27 abril, 2018

A Infarmed imita o Benfica, manda mais que o Governo

Portugal, um primor de Estado de Direito... 

A ideia de querer impingir ao Porto a Infarmed, foi mais uma das infindáveis decisões trapalhonas do Governo a que já estamos habituados. Tão trapalhonas quanto provocadoras. Então, suas exas não sabiam que iam juntar a um problema, outro problema?   Não foram capazes de prever a reacção de quem lá trabalha? Estavam à espera que a reacção fosse serena?

Sabemos perfeitamente que esta triste iniciativa foi uma forma ridícula de o Governo remediar o fracasso do Porto, para instalação da Agência Europeia para o Medicamento, inicialmente prevista (outra asneira) para Lisboa... 

Até nestas mariquices se nota a fragilidade reivindicativa das elites do Porto. Se essas elites de facto existissem, não só, nunca tinham aceitado este presente envenenado, como  a ser concretizado, só nos ia trazer problemas, e poucos postos de trabalho traria aos cidadãos do Porto. 

Que lhes sirva de lição, e que para a próxima não se disponham a aceitar "presentes" em 2ª. mão.

26 abril, 2018

Vão dar banho ao cão, democratas da treta!


1 Foi há uma semana que caiu o Carmo e a Trindade. E qual terá sido a razão para tanto terror e assombro que, segundo o Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, estão associados à expressão? O facto de termos assistido na SIC à melhor síntese jornalística e televisiva que alguma vez se fez sobre a Operação Marquês? Ter ficado claro que Ricardo Salgado era a cabeça de um polvo que corrompeu as nossas elites? Terá sido por percebermos que Zeinal Bava e Henrique Granadeiro agiram na PT em nome de interesses obscuros, com proveitos de milhões? Ou porque José Sócrates, ex-primeiro-ministro e líder do PS, beneficiou de milhões de euros transferidos à socapa, de offshore em offshore, até lhe chegarem às mãos na forma de uns envelopes com notas? Ou, finalmente, porque percebemos que estamos todos a pagar estes desvarios, seja com os nossos impostos, seja com a falência dos serviços do Estado? Nada disso. O terror e o assombro têm outra explicação. O que choca tanta gente inteligente que opina nos jornais e nas televisões, o que horroriza tanta gente sensata nas redes sociais, é a exibição dos vídeos dos interrogatórios a José Sócrates. Estão no seu direito. Mas fico à espera que chegue o dia em que passem da indignação pela violação do direito à imagem da quadrilha, para a indignação pelos crimes cometidos pela quadrilha. E escusam de argumentar com presunções de inocência e trânsitos em julgado. Isso é para os juízes. O julgamento político e social corre mais depressa. Caso contrário, Sócrates ainda podia ser primeiro-ministro e Salgado presidente do BES. Mas, se calhar, a alguns isso talvez não causasse nem terror, nem assombro.
2 Já a discussão sobre os vídeos ia longa, quando vieram a lume mais uns pormenores sobre a rede mafiosa que usou os portugueses como carne para canhão. O ex-ministro da Economia Manuel Pinho criou uma conta numa offshore do Panamá na qual caiu um milhão de euros saído do "saco azul" do BES. Meio milhão foi pago em tranches mensais de 14 963,94 euros durante o período em que Pinho foi ministro no Governo de José Sócrates. Parece mesmo um salário, não parece? Suspeita-se que possa ter sido a compensação para beneficiar empresas como a EDP nas chamadas "rendas excessivas". Infelizmente, ninguém denunciou esta violação do segredo de justiça, daquelas que propiciam julgamentos populares precipitados. E que deu argumentos a um triste espetáculo de Ana Gomes. Diz a eurodeputada socialista que o PS terá de aproveitar o próximo congresso para escalpelizar como se "prestou a ser instrumento de corruptos e criminosos". Que coisa tão disparatada. Porque não se preocupa antes Ana Gomes com o ataque à imagem de José Sócrates, Ricardo Salgado, Zeinal Bava, Henrique Granadeiro ou Manuel Pinho? Isso, sim, justifica a nossa indignação.
Rafael Barbosa (JN)

Nota de RoP

Concorde-se, ou não, com tudo o que acima vem escrito (eu concordo com umas coisas e menos com outras), este artigo devia servir para fazer reflectir melhor aquelas pessoas que insistem em amplificar os progressos do país conseguidos após o 25 de Abril, sem olhar para o mais importante. Para isso, recorrem normalmente à qualidade do serviço de saúde,  à educação, à rede de auto-estradas e coisas assim, que sendo importantes não serão nunca o ponto de referência que fará de nós um país progressista. Além de que, estas mais valias, em Portugal, têm sempre curta duração. Veja-se a título de exemplo, o que aconteceu com os CTT's e com a Metro do Porto.

Tanto mais, que, se há coisa a que os políticos dão importância para si mesmos, é ao dinheiro que lhes pagam ao fim do mês, incluindo as ajudas de custo e todas as benesses que sabemos. A propósito, estou a recordar-me do que disse há uns anos na SIC, o ex-deputado do PS Jorge Coelho, na "Quadratura do Círculo", que não era rico, que ninguém podia levar a mal ir para Presidente Executivo da Mota Engil tratar da sua vida (para onde voltou recentemente) ... Para não esquecer, só no ano de 2011 recebeu 634 mil euros de salário... Dou este exemplo, como podia dar outros de políticos do PSD e do CDS, não importa agora pessoalizar. 

