RoP: Eduardo Victor Rodrigues pertence ao rol muito escasso dos políticos que me inspiram alguma confiança. O maior problema destes homens é viverem no paradoxo que está entre a sua honra pessoal e a xico-espertice dos partidos políticos. Quanto à descentralização, é ver para crer.

19 março, 2018

Curiosas inquietações


O FCPorto é um grande clube, com um imenso e heterogéneo número de adeptos. Nunca beneficiou do proteccionismo nem dos favores dos clubes da capital, mas também nunca o reclamou, honra lhe seja feita... Ao longo da sua brilhante história foi sempre ostracizado e prejudicado em benefício dos mesmos. Foi assim no tempo da "outra senhora" - designativo subtil da ditadura de Salazar -, e é assim agora no actual regime, tido como democrático por alguns, e  por mim assumido como ditatorial (mascarado pelo voto livre).  

Apesar de nunca ter usufruído do apoio de ambos os regimes, o FCPorto tem, e sempre teve, muitas figuras destacadas da sociedade e da política, simpatizantes do clube. Pouco mais que isso, porque nunca constou qualquer tipo de promiscuidade entre essas figuras e o clube que levantasse suspeitas de favorecimentos ilícitos. Ainda há bem pouco tempo o presidente Pinto da Costa se deslocou à Assembleia da República a convite dos deputados portistas que atestam a consideração que têm por ele, o que não quer dizer que se tenham servido do estatuto para ajudar de qualquer forma o FCPorto. 

Porém, qualquer coisa de estranho se passa que me impede de acreditar nas convicções desses deputados, tão opostas às minhas, até que me provem o contrário.  Admitamos que sou um gajo radical, sem capacidade para entender a democracia, e que esses deputados estão cheios de razão para terem tão grande fé no regime. Como explicarão a discriminação que é feita ao FCPorto? Que vias, e soluções têm para propôr a defesa do FCPorto de forma a travar essa fraude em tempo útil? Secretaria de Estado do Desporto? Não, já sabem que não funciona, e que até se comporta como um dos braços protectores do Benfica. Órgãos Desportivos? Idem, idem, aspas, aspas. 

Sem me estender mais,  pergunto: haverá coragem para desmentir estas perguntas, e argumentação credível para as explicar? E o que terá a dizer sobre esta matéria o Dr. Fernando Gomes, ex-político e actual administrador da SAD do FCPorto? Acreditará ele assim tanto na democracia que até tem medo de dar a sua opinião? Sim, porque tanto ele como os outros administradores não se atrevem a sair do gabinete para dizer o que pensam. Talvez o digam à família, mas não é à família que o devem fazer, é aos sócios e adeptos. O FCPorto não é uma empresa privada, é uma associação desportiva, seria razoável não esquecer e agir em conformidade.

É que, não é lá por estar em curso a investigação da PJ ao Benfica que as vigaríces têm abrandado. Pelo contrário! É típico em casos desta envergadura, que os infractores optem pela política da terra queimada, que continuem a recorrer à vigarice para atingirem os seus fins. Há árbitros, provavelmente uma maioria, que continuam empenhados em ajudar quem tanto os brindou e não escondem isso. E é preciso não esquecer que isto não está a acontecer apenas no futebol. Nas modalidades é bem perceptível a mesma tendência.  E se o Benfica ganhar o tão desejado Penta, será apenas por demérito do FCPorto? Não, nunca será, porque os danos já vêm de longe. Será sim, também por permissividade dos dirigentes do FCPorto [para longe vá o agoiro!].  Teremos uma grande sorte se o Benfica fôr julgado e punido antes do campeonato terminar. Se fôr verdade que a sorte protege sempre os audazes, só os jogadores, o treinador, e os adeptos, merecerão ser coroados com a estrelinha.


Nem de propósito:

Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões, fora multado e punido pelo IPDJ na sequência dos cânticos sobre a Chapecoense num jogo de andebol do FC Porto
O Tribunal de Pequena Instância do Porto deu razão ao recurso apresentado por Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, castigado com uma multa de 2600 euros e a uma sanção acessória de interdição de acesso a recintos desportivos por um período de seis meses. A pena fora aplicada pelo IPDJ e teve como motivo o polémico cântico alusivo à Chapecoense durante o encontro de andebol entre FC Porto e Benfica, realizado na última temporada, no Dragão Caixa.
O tribunal considerou que Fernando Madureira não cantou, nem incentivou ao polémico cântico, não vendo por isso razão para a pena decidida pelo Instituto Português do Desporto e Juventude. Aquando da decisão do IPDJ, Fernando Madureira anunciara a decisão a apresentar o recurso que desde logo teve efeitos suspensivos.
Nota de RoP:
É uma vergonha para o Governo, uma vergonha para quem escolhe para um cargo de Estado um arrivista, como o  actual Secretário de Estado do Desporto e os membros do IPDJ. Uma bofetada bem aplicada pela Justiça. Pena é, que a decisão não tenha sido acompanhada com um pontapé no trazeiro dos cartilhados do regime.