O que verdadeiramente importa, é consolidar uma realidade: os políticos gostam muito de dinheiro, só que, quando falam do desenvolvimento do país não se lembram da miséria que é o salário mínimo e as reformas dos portugueses. Agarram-se às rotundas, às Expos, enfim, a tudo, menos àquilo que eles adoram, mas negam ao povo, que é pagar-lhes salários dignos.

São tão convencidos, que para eles, só teríamos razões de queixa por não darmos tanto relevo aos progresso do 25 de Abril, se tudo estivesse exactamente na mesma como antes de 1974! Obviamente que os fundos europeus (ainda) não podem ir directamente para o seu bolso, foi preciso fazer umas obritas em 44 anos, e mesmo assim, continuam a desviar muitos desses fundos para a capital, fundos esses que deviam ser nossos, como sabemos.

Enoja-me este lançar de areia para os olhos da população, sem primeiro olharem para si próprios, e para os seus pares, que não fazem outra vida senão meterem-se em escândalos. 

Como diz o outro: vão dar banho ao cão.     

25 abril, 2018

O 25 de Abril não soube libertar-se da mentalidade pidesca


Resultado de imagem para 25 de Abril de 1974

Hoje, dia 25 de Abril, uma data histórica que nos devia a todos regozijar por simbolizar o fim da ditadura, temos muitas razões para estarmos decepcionados com os resultados. Se  fizermos um balanço sério do acontecimento, até aos dias de hoje, não temos motivos para dizer que a progressão foi positiva, mesmo que as aparências indiquem o contrário. 

Os dois primeiros anos da revolução, entre 1974 e 1976, foram os mais genuínos, os mais esperançosos para  toda a população, com relação ao futuro do país. Elaborou-se uma Constituição progressista, e ideologicamente ambiciosa, que rapidamente foi sendo adulterada pela classe política. A oposição mais ligada aos movimentos revolucionários não soube resistir a essa tendência no momento certo, talvez por recear ser conotada como extremista, e o resultado é esta apalhaçada democracia a que hoje chegamos. 

A Liberdade é uma coisa preciosa, mas com o passar dos anos perdeu aquilo que a distingue da anarquia e lhe confere mais valor, que é o respeito. Hoje, a pretexto de uma Liberdade absoluta, [supostamente para ser autêntica], ninguém respeita ninguém, perderam-se os valores da ética e dos bons costumes a coberto de uma "democratização" social postiça. 

Hoje, já ninguém dirige uma carta comercial começando por "Exmo. Sr.", limitam-se a dizer "Bom Dia", e às vezes nem isso. A velocidade da Net não justica tanta grosseria. Para não me sentir ridículo, tive de me adaptar à situação e banir esses hábitos de forma a evitar confusões interpretativas. Somos permanentemente assediados através do telemóvel para aderirmos a novas propostas, sempre com um único intuito, que é vender, mesmo que o cliente não queira comprar. Sei defender-me desses abusos, e quem me contacta contra a minha vontade insistindo em vender-me  o que não pedi nem quero o que me é proposto, acaba sempre por sair a perder se me contrariar...       

Tanta Liberdade despida de ética, tanta bandalheira social, não pode compatibilizar-se com a Justiça. Para mim, é inaceitável, indigno mesmo, que a pretexto dessa duvidosa "Liberdade" e do serviço público, se permita que os Tribunais sejam intoxicados com denúncias "anónimas" que só servem para os sobrecarregar de trabalho com casos provavelmente falsos. Sendo absolutamente a favor das denúncias de interesse público, discordo veementemente que a Justiça não requeira a identidade de quem as faz. Só em situações excepcionais, de extrema complexidade como uma Guerra ,ou coisa semelhante, justificam o anonimato.  Quem não deve, não teme. Se alguém tem consciência plena de que a denúncia apresentada é autêntica, só tem que se identificar desde que o faça apenas à Justiça. Se temos casos a mais a entupir o funcionamento dos tribunais, também se deve a essa aberração .   

24 abril, 2018

Marega, passou de jogador banal a dínamo da equipa




Já não restam dúvidas, com  Marega a equipa é outra, tem mais profundidade e resistência.   A sua postura em campo é contagiante, tem o grande dom de animar todo o plantel. É mesmo o motor da equipa,  o  que não é normal no lugar em que joga. Pode não ter o talento técnico de Brahimi mas tem a força de vontade dos grandes jogadores e procura superar-se.

Ontem, até o Brahimi foi menos egoísta, menos complicativo. Se percebesse que quando joga assim, torna-se melhor jogador, mais eficiente, aumentando as oportunidades para marcar golos e brilhar, não se agarrava tanto à bola e trocava-a com os colegas de outra forma. É verdade que de vez em quando marca uns golos bonitos, como o de ontem, mas se repararem, mesmo assim, quando recebeu a bola teve de lhe dar 3 toques antes de rematar, o que significa que se tivesse pela frente um defesa mais rápido talvez não tivesse marcado. Enfim, ainda bem que a bola entrou.

Foi muito importante a victória e o resultado, porque é uma espécie de vitamina para a próxima etapa. O jogo com o Marítimo tem de ser encarado com muita ambição, com muita determinação, mas sobretudo com uma confiança serena. Há que ir para o jogo sem macaquinhos na cabeça, com cuidado para não dar grandes chances aos árbitros para fazerem as habilidades do costume porque isto ainda não acabou, e a vigarice  ainda anda no ar...

Um à parte: Alex Telles esteve, como é costume, fenomenal!

Vamos lá Porto! Apesar de não termos quem defenda o clube, como devia ser, pode ser que os jogadores façam a sua parte, com a competência de ontem